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Consumo de informação na revista Informação & Sociedade: estudos - 2001/2005

Information consumption in the journal Informação & Sociedade: estudos - 2001/2005

Resumos

Pesquisa descritiva utilizando como método bibliométrico a análise de citações para determinar e avaliar o consumo de informação na revista Informação & Sociedade: estudos, entre os anos de 2001-2005, usando como material de estudo 1982 referências bibliográficas, coletadas em 103 artigos.

Consumo de informação; Análise de citações; Bibliometria; Informação & Sociedade - estudos


Descriptive research using as bibliometric method the citation analysis to determine and evaluate the consumption of information in the journal Informação & Sociedade: estudos, enter the years of 2001-2005, using an amount of 1982 bibliographical references from the 103 articles.

Information consumption; Citation analysis; Bibliometry; Information & Society - studies - Journal


ARTIGOS

Alexandre Oliveira de Meira GusmãoI; Adilson Luiz PintoII; José Antonio Moreiro GonzálezIII; Joliza Chagas FernandesIV; Renato José da SilvaV

IProfº do Departamento de Biblioteconomia da UFMT. Doutorando em Documentação pela Universidad Carlos III de Madrid. Especialista em Arquitetura da Informação e Cluster de Melhoramento Animal

IIProfº Drº do Departamento de Biblioteconomia da UFMT. Especialista em Indicadores em Ciência e Tecnologia e Redes Sociais

IIIProfº Drº do Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Universidad Carlos III de Madrid. Catedrático e Decano do instituto de Humanidades e Direito. Especialista em Linguagem Documentária, Web Semântica e Ontologias

IVProfº do Departamento de Biblioteconomia da UFMT. Doutoranda em Ciência da Informação pela Universidade de São Paulo.Especialista em Linguagem Documentária

VProfº do Departamento de Biblioteconomia da UFMT. Doutorando em Ciência da Informação pela Universidade de São Paulo. Especialista em Interdisciplinaridade da Ciência da Informação

RESUMO

Pesquisa descritiva utilizando como método bibliométrico a análise de citações para determinar e avaliar o consumo de informação na revista Informação & Sociedade: estudos, entre os anos de 2001-2005, usando como material de estudo 1982 referências bibliográficas, coletadas em 103 artigos.

Palavras-chave: Consumo de informação; Análise de citações; Bibliometria; Informação & Sociedade - estudos.

ABSTRACT

Descriptive research using as bibliometric method the citation analysis to determine and evaluate the consumption of information in the journal Informação & Sociedade: estudos, enter the years of 2001-2005, using an amount of 1982 bibliographical references from the 103 articles.

Keywords: Information consumption; Citation analysis; Bibliometry; Information & Society - studies - Journal.

1 Introdução

O desenvolvimento da ciência e da tecnologia, aliado ao crescimento quantitativo do número de técnicos, docentes e cientistas nas diversas áreas do saber, continua impulsionando o crescimento exponencial (PRICE, 1964) da produção de documentos técnico-científicos. É um ciclo virtuoso, no qual, quanto mais se formam cientistas para mais produzir e consumir conhecimento, mais se produz e consome conhecimento para mais formar cientistas.

Nesse ciclo de desenvolvimento da ciência, situa-se a transposição do saber acumulado nas investigações técnico-científicas, aos pares e à sociedade, através de revistas de divulgação e de comunicação científica.

Para se compreender esse aspecto, é fundamental ter em conta que algumas áreas da ciência (como física, química, biologia e medicina) concentram quase toda a divulgação dos resultados de suas pesquisas na publicação de artigos em revistas científicas, principalmente pelo grande impacto que este meio de comunicação gera, enquanto que em outras áreas a divulgação é concentrada na publicação de livros (ANDRADE et al., 2005; FARIA; QUONIAM; MUGNAINI, 2002).

No Brasil, a área de Biblioteconomia e Ciência da Informação concentra a divulgação dos resultados das pesquisas na publicação de artigos em revistas científicas, as quais estão preocupadas em estar visíveis para o meio acadêmico, com uma grande qualidade editorial e presença em bases de dados internacionais, como é o caso das revistas Ciência da Informação, Perspectiva em Ciência da Informação e Informação & Sociedade: estudos.

Por este motivo, vamos nos deter ao estudo dos indicadores de análise de citações dos artigos publicados na revista Informação & Sociedade: estudos, no período de 2001 a 2005, com o objetivo de visualizar e compreender os fluxos de informação a respeito da produção de novos conhecimentos e da estruturação teórica da área neste meio de comunicação científica.

2 A Revista Informação & Sociedade: estudos

A revista Informação & Sociedade: estudos é uma publicação semestral do Curso de Mestrado em Ciência da Informação (CMCI) e do Departamento de Biblioteconomia e Documentação (DBD) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que tem como objetivo publicar artigos que representem contribuição para o desenvolvimento de novos conhecimentos na área de Biblioteconomia, Ciência da Informação e afins. É indexada por Library and Information Science Abstracts (LISA), Información Bibliotecológica Latinoamericana (INFOBILA), CLASE e LATINDEX.

A Revista iniciou suas atividades em 1991, em versão impressa, tendo como editora a professora Zuleide Medeiros. Era então composta por 5 seções: Editorial, Artigos, Comunicações, Entrevistas e Resenhas, cujos conteúdos variavam de acordo com a demanda de apresentação de trabalhos para publicação.

Até 1998 a periodicidade da publicação era anual. Todavia, em 1999 a revista foi reestruturada e passou a ser semestral. Também alterou os nomes das seções para: Editorial, Artigos de Revisão, Comunicações de Trabalhos / Pesquisas em Andamento, Memórias Científicas Originais, Pontos de Vista / Notas / Comentários, Relatos de Experiência e Relatos de Pesquisa. A partir de 2000 (volume 10, número 1), deu-se inicio à publicação tanto da versão impressa quanto da versão eletrônica, atualmente disponível em: <http://www.informacaoesociedade.ufpb.br >.Conforme Araújo et al. (2006, p. 3):

Ao completar 15 anos de existência ininterrupta, I&S constitui-se em um dos periódicos renomados na área, recebendo artigos de várias regiões do país e do exterior e de diferentes áreas do conhecimento interrelacionadas com a Ciência da Informação. A classificação de I&S na categoria A do Qualis/CAPES confirma a sua qualidade editorial e intelectual.

3 Material e métodos

Trata-se de pesquisa descritiva que utiliza o método bibliométrico de análise de citações para determinar e avaliar o consumo de informação1 1 Utiliza-se o termo consumo de informação na perspectiva empregada por Eugene Garfield, no artigo intitulado "Universities as producers and consumers of information" (GARFIELD, 1983b). na revista Informação & Sociedade: estudos, entre os anos 2001-2005, englobando os volumes de 11 a 15 e agregando 10 fascículos.

A análise de citações é um dos métodos mais utilizados da Bibliometria e procede ao exame de frequência, padrões e gráficos de citações em artigos e livros (GARFIELD, 1983a; RUBIN, 2004). Usa as citações em trabalhos acadêmicos para estabelecer ligações com outros trabalhos ou outros pesquisadores e permite avaliar os pesquisadores, as publicações, as instituições de pesquisa, bem como o desenvolvimento histórico da ciência e da tecnologia.

Emprega como material de estudo 1982 referências bibliográficas, as quais foram coletadas nos artigos publicados nas seções Artigos de Revisão, Comunicações de Trabalhos/Pesquisas em Andamento, Memórias Científicas Originais, Pontos de Vista/Notas/Comentários, Relatos de Experiência e Relatos de Pesquisa.

Para efeito de análise, as referências foram classificadas de acordo com os seguintes tipos documentais: Anais de Congresso, Artigos Avulsos, Artigos Científicos, Artigos Não Científicos, Base de Dados, Correio Eletrônico, Dicionários, Enciclopédias, Filmes, Folders, Jornais, Legislação, Monografias, Palestras, Projetos, Relatórios, Sentenças Judiciais, Teses e Dissertações.

Com o fim de melhor visualizar e compreender o consumo de informação na produção de novos conhecimentos e a estruturação teórica da área, tratamos as seguintes variáveis: distribuição dos artigos por seções; colaboração entre os autores; relações de gênero entre os autores; distribuição das referências por tipologia documental; distribuição das referências por idioma; vida média da literatura científica consumida; documentos mais citados; autores mais citados.

Para a análise estatística dos dados, desenvolvemos uma planilha gerenciada por meio do software Microsoft Excel®. Cada registro contém os campos: 1 - Relativos à revista Informação & Sociedade: Seção, Quantidade de autores, Nome dos autores, Sexo, Nível de colaboração, Vínculos, País de origem, Título do artigo, Idioma do artigo, Volume da revista, Número do fascículo, Data de publicação; e 2 - Relativos aos documentos citados: Tipologia documental do documento citado, Suporte do documento citado, Idioma do documento citado, País de publicação do documento citado, Nome do autor citado, Título do documento citado, Data de publicação do documento citado, Direção www do documento citado.

Visando a identificar o vínculo dos autores dos artigos, estabeleceu-se o seguinte critério: considerar como instituição vinculativa do autor a que aparece nas informações institucionais; caso o autor desenvolva alguma atividade profissional e estudos em instituições diferentes, considera-se para fins de análise, a instituição com a qual mantém vínculo empregatício; caso o autor não possua vínculo trabalhista, considera-se como vínculo a instituição/universidade que, no momento da publicação, foi destinada pelo autor como instituição de afiliação.

O critério para se cálcular a abrangência colaboração entre os autores foi: 1 - considera-se artigo em Colaboração Local quando figura(m) um ou mais de um endereço brasileiro localizado(s) no mesmo Estado; 2 - quando figuram mais de um endereço brasileiro localizados em Estados diferentes é considerado artigo em Colaboração Nacional e; 3 - quando aparecem um endereço brasileiro e um endereço estrangeiro considera-se artigo em Colaboração Internacional.

Com respeito à tipologia e suporte documental, é necessário entender que a expressão Tipologia Documental refere-se ao "conjunto de características externas (classe, formato, suporte, quantidade) e internos (estrutura, data, letra, língua, outorgantes, conteúdo) que distinguem uns documentos de outros. Cada tipo de documento se cria para deixar testemunho de uma determinada função ou atividade, tanto pública como privada" (TIPOLOGÍA DOCUMENTAL, 2004)2 2 Portal na Internet. . A tipologia documental engloba, entre outros, os seguintes documento: livros, revistas, anais de congresso, relatórios, programas, teses, manuscritos, fotografias, slides, vídeos, filmes, registros sonoros, desenhos (de figurino, de cenários, etc.), projetos arquitetônicos e maquetes.

O Suporte Documental consiste no "material físico em que se registra a informação: papel, pergaminho, papiro, fitas e discos magnéticos, películas, fotografias, etc." (SOPORTE [DOCUMENTAL], 200?)3 3 Documento digital. . Quanto à informação eletrônica os suportes podem ser Tangíveis (cd-rom, dvd, discos magnéticos, disquetes, etc.) ou Intangíveis (Internet, FTP).

Para a determinação da meia-vida (half-life4 4 A expressão "vida média" para indicar a medida da obsolescência das citações é, algumas vezes, utilizada nas traduções para o português, mas está incorreta. O conceito de meia-vida corresponde à mediana de uma distribuição de citações de acordo com sua idade, e não à média; além disso, na física o termo usado é meia-vida dos materiais radioativos. ) da literatura citada adotou-se o critério estabelecido por Burton e Kebler (1960), enquanto que para determinar a dispersão dos artigos realizou-se a distribuição das revistas científicas em zonas, tal qual modelo proposto por Bradford (1934).

4 Análise e discussão

Entre 2001 e 2005 (TAB. 1) foram publicados na revista em foco 103 artigos, distribuídos em 5 volumes e 10 fascículos, perfazendo uma média de 10,3 artigos por fascículo. Comparando-se esses resultados com os obtidos entre 1991 e 2000 (AUTRAN; ALBUQUERQUE, 2002) identifica-se uma estabilidade na quantidade de artigos publicados. Especificamente, as seções Artigos de Revisão e Relatos de Pesquisa concentraram a maior quantidade de artigos publicados, com respectivamente 36 e 31 artigos.

No tocante ao nível de colaboração entre os autores, identifica-se, na TAB. 2, a predominância de artigos escritos por apenas um autor, representando 54% dos artigos publicados, com maior incidência nas seções Artigos de Revisão e Relatos de Pesquisa. A autoria envolvendo dois autores foi a forma mais frequente de colaboração e representa 26% dos artigos publicados, enquanto a porcentagem de artigos escritos por mais de dois autores foi de 20%. Desse modo, os artigos escritos em colaboração representam 46% do total publicado no período em estudo.

Dos artigos publicados em colaboração, 55,3% foram escritos em colaboração local, por autores pertencentes à mesma instituição e 23,4% em colaboração local envolvendo autores pertencentes a diferentes instituições, enquanto 19,2% dos artigos resultaram de colaboração nacional e 2,1% foram resultantes de colaboração internacional. Comparando-se os índices de colaboração encontrado por Autran e Albuquerque (2002) para o período de 1991 a 2000, vislumbra-se um crescimento de 53% na quantidade de artigos escritos em colaboração.

Quanto à análise das relações de gênero existentes entre os autores dos artigos publicados entre 2001 e 2005, constata-se que 73% dos autores eram mulheres e 27% eram homens (TAB. 3). Contudo, ao se comparar com os resultados obtidos por Autran e Albuquerque (2002), referentes ao período de 1991 a 2000 (78% de autores femininos e 22% de autores masculinos), detecta-se que houve uma redução de 6,4% da participação feminina na autoria dos artigos publicados em 2001-2005.

Este domínio feminino reflete a realidade brasileira, na qual se vê a predominância de mulheres na área de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação, desde os níveis de graduação e pós-graduação, propagando-se à carreira profissional. Dois fatores podem influenciar esse cenário. O primeiro diz respeito à histórica ocupação profissional das mulheres na carreira educacional brasileira, infantil, primária e secundária (ARCE, 2001; ANDRÉ, 2002; OLINDA, 2003) e o segundo fator relaciona-se à pouca atratividade da área para os homens, em decorrência dos baixos salários, da opacidade das políticas públicas dirigidas às bibliotecas e serviços de informação, da baixa visibilidade profissional e do baixo poder decisório vinculado à área.

4.1 Análise de citações na revista Informação & Sociedade: estudos

Detecta-se, na TAB. 4, a citação de 1982 referências bibliográficas na elaboração dos 103 artigos publicados entre 2001 e 2005, com uma média de 19,2 referências bibliográficas por artigo. A maior frequência de citações (consumo de informações) ocorreu no volume 15, número 2 e no volume 12, número 2, com respectivamente 22,5 e 22,2 referências bibliográficas por artigos.

A seguir, apresenta-se a TAB. 5, que inclui a análise de citação por tipologia documental5 5 Encontramos uma grande dificuldade na identificação da tipologia documental, porque muitas referências bibliográficas estavam incorretas, principalmente quando se referiam a documentos recuperados na Internet. , a qual aponta que a citação de Monografias correspondeu a 44,95% do total de documentos citados, seguidas por Artigos Científicos e Artigos Apresentados em Eventos com 34,4% e 6,26% das citações, respectivamente. Os demais tipos de documentos obtiveram 14,37% das citações.

Em comparação com os resultados obtidos por Autran e Albuquerque (2002) os quais indicavam a citação de 46% de Monografias, 29% de Artigos Científicos, 5% de Artigos em Eventos, 2,7% de Documentos Eletrônicos e 17,3% para Outros Tipos de Documentos, detecta-se uma pequena diminuição na quantidade de citação de Monografias e um aumento da quantidade de citação de Artigos Científicos, Artigos em Eventos e de Artigos Avulsos disponíveis na Internet.

A grande quantidade de citações de monografias (livros ou capítulos de livros), por parte dos autores dos artigos publicados em Informação & Sociedade, está diretamente relacionada a uma característica explícita da área de Humanidades que é a preferência pela comunicação através de livros e capítulos de livros. Fundamentam essa afirmação os resultados exibidos no relatório "A Pesquisa no Brasil: perfil da pesquisa no Brasil e hierarquização dos grupos de pesquisa a partir dos dados do diretório dos grupos de pesquisa no Brasil", que analisa o período compreendido entre 1º de janeiro de 1995 e 30 de junho de 1997, e aponta que:

Esta grande área [Humanidades] é responsável por 57,9% de todos os livros e 45,3% de todos os capítulos publicados pela totalidade dos grupos. A soma de livros e capítulos de livros publicados pelos pesquisadores desta grande área é similar ao número de artigos publicados em periódicos nacionais e estrangeiros. Para efeito de comparação, nas Ciências Exatas e da Terra, o número de livros e capítulos publicados vale 8% do número total de artigos (BRASIL, 1997, p.34).

Outro aspecto identificado, foi a preferência pela citação de documentos escritos em português, os quais responderam por 69,8% das citações, seguidos por documentos redigidos em inglês e espanhol, com respectivamente 22% e 3,8% das citações (TAB. 5). Em comparação com os resultados obtidos por Autran e Albuquerque (2002) que apontavam que 74% dos textos citados eram escritos em português, verifica-se um decréscimo nas citações dos mesmos, ou seja, verifica-se o aumento do número de citações de documentos produzidos em outros idiomas.

Contudo, chama a atenção que 49,19% dos Artigos em Eventos, 40,61% dos Artigos Científicos, 55,31% dos Artigos Avulsos e 20,65% das Monografias citadas estão escritas em outras línguas (inglês, espanhol, francês etc.), ou seja, o que mantém a supremacia do idioma português como o mais citado é o consumo de 79,35% de monografias escritas nesse idioma. Por outro lado, as citações de monografias redigidas em português vêm baixando. Ademais, a proliferação de revistas científicas e anais de congressos eletrônicos nas áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação, tanto em português quanto em outras línguas, tende a interferir no acesso e consumo desses documentos e alterar a distribuição das referências por tipologia documental, suporte e idioma.

O cálculo da meia-vida das citações (TAB. 6 e 7), por sua vez, foi realizado através do critério definido por Burton e Kebler (1960) e diz respeito à mediana do envelhecimento e obsolescência das publicações citadas, tendo sido inspirado no conceito de meia-vida da física nuclear. Burton e Kebler definiram meia-vida da literatura científica como "o tempo durante o qual foi publicada a metade da bibliografia ativa circulante sobre um determinado tema"6 6 Tradução livre. (SALIDO, 2000, p. 140).

Burton e Kebler, postularam também a hipótese (que depois foi confirmada) de que a literatura científica periódica é composta por dois tipos de publicações com semi-períodos distintos, variando sua proporção nas diferentes disciplinas. Há matérias com um forte componente de literatura 'clássica', ou seja, resistente à obsolescência, como a geologia, a matemática, a botânica e, as ciências humanas e sociais. Outras pelo contrario, são compostas quase exclusivamente por literatura 'efêmera', como a física e a engenharia. Há, por último, algumas de caráter intermediário, como a química, a biologia e a medicina (SOCIEDAD ESPAÑOLA DE DOCUMENTACIÓN MÉDICA, 2005)7 7 Documento digital em HTML. .

Nessa perspectiva, as TAB. 6 e 7 expõem que a meia-vida das citações entre 2001 e 2005 foi de 5,6 anos, indicando uma possível resistência da literatura citada à obsolescência bibliográfica. Os resultados indicam também a tendência de que a Biblioteconomia e a Ciência da Informação, no Brasil, não necessitam da rapidez dos avanços científicos, técnicos e teóricos da área e que a literatura desta última é de vida intermédia.

Para a análise da dispersão das revistas citadas por Informação & Sociedade, procedemos à distribuição das mesmas em 3 zonas (TAB. 8). Desse modo, o núcleo da distribuição referente à 1ª zona, acumulou 26,10% das citações, sendo representado pelas revistas Ciência da Informação e Informação & Sociedade: estudos. A 2ª zona aglutinou 51,03% das citações e se fez representar pelas revistas Perspectivas em Ciência da Informação, Transinformação, Journal of the American Society for Information Science, Revista de Biblioteconomia de Brasília, Journal of Information Science, Datagramazero, Information Processing & Management, International Journal of Information Management, Annual Review of Information Science and Technology, Informare, B. Bibliotheques de France, Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação e Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG.

Os resultados expressos na TAB. 8 também indicam que 21,41% dos artigos científicos estão concentrados em apenas um título de revista, o qual representa 0,47% dos 211 títulos de revista citados. Para englobar 51,03% dos artigos científicos citados (348 referências) são necessários 15 títulos dessas revistas ou 7,11% do universo das mesmas. Para os demais 48,97% dos artigos científicos, são necessários 196 títulos de revistas. Assim, temos que as 15 revistas mais citadas respondem por 51,03% das citações e que os restantes 196 títulos representam 48,97% das citações.

Confrontando-se esses resultados com os de Autran e Albuquerque (2002), que apontam que entre 1991 e 2000 foram necessárias 23 revistas ou 12,3% do total de revistas citadas para cobrir 54,58% das citações, detecta-se que no período 2001-2005 houve uma menor dispersão nas 1ª e 2 ª zonas que representam, em média, 50% das citações e que houve aumento na dispersão na 3ª zona.

Vários fatores contribuíram para esse cenário. Entre eles, podemos citar o amadurecimento de Informação & Sociedade e uma maior nitidez de sua pauta, bem como o surgimento das revistas Encontros Bibli: Revista de Biblioteconomia e Ciência da Informação da UFSC, Datagramazero e Perspectivas em Ciência da informação - substituiu a Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, bem como o atraso ou interrupção da circulação dos periódicos Revista de Biblioteconomia de Brasília, Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação e Cadernos de Biblioteconomia, entre outros.

O QUADRO 1 apresenta, em ordem decrescente de citações, os 25 títulos de revistas científicas mais citados, permitindo, também, observar que entre as 10 revistas científicas mais citadas, seis são brasileiras, uma é norte-americana e três britânicas.


A TAB. 9 mostra a dispersão das monografias citadas entre 2001 e 2005 e permite identificar que 40 monografias, ou seja, 5,76% das monografias citadas concentraram 17,73% das citações. Constata-se também que 118 monografias (16,98% das citadas) agruparam 35,24% das citações e receberam entre duas e doze citações, enquanto 83,02% das monografias citadas receberam apenas uma citação.

No QUADRO 2, verificam-se as monografias mais citadas, iniciando com Sociedade da Informação no Brasil: livro verde, organizada por Tadao Takahashi, a qual obteve doze citações, concentrou 1,35% das citações e foi citada por 11,65% dos artigos; A Sociedade em Rede, escrita por Manuel Castells, obteve onze citações, ou seja, concentrou 1,23% das citações e foi citada em 10,68% dos artigos; A Comunicação Científica, de A. J. Meadows, e Cibercultura, de Pierre Lèvy, obtiveram respectivamente oito e seis citações. Em seguida, A Linguagem e seu Funcionamento, de Oswald Ducrot, e As Tecnologias da Inteligência, de Pierre Lèvy, ambas com cinco citações.


Entre as 15 monografias mais citadas, seis, ou seja, 40% delas, foram redigidas por autores ou organizadores brasileiros. Das 30 monografias mais citadas, 30% foram escritas ou organizadas por autores ou organizadores brasileiros e, dentre as 40 que receberam maior número de citações, detecta-se que 40% foram produzidas por autores ou organizadores brasileiros.

Os dados apontam, ainda, que a temática das monografias mais citadas está explicitamente relacionada a (1) Fundamentos Teóricos da Ciência da Informação e Biblioteconomia, (2) Aspectos Teóricos da Sociedade da Informação, (3) Cultura Digital, (4) Comunicação Científica e (5) Metodologia Científica.

A seguir, apresenta-se a análise de dispersão dos autores citados,em geral. Para a análise e compreensão da medida de dispersão dos mesmos é necessária atenção redobrada com o cálculo do Σ de Citações por Autores, porque não tem relação direta com a quantidade total de documentos citados. Por exemplo: um documento assinado por dois autores produz uma referência bibliográfica e garante uma citação para cada autor.

A TAB. 10 indica que a construção teórica dos 103 artigos publicados em Informação & Sociedade entre 2001 e 2005 está baseada na citação de 1187 autores. Desses, 1 autor ou 0,07% do universo concentrou 26 citações ou 1,11% do total das citações. Para aglutinar 10,43% das citações são necessários 17 autores ou 1,13% do total dos autores citados. Por sua vez, para cobrir 22,38% das citações necessita-se de 60 autores ou 3,98% do universo, e 21,23% dos autores mais citados aglutinam 49,49% do total das citações.

O QUADRO 3, por seu lado, aponta, em ordem decrescente, os 60 autores mais citados e que obtiveram pelo menos cinco citações. Iniciando a lista temos Pierre Lévy, que obteve 26 citações e concentrou 1,11% das referências. Em seguida, encontramos Emilia Currás, com 20 citações; Nice Menezes de Figueiredo, que apareceu com 18 citações; Francisco das Chagas de Souza e Maria das Graças Targino, ambos com 17 citações, entre outros.


Quanto à dispersão dos autores de artigos científicos, identifica-se na TAB. 11 que um autor ou 0,15% do total dos autores obteve 13 citações e concentrou 1,47% das citações, enquanto 9 autores ou 1,38% do universo concentraram 81 citações ou 9,14% das citações.

O QUADRO 4 apresenta os autores de artigos científicos mais citados entre 2001 e 2005, a começar com Maria das Graças Targino, que obteve 13 citações, seguida de Regina Maria Marteleto, com 11 citações, e Aldo de Albuquerque Barreto e Murilo Bastos da Cunha, cada um com nove citações, entre outros.


Identifica-se também que entre os períodos de 1991-2000 e 2001-2005 houve uma redução da presença feminina entre os 20 autores de artigos científicos mais citados. No artigo de Autran e Albuquerque (2002) encontravam-se 15 mulheres entre os 20 autores que receberam mais citações, ao passo que nesta pesquisa identificaram-se 12 mulheres entre os 20 autores mais citados, isto é, observa-se uma redução de 20% de mulheres entre os 20 autores mais citados de artigos científicos.

A análise da dispersão dos autores de monografias (TAB. 12) indica que um autor ou 0,15% dos autores citados concentrou 2,4% das citações, enquanto oito autores ou 1,18% dos autores concentraram 109 citações, que correspondem a 10,7% das citações.

O QUADRO 5, traz em ordem decrescente de citações os 61 autores de monografias mais citados, aparecendo em primeiro lugar Pierre Lèvy, que concentrou 2,47% das citações. Entre os 20 autores de monografias mais citados encontram-se duas mulheres e 18 homens. Entre estes últimos, 22,2% são brasileiros, sendo que entre as mulheres ambas são brasileiras.


Comparando o ranking dos autores de artigos científicos e de monografias mais citados identifica-se, neste caso, que as autoras brasileiras estão melhor representadas e alcançam maior visibilidade por intermédio dos artigos científicos.

5 Considerações finais

Em relação à produtividade da revista Informação & Sociedade: estudos, constata-se haver uma estabilidade no número de artigos publicados no decorrer dos anos, bem como ter aumentado a quantidade de artigos escritos em colaboração durante o período 2001-2005 e que as colaborações mais frequentes envolveram dois autores e aqueles que trabalhavam na mesma instituição.

As relações de gênero existentes entre os autores de artigos indicam que houve uma diminuição de 6,4% da participação feminina na autoria dos artigos publicados entre 2001 e 2005. Verificou-se ainda uma redução de 20% da presença feminina entre os 20 autores mais citados de artigos científicos.

As monografias são os documentos mais citados, representando 44,95% das citações, seguidas de artigos científicos e artigos publicados em anais de congressos, com respectivamente 34,4% e 6,26% das citações. Esses dados remetem a uma diminuição do consumo (citação) de monografias (livros) e um aumento do consumo de artigos científicos e artigos apresentados em eventos.

Os documentos escritos em português respondem por 69,7% das citações, seguidos pelos escritos em inglês, com 22% das citações. A maior utilização do Portal Periódicos CAPES e a proliferação de revistas científicas e anais de congresso eletrônicos disponíveis na Internet, tanto nacionais quanto estrangeiros, contribuem para uma tendência de redução do consumo de documentos redigidos em português.

A resistência à obsolescência dos documentos citados pode ser visualizada quando se identifica que as monografias são responsáveis por 44,95% das citações e que a vida média da literatura citada é de 5,6 anos.

Quanto ao cálculo da dispersão das revistas científicas, verifica-se uma concentração (menor dispersão) na zona que representa 50% dos artigos científicos mais citados e maior dispersão na Zona seguinte. Identifica-se também que houve menor dispersão entre os autores mais citados e que representam 50% das citações e maior dispersão entre os autores menos citados. A incorporação de novos profissionais no mercado de trabalho, bem como o aumento da produtividade técnica e de pesquisa dos profissionais da área, colaboram para a fragmentação do universo dos autores menos citados .

A análise permitiu vislumbrar, também, mudanças nos hábitos de produção e consumo de informação dos autores e a grande interdisciplinaridade existente na área. Inclui-se, aqui, a dificuldade em definir um referencial teórico representativo através das monografias, enquanto para os artigos científicos essa tarefa mostrou-se mais fácil e permite melhor visualizar as políticas e posturas da área.

Quanto às sugestões, recomenda-se ao Editor de Informação & Sociedade: estudos e aos referees dos artigos terem maior atenção na correção das referências bibliográficas. Uma revista de Biblioteconomia e Ciência da Informação não pode permitir nem apresentar os erros de citações e de referências bibliográficas detectados.

Ademais, há uma política editorial que estabelece a nomenclatura e as finalidades das seções da revista em pauta que, entretanto, não é seguida, haja vista as mudanças constantes na grafia das mesmas. Em princípio, essas instabilidades na apresentação gráfica e editorial não provocam danos ao conteúdo dos artigos. Mas, acredita-se que o conjunto dos erros possa criar barreiras e afastar autores mais exigentes quando da seleção da revista para enviarem e publicarem seus artigos.

Para efeito de estudos bibliométricos, os erros de citações e de referências bibliográficas encontrados na revista Informação & Sociedade: estudos podem prejudicar a tabulação e análise dos dados e, em situações extremas, provocar perda de dados e até mesmo influir negativamente na avaliação do fator de impacto das revistas da área, num futuro próximo.

Recebido em 04.02.2008

Aceito em 05.03.2010

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  • Consumo de informação na revista Informação & Sociedade: estudos - 2001/2005

    Information consumption in the journal Informação & Sociedade: estudos - 2001/2005
  • 1
    Utiliza-se o termo consumo de informação na perspectiva empregada por Eugene Garfield, no artigo intitulado "Universities as producers and consumers of information" (GARFIELD, 1983b).
  • 2
    Portal na Internet.
  • 3
    Documento digital.
  • 4
    A expressão "vida média" para indicar a medida da obsolescência das citações é, algumas vezes, utilizada nas traduções para o português, mas está incorreta. O conceito de meia-vida corresponde à mediana de uma distribuição de citações de acordo com sua idade, e não à média; além disso, na física o termo usado é meia-vida dos materiais radioativos.
  • 5
    Encontramos uma grande dificuldade na identificação da tipologia documental, porque muitas referências bibliográficas estavam incorretas, principalmente quando se referiam a documentos recuperados na Internet.
  • 6
    Tradução livre.
  • 7
    Documento digital em HTML.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Jul 2010
    • Data do Fascículo
      Abr 2010

    Histórico

    • Aceito
      05 Mar 2010
    • Recebido
      04 Fev 2008
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