Acreditação Institucional e Certificação Profissional: seminário da Cinaem

NOTAS BREVES

Acreditação Institucional e Certificação Profissional: seminário da Cinaem

Hêider A. Pinto^I; Reinaldo Ayer de Oliveira^II

^ICoordenador Geral da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina, DENEM/Movimento em Defesa da Vida; vice-presidente da Cinaem. <[e-mail]>

^IIConselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp); Professor da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp. <[e-mail]>

No primeiro fim de semana de maio do ano 2000, a Cinaem^* (Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino Médico) mais uma vez amplia e avança: realiza, em São Paulo, um seminário internacional para debater Acreditação Institucional e Certificação Profissional e envolve, nessa discussão, mais de cincoenta escolas médicas, todos os conselhos regionais de medicina, mais de vinte sindicatos médicos, entidades representativas da área associativa da medicina, estudantes e representantes das 11 entidades que compõem a Cinaem.

O seminário foi organizado como espaço de debate entre os conhecimentos (saberes) sobre a acreditação e certificação e as posições dos participantes (práticas), temas tão pertinentes na evolução do projeto da Cinaem e já objetos de estudos e proposições em vários fóruns internacionais. Uma vez que a repercussão dessas discussões afetará os destinos da escola médica e da atividade profissional na América Latina, especialmente no Brasil, não há tempo a perder: entidades e escolas médicas devem, urgentemente, aprofundar o debate.

Os temas propostos geraram, ao longo do Seminário, polêmicas em várias direções, especialmente no que se referiu a mecanismos de classificação institucional e regulamentação profissional. Trouxeram à tona discussões complexas e controvertidas que vão, de um recorte simplista que considera um sistema de acreditação organizado sobre uma lógica excludente, competitiva, lucrativa e orientada para responder ao mercado a concepções segundo uma ótica includente, eqüânime, cooperativa, solidária, formativa, democrática, que objetiva a construção de um aparelho formador que responda às necessidades do sistema de saúde e da população. Possibilitar um debate democrático e coletivo como o que foi visto durante o Seminário mostra maturidade e afirmação do movimento de transformação da educação médica orientado pela Cinaem.

Os desdobramentos deste Seminário prometem inaugurar uma unidade de políticas e objetivos entre as entidades que formam este corpo, respeitando as singularidades, atribuições e motivações de cada uma. Para um caminhar solidário e responsável é necessário que a discussão seja agendada nacionalmente, tomando-se o cuidado de não afastar um importante parceiro: o Estado.

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Os dez anos do movimento geraram uma nova cultura instituinte na educação médica com vocabulário, valores, saberes e entendimentos inovadores e comprometidos com a transformação; produzindo qualificado diagnóstico da educação médica; e possibilitando a construção coletiva das diretrizes para a docência médica, o sistema de avaliação, a gestão da escola e o processo de formação necessárias para a produção de uma escola médica de qualidade no entendimento dos atores que deram vida ao processo.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  23 Jun 2009
• Data do Fascículo
  Ago 2000