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TESES

Universidade aberta à terceira idade da Universidade do Sagrado Coração (UATI/USC): estudo de caso

Open university for senior citizens at the Sagrado Coração university: a case study

Fabiana Ferro Machado

Dissertação de Mestrado, 2004; Universidade Estadual Paulista - Unesp, Faculdade de Medicina de Botucatu, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. <fa_ferro@ig.com.br>

Palavras-chave: Epidemiologia; terceira idade; saúde pública.

Key words: Epidemiology; aged; public health.

Palabras clave: Epidemiología; anciano; salud publica.

Ao mesmo tempo em que o contingente de idosos aumenta no Brasil, ganham força os estudos sobre envelhecimento em novos moldes. Consagra-se com rapidez a expressão terceira idade, justificando esta nova sensibilidade em relação à velhice, considerando-a momento privilegiado da vida. O objetivo do presente estudo foi, a partir de caso com os participantes da UATI/USC, saber como vivem a atual fase da vida e como interagem.

Os dados foram obtidos mediante entrevistas semi-estruturadas e de análise de perguntas fechadas realizadas com o Programa Epi-Info versão 6.0. As perguntas abertas foram gravadas e transcritas na seqüência, o que permitiu detectar os núcleos principais de pensamento, sentimentos e opiniões. Os resultados encontrados mostram que o perfil do aluno da UATI/USC é de um idoso do sexo feminino; proveniente de bairros ao entorno da USC; com alto nível de escolaridade; alto poder aquisitivo; classificado como muito ativo fisicamente; satisfeito com a vida; interessado em aprender, evoluir, conhecer e utilizar as novas tecnologias. Quanto ao docente, é de um profissional que valoriza a velhice, acha que aprende muito com a maturidade do idoso, respeita e acredita nas reais capacidades desse aluno. De seu lado, a instituição percebe a força de sua proposta de UATI e faz o melhor para seus alunos.

Recebido para publicação em 04/12/04.

Aprovado para publicação em 17/12/04.

A busca da assistência humanizada: a percepção do idoso hospitalizado

The quest for humanized care: the perception of the hospitalized senior citizen

Teresa Cristina Prochet

Dissertação de Mestrado, 2004; Universidade Estadual Paulista - Unesp, Faculdade de Medicina de Botucatu, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. <prochet@uol.com.br>

Palavras-chave: Idosos; promoção da saúde.

Key words: Aged; health promotion.

Palabras clave: Ancianos; promoción de la salud.

O interesse em estudar a população idosa, parte da constatação de ser ela, hoje, a que mais cresce em todo o mundo. Este crescimento refletiu nos serviços hospitalares, trazendo novas demandas gerenciais e assistenciais para o idoso e para sua família, bem como para a equipe de saúde que presta o atendimento. Apesar das grandes conquistas tecnológicas, estudos realizados pelo Ministério da Saúde demonstram que a qualidade do cuidado prestado aos pacientes hospitalizados constitui alvo de atenção.

O objetivo do estudo foi averiguar na percepção do idoso hospitalizado o significado do cuidado, a identificação dos profissionais de saúde responsáveis pelo cuidado, as atitudes assumidas pela equipe de saúde, os sentimentos, e ainda, descrever as condições institucionais que interferem na humanização do atendimento hospitalar, bem como as expectativas e as sugestões para uma assistência de qualidade.

Trata-se de estudo qualitativo desenvolvido no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. Foram entrevistados, na beira do leito, oitenta e seis idosos internados em doze enfermarias clínicas e cirúrgicas durante o período de novembro/2002 a março/2003. As entrevistas foram gravadas e transcritas, preservando na íntegra o conteúdo. Os dados foram tratados por meio da interpretação dos depoimentos, com base no método de análise de conteúdo. Paralelamente, foram também aplicados dois questionários, um para a caracterização das unidades de internação e o outro voltado para a equipe de enfermagem. Os resultados revelaram que os idosos incluem como composição do termo cuidado os aspectos instrumentais (que exigem conhecimentos e habilidades) e comportamentais (que exigem formas de lidar) como condição que se percebe e que se deseja. A maioria dos idosos reconheceu os médicos e a equipe de enfermagem como os componentes da equipe de saúde que cuida, entretanto, 55,9% não conseguiram informar a identidade de seu médico. As atitudes positivas foram atribuídas por 80,2% dos idosos, entretanto, quase a metade desses expressaram verbalmente algum tipo de sentimento negativo pela equipe no momento que esta presta atendimento. A análise das atitudes permitiu a construção de quatro categorias: paciência, atenção, ação profissional e interação. Já os sentimentos foram agrupados em cinco categorias: gratidão, bem-estar, tristeza, vergonha e saudade. Dos idosos entrevistados, 51,2% citaram pelo menos uma dificuldade ou problema institucional passível de interferência no atendimento recebido. As situações detectadas foram divididas em três categorias: gestão, equipe e ambiente físico. Em relação às expectativas para a internação atual os resultados revelaram que 52,3% dos idosos entrevistados não expressaram qualquer tipo de expectativa. As expectativas levantadas ficaram eqüitativamente distribuídas entre as cinco categorias estabelecidas: aspectos administrativos e operacionais, aspectos humanos e interacionais, aspectos espirituais e aspectos sócio-culturais. Somente 26,7% dos entrevistados emitiram alguma sugestão para a melhoria da assistência.

Quando trata do idoso a equipe de saúde deve estar preparada e consciente de que seu papel interfere na qualidade e na satisfação do atendimento. Saber o que o idoso pensa, o que sente e suas expectativas proporciona oportunidade não só para reflexão da equipe que cuida, mas também, permite que medidas práticas reais sejam tomadas e que possam fortalecer o vínculo de quem cuida e de quem é cuidado. O ambiente físico, os recursos tecnológicos são importantes, porém não mais significativo do que a essência humana. Para atingir as mudanças na saúde pressupõe-se a alteração de conceitos profissionais, da perspectiva de atuação, da reformulação do método assistencial e muitos outros. Sugere-se que a administração dos hospitais tenha como filosofia e meta de trabalho a busca contínua da humanização. Que ao assumir tal postura, a administração hospitalar tome como desafio o contágio e o estímulo de suas várias equipes, de forma que a humanização seja observada em seus múltiplos aspectos.

Recebido para publicação em 04/12/04.

Aprovado para publicação em 17/12/04.

Condições de vida e saúde das pessoas portadoras de deficiência física em Botucatu, SP

Conditions of life and health of physically handicapped people in Botucatu

Rosiane Dantas Pacheco

Dissertação de Mestrado, 2004; Universidade Estadual Paulista - Unesp, Faculdade de Medicina de Botucatu, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. <rosidantas@hotmail.com>

Palavras-chave: Condições de vida; diagnóstico da situação em saúde; deficiência física.

Key words: Living conditions; diagnosis of health situation; physical disability.

Palabras clave: Condiciones de vida; diagnostico de la situación en salud; deficiencia fisica.

A deficiência física é um fenômeno biológico e social, que atinge aproximadamente 2% da população e traz grandes dificuldades para a vida cotidiana da pessoa portadora e de sua família. Dificuldades que estão relacionadas a suas limitações físicas e motoras, assim como àquelas impostas pela sociedade que se manifestam pela segregação, pelo estigma e pelo preconceito. O objetivo principal dessa pesquisa foi analisar as condições de vida e de saúde dos portadores de deficiência física residentes na área de abrangência do Centro Saúde Escola, em Botucatu-SP, para fornecer subsídios ao planejamento de políticas públicas e a fixação de prioridades orientadas à inclusão social. Essa pesquisa foi realizada em duas fases: na primeira fase realizamos inquérito em 25% dos domicílios da área urbana de Botucatu, para localizar os portadores de deficiência física. O encerramento dessa primeira fase deu-se com a distribuição espacial dos portadores de deficiência física, mediante técnica de geoprocessamento. Na segunda fase foi realizada a caracterização biomédica e social das pessoas portadoras de deficiência física e suas famílias, identificados na fase anterior e residentes na área de abrangência do Centro de Saúde Escola, mediante a aplicação de um questionário estruturado com os seguintes tópicos: identificação, dados familiares, dados sobre a deficiência física - tipo, origem, forma de locomoção -, consumo de habitação, consumo de água e consumo de serviços de saúde. Grande parte das pessoas portadoras de deficiência física tem mais de sessenta anos, não trabalha, estudou apenas quatro anos, é hemiplégico, adquiriu a deficiência na fase adulta, devido a um acidente vascular cerebral, vivem em condições precárias, não passou pelo processo de reabilitação e seus domicílios estão concentrados em áreas de exclusão social. Relatam grande dificuldade de realizar atividades de vida diária e de se locomover dentro do espaço urbano, uma vez que não há ônibus adaptado e muitas barreiras arquitetônicas.

Recebido para publicação em 04/12/04.

Aprovado para publicação em 17/12/04.

Saúde bucal: desenvolvimento de um programa educativo em escola da rede pública de Bauru/SP

Mouth health: development of an educational program at a Bauru public school

Adriana Regina Colombo Pauleto

Dissertação de Mestrado; Universidade Estadual Paulista - Unesp, Faculdade de Medicina de Botucatu, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. <adri.pauleto@terra.com.br>

Palavras-chave: Programas educativos; educação em saúde bucal; saúde escolar; aprendizagem baseada em problemas.

Key words: Instructions programs; health education dental; school health; problem.based learning.

Palabras clave: Programas educativos; educación en salud dental; salud escolar; aprendizaje basado en problemas.

Embora a odontologia se mostre muito desenvolvida em termos de tecnologia, não tem respondido significativamente às demandas dos problemas de saúde bucal da população. A necessidade de práticas preventivas e educativas na área tem sido, por isso, apontadas por vários pesquisadores, considerando o baixo custo e as possibilidades de impacto odontológico no âmbito público e coletivo.

Neste contexto realizou-se pesquisa organizada em três etapas. A primeira consistiu em revisão bibliográfica sobre as propostas e metodologias desenvolvidas no âmbito das práticas preventivas em saúde bucal, constatando que os programas analisados tendem a focar as ações educativas em modelos tradicionais, apoiados na transmissão de informações e na atitude modeladora de comportamento, sem espaço para a participação ativa da população na discussão do cuidado com a saúde.

A importância de repensar as práticas educativas em termos de propostas educacionais nos levou à segunda etapa desta dissertação: pesquisar sobre as concepções e experiências de higiene em saúde bucal apresentadas por escolares de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental da rede municipal de Bauru, visando realizar um diagnóstico da situação na área.

Por meio de entrevista estruturada e questionário com questões fechadas, estudou-se uma amostra aleatória simples de oitenta escolares, dos quais 63,75% indicaram ter tido dor de dente. Pelos resultados obtidos, observou-se que, embora os escolares tenham informações sobre os cuidados com a saúde bucal, procurando, freqüentemente, elaborar respostas que correspondam às expectativas do pesquisador, as formulações das crianças apontam para uma prática de cuidados deficiente.

Esses dados, que possibilitaram identificar marcos conceituais e temas geradores para um trabalho problematizador, representaram ponto de partida para o desenvolvimento de um programa educativo, apoiado na aprendizagem significativa e em práticas emancipatórias, o que compreendeu a terceira etapa deste estudo. A experiência envolveu oitenta escolares, organizados em quatro grupos de trabalho, utilizando a problematização dos temas de saúde bucal como base da experiência educativa.

Pela análise que realizamos, houve grande aceitação do programa entre os alunos e professores, apontando para a importância da problematização nas práticas educativas e preventivas em saúde, sobretudo em relação aos aspectos mobilizadores e à possibilidade de estimular a autonomia dos sujeitos em relação ao próprio cuidado. Sem desconsiderar a importância da continuidade dos programas educativos a partir de parcerias que envolvam a escola, comunidade, universidade e serviços públicos de saúde, avançamos ao ancorar o programa educativo na discussão e não apenas na informação, possibilitando espaços de trocas intersubjetivas capazes de produzir soluções criativas, adequadas à realidade dos escolares e suas famílias.

A experiência educativa que realizamos, apoiada na problematização e na autonomia, abre caminhos não só para pensar práticas educativas entre escolares, mas também para capacitar profissionais para o trabalho preventivo na área de saúde bucal.

Recebido para publicação em 09/11/04.

Aprovado para publicação em 09/11/04.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Set 2005
  • Data do Fascículo
    Fev 2005
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