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Processo de gestão da informação em localidade com concentração de atividades da cadeia produtiva: extrapolando benefícios para o contexto do órgão gestor

Process of information management at business clusters: extrapolating benefits for organs of the business clusters management

Resumos

Este artigo analisa o estágio atual e oportunidades para prática do processo de gestão da informação junto aos órgãos gestores das localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva, como: aglomerações empresariais, arranjos produtivos locais (APLs), clusters empresariais e demais variações dessas entidades. Hipóteses foram formuladas com o objetivo de analisar o potencial da gestão da informação no apoio às atividades do órgão gestor dos APLs. A pesquisa abrangeu coleta de dados junto a seis APLs, de seis segmentos de negócio distintos. Para cada uma destas localidades produtivas, seis atores centrais foram entrevistados, bem como os atores do conhecimento com atuação junto aos atores centrais da localidade e os responsáveis pelo órgão gestor do APL. Foram usadas duas técnicas estatísticas para testar as hipóteses: o índice de Nihans e análise de conglomerados. Observou-se que, independente do nível de maturidade do APL, não há diferença significativa na incidência de eventos de transferência da informação valorados e justificados por intermédio de dimensões da qualidade da informação, porém, há diferença significativa quanto à quantidade de dimensões citadas pelos atores centrais. Quanto mais evoluído o APL maior a quantidade de dimensões citadas pelo ator central, como justificativa para a valoração do evento. Como benefício do processo de gestão da informação no contexto dos APLs, a presente pesquisa apresenta a oportunidade de auxiliar na classificação dos APLs, atividade realizada, hoje, com indicadores pouco precisos. Desta forma, além dos atores centrais das localidades, os órgãos supraentidades produtivas, como órgão gestor do APL, secretarias de indústria e comércio dos municípios e secretarias de desenvolvimento regional, também estão entre os beneficiários da adoção da prática de gestão da informação no contexto das localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva.

Gestão da informação; Dimensões da qualidade da informação; Arranjos produtivos locais; Cadeia Produtiva


This article analyzes the current development and the opportunities for the practice of the process of information management in the context of organs of the business clusters management as: agglomerations, local productive arrangements (APLs), business clusters and others variations of these entities. The hypotheses were formulated with the objective of analyzing the potential of the information management to support the organ manager's of APLs activities. The research made the collection of data in six APLs of six segments of different business. For each one of these productive places, six central actors were interviewed. The actors of the knowledge were also interviewed with performance linked to the central actors of the place and the responsible persons by the organ manager of APL. Two statistical techniques were used to test the hypotheses: the index of Nihans and cluster analysis. It was observed that, independent of the level of maturity of APL, there is not significant difference in the incidence of events of transfer of the valued information and justified through dimensions of the quality of the information. However there is significant difference with relationship to the amount of dimensions mentioned by the central actors. The more developed it is APL, larger number of dimensions it is mentioned by the central actor as form of justifying the positive evaluation of the event. As benefit of the process of information management in the context of APLs, this research presents the possibility to aid in the process of classification of APLs, activity accomplished now with indicative not very precise. This way, besides the central actors of the local productive arrangements, other organs, as the organ manager of APL, departments of industry and commerce of the municipal districts, secretariats of regional development, are also among the beneficiaries of the adoption of the practice of information management in the context of the business clusters.

Information Management; Information Quality Dimensions; Cluster


ARTIGOS

Processo de gestão da informação em localidade com concentração de atividades da cadeia produtiva: extrapolando benefícios para o contexto do órgão gestor

Process of information management at business clusters: extrapolating benefits for organs of the business clusters management

José Osvaldo De SordiI; Manuel Antonio MeirelesII

IDocente-pesquisador do programa de mestrado e doutorado em administração da Universidade Nove de Julho (UNINOVE)

IIDocente-pesquisador do programa de mestrado em administração da Faculdade Campo Limpo Paulista (FACCAMP)

RESUMO

Este artigo analisa o estágio atual e oportunidades para prática do processo de gestão da informação junto aos órgãos gestores das localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva, como: aglomerações empresariais, arranjos produtivos locais (APLs), clusters empresariais e demais variações dessas entidades. Hipóteses foram formuladas com o objetivo de analisar o potencial da gestão da informação no apoio às atividades do órgão gestor dos APLs. A pesquisa abrangeu coleta de dados junto a seis APLs, de seis segmentos de negócio distintos. Para cada uma destas localidades produtivas, seis atores centrais foram entrevistados, bem como os atores do conhecimento com atuação junto aos atores centrais da localidade e os responsáveis pelo órgão gestor do APL. Foram usadas duas técnicas estatísticas para testar as hipóteses: o índice de Nihans e análise de conglomerados. Observou-se que, independente do nível de maturidade do APL, não há diferença significativa na incidência de eventos de transferência da informação valorados e justificados por intermédio de dimensões da qualidade da informação, porém, há diferença significativa quanto à quantidade de dimensões citadas pelos atores centrais. Quanto mais evoluído o APL maior a quantidade de dimensões citadas pelo ator central, como justificativa para a valoração do evento. Como benefício do processo de gestão da informação no contexto dos APLs, a presente pesquisa apresenta a oportunidade de auxiliar na classificação dos APLs, atividade realizada, hoje, com indicadores pouco precisos. Desta forma, além dos atores centrais das localidades, os órgãos supraentidades produtivas, como órgão gestor do APL, secretarias de indústria e comércio dos municípios e secretarias de desenvolvimento regional, também estão entre os beneficiários da adoção da prática de gestão da informação no contexto das localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva.

Palavras-chave: Gestão da informação; Dimensões da qualidade da informação; Arranjos produtivos locais; Cadeia Produtiva.

ABSTRACT

This article analyzes the current development and the opportunities for the practice of the process of information management in the context of organs of the business clusters management as: agglomerations, local productive arrangements (APLs), business clusters and others variations of these entities. The hypotheses were formulated with the objective of analyzing the potential of the information management to support the organ manager's of APLs activities. The research made the collection of data in six APLs of six segments of different business. For each one of these productive places, six central actors were interviewed. The actors of the knowledge were also interviewed with performance linked to the central actors of the place and the responsible persons by the organ manager of APL. Two statistical techniques were used to test the hypotheses: the index of Nihans and cluster analysis. It was observed that, independent of the level of maturity of APL, there is not significant difference in the incidence of events of transfer of the valued information and justified through dimensions of the quality of the information. However there is significant difference with relationship to the amount of dimensions mentioned by the central actors. The more developed it is APL, larger number of dimensions it is mentioned by the central actor as form of justifying the positive evaluation of the event. As benefit of the process of information management in the context of APLs, this research presents the possibility to aid in the process of classification of APLs, activity accomplished now with indicative not very precise. This way, besides the central actors of the local productive arrangements, other organs, as the organ manager of APL, departments of industry and commerce of the municipal districts, secretariats of regional development, are also among the beneficiaries of the adoption of the practice of information management in the context of the business clusters.

Keywords: Information Management; Information Quality Dimensions; Cluster.

1 Introdução* * Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP, pelo apoio financeiro concedido ao projeto de pesquisa associado ao presente artigo.

Muitos são os estudos recentes do efeito direto do processo de gestão da informação, em especial do compartilhamento da informação, no contexto das localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva. Estas localidades podem ser denominadas como arranjos produtivos locais (APL), aglomerados empresariais, clusters de negócio, dentre outros tantos termos análogos, explorados na seção de referencial teórico. São muitos os benefícios obtidos pela prática da gestão da informação nesses ambientes, como: melhor ordenação da função logística, redução de custos, maior produção, melhor e maior difusão de produtos e serviços, maior capacitação tecnológica, maior capacidade inovadora, entre outros (GAL-OR, 1985; COOPER; FOLTA; WOO, 1995; ASHEIM, 1996; BAPTISTA; SWANN, 1998; BELL; ALBU, 1999; LO, 2002; FEDOROWICZ et al.., 2004; JU et al.., 2006).

O objeto de estudo desta pesquisa é o processo de gestão da informação no contexto das localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva. A percepção e justificativa do problema de pesquisa originaram-se com a análise preliminar realizada pelos pesquisadores junto a seis APLs localizados no interior do Estado de São Paulo. No início de 2008, os pesquisadores entrevistaram, individualmente, os administradores responsáveis pelo órgão gestor de seis localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva. Nessas entrevistas, semiestruturadas, descritas detalhadamente na seção de procedimentos metodológicos da pesquisa, três aspectos foram questionados: a) se havia um centro de informação dentro da estrutura do órgão gestor; b) se o órgão gestor da localidade produtiva disponibilizava formalmente às empresas associadas algum acervo de informação, caso afirmativo, a estratégicas às empresas da localidade produtiva como, por exemplo, a representação das atividades da cadeia produtiva, acompanhando a evolução do produto/serviço bem como dos processos produtivo.

Os resultados deste levantamento inicial junto aos órgãos gestores das localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva, estão descritos no Quadro 1. A partir desta informação evidenciou-se a postura bastante incipiente dos órgãos gestores dos APLs com relação à prática do processo de gestão da informação. Esta percepção inicial foi ratificada com o desenvolvimento dos trabalhos de coleta de dados da pesquisa. Os seis órgãos gestores dos APLs não tinham disponibilidade de registros referentes aos conjuntos de informações requeridas pela pesquisa. Havia a expectativa, por exemplo, que os órgãos gestores tivessem disponibilidade de informações referentes às iniciativas apoiadas pela entidade com relação a eventos de transferência da informação aos atores centrais do APL. Informações como: agenda de eventos dos últimos anos, conteúdo transmitido, prática adotada e entidade responsável pelo conteúdo. Tais informações não estavam disponíveis e tiveram ser obtidos, exclusivamente, por intermédio de levantamento de dados junto aos atores centrais dos APLs.


Esta pesquisa busca ir além da discussão de benefícios da gestão da informação para as empresas das localidades com concentração de atividade produtiva, objetiva evidenciar que a prática da gestão da informação é, também, interessante no contexto dos órgãos supraentidades destas localidades, como o órgão gestor do APL, secretarias de indústria e comércio dos municípios, secretarias de desenvolvimento regional, entre outras.

Uma das dificuldades dessas supraentidades, com interesse nas localidades com concentração de atividade produtiva, é determinar o nível de maturidade destas localidades. Os indicadores disponíveis são bastante homogêneos em termos de atributos das localidades empregados nas análises, orbitando em torno da mesma dimensão ou tema: aspectos demográficos, como quantidade de empregados e de empresas associadas à determinada atividade produtiva. A complexidade destas localidades é ampla, requerendo análises igualmente abrangentes e de natureza multifacetadas, que devem abordar outras dimensões além das produtivas, como as associadas a questões culturais, sociais e políticas. No referencial teórico, há uma subseção específica para explorar as dificuldades para classificação de localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva.

A premissa da presente pesquisa é que o processo de gestão da informação, difundido e praticado, de forma abrangente, pelas entidades presentes nas localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva, possa, também, gerar subsídios importantes ao órgão gestor do APL realizar a atividade de análise e classificação destas localidades. Com isto, disponibilizam-se atributos associados a outras dimensões distintas das produtivas, neste caso, atributos associados à gestão da informação, como meio distintivo e classificatório das localidades com concentração de atividades produtivas.

A identificação de atributos com potencial para auxiliar na classificação das localidades com concentração de atividades produtivas está associada à seguinte hipótese substantiva:

H Atores da cadeia produtiva de localidades com bom nível de organização e desenvolvimento - os arranjos produtivos locais (APLs) - dedicam maior atenção à gestão das informações que circulam na rede, reconhecendo-as como insumo central para geração do conhecimento que impulsiona a inovação. Esta melhor gestão da informação resulta em atores da rede com melhor discernimento das dimensões atreladas à informação de qualidade.

A partir desta hipótese substantiva, as seguintes hipóteses específicas foram formuladas:

Ha1 As localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva que apresentam bom nível de organização e desenvolvimento - os APLs - apresentam maior incidência de eventos de transferência da informação valorados e justificados por intermédio de dimensões da qualidade da informação;

Hb1 As localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva e que apresentam bom nível de organização e desenvolvimento - os APLs - apresentam maior quantidade de atributos da qualidade da informação para evento valorado e justificado por intermédio das dimensões da qualidade da informação; e

Hc1 As dimensões da qualidade da informação podem ser empregadas para categorização de eventos de transferência da informação que ocorrem no contexto das localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva.

A possibilidade de utilizar atributos associados à transferência de informação, como meio distintivo e classificatório de localidades com concentração de atividades produtivas, configura uma oportunidade abordada pela presente pesquisa: ter órgãos supraentidades dos APLs comprometidos e interessados com a disseminação do processo de gestão da informação entre os atores centrais da localidade. Ter uma supraentidade como patrocinadora ou stakeholder de um projeto de gestão da informação é algo relevante ao êxito da iniciativa, em especial, nas localidades produtivas com níveis de cooperação ainda incipientes entre seus atores centrais.

2 Referencial teórico

Nesta seção abordam-se dois conceitos importantes para compreensão das análises presentes nesta pesquisa: a) gestão da informação, compreendendo dois tópicos, o processo de gestão da informação e as dimensões para análise da qualidade da informação; e b) localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva, também decomposto em dois tópicos, as terminologias e taxionomias empregadas na classificação destas entidades e as dificuldades encontradas para classificação destas localidades.

2.1 Gestão da informação

2.1.1 Processo de gestão da informação

O processo de gestão da informação e do conhecimento das organizações tem sido intensamente discutido e reestruturado desde meados da década de noventa. Isto ocorre em função da percepção crescente, tanto das organizações, quanto do ambiente acadêmico, da importância estratégica dos recursos informação e conhecimento para promoção da inovação e do aumento de competitividade das organizações. O processo de gestão da informação e do conhecimento passou a ser entendido além das fronteiras estreitas da área de tecnologia em processamento de dados das décadas de 60 e 70, bem como também transpôs os conceitos de sistemas de informação das décadas de 80 e 90; seu escopo vai muito além das três atividades elementares de coleta, armazenamento e distribuição de dados e informações. Entre as atividades que diferenciam o atual processo de gestão da informação e do conhecimento, das proposições tecnológicas das décadas passadas, destacam-se, principalmente, a introdução das atividades de aprendizagem dos colaboradores e a contribuição destes com a partilha de novos conhecimentos de interesse da organização.

A entidade organização é incapaz de aprender sozinha, para esta atividade ela depende de seus funcionários e colaboradores; é o indivíduo - ser humano - que é dotado de tal capacidade. Assim, a metáfora "organizações que aprendem" ou "learning organizations" referenciam organizações que desenvolvem, intencionalmente, práticas que auxiliam no processo de aprendizado das pessoas de seu interesse. Práticas pesquisadas e utilizadas na área de educação estão sendo consideradas e praticadas no ambiente das organizações objetivando aumentar sua capacidade competitiva. No escopo do processo da gestão da informação e do conhecimento, há a atividade "aprender/criar", que abrange fundamentos e técnicas da ciência pedagógica.

Muitos modelos de processos de gestão da informação e do conhecimento foram apresentados e propostos por diferentes pesquisadores, a variação de atividades envolvidas em cada modelo é decorrente do background de cada pesquisador, seja do segmento de negócio de sua atuação ou do foco de suas linhas de pesquisa, que acabam por enfatizar mais uma ou outra atividade do processo de gestão da informação e do conhecimento. Lytras e Pouloudi (2003) analisaram modelos de vinte diferentes autores, por intermédio da consolidação de dois extensos trabalhos taxionômicos sobre atividades do processo de gestão do conhecimento, os realizados por Rubenstein-Montano et al. (2001) e Nissen, Kamel e Sengupta (2000). Os resultados alcançados por Lytras e Pouloudi (2003) evidenciam as muitas semelhanças entre os diversos modelos desenvolvidos.

Nesta pesquisa, utilizou-se o processo de gestão da informação e do conhecimento adaptado de Bukowitz e Williams (1999), cuja estrutura operacional e gerencial está representada na Fig. 1; o Quadro 1 descreve cada atividade deste processo. A escolha por este modelo ocorreu por ele apresentar e discutir de forma ampla e detalhada cada uma das atividades do processo de gestão de conhecimento; segundo Okunoye e Karsten (2002, p. 18) o modelo de Bukowitz e Williams "oferece um framework detalhado para se pensar a respeito do processo de gestão de conhecimento".


A compreensão de teorias e práticas do processo de gestão da informação pelos atores centrais do APL deve estimular a reflexão, bem como a prática de muitas ações benéficas ao desenvolvimento do APL. Maskell (2001) argumenta que a aglomeração de firmas possibilita, no mínimo, a troca de conhecimentos. Com os esforços adicionais da prática da gestão da informação, estas aglomerações de empresas podem ir além da atividade de distribuição de informação entre si. Podem almejar, por exemplo, trabalhar as atividades de aprendizagem e contribuição do processo de gestão da informação, conforme destacado na Figura 1. Nesta situação plena em termos de princípios e práticas do processo de gestão da informação, obtêm-se a vantagem competitiva derivada de externalidades locais e ações conjuntas entre atores centrais (SCHMITZ, 1999), instaura-se a "eficiência coletiva ativa" (NADVI, 1997).

A prática do processo de gestão da informação no contexto dos APLs é benéfica e interessante, seja na perspectiva estratégica, competitiva ou do desenvolvimento regional. Os órgãos supraentidades podem se tornar agentes de disseminação da prática entre os atores centrais dos APLs e a classificação das localidades produtivas, por intermédio da análise de informações transmitidas aos atores centrais, pode ser um bom argumento para iniciar a discussão e despertar o interesse da prática pelos órgãos supraentidades.

A crescente importância atribuída pela sociedade aos recursos informação e conhecimento foi destacada nas pesquisas de Gorey e Dobat (1996), que evidenciaram as diferenças de valores atribuídos aos recursos: capital, trabalho, terra e conhecimento, ao longo de três grandes momentos de nossa sociedade: era agrícola, era industrial e era do conhecimento. Com o ciclo do conhecimento iniciado há pouco tempo, vivenciamos, hoje, um momento ainda de adaptação e entendimento das organizações a este novo cenário competitivo. Entre as mudanças ocorridas, tem-se a geração de valor organizacional mais dependente da gestão dos recursos intangíveis, fortemente baseados em conhecimento, em detrimento da posse de recursos financeiros como ocorria no ciclo anterior: o industrial. Ranft e Lord (2002) ressaltam que empresas que possuam estoques de conhecimento organizacional associados com a criação de valor, podem ser descritas como incomuns ou exclusivas, tendo boa chance de gerar altos retornos sustentáveis. Ao ser questionado sobre as razões do conhecimento ser uma fonte de vantagem sustentável, Zack (1999, p.128) respondeu:

O conhecimento tácito, especialmente aquele pertinente a um contexto específico, vinculado às complexas rotinas organizacionais e desenvolvido a partir de experiências, torna-se único e de difícil imitação. Ao contrário, de muitos recursos desenvolver experiências similares. Porém, adquirir conhecimento por intermédio de experiência consome tempo, sendo este, limitado pela capacidade das empresas concorrentes em acelerar suas curvas de aprendizagem, o que demanda grandes investimentos.

2.1.2 Dimensões para análise da qualidade da informação

A discussão sobre qualidade da informação é uma atividade bastante árdua, complexa e de muita controvérsia. No meio científico-acadêmico há muitas percepções, mas que, ainda, não convergem para um consenso. Apresentam-se a seguir percepções de alguns autores que demonstram essa dificuldade.

A qualidade da informação constitui-se num conceito problemático. [...] não há consenso na literatura sobre definições teóricas e operacionais da qualidade da informação. Há uma alusão recorrente entre autores interessados no tema de que as definições de qualidade de informação são ambíguas, vagas ou subjetivas (PAIM; NEHMY; GUIMARÃES, 1996, p. 112).

Qualquer critério de avaliação da qualidade da informação é, por natureza, subjetivo. É praticamente impossível encontrar um critério de mensuração simples, preciso e satisfatório (SCHWUCHOW, 1990 apud PAIM; NEHMY; GUIMARÃES, 1996, p. 114).

A informação nunca será exata porque depende do contexto; nunca está isolada, tem vida própria e sua qualidade depende da visão, do nível de conhecimento, da interpretação de seu receptor. A busca da qualidade total da informação é similar à busca do eldorado. (CASANOVA, 1990 apud PAIM; NEHMY; GUIMARÃES,1996, p. 114).

Tal dificuldade não deve ser motivo para que não se atenha à questão da qualidade da informação do ponto de vista de sua gestão, muito pelo contrário, deve ser um estímulo ao seu estudo e compreensão em decorrência da importância crescente desse ativo. Conforme Oleto (2006) concluiu em pesquisas recentes, os usuários do ambiente informacional carecem de referenciais teóricos que tragam os conceitos de qualidade da informação para o cotidiano do ambiente das organizações. Os usuários das informações não possuem "a experiência de pensar a informação a partir de sua qualidade" (OLETO, 2006, p. 61). Discutem-se, a seguir, alguns aspectos que caracterizam a informação, bem como a situação ideal para estes a fim de se obter informação de qualidade.

Há muitas formas de categorização das dimensões da qualidade da informação; Garvin (1988), Salmela (1997), Tozer (1999) e Huang et al. (1999) são alguns dos autores que esquematizaram diferentes conjuntos de dimensões. Huang et al. (1999), por exemplo, desenvolveram uma lista de quinze dimensões para análise da informação, classificadas em quatro categorias:

• qualidade intrínseca - acurácia, objetividade, credibilidade, e reputação;

• qualidade de acessibilidade - acesso e segurança;

• qualidade contextual - relevância, valor agregado, economia de tempo, completude e quantidade de dados; e

• qualidade representacional - interpretabilidade, facilidade de uso, representação concisa e representação consistente.

Apresenta-se no Quadro 2, a descrição de características da informação que podem ser utilizadas por administradores para análise e mensuração da qualidade da informação, considerando tanto seus aspectos subjetivos quanto objetivos, isto é, sejam as características relacionadas à informação propriamente dita ou aquelas relacionadas ao seu uso. Essas características da informação denominam-se dimensões para análise da informação ou simplesmente dimensão. Cabe destacar que as dimensões da qualidade da informação podem ser em menor ou maior número, a depender do nível de generalização ou especialização utilizado ao se definir cada dimensão. Além do nível de decomposição definido, deve-se lembrar que há muitos termos sinônimos para uma mesma dimensão.


O termo e dimensão da qualidade da informação "precisão" foi denominado na presente pesquisa como "aplicabilidade", sendo apresentado e definido aos respondentes da pesquisa conforme o referencial teórico adotado, ou seja, indica o nível de detalhamento e preparo da informação para o pronto uso (DE SORDI, 2008).

2.2 Localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva

2.2.1 Terminologias e taxionomias para localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva

Duas das hipóteses formuladas, no presente trabalho, referem-se a localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva com bom nível de organização e desenvolvimento: os APLs. Desta forma, é necessário ter em conta as diferentes formas de localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva e os diferentes níveis de organização e desenvolvimento.

Por aglomeração entende-se, de acordo com Marshall (1982), a especialização de uma cidade ou região que se torna fator de atração para compradores e de fornecedores daquela cidade ou região. Para APL há diversas definições, porém, nenhuma delas pode ser considerada como de amplo consenso entre acadêmicos, formuladores de políticas públicas e demais interessados (HADDAD, 2002). A definição mais utilizada para APL é: concentração geográfica de atores econômicos, políticos e sociais - com foco em um conjunto específico de atividades econômicas - que se relacionam entre si, mesmo que de forma incipiente.

Entre os principais atores destacam-se: (a) atores econômicos (clientes, parceiros e competidores; fornecedores de insumos, componentes, ou equipamentos; fornecedores de serviços técnicos); (b) atores do conhecimento (consultores; universidades e institutos de pesquisa); (c) atores de regulação (órgão gestor do APL, governos em seus vários níveis); e (d) demais atores sociais (sindicatos, associações empresariais organizações de suporte, organizações do chamado "Terceiro Setor", entre outros) (ALBAGLI; BRITO, 2003; PORTER, 1998).

Um importante subgrupo de atores econômicos são as organizações que desenvolvem atividades econômicas centrais do APL, ou seja, atividades diretamente associadas ao cerne do produto desenvolvido ou do serviço prestado. Estas organizações que desenvolvem atividades econômicas centrais no contexto do APL são costumeiramente denominadas de "atores centrais" do APL.

A proximidade física entre os atores centrais do APL facilita não apenas a troca de informações, mas, inclusive, a geração do conhecimento. A espiral da gestão do conhecimento, ou seja, o trâmite de conversão entre conhecimentos tácitos e explícitos (NONAKA; TAKEUSHI, 1997), ocorre de forma mais natural e eficaz nesses ambientes em função da maior proximidade, facilidade e probabilidade de interações intencionais ou não entre os atores centrais (MASKELL, 2001).

A contínua valorização do conhecimento na sociedade e no ambiente empresarial influenciou o processo evolutivo dos APLs. A capacidade das empresas constituintes do APL em gerar inovações passou a ser considerada aspecto crítico ao sucesso, o que acarretou intervenções administrativas com o objetivo de influenciar, por exemplo, na cooperação entre os atores do arranjo, nas formas de aprendizagem, no grau de disseminação do conhecimento especializado local. Esse novo entendimento trouxe nova terminologia e estrutura taxionômica para distinção das diferentes gerações de APLs. A partir da perspectiva da importância central do processo inovativo na competitividade do APL surgiram termos como: "sistema produtivo e inovativo local", "cluster maduro" e "sistema local de inovação". O entendimento do termo "arranjo produtivo local" permanece vinculado à estrutura de sua gênese, organização em rede sem ênfase no conhecimento e na inovação, embora alguns autores prefiram especificar melhor essas proposições como "arranjo produtivo local não-avançado" ou "arranjo produtivo não clusterizado" (HADDAD, 2002; ALBAGLI; BRITO, 2003).

A "Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais (RedeSist)", coordenada pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, denomina essa nova proposição de APL que prioriza a inovação como Sistema Produtivo e Inovativo Local (SPIL) e trabalha com a seguinte definição (REDE... , 2008, grifo nosso):

Sistemas produtivos e inovativos locais - SPILs - são conjuntos de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, desenvolvendo atividades econômicas correlatas e que

apresentam vínculos expressivos de produção, interação, cooperação e aprendizagem.

SPILs geralmente incluem empresas - produtoras de bens e serviços finais, fornecedoras de equipamentos e outros insumos, prestadoras de serviços, comercializadoras, clientes, etc., cooperativas, associações e representações -e demais organizações voltadas à formação e treinamento de recursos humanos, informação, pesquisa, desenvolvimento e engenharia, promoção e financiamento.

Para ocorrência expressiva de aprendizagem no contexto dos APLs, ou seja, para que eles possam evoluir para SPILs, seus gestores devem dedicar especial atenção à administração das informações que circulam na rede. Isso é fundamental, por ser a informação o insumo central para geração do conhecimento que impulsiona a inovação. Daí a importância de pesquisas voltadas ao binômio: dimensões da qualidade da informação e localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva.

Apesar dos métodos mais objetivos, com disponibilidade de indicadores para classificação de localidades com concentração de atividades produtivas, estarem fortemente concentrados em torno de aspectos produtivos, há outras abordagens classificatórias e taxionomias propostas. Os critérios classificatórios empregados por estas podem envolver: estrutura, maturidade tecnológica, desenvolvimento, nível de arranjo interorganizacional ou nível de inovação tecnológica. Em uma lista não exaustiva de pesquisadores que propuseram taxionomias para este fim, tem-se: Marshall (1982), Amin (1994) e Albu (1997); Enright (1996), Bianchi (1996), Markusen (1996) e Chorincas, Marques e Ribeiro (2001).

2.2.2 Dificuldades para classificação de localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva

Os indicadores para distinção e classificação de localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva utilizam-se de atributos associados a características demográficas das localidades, como quantidade de empregos e quantidade de empresas de determinado segmento de negócio.

Para definição do segmento de negócio das empresas, adota-se, na maioria dos países ocidentais, a classificação elaborada pelo International Standard Industrial Classification of All Economic Activities (ISIC) ou outro atributo muito similar, como é o caso do Brasil, que emprega a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Apesar dos órgãos públicos que registram as empresas empregarem estruturas de dados que permitem o registro de vários códigos de atividade econômica (por exemplo, no Brasil, pode-se registrar o CNAE principal e do CNAE secundário), apenas um é obrigatório e suficiente para o registro das empresas. A grande maioria dos cadastros empresariais apresenta apenas um código de atividade econômica por organização, o que não retrata a realidade de muitas empresas, que apresentam integração vertical da cadeia produtiva, ou seja, realizam mais de uma atividade econômica associada à cadeia produtiva na qual atuam. Normalmente, o código de atividade adotada é a última do processo produtivo da cadeia, conforme exemplo extraído do manual de operações do CNAE (MANUAL, 2010, p. 33):

Como exemplo, temos o estabelecimento produtor de tecidos, que tem como matéria-prima a fibra de algodão, que é transformada em fio (1311-1/00- Preparação e fiação de fibras de algodão ), e os fios são transformados em tecidos (1321-9/00- Tecelagem de algodão). Se não houver vendas dos produtos intermediários, o estabelecimento terá atividade única, que será a do final da linha de produção: Tecelagem de algodão - 1321-9/00.

Assim como os códigos não discriminam todas as atividades produtivas da empresa, há dificuldade na determinação da quantidade de trabalhadores em determinado segmento ou atividade produtiva do segmento. Todos os funcionários da organização são associados a apenas uma categoria de trabalhadores ou sindicato, o que é incorreto em termos de análise da cadeia produtiva segundo atividade econômica exercida, considerando que uma organização pode desempenhar diversas atividades da cadeia produtiva. A título de exemplo, os funcionários que trabalham na fabricação de latas (atividade metalgráfica), dentro de uma indústria alimentícia, serão considerados e contabilizados pelos indicadores como trabalhadores alimentícios e não trabalhadores metalúrgicos. Desta forma, tais distorções, associadas às atividades econômicas, geram desvirtuamentos dos resultados gerados pelos indicadores empregados para classificação de localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva.

3 Procedimentos metodológicos

3.1 Amostra da pesquisa

A partir da lista de APLs disponível no sítio da Secretaria de Desenvolvimento (SD) do Governo do Estado de São Paulo1 1 Disponível em: < http://www.desenvolvimento.sp.gov.br/drt/apls/lista/>. Acesso em: 26 out. 2008. , que declarava 43 APLs, abrangendo trinta diferentes segmentos de negócios em 43 localidades, selecionaram-se seis APLs voltados para seis segmentos de negócio distintos. As seis localidades selecionadas para coleta de dados e o período da coleta de dados estão descritos no Quadro 3.


Os critérios para seleção dos APLs foram: a) ter um órgão gestor para o APL, formal e ativo, como ponto de partida para os contatos a serem realizados a fim de agendar as entrevistas para levantamento de dados na localidade; e b) terem os atores centrais do APL disponibilidade naquele momento, para receber os pesquisadores e participar das entrevistas necessárias para coleta de dados.

Para a determinação do nível de maturidade tecnológica dos APLs, empregou-se as estratificações realizadas por Amato Neto (2009), mais especificamente o indicador tecnológico global que apresenta escala de 0 a 4, sendo 4 o mais elevado grau de ampla adoção de recursos tecnológicos de ponta e 0 a ausência de recursos tecnológicos de ponta. Todas as demais informações do Quadro 3 foram obtidas por intermédio de entrevista junto ao responsável pelo órgão gestor do APL.

Das seis localidades constituintes da amostra, o cluster aeroespacial de São José dos Campos (NIOSI e ZHEGU, 2005) é a mais desenvolvida, enquadrando-se na definição requerida para as duas primeiras hipóteses: 'localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva que apresentam bom nível de organização e desenvolvimento'. O indicador tecnológico global é uma das referências de comparação, que permite classificar esta localidade como cluster high-tech (AMIN, 1994; ALBU, 1997). Desta forma, os dados desta localidade serão comparados aos dados das demais.

3.2 Coleta e validação de dados

Para cada uma das seis localidades produtivas, selecionaram-se seis atores centrais a serem entrevistados. A característica do profissional a ser entrevistado nestas 36 organizações era ser o responsável pelo processo de criação e inovação da organização. Nas organizações de pequeno porte, o entrevistado, na maioria das vezes, foi o proprietário da empresa. O objeto das entrevistas foi identificar: a) informações e conhecimentos transmitidos e/ou desenvolvidos junto às empresas do APL; e b) atores do conhecimento responsáveis por tais eventos. Ressaltou-se a importância de priorizar eventos de transferência exclusivamente do contexto do APL, ocorridos por iniciativa do órgão gestor do APL, com o propósito de aprimorar/desenvolver o APL. Questionou-se por informações e/ou conhecimentos transferidos durante os três últimos anos, de 2006 a 2008.

Para cada evento de transferência da informação apontado pelo ator central, pedia-se para indicar a percepção de valor em termos de potencial para inovação e aprimoramento dos produtos e serviços da empresa. Esta avaliação podia ser justificada, apontando dimensões de qualidade da informação que se destacavam, negativamente ou positivamente, na valoração da informação transmitida. Assim, cada evento de transferência da informação recebeu uma ponderação de valor agregado, podendo ter de nenhuma a muitas dimensões de qualidade da informação como justificativa para valoração atribuída ao evento. As opções das dimensões da qualidade da informação disponíveis para serem assinaladas foram identificadas a partir do modelo de De Sordi (2008).

Nas seis localidades (APLs), além das entrevistas com os seis atores centrais da cadeia produtiva, entrevistou-se, também, o responsável pelo órgão gestor do APL e os atores do conhecimento citados pelos atores centrais. A triangulação da coleta de dados junto a três conjuntos de entidades distintas (atores centrais, atores do conhecimento e órgão gestor) foi necessária para identificar informações incongruentes, validar e consolidar os dados como um todo. Para cada APL, realizaram-se, em média, 10 entrevistas, proporcionando um total de 60 entrevistas.

Para as entrevistas, utilizou-se um formulário como instrumento de apoio a sua condução, com questões abertas e fechadas. As entrevistas foram filmadas quase em sua totalidade, algumas não puderam ocorrer por restrições pessoais do profissional entrevistado e outras por motivo de segurança da empresa, como ocorrido nas empresas desenvolvedoras de mísseis e aeronaves na localidade de São José dos Campos. Para o objeto e objetivo deste artigo, que corresponde a um dos recortes da pesquisa como um todo, apenas questões fechadas foram utilizadas, as quais foram tabuladas e agrupadas por atores centrais em torno de seus respectivos APLs.

Na entrevista com o profissional responsável pelo órgão gestor do APL, além de dirimir dúvidas quanto aos eventos de transferência de informação e conhecimento promovidos por atores do conhecimento no contexto do APL, levantaram-se informações, como: total de empresas associadas ao órgão gestor do APL e suas respectivas atividades econômicas dentro da cadeia produtiva do APL. Estas informações estão tabuladas no Quadro 3.

O processo de coleta de dados identificou, a partir da citação dos atores centrais, 236 eventos de transferência de informação. Estes foram validados e consolidados pelo processo de triangulação de dados, realizado junto aos órgãos gestores do APL e atores do conhecimento citados, que resultou em 160 eventos distintos e singulares. Destes 160 eventos, 67 deles (50,85%) tiveram pelo menos uma dimensão da qualidade da informação indicada como justificativa para importância atribuída à informação transmitida. Como justificativa destes 67 eventos, citaram-se um total de 136 dimensões da qualidade da informação. Destas 136 dimensões citadas, 123 foram justificativas positivas para informação de valor ou de muito valor, enquanto que 13 dimensões foram empregadas para justificar informação de pouco ou de nenhum valor.

3.3 Técnicas de análise

Para os testes das hipóteses, utilizaram-se duas técnicas estatísticas: o índice de Nihans e análise de conglomerados. O índice de Nihans, de acordo com Meireles (2004, p.657), é um classificador de elementos, capaz de dividir um conjunto de elementos numéricos em diversos subconjuntos. Uma forma simples de se dividir uma população em classes ABC, ou outra quantidade qualquer de classes. O Índice de Nihans é calculado pela seguinte fórmula:

NA= Σ x2 / Σ x

Por exemplo, o Índice de Nihans dos números 2, 4, 6, 8 e 9 é assim calculado:

Σx2 = 22 + 42 + 62 + 82 + 92 = 4 + 16 + 36 + 64 + 81 = 201

Σx = 2 + 4 + 6 + 8 + 9 = 29

NA = Σx2 / Σx = 201/29 = 6,93

Neste caso, todos os números x > 6,93 constituem elementos da classe A. No exemplo: 8 e 9. Ao valor 6,93 se dá o nome de "nota de corte".

A análise de conglomerados ou Cluster Analysis, segundo Pohlmann (2009, p. 325), é uma das técnicas de análise multivariada, cujo propósito primário é reunir objetos, baseando-se nas características dos mesmos. Este autor enfatiza que o conceito de similaridade é fundamental para a análise de conglomerados, compreendida como a medida de correspondência, ou semelhança, entre objetos a serem agrupados:

A similaridade entre objetos pode ser mensurada de várias maneiras, mas três métodos dominam as aplicações da análise de conglomerados: medidas de correlação, medidas de distância e medidas de associação. Cada um destes métodos representa uma particular perspectiva de similaridade dependendo dos objetivos e dos tipos de dados (POHLMANN, 2009, p. 325).

Dentre os cinco algoritmos aglomerativos mais populares usados para desenvolver agrupamentos está o single linkage. De acordo com Pohlmann (2009, p. 346), ele é baseado na distância mínima:

O procedimento encontra os dois objetos separados pela menor distância e os coloca no primeiro grupo; então, a próxima menor distância é encontrada e o terceiro objeto é reunido com os dois primeiros para formar um grupo ou um novo grupo de dois membros é formado. Este procedimento é também chamado de abordagem do vizinho mais próximo

(nearest neighbor).

4 Análises dos Dados

Nesta seção, são apresentados os testes realizados para análise das três hipóteses da presente pesquisa.

Hipótese Ha1

As localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva que apresentam bom nível de organização e desenvolvimento - os APLs - apresentam maior incidência de eventos de transferência da informação valorados e justificados por intermédio de dimensões da qualidade da informação.

A Tab. 1 apresenta o total o total de eventos citados pelos atores (TE) e o total de eventos justificados com dimensões da qualidade da informação (TEJ). A coluna R expressa a relação entre estes dois atributos (TEJ/TE) em percentual. Neste caso, quanto mais próximo de 100, mais rica foi a justificativa. As duas colunas da direita referem-se ao cálculo da nota de corte para estratificação da variável R em classe A e classe não-A, segundo o índice de Nihans. Observa-se que a nota de corte foi definida em 55,30% e que três localidades igualaram ou superaram tal nota: Americana, Ibitinga e São José do Rio Preto. O Gráf. 1 ilustra esta análise mostrando que não há degrau acentuado entre as localidades quanto à relação TJE/TE de cada localidade.


Os resultados mostram que nenhuma localidade se destacou por apresentar maior incidência de eventos de transferência da informação justificados por intermédio de dimensões da qualidade da informação. Desta forma, rejeita-se a hipótese Ha1: As localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva que apresentam bom nível de organização e desenvolvimento - os APLs - apresentam maior incidência de eventos de transferência da informação valorados e justificados por intermédio de dimensões da qualidade da informação.

Hipótese Hb1

As localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva e que apresentam bom nível de organização e desenvolvimento - os APLs - apresentam maior quantidade de atributos da qualidade da informação para evento valorado e justificado por intermédio das dimensões da qualidade da informação.

A Tab. 2 mostra o total de eventos que foram justificados com dimensões da qualidade da informação (TEJ) e a quantidade de dimensões da qualidade de informação citadas como justificativas (DJ). Com base nestes dois valores obtidos, foi definida a variável MDE que exprime a quantidade média de dimensões por evento. As duas colunas da direita referem-se ao cálculo da nota de corte para estratificação da variável MDE em classe A e classe não-A, segundo o índice de Nihans. Observa-se que a nota de corte foi definida em 1,88 e que apenas uma localidade (São José dos Campos) igualou ou superou tal nota. O Gráf. 2 ilustra esta análise, mostrando que há um degrau acentuado entre a localidade São José dos Campos e as demais localidades produtivas no que concerne à variável MDE.


Observa-se que São José dos Campos é uma localidade que se destaca das demais. Como esta localidade apresenta bom nível de organização e desenvolvimento, não se rejeita a hipótese Hb1: Localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva e que apresentam bom nível de organização e desenvolvimento apresentam maior quantidade/diversificação de atributos da qualidade da informação para evento valorado e justificado por intermédio das dimensões da qualidade da informação.

Hipótese Hc1

As dimensões da qualidade da informação podem ser empregadas para categorização de eventos de transferência da informação que ocorrem no contexto das localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva.

O Quadro 4 mostra os tipos de eventos e a quantidade de citações das dimensões da qualidade de informação utilizadas pelos atores centrais das localidades produtivas para justificar a avaliação dos eventos de transferência da informação. O Gráf. 3 exibe o dendograma produzido pelo software Minitab r14. Os eventos foram agrupados com base na distância euclideana (Euclidean Distance) e single linkage.



Os resultados exibidos pelo dendograma mostram dois grandes grupos de eventos. O primeiro grupo é constituído pelos eventos (1) consultoria, (2) curso prático (workshop) e (4) treinamento; o segundo grupo basicamente é constituído pelos demais tipos de eventos. O segundo grupo, como mostra a Tab. 3, apresenta um nível de similaridade mínima de 92,07; o primeiro grupo é composto por eventos cuja similaridade mínima da quantidade de citações das dimensões da qualidade de informação utilizadas pelos atores ao descrever tais eventos é de 81,5. O nível de similaridade entre os dois grupos é de 68,05.

Para rejeitar a Hipótese Hc1, seria necessário que a similaridade entre os eventos fosse praticamente uniforme e isso seria evidenciado pelo dendograma do Gráf. 3. O dendograma, de acordo com Sneath e Sokal (1973, p. 12), pelo fato de ser bidimensional, facilita a interpretação e é padrão nos softwares estatísticos. A abscissa é graduada com os resultados da similaridade na qual os grupos são baseados e os objetos são unidos por colchetes. Observa-se, no Gráf. 3, que os eventos do tipo (1) e (2) estão unidos por um colchete e este grupo se une por um novo colchete ao evento tipo (4). Este grupo de eventos (1-2-4) se distingue claramente dos demais eventos (3-a-13). A Tab. 3 mostra o nível de similaridade entre os clusters constituídos..

Os níveis de similaridade dos dois grupos de eventos são distintos ao nível de significância de 0,01. A Tab. 4 mostra que há uma diferença significativa entre os níveis de similaridade dos dois grupos constituídos: a quantidade de dimensões de qualidade da informação citadas nas justificativas dos eventos dos tipos 1-2-4 (consultoria, workshop e treinamento) difere significativamente, ao nível de significância de 0,01 da quantidade de dimensões de qualidade da informação citadas nas justificativas dos eventos dos tipos 3-a-13 (demais tipos de eventos). O Gráf. 4 mostra um gráfico Box-plot que ilustra claramente a diferença observada.


A Tab. 5 apresenta a quantidade de dimensões de qualidade da informação citadas nas justificativas referentes aos eventos dos tipos 1-2-4 que constituem um grupo homogêneo de eventos com grande similaridade . O teste de aderência Qui-quadrado exibido no Gráf. 5 apresenta, ao nível de significância de 0,001, que há diferença significativa entre os valores observados e os valores esperados (Qui-quadrado =46.214, graus de liberdade=4. p-value =< 0,0001).


Pode-se, desta forma, afirmar que a hipótese Hc1 não é rejeitada: as dimensões da qualidade da informação podem ser empregadas para categorização de eventos de transferência da informação que ocorrem no contexto das localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva.

5 Conclusões

A análise das hipóteses contribui para melhor compreensão do dinamismo da transferência de informação no contexto das localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva. A primeira informação relevante, derivada de Hb1, não rejeitada, é que os atores centrais de localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva com bom nível de organização e desenvolvimento - os APLs - percebem e atribuem mais dimensões de qualidade da informação, como justificativa para análise e valoração dos eventos de transferência de informação. Esta informação indica um atributo com potencial para constituição de indicadores para análise e classificação de localidades: "quantidade de dimensões da qualidade da informação associados à percepção de valor de eventos de transferência da informação". Este atributo pode auxiliar, por exemplo, na distinção entre APLs e aglomerados.

A conclusão derivada de Hb1 é relevante, não apenas por potencialmente servir para análise e classificação de localidades com concentração de atividades produtivas, mas, em especial, pela sua natureza, vinculada a aspectos cognitivos e de aprendizagem. Ela fundamenta-se em ações de transferência de informação no contexto da localidade, em especial, de características diferenciais destas, tanto de percepções positivas ou negativas, descritas na forma pormenorizada, em termos de dimensões da qualidade de informação. Cabe observar que a maioria dos métodos e indicadores utilizados para análise de localidade com concentração de atividades produtivas emprega atributos associados a características demográficas destas localidades, como quantidade de empregos ou quantidade de empresas do segmento de negócio em questão. Exemplo disto é o indicador quociente locacional (QL), também conhecido como índice de especialização ou indicador de localização.

A rejeição de Ha1 informa que localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva que apresentam bom nível de organização e desenvolvimento - os APLs - não apresentam maior incidência de eventos de transferência da informação justificados por intermédio de dimensões da qualidade da informação.

A partir da análise destas duas hipóteses, pode-se afirmar que, independente do nível de maturidade do APL, não há diferença significativa na incidência de eventos de transferência da informação valorados e justificados por intermédio de dimensões da qualidade da informação, porém, há diferença significativa quanto à quantidade de dimensões citadas pelos atores centrais. Quanto mais evoluído o APL, maior a quantidade de dimensões citadas pelo ator central como justificativa para a valoração do evento.

A utilização destas informações para qualificação das localidades produtivas implica: a) no acompanhamento dos eventos de transferência de informação realizados junto aos atores centrais do APL; b) no controle da qualidade destas informações, segundo a percepção dos atores centrais; e c) na compreensão dos atributos de qualidade da informação pelos atores centrais, ou seja, implica em diversas ações importantes para disseminação e eficácia do processo de gestão da informação.

Desta forma, além dos atores centrais das localidades, órgãos supraentidades produtivas, como órgão gestor do APL, secretarias de indústria e comércio dos municípios, secretarias de desenvolvimento regional, entre outras, estão entre as beneficiárias da prática de gestão da informação no contexto das localidades com concentração de atividades da cadeia produtiva. Isto pode ser explorado positivamente no contexto do desenvolvimento regional, tendo os órgãos gestores dos APLs como agentes para disseminação dos conceitos, técnicas e abordagens do processo de gestão da informação, junto aos atores centrais das localidades produtivas.

A não rejeição da hipótese Hc1 também é importante, no sentido de valorizar a atividade de apuração de dimensões da qualidade da informação, associadas à valoração das informações transmitidas na localidade, sob o ponto de vista dos atores centrais. No presente estudo, constatou-se forte vínculo entre os eventos curso prático (workshop), consultoria e treinamento, em função da macrodimensão pertinência ou, mais especificamente, em função da percepção dos atores centrais com relação à dimensão aplicabilidade da informação transmitida no contexto de negócio das empresas. Análises desta natureza podem auxiliar aos gestores de localidades com concentração de atividades produtivas a compreenderem melhor as características centrais necessárias para cada categoria de eventos de transferência de informação. Direciona a atenção das supraentidades da localidade para as dimensões de qualidade da informação críticas, que devem ser alcançadas, para que determinado evento de transferência de informação seja considerado positivamente pelos atores centrais da localidade. Em suma, são outros benefícios em potencial para prática da gestão da informação no contexto das localidades produtivas, com interesse direto do órgão gestor e demais supraentidades.

Como limitação da presente pesquisa, tem-se o tamanho da amostra trabalhada, seis localidades com concentração de atividade produtiva, sendo que apenas uma dela - São José dos Campos - apresenta um bom nível de organização e desenvolvimento. Para continuidade desta pesquisa, recomenda-se o desenvolvimento de indicadores para análise e classificação de localidades com concentração de atividades de cadeia produtiva, através da utilização da variável "quantidade de dimensões da qualidade da informação associados à percepção de valor de eventos de transferência da informação".

Recebido em 04.03.2011

Aceito em 12.12.2011

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    Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP, pelo apoio financeiro concedido ao projeto de pesquisa associado ao presente artigo.
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      05 Mar 2012
    • Data do Fascículo
      Dez 2011

    Histórico

    • Recebido
      04 Mar 2011
    • Aceito
      12 Dez 2011
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