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Ações e práticas sustentáveis na Biblioteconomia: Biblioteca Univali Campus Balneário Camboriú

Sustainable actions and practices in librarianship: the Univali Library Campus Balneário Camboriú

Resumo

A Universidade do Vale do Itajaí possui 11 bibliotecas em seu Sistema Integrado de Bibliotecas da Univali - SIBIUN. Neste sistema, está a Biblioteca Comunitária Campus Balneário Camboriú inaugurada em agosto de 2011. De acordo com o discurso institucional, a construção desta Biblioteca seguiu os parâmetros da sustentabilidade e eficiência energética. O presente artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como principal objetivo descrever as ações sustentáveis desenvolvidas por esta Biblioteca. Especificamente objetivou-se compreender o conceito de sustentabilidade, pesquisar em bibliografia brasileira artigos que contemplem o assunto “sustentabilidade” e discorrer sobre algumas práticas e projetos da própria Unidade de Informação. Metodologicamente, a pesquisa caracteriza-se como aplicada e exploratória, com abordagem qualitativa, optando pelos métodos de pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Discussões acerca da importância da adoção de práticas sustentáveis são apresentadas. Os resultados indicam que há a necessidade de compreender melhor o que é sustentabilidade como um conceito integrador de práticas sociais, econômicas e ecológicas; que houve um leve crescimento de produção de artigos na área da Ciência da Informação no ano de 2017; e que a Biblioteca analisada é um exemplo de uma biblioteca sustentável por atender os princípios básicos de sustentabilidade.

Palavras-Chave:
Biblioteca sustentável; Desenvolvimento sustentável; Sustentabilidade; Biblioteconomia

Abstract

The University of the Itajaí Valley has 11 libraries in its integrated library system SIBIUN. In this system lies the Community library Campus Balneário Camboriú inaugurated in August 2011. According to the institutional discourse, the construction of this library followed the parameters of sustainability and energy efficiency. This article presents the results of a research that had as main objective to describe the sustainable actions developed by this library. Specifically aimed at understanding the concept of sustainability, research in Brazilian bibliography articles to contemplate the subject "sustainability" and to discuss some practices and projects of the information unit itself. Methodologically, the research is characterized as applied and exploratory, with qualitative approach, opting for the methods of documentary and bibliographical research, and case study. Discussions about the importance of adopting sustainable practices will be presented. The results indicate that there is a need to better understand what sustainability is as an integrated concept of social, economic and ecological practices; That there was slight growth in the production of articles in the area of information science in the year 2017; And that the analyzed library is an example of a sustainable library by meeting the basic principles of sustainability.

Keywords:
Sustainable library; Sustainable development; Sustainability; Librarianship

1 Introdução

Em 1972, de acordo com Brasil (2012), ocorreu a Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, Suécia. Nesta reunião gerou-se um plano de ações visando à preservação do meio ambiente, objetivo considerado tão importante quanto alcançar a paz mundial e o desenvolvimento social e econômico do planeta. Vinte anos depois, na cidade do Rio de Janeiro, ocorreu a Conferência ECO-92 onde, de acordo com Brasil (1992), a expressão “desenvolvimento sustentável” foi consolidada.

Recentemente, em 2015, ocorreu a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, na sede da ONU, em Nova York. Neste evento, se reuniram os principais líderes mundiais com o propósito de definir um novo plano de ação, visando à prosperidade da sociedade e do planeta. O resultado desta reunião foi a criação da Agenda de Sustentabilidade 2030, constituída por 17 objetivos (ODS) e 169 metas para o desenvolvimento sustentável, sendo todos “integrados e indivisíveis” cujo resultado esperado é o equilíbrio entre “as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental”. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2015).

Sendo assim, a presente pesquisa justifica-se por tratar de um tema considerado de extrema importância para a humanidade. Ignacy Sachs, por exemplo, mostra-se apreensivo quanto ao futuro e afirma que a conscientização ambiental é recente. Segundo Sachs (2002 p. 48), “a opinião pública tornou-se cada vez mais consciente tanto da limitação do capital da natureza quanto dos perigos decorrentes das agressões ao meio ambiente, usado como depósito”. Ainda afirma que a “conservação e aproveitamento racional da natureza podem e devem andar juntos” (SACHS, 2002SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002., p.32). É preservando o meio ambiente através de ações sustentáveis que a escassez de recursos naturais será evitada, portanto, “uma nova forma de civilização, fundamentada no aproveitamento sustentável dos recursos renováveis, não é apenas possível, mas essencial”. (SWAMINATHAN apud SACHS, 2002, p. 29).

Considerando que a questão ambiental é comum a todas as áreas do conhecimento, a Biblioteconomia também se faz presente neste debate, tanto em âmbito nacional quanto internacional. Em estudo específico sobre sustentabilidade e bibliotecas públicas, Pinto et al. (2018PINTO, M. D. S. et al. Ações de desenvolvimento sustentável em Santa Catarina: foco nas bibliotecas públicas. Informação & Sociedade: Estudos. João Pessoa, v.28, n.1, p.245-256, jan./abr. 2018. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/34251. Acesso em: 26 maio 2018.
https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.ph...
, p.246) afirma que

Ao levar essa investigação de práticas de sustentabilidade para o âmbito das bibliotecas públicas, percebe-se que é necessário pensar em ações efetivas para que estes espaços possam colaborar com um desenvolvimento sustentável.

Ainda de acordo com os mesmos autores, o assunto “Sustentabilidade e biblioteca” é pauta de discussão na área de Biblioteconomia verificada tanto na Federação Internacional de Associações de Bibliotecas e Instituições (IFLA), quanto nos eventos da área no Brasil: XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias em 2016; e Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (CBBD) em 2017.

Diante dessas considerações, este artigo versa sobre a seguinte questão: Como se estabelece a sustentabilidade nas ações praticadas pela Biblioteca da UNIVALI Campus Balneário Camboriú? Para desenvolver este problema, formulou-se como objetivo geral descrever as ações sustentáveis desenvolvidas pela biblioteca da UNIVALI Campus Balneário Camboriú. Especificamente se objetivou: compreender o conceito de sustentabilidade, onde se optou pelo autor Ignacy Sachs; pesquisar, por meio da Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), bibliografia específica que contemplem o assunto sustentabilidade; e, por fim, discorrer sobre algumas práticas e projetos da Unidade de Informação - UI escolhida para análise que faz parte do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI).

Fundada em 1964, a UNIVALI é considerada, atualmente, uma das maiores instituições de ensino superior do Brasil. Localizada no litoral centro-norte de Santa Catarina, possui unidades nas cidades de Itajaí, Balneário Camboriú, Biguaçu, Florianópolis, Piçarras, São José e Tijucas. A Universidade possui 11 bibliotecas, formando assim, o Sistema Integrado de Bibliotecas da Univali - SIBIUN (UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ, 2017).

No tocante à sua classificação, a pesquisa foi aplicada e exploratória, com abordagem qualitativa, utilizando como procedimentos metodológicos a pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Na análise documental foram analisados dois artigos produzidos pela equipe da biblioteca, no qual um deles não está publicado, e um questionário informal respondido pelos gestores da UI via e-mail.

No primeiro momento realizou-se a leitura e fichamento da obra “Caminhos para o desenvolvimento sustentável” de Sachs (2002SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.). A escolha por este autor se deu pelo fato de Ignacy Sachs ser considerado uma das maiores autoridades internacionais sobre o assunto “sustentabilidade” e “ecodesenvolvimento”. (GENTIL, 2011GENTIL, V. A terceira margem: à procura do ecodesenvolvimento. Sociedade e Estado, Brasília , v. 26, n. 1, p. 269-274, abr. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922011000100014&lng=en&nrm=iso. Acesso em 26 maio 2018.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
; BRESSER-PEREIRA, 2013BRESSER-PEREIRA, L.C. Ignacy Sachs e a nave espacial Terra. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 33, n. 2 (131), p. 360-366, abr./jun. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31572013000200010. Acesso em: 26 maio 2018.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
)

Em seguida pesquisou-se bibliografia referente à sustentabilidade na BRAPCI onde estão indexados os artigos publicados em 57 periódicos nacionais, acadêmicas e profissionais, publicados de 1972 até hoje. Além dos periódicos, esta base conta também com os trabalhos completos publicados no Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (ENANCIB) nos anos de 2017 e 2018 (BUFREM et al., 2010BUFREM, L. S. et al. Modelizando práticas para a socialização de informações: a construção de saberes no ensino superior. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 15, n. 2, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-99362010000200003&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 29 maio 2019.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141...
).

Para a etapa de pesquisa bibliográfica, foram utilizadas duas expressões de busca: 01 “biblioteca AND sustentabilidade”; e 02 “biblioteca sustentável”. A pesquisa se deu em “todos os campos” e sem especificação temporal. Da expressão 01 foram recuperados 16 artigos dos quais, após leitura dos resumos e palavras-chave, foram selecionados seis artigos que se enquadram no escopo da pesquisa. Da expressão 02 foram recuperados 18 registros dos quais, após leitura dos resumos e palavras-chave e do descarte das duplicatas, foram selecionados dois artigos. Sendo assim, o corpus total da pesquisa bibliográfica deste artigo é formado por oito artigos.

Por fim, analisou-se a produção bibliográfica da própria Unidade de Informação, a fim de verificar as práticas e projetos sustentáveis desenvolvidos pela Biblioteca da UNIVALI Campus Balneário Camboriú. Essa bibliografia traz informações relevantes sobre seu projeto, seu desenvolvimento e seu funcionamento. A partir destas fontes de informação, constatou-se que o prédio em que a biblioteca funciona foi inaugurado em agosto de 2011, mesmo ano em que recebeu etiqueta nacional de economia energética com classificação A. Dessa forma, foi um dos primeiros edifícios do Brasil a receber o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia/Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (INMETRO-PROCEL).

Além disso, os ambientes internos foram planejados a partir de técnicas voltadas à qualidade de vida e de trabalho de seus usuários e colaboradores. Do ponto de vista técnico, conclui-se que a construção, assim como a instalação de seus mobiliários, tiveram como premissas os princípios da sustentabilidade e da eficiência energética. Dessa forma, essa biblioteca comunitária pode servir como parâmetro para futuras construções, instalações ou reformas, além de servir como um importante estudo de caso para as áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação.

2 O Conceito de sustentabilidade em Ignacy Sachs

Ignacy Sachs, considerado o criador do termo desenvolvimento sustentável foi assessor chefe do secretariado geral das Nações Unidas nos preparativos da Conferência de Estocolmo, em 1972. Dessa forma, participou ativamente de encontros e conferências regionais sobre meio ambiente e desenvolvimento, inclusive da Conferência ECO-92 ocorrida no Rio de Janeiro. Sachs nasceu na Polônia em 1927, porém, em 1971, tornou-se cidadão Francês publicando importantes livros e artigos. No Brasil, onde morou e estudou, Sachs contribuiu com suas pesquisas, gerando debates internacionais referentes ao desenvolvimento sustentável. O autor possui doutorado em economia e viveu em diversos países, onde contribuiu como professor, pesquisador, diretor de diversos centros e instituições. Foi assessor chefe do secretariado geral da Nações Unidas, assessor da UNESCO, elaborou planos de desenvolvimento, estudo e trabalho. “Desde 1996, é membro da comissão para o Desenvolvimento Sustentável do Ministério de Meio Ambiente Francês, além de participar de importantes entidades civis correlatadas ao tema”. (BIOGRAFIA, 2002, p.92).

De acordo com Sachs, as civilizações do passado tiveram como alicerce a biomassa que consiste em alimento, ração, suprimentos, fibras para vestimentas, madeira para construções, fertilizante, combustível e plantas curativas, dentre outras fontes de energias renováveis. Sachs (2002, p.30) destaca que “nosso problema não é retroceder aos modos ancestrais de vida, mas transformar o conhecimento dos povos dos ecossistemas”, objetivando, a invenção de uma moderna civilização baseada em biomassa, reduzindo assim, a dívida social e ecológica.

Para isso, cientistas naturais e sociais devem estudar com afinco a biodiversidade, biomassa e biotecnologia em conjunto, visando encontrar caminhos para o uso e aproveitamento sustentável dos recursos da natureza. A biomassa como alimento-energia é um tema amplamente discutido no Brasil, na Índia e em outros países em desenvolvimento, onde existem pesquisas e trabalhos consideráveis realizados sobre o assunto. O autor ainda diz que:

Igualmente importante na busca de uma moderna civilização de biomassa serão os esforços direcionados em favor do desenvolvimento de uma química verde, como complemento ou até como substituto pleno da petroquímica, trocando a energia fóssil por biocombustíveis. (SACHS, 2002SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002., p. 34)

Segundo Sachs (2002SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002., p.42), “atender simultaneamente os critérios de relevância social, prudência ecológica e viabilidade econômica” são os três pilares do desenvolvimento sustentável. O autor acredita que o avanço das pesquisas e trabalhos realizados nesta direção podem auxiliar os países em desenvolvimento na criação de padrões de desenvolvimento sustentáveis justos, respeitando, assim, a natureza. Sachs (2002, p.42) defende que, ao aproveitar os recursos da natureza de forma racional, os países tropicais “estarão contribuindo para um gerenciamento global inteligente da biosfera”. Portanto, o Brasil tem plenas condições de tornar-se um exportador da sustentabilidade.

Em consequência do desenvolvimento econômico desenfreado. Sachs afirma que:

Enquanto os economistas estão habituados a raciocinar em termos de anos, no máximo em décadas, a escala de tempo da ecologia se amplia para séculos e milênios. Simultaneamente, é necessário observar como nossas ações afetam locais distantes de onde acontecem, em muitos casos implicando todo o planeta ou até mesmo a biosfera. (SACHS, 2002SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002., p.49)

Para Sachs, o crescimento econômico ainda se faz necessário, no entanto, deve ser implementado por métodos que favoreçam o meio ambiente, visando a conservação da biodiversidade, condição esta, essencial ao desenvolvimento sustentável. O autor menciona as políticas de mercado que, em sua visão, tem como preocupação apenas o lucro, sendo incapaz de desenvolver caráter sustentável.

Segundo Ignacy Sachs (2002, p. 85-88), existem quatro tipos de sustentabilidade, sendo elas: social; ecológica; ambiental; e econômica. Esta tipologia de sustentabilidade defendida por Sachs esta detalhada no Quadro 01.

QUADRO 01
Critérios para a Sustentabilidade em Sachs (2002SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.)

Sachs enfatiza que é necessário realizar planejamentos acerca das preocupações sociais e ambientais, combinando economia e ecologia, pois as ciências naturais refletem o que é preciso para se obter um mundo sustentável. Entretanto, compete às ciências sociais o planejamento das estratégias de ação objetivando este caminho.

Ignacy Sachs, atenta para a questão do respeito à natureza e sua diversidade, assim como a gestão territorial como um ideal ético:

O respeito à diversidade da natureza e a responsabilidade de conservar essa diversidade definem o desenvolvimento sustentável como um ideal ético. A partir da ética do respeito à diversidade do fluxo da natureza, emana o respeito à diversidade de culturas e de sustentação da vida, base não apenas da sustentabilidade, mas também da igualdade e justiça. (KOTHARI, 1995, p.285 apudSACHS, 2002SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002., p. 67)

Segundo o autor, “a conservação da biodiversidade entra em cena a partir de uma longa e ampla reflexão sobre o futuro da humanidade. A biodiversidade necessita ser protegida para garantir os direitos das futuras gerações” (SACHS, 2002SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002., p.67). Em princípio, devem-se constituir práticas que objetivem o uso racional dos recursos de biomassa como fonte de renda, visando o envolvimento da população local nos planos de conservação e gestão ambiental da área. Dessa forma, cultiva-se a conscientização da comunidade quanto ao valor do meio ambiente natural, objetivando o crescimento sustentável apropriado.

Nesse sentido, deve se tornar comum em todas as esferas da vida social a criação e o desenvolvimento de alternativas sustentáveis. O que impõe à biblioteconomia refletir sobre suas práticas e adaptá-las ao paradigma da sustentabilidade. Primeiramente, compreendendo o alcance do conceito em seu escopo global para, em seguida, aplicar às ações específicas das bibliotecas. De certa forma, essa preocupação tem ocupado bibliotecários e cientistas da informação, com a proposta do debate na área que tem se traduzido em publicações importantes para a consciência ambiental e sustentável no escopo biblioteconômico.

3 O alcance da bibliografia brasileira sobre sustentabilidade e bibliotecas na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação

Apresenta-se neste item o alcance da produção bibliográfica brasileira sobre bibliotecas na interface da sustentabilidade presente na BRAPCI. Descreve-se, de forma breve e sistemática, a análise de um corpus formado por oito artigos selecionados a partir da pesquisa bibliográfica realizada em 30 de maio de 2019. O quantitativo desta produção encontra-se distribuído nos anos de 2017 e 2018, conforme dados da Tabela 01.

Tabela 01
Distribuição da produção por ano de publicação

No aspecto temporal, os dados iniciam no ano de 2017, mesmo ano em que apresenta o maior número de publicações. Chama a atenção o fato de que, neste mesmo ano, o assunto foi pauta de eventos na área de Biblioteconomia. Todos os cinco artigos recuperados do ano de 2017 são frutos de eventos científicos: quatro são de trabalhos apresentados no XXVII Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (CBBD), realizado em Fortaleza - CE entre os dias 17 e 20 de outubro de 2017 e que foram publicados em número especial da Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação (RBBD) (DUTRA; PINTO; GERALDO, 2017DUTRA, S. K. W.; PINTO, M. D.S.; GERALDO, G. Agenda 2030: uma proposta de advocacy junto às bibliotecas das universidades públicas de Florianópolis-SC. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 13, p. 2606-2619, 2017. Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/939. Acesso em: 29 maio 2019.
https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/v...
; NASCIMENTO; COSTA; MENDONÇA, 2017NASCIMENTO, R. C. C.; COSTA, R. M.; MENDONÇA, V. C. M. Eficiência no consumo de energia elétrica em biblioteca universitária: aplicando indicadores de sustentabilidade na Biblioteca de Ciências da Saúde da UFC. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 13, p. 19-31, 2017. Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/788. Acesso em: 29 maio 2019.
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; VILELA; SANTOS, 2017VILELA, B. P.; SANTOS, A. P. Ações da biblioteca para promoção do conceito de desenvolvimento sustentável. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 13, p. 411-423, 2017. Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/977. Acesso em: 29 maio 2019.
https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/v...
; SPUDEIT; PRADO, 2017SPUDEIT, D. F. A. O.; PRADO, J. M. K. Bibliotecas Parque e a Agenda 2030: análise das atividades no Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 13, p. 138-152, 2017. Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/835. Acesso em: 29 maio 2019.
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); e um é do XXXV Painel de Biblioteconomia em Santa Catarina, realizado em Chapecó entre os dias 02 e 03 de junho de 2017, publicado na Revista da ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina (CUNHA, 2017CUNHA, J. F. Aquisição de livros usados pela biblioteca: estudo de caso de uma instituição de ensino de Novo Hamburgo, RS. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, n. 2, v. 22, p. 257-269, 2017. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/1345/0. Acesso em: 29 maio 2019.
https://revista.acbsc.org.br/racb/articl...
). Já em 2018, dois artigos foram publicados na Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação (CASTRO FILHO, 2018CASTRO FILHO, C. M. Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável: uma leitura de política pública na clave da biblioteca escolar. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação, n. 3, v. 16, p. 355-372, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8650931. Acesso em: 29 maio 2019.
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; SOUZA; AGUIAR; LIMA, 2018SOUZA, K. P.; AGUIAR, D. R. C.; LIMA, L. D. S. C. Avaliação da sustentabilidade na Biblioteca Bentral Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia/MG. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação. Campinas, v. 16, n. 1, p.119-145, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8649699. Acesso em: 14 maio 2018.
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) e um na Revista Informação e Sociedade: Estudos (PINTO et al., 2018).

Sobre a autoria dos artigos, é possível afirmar que, no universo pesquisado, os artigos possuem, em média, dois autores cada. Embora o quantitativo seja incipiente para traçar um ranking ou categorizar as principais autoridades no assunto em âmbito nacional, é possível indicar que apenas três autores apresentam dois artigos sob sua autoria. São eles Genilson Geraldo, Marli Dias de Souza Pinto e Daniela Fernanda Assis de Oliveira Spudeit. Os dois primeiros vinculados à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a segunda à Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

No tocante às palavras-chave dos artigos analisados, considerados os termos relacionados, as mais citadas são “bibliotecas”, “Agenda 2030” e “desenvolvimento sustentável” todas com três citações cada. Em seguida, os termos que se destacam com duas citações são “gestão” e “educação”. O Gráfico 01 apresenta os dados quantitativos relacionados às palavras-chave que aparecem com duas ou mais citações.

Gráfico 01
Palavras-chave mais citadas

Em geral, os termos aparecem de forma similar, mostrando uma relação entre bibliotecas, termos relacionados à sustentabilidade (Agenda 2030, Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade) com gestão e educação. É importante destacar que dois, dos três artigos que apresentam o termo "Agenda 2030 ONU" foram recuperados em número especial da RBBD referente aos anais do XXVII CBBD, realizado em 2017. Este evento teve como tema central "Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas: como as bibliotecas podem contribuir com a implementação da Agenda 2030". Com relação ao termo "biblioteca(s)", além das “bibliotecas públicas”, as variantes "universitárias", "médicas", "escolar" e "parque" também foram recuperadas, mas em número inferior ao corte de apresentação no gráfico. Se fosse considerado apenas o termo "biblioteca(s)", o número de incidências seria nove. Já ao termo "Desenvolvimento Sustentável" juntou-se as variantes "Indicadores de Desenvolvimento Sustentável" e "Objetivos de desenvolvimento sustentável", por se tratarem, em tese, do mesmo objeto.

Sobre o referencial teórico dos artigos analisados, observou-se a utilização de vários autores e obras, o que pode caracterizar uma fase inicial de aproximações, identificações e apropriações de conceitos e perspectivas aplicáveis à temática na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Foi constatado um total 75 referências e, dessas, apenas seis se repetem, as quais são apresentadas no Gráfico 2.

Gráfico 02
Referências mais utilizadas

Contudo, verifica-se uma tendência na utilização de autores já considerados “clássicos” na vertente teórica das temáticas "sustentabilidade" e "desenvolvimento sustentável", como é o caso de Enrique Leff e Ignacy Sachs, ambos com duas citações. Já os mais citados David Lankes e Claudiane Weber, com quatro citações cada, são autores cujas obras se referem especificamente às bibliotecas no escopo da sustentabilidade. As outras duas obras, também com duas citações, são em coautoria e se referem à responsabilidade política e social com os recursos naturais: Lineu Belico dos Reis, Eliane A. Amaral Fadigas e Cláudio Elias Carvalho discutem a prática sustentável de recursos naturais e energéticos; e Philippi Candler e Sampaio Dumont defendem que a sustentabilidade é de responsabilidade civil e governamental.

Ainda sobre as citações, optou-se por analisar especificamente os artigos que utilizam o conceito de sustentabilidade de Ignacy Sachs. Isso se deve à polissemia presente na produção nacional sobre o conceito “sustentabilidade”. Dessa forma, analisaram-se os artigos que apresentam uma posição teórica consolidada nas Ciências Sociais e que podem servir de ponto de partida para a área de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Da bibliografia analisada, dois artigos referenciam Sachs, dos quais apenas um utiliza seu conceito de sustentabilidade no referencial teórico. Trata-se de Souza, Aguiar e Lima (2018SOUZA, K. P.; AGUIAR, D. R. C.; LIMA, L. D. S. C. Avaliação da sustentabilidade na Biblioteca Bentral Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia/MG. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação. Campinas, v. 16, n. 1, p.119-145, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8649699. Acesso em: 14 maio 2018.
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) que avaliaram a sustentabilidade de biblioteca universitária no estado de Minas Gerais.

Para discorrer sobre a sustentabilidade, Souza, Aguiar e Lima (2018SOUZA, K. P.; AGUIAR, D. R. C.; LIMA, L. D. S. C. Avaliação da sustentabilidade na Biblioteca Bentral Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia/MG. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação. Campinas, v. 16, n. 1, p.119-145, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8649699. Acesso em: 14 maio 2018.
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) se fazem valer do conceito de desenvolvimento sustentável de Sachs (2004SACHS, I. Desenvolvimento includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.) que leva a considerar o tripé social, econômico e ambiental como fundamento para qualquer ação sustentável. De acordo com os autores,

Atualmente, a terminologia sustentável ganhou grandes contornos, pois a humanidade está demonstrando maior preocupação com as questões ambientais, a sociedade está refletindo sobre o impacto que o desenvolvimento a qualquer custo está provocando ao meio ambiente, as novas tendências em relação ao tema elencam que o desenvolvimento sustentável existirá somente se houver harmonia com o meio ambiente, a economia e o aspecto social (SOUZA; AGUIAR; LIMA, 2018SOUZA, K. P.; AGUIAR, D. R. C.; LIMA, L. D. S. C. Avaliação da sustentabilidade na Biblioteca Bentral Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia/MG. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação. Campinas, v. 16, n. 1, p.119-145, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8649699. Acesso em: 14 maio 2018.
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, n.p.).

Souza, Aguiar e Lima (2018SOUZA, K. P.; AGUIAR, D. R. C.; LIMA, L. D. S. C. Avaliação da sustentabilidade na Biblioteca Bentral Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia/MG. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação. Campinas, v. 16, n. 1, p.119-145, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8649699. Acesso em: 14 maio 2018.
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/in...
), de forma específica, afirmam que as bibliotecas contribuem no aspecto social do desenvolvimento, principalmente porque atuam diretamente no campo educacional, fator crucial para sustentabilidade. Segundo os autores, Sachs (2004SACHS, I. Desenvolvimento includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.) ressalta a importância da educação “na medida em que contribui para a formação cultural, a conscientização, a compreensão dos direitos humanos, a possibilidade de participação e o desenvolvimento da autonomia” (SOUZA; AGUIAR; LIMA, 2018SOUZA, K. P.; AGUIAR, D. R. C.; LIMA, L. D. S. C. Avaliação da sustentabilidade na Biblioteca Bentral Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia/MG. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação. Campinas, v. 16, n. 1, p.119-145, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8649699. Acesso em: 14 maio 2018.
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/in...
, n.p.).

Dessa forma, as bibliotecas por suas características intrínsecas e extrínsecas são espaços de promoção da sustentabilidade, tanto por ações específicas voltadas ao desenvolvimento sustentável, quanto pelo acesso às informações confiáveis.

Bibliotecas são ambientes que promovem a preservação histórica e cultural de uma comunidade local ou global, oferecem acesso à informação in loco ou à distância, participam da formação de profissionais e cidadãos e desta maneira colaboram diretamente para desenvolvimento social, cultural e ambiental das comunidades onde estão inseridas, proporcionando assim a sustentabilidade (SOUZA; AGUIAR; LIMA, 2018SOUZA, K. P.; AGUIAR, D. R. C.; LIMA, L. D. S. C. Avaliação da sustentabilidade na Biblioteca Bentral Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia/MG. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação. Campinas, v. 16, n. 1, p.119-145, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8649699. Acesso em: 14 maio 2018.
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/in...
, n.p.).

A conclusão da pesquisa dos autores aponta para a falta de uma abordagem direta ao desenvolvimento sustentável na maioria das ações das bibliotecas pesquisadas. Essa constatação se deve, em última instância, à noção de sustentabilidade apontada por Sachs (2004SACHS, I. Desenvolvimento includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.) de que o desenvolvimento sustentável é, em princípio, um envolvimento integrado e consciente de ações que envolvam os aspectos sociais, ambientais, ecológicos e econômicos como apontado no Quadro 1.

Contudo, há que se observar que, de um modo geral, as bibliotecas vêm desenvolvendo ações que potencializam a sustentabilidade bem antes da invenção do termo. Os processos de organização e gestão da informação, por exemplo, disseminados pelas bibliotecas e pelas áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação, fornecem subsídios imprescindíveis à formação de um conhecimento integrado (social, ambiental, ecológico e econômico). Como vimos no Quadro 1, esses são os principais critérios para se alcançar a sustentabilidade proposta por Sachs (2002SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.).

Servem como subsídio e como exemplo para esse argumento as discussões instauradas no âmbito da “informação ambiental”. Antes mesmo da discussão sobre sustentabilidade promovida nestes artigos do Século XXI, autores(as) já destacavam as potencialidades dessa temática na área de Ciência da Informação na década de 1990. Dessa forma, embora a discussão tenha avançado no intuito de ações e práticas sustentáveis no escopo específico da Biblioteconomia, a área como um todo já se pronunciava sobre a necessidade de contribuir com as questões ambientais. É o caso de Caribé (1992CARIBÉ, R.C.V. Subsídios para um sistema de informação ambiental no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, v.21, n.1, p.40-45, jan./abr. 1992. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/462. Acesso em: 29 maio 2019.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/vi...
) que propunha subsídios para um sistema de informação ambiental no Brasil por meio de um estudo dos fatores contextuais que poderiam “influenciar a tomada de decisão e a demanda informacional dos profissionais que cumprem os objetivos e executam as atividades inerentes à área ambiental”. (CARIBÉ, 1992CARIBÉ, R.C.V. Subsídios para um sistema de informação ambiental no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, v.21, n.1, p.40-45, jan./abr. 1992. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/462. Acesso em: 29 maio 2019.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/vi...
, p.40).

De forma semelhante, Fernandes e Skolimoviski (1992FERNANDES, L. R. R. M. V.; SKOLIMOVSKI, E. B. Informação ambiental: uma lacuna sendo preenchida no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, v.21, n.1, p. 46-51, jan./abr. 1992. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/463/463. Acesso em: 29 maio 2019.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/vi...
) chamavam a atenção para a necessidade de especialistas em informações ambientais que potencializariam a circulação do conhecimento não apenas nos ambientes técnicos e científicos. Assim, de acordo com as mesmas autoras, o conteúdo informacional serviria também para “utilização racional dos recursos naturais, bem como no direcionamento adequado das políticas setoriais governamentais” (FERNANDES; SKOLIMOVISKI, 1992FERNANDES, L. R. R. M. V.; SKOLIMOVSKI, E. B. Informação ambiental: uma lacuna sendo preenchida no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, v.21, n.1, p. 46-51, jan./abr. 1992. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/463/463. Acesso em: 29 maio 2019.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/vi...
, p.47).

Dessa forma, percebe-se que a Biblioteconomia e a Ciência da Informação vêm percorrendo um caminho profícuo de acompanhamento às tendências nacionais e internacionais relacionadas à questão ambiental. E isso no escopo próprio de sua atuação, que é a de potencializar a organização, preservação e acesso à informação que, neste caso específico, auxilia na promoção da consciência ecológica a partir das informações ambientais.

É essa consciência ecológica que faz a área avançar na proposta de ações práticas e específicas naquilo que ainda pode ser feito no âmbito da sustentabilidade ou do desenvolvimento sustável nas bibliotecas. Tendo por base esses pressupostos, as ações que serão apresentadas no próximo item auxiliam a compreensão do que se pode fazer em termos técnicos para que as bibliotecas contribuam ainda mais para a sustentabilidade. Exemplos como o da Biblioteca Comunitária da Univali - campus de Balneário Camburiú contribuem para que as Bibliotecas reforcem os crítérios para sustentabilidade ambiental e ecológica de sua atuação. Isso porque as bibliotecas como um todo já vêm cumprindo seu papel no desenvolvimento da sustentabilidade social e econômica, conforme a caracterização de Sachs (2002SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.).

Nesse sentido, no escopo ambiental, as bibliotecas podem inserir ou incrementar ações que preservem o capital natural com o uso racional dos recursos não renováveis. Já no aspecto ecológico, as instalações, usos e serviços biblioteconomômicos podem respeitar e realçar a capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais conforme bem apontou Sachs (2002SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.). Assim, entende-se que o estudo de caso apresentado a seguir pode auxiliar o debate e apresentar possíveis ações práticas.

4 Ações sustentáveis da biblioteca comunitária campus Balneário Camboriú

A Universidade do Vale do Itajaí (Univali) foi fundada em 1964, sendo considerada, atualmente, uma das maiores instituições de ensino superior do Brasil. Localizada no litoral centro-norte de Santa Catarina, possui unidades nas cidades de Itajaí, Balneário Camboriú, Biguaçu, Florianópolis, Piçarras, São José e Tijucas. A Universidade possui 11 bibliotecas, formando assim, o Sistema Integrado de Bibliotecas da Univali - SIBIUN (UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ, 2017).

Dentro desse sistema, está a Biblioteca Comunitária Campus Balneário Camboriú que foi inaugurada em 10 de agosto de 2011. De acordo com Andretti, Calegaro e Machado (2012ANDRETTI, C. R.; CALEGARO, E. M.; MACHADO, M. A sustentabilidade no Sistema Integrado de Bibliotecas da Univali. Itajaí, 2012. No prelo.), sua construção, desde a instalação ao mobiliário moderno, teve como alicerce a sustentabilidade e eficiência energética. A obra recebeu etiqueta nacional de conservação de energia elétrica, obtendo nível de classificação A, sendo um dos primeiros edifícios do Brasil a receber o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia/Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (INMETRO-PROCEL). A Figura 01 mostra a fachada da Biblioteca com suas linhas limpas e layout envidraçado.

Figura 01
Biblioteca Comunitária UNIVALI - Bal. Camboriú

Andretti; Calegaro e Machado (2012ANDRETTI, C. R.; CALEGARO, E. M.; MACHADO, M. A sustentabilidade no Sistema Integrado de Bibliotecas da Univali. Itajaí, 2012. No prelo.) explicam também que a biblioteca foi pensada, planejada e construída com o intuito de fornecer um ambiente sustentável, agradável e funcional de incentivo a leitura, promovendo assim, a melhoria na qualidade de vida e de trabalho de seus usuários e colaboradores. Proporcionando a consciência ecológica nas pessoas, através de projetos e ações sustentáveis. O prédio foi arquitetado para que a luz do sol ilumine a biblioteca durante o dia, não havendo necessidade do uso de iluminação artificial até ao entardecer, conforme mostram as Figuras 02 e 03.

Figura 02
Arquitetura planejada para aproveitamento da luz solar

Figura 03
Ambiente interno no período diurno

No momento em que se faz necessário o uso de lâmpadas, estas são econômicas, refletem e aumentam a luz no local. As paredes são pintadas com cores claras e possuem isolamento térmico que controlam a temperatura do ambiente, diminuindo o consumo de ar condicionado. O espaço apresenta sistemas eficientes de climatização e ventilação natural. Visando ainda a sustentabilidade, há o aproveitamento da água das chuvas para o sistema de descarga dos banheiros, atendendo 75% do consumo da obra. O material utilizado na construção, por ser pré-fabricado, causou pouco impacto ambiental e suporta os dois andares da Biblioteca, compreendidos numa área de 900m² (ANDRETTI; CALEGARO; MACHADO, 2012ANDRETTI, C. R.; CALEGARO, E. M.; MACHADO, M. A sustentabilidade no Sistema Integrado de Bibliotecas da Univali. Itajaí, 2012. No prelo.)

No que se refere ao acervo, a Biblioteca conta com 32.587 títulos e 80.498 exemplares. De acordo com Souza (2017), são obras de conhecimento gerais e de literatura que atendem a todas as áreas dos cursos ministrados no campus Balneário Camboriú: Administração; Arquitetura e Urbanismo; Design Gráfico; Design Industrial; Design de Interiores; Design de Jogos e Entretenimento Digital; Design de Moda; Direito; Estética; Gastronomia; Gestão de Recursos Humanos; Marketing; Pedagogia; Relações Internacionais e Turismo e Hotelaria. Os materiais disponíveis na biblioteca são livros, e-books, periódicos impressos e eletrônicos, base de dados, teses, dissertações e monografias (impressas e online), multimeios (CDs e DVDs), artefatos tridimensionais (acervo da modateca contendo roupas, acessórios e calçados), artigos indexados e jogos não cadastrados no sistema.

Souza (2017) também afirma que a biblioteca é aberta à comunidade, porém somente alunos, professores, colaboradores da Univali e professores da Rede municipal de Balneário Camboriú podem retirar as obras para empréstimo. O espaço conta com 24 cabines de estudo individuais e em grupo, seis salas de estudo em grupo, uma sala multiuso (miniauditório e sala de vídeo, com capacidade para 30 pessoas), modateca (Figura 04), elevador e sala com terminais para acesso à base de dados.

Figura 04
Modateca

A equipe da biblioteca é formada por uma bibliotecária e sete auxiliares de biblioteca. Além da infraestrutura, a biblioteca fornece os seguintes serviços: Acesso a Internet; Ação Cultural; Capacitação do Usuário; Catalogação na Fonte; Comutação Bibliográfica; Consultas em Bases de Dados on-line; Consulta Local; Consulta on-line ao acervo; Empréstimo Domiciliar; Levantamento Bibliográfico; Pergamum Mobile; Serviço de Referência; Sistema de Empréstimos Inter-Bibliotecas - SEIB, Sistema Integrado de Bibliotecas do Sistema ACAFE - SINBAC; Sistema Integrado de Devolução - SID; Orientação Bibliográfica; Participação em redes; Renovação/Reserva; Repositório Institucional e Visitas Orientadas.

4.1 Projetos sustentáveis da biblioteca comunitária campus Balneário Camboriú

Entre os projetos sustentáveis desenvolvidos na Biblioteca, destaca-se o “Sustentabiblio” que tem como objetivo conscientizar os colaboradores e usuários quanto ao consumo e desperdício de materiais. Conscientizando os usuários sobre a necessidade de evitar o desperdício de água, energia elétrica, papel, produtos de limpeza e demais materiais de consumo, o projeto visa estimular a prática dos 4Rs (reduzir, reutilizar, reciclar e repensar). A equipe busca promover palestras, oficinas e workshops sobre sustentabilidade, estabelece parcerias e efetua divulgação do tema e projeto em diversos canais de comunicação, como internet, rádio, TV, entre outros.

Segundo Almeida et. al. ([2006], n.p.), o projeto sustentabilio justifica-se porque a sustentabilidade é

[...] compreendida como a habilidade de manter-se inserido em um ambiente sendo capaz de não impactar violentamente esse meio. A adoção de práticas sustentáveis é necessária em todos os setores das atividades humanas, pois envolve os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade.

Portanto, na biblioteca são realizadas atividades interativas sobre o tema, vivências e dinâmicas de grupos, exposições temáticas e campanhas de esclarecimento, visando a sustentabilidade. Ainda de acordo com Almeida et. al. ([2006], n.p.), as ações do projeto são:

  1. Incentivar o uso de canecas. Abandonar o uso de copos plásticos; 2. Aplicar campanhas para desligar lâmpadas economizando energia elétrica;

  2. Limpar as lâmpadas fluorescentes em intervalos programados;

  3. Arrecadar papéis para reciclagem. O valor acumulado será destinado para compra de jogos educativos e pufes;

  4. Usar a ecofont, fonte para impressão de documentos, visando economia de tinta e tempo;

  5. Usar frente e verso de papel para impressão;

  6. Utilizar papéis que não servem mais como rascunho;

  7. Utilizar folhetos, guias, folders e convites eletrônicos (PDF);

  8. Desligar o ar condicionado quando não houver calor;

  9. Manter limpo o filtro do ar-condicionado;

  10. Desligar os computadores quando não estiverem em uso;

  11. Desligar o monitor quando for deixá-lo inativo por mais de 15 minutos;

  12. Retirar das tomadas micro-ondas, bebedouro entre outros eletrodomésticos da Biblioteca quando não usados;

  13. Trocar as pilhas comuns pelas recarregáveis;

  14. Economizar ligações telefônicas, adotando o máximo de e-mails; 16. Incentivar a participação de ações ambientais ligadas a UNIVALI e a comunidade;

  15. Programa 5S;

  16. Arrecadação de gibis e criação da Gibiteka.

Dessa forma, as ações praticadas na biblioteca contribuem para a sustentabilidade, despertando nas pessoas a consciência ecológica. De acordo com Andretti; Calegaro; Machado (2012ANDRETTI, C. R.; CALEGARO, E. M.; MACHADO, M. A sustentabilidade no Sistema Integrado de Bibliotecas da Univali. Itajaí, 2012. No prelo., n.p.),

A construção de uma Biblioteca Sustentável no campus de Balneário Camboriú amplia a importância do respeito aos valores ambientais, sociais e culturais. A biblioteca com o seu espaço humanizado, garante a melhoria na qualidade de vida e de trabalho, visando uma convivialidade harmoniosa entre colaboradores e usuários.

Andretti; Calegaro; Machado (2012ANDRETTI, C. R.; CALEGARO, E. M.; MACHADO, M. A sustentabilidade no Sistema Integrado de Bibliotecas da Univali. Itajaí, 2012. No prelo., n.p.) ainda enfatizam que “a sustentabilidade trouxe um novo desafio para as bibliotecas, que requer transformação e mudança”. Mudança no modo de pensar e agir, transformando a biblioteca em um espaço ligado à relação humana, proporcionando melhor qualidade de vida e estabelecendo um compromisso social com a comunidade na qual está inserida.

4.2 Bookcrossing - um projeto sustentável

O BookCrossing foi criado em 2001 nos Estados Unidos, tendo como objetivo “transformar o mundo inteiro numa biblioteca” (BOOKCROSSING BRASIL, ©2016). Após o lançamento do site oficial www.bookcrossing.com, o movimento tornou-se um sucesso global, estando presente em 132 países, contando com 1.894.630 integrantes e 12.460.541 livros registrados. O projeto consiste em deixar um livro em local público, como, parques, praças, cafés, bibliotecas, transportes públicos e demais lugares da cidade, a fim de que outra pessoa o encontre, o leia e faça o mesmo, libertando, assim, o livro para o próximo leitor. Com esta prática, os livros acabam viajando pelo mundo, passando por diversos leitores ao invés de ficarem parados em estantes. Essa característica torna o BookCrossing um projeto sustentável, de estímulo e incentivo a leitura, despertando interesse e proporcionando momentos de partilha aos seus participantes, acesso ao conhecimento e cultura, transformando os indivíduos em leitores assíduos.

Sendo assim, o BookCrossing baseia-se em “Ler, Registrar e Libertar”, funcionando do seguinte modo: leia um livro, registre-o no site oficial do movimento e passe adiante, entregando para alguém ou da forma clássica, deixando em local público para que o livro seja encontrado. Feita a inscrição no site, o membro criará um perfil, uma identificação para si, e ao registrar um novo livro, irá obter automaticamente o número BCID (BookCrossing Identification Number) que é único para cada obra, o participante poderá então através deste número, acompanhar o livro na sua viagem pelo mundo, assim como todo integrante que encontrar e vier a dar entrada do mesmo livro no site.

Nesse processo, os livros devem possuir adesivo, etiqueta ou alguma anotação sobre o BookCrossing e número BCID. Existem modelos prontos no site, portanto, a pessoa que encontrar a obra poderá decidir seguir de forma anônima, apenas deixando um comentário e passando o livro adiante como poderá acessar o site e fazer parte da comunidade. Assim, tem a oportunidade de participar de fóruns e registrar seus próprios livros, colocando etiqueta referente ao movimento com número de identificação e libertando-o, dando continuidade ao projeto.

Existem pontos oficiais de BookCrossing em locais fixos e abertos ao público, como bibliotecas, cafés, lojas, dentre outros estabelecimentos. Estes espaços possuem uma prateleira ou estante, com adesivos e cartazes identificando o movimento. São lugares seguros, onde os usuários podem deixar e capturar novos livros, evitando assim, que o livro se perca e garantindo que o mesmo será lido por uma nova pessoa.

No Brasil, o Bookcrossing está presente em todos os estados brasileiros, contando com 12.260 usuários cadastrados. Além de libertarem livros com freqüência, os membros participam de vários eventos literários, onde promovem a prática, que tem como missão “conectar pessoas através dos livros” (BOOKCROSSING BRASIL, ©©2016).

Atualmente, existem 79 pontos oficiais de BookCrossing no Brasil, sendo que a Biblioteca Comunitária da Univali Campus Balneário Camboriú possui um ponto de coleta e distribuição de livros permanente em seu espaço. De acordo com Machado; Marques; Andretti (2013MACHADO, M.; MARQUES, P. B.; ANDRETTI, C. R. Ponto Oficial do Bookcrossing Brasil: UNIVALI, campus Balneário Camboriú e Unidade Ilha. CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. 25., 2013, Florianópolis. Anais... Florianópolis, 2013. Disponível em: https://portal.febab.org.br/anais/article/view/1590. Acesso em: 17 maio 2018.
https://portal.febab.org.br/anais/articl...
), após entrar em contato com a responsável pelo movimento no Brasil, a equipe elaborou um projeto para a implantação de um ponto oficial de BookCrossing na biblioteca do campus Balneário Camboriú, visando proporcionar mais uma experiência sustentável e de incentivo à leitura para seus usuários.

Foram criados cartazes, etiquetas, marcadores de página, embalagens e balões personalizados para divulgação do ponto oficial na biblioteca, contendo informações e logo referente ao BookCrossing e à Univali, conforme demonstra Figura 5.

Figura 05
Ponto permanente de Bookcrossing na BC.

Em seguida, foi feita campanha de divulgação, por meio das redes sociais, marketing e entrevistas para jornais e recolhimento de livros doados para o projeto. Posteriormente, as obras passaram pelo processo de análise, limpeza, digitalização da capa e cadastro no site do BookCrossing Brasil. Todo esse procedimento foi realizado pela equipe de bibliotecários do Sistema Integrado de Bibliotecas da Univali - SIBIUN. Foram enviadas fotos dos dados e pontos de coleta para o site, oficializando assim, o Ponto Oficial de BookCrossing Brasil na Biblioteca Comunitária campus Balneário Camboriú. A primeira libertação de livros foi um sucesso e o projeto permanece até os dias atuais. (MACHADO; MARQUES; ANDRETTI, 2013MACHADO, M.; MARQUES, P. B.; ANDRETTI, C. R. Ponto Oficial do Bookcrossing Brasil: UNIVALI, campus Balneário Camboriú e Unidade Ilha. CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. 25., 2013, Florianópolis. Anais... Florianópolis, 2013. Disponível em: https://portal.febab.org.br/anais/article/view/1590. Acesso em: 17 maio 2018.
https://portal.febab.org.br/anais/articl...
).

5 Considerações finais

O presente trabalho buscou descrever sobre a eficácia das ações sustentáveis realizadas na Biblioteca Comunitária Campus Balneário Camboriú, assim como, compreender como se estabelece a sustentabilidade na mesma. De acordo com a pesquisa bibliográfica, os resultados correspondem com os objetivos traçados neste trabalho, uma vez que a biblioteca concentra nas suas atividades os conceitos aplicados de sustentabilidade. A equipe afirma o sucesso das ações culturais e sustentáveis até os dias atuais. Ainda que atualmente o termo sustentabilidade tenha sido popularizado, banalizado, não cumprindo com a verdade em muitos os casos, esta biblioteca está efetivamente mudando a sua própria realidade e a da comunidade ao redor.

É recompensador comprovar que existe uma Instituição no Estado de Santa Catarina trabalhando de forma comprometida com a sustentabilidade. De forma que irá impactar futuramente no desenvolvimento das pessoas atendidas pela mesma, e na realidade das demais bibliotecas, além de ser uma inspiração para as demais instituições, devido a sua construção sustentável, eficiência energética e ações culturais.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Fev 2020
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2019

Histórico

  • Recebido
    19 Set 2018
  • Aceito
    04 Jun 2019
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