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Criatividade na educação superior: fatores inibidores

Creativity in higher education: inhibiting factors

Resumos

O objetivo deste estudo foi investigar elementos percebidos por professores da educação superior como inibidores à promoção de condições adequadas ao desenvolvimento e expressão da criatividade de seus alunos. Trezentos e trinta e oito professores de instituições públicas e particulares de ensino superior responderam a uma checklist de barreiras à promoção de condições favoráveis à criatividade em sala de aula. Alunos com dificuldades de aprendizagem em sala de aula, desinteresse do aluno pelo conteúdo ministrado, poucas oportunidades para discutir e trocar ideias com colegas de trabalho sobre estratégias instrucionais e elevado número de alunos em sala de aula foram os itens com maior percentual de respostas. Alguns elementos cerceadores foram mais indicados por docentes de instituições públicas e outros por docentes de instituições particulares. Ademais, maior percentual de docentes do gênero feminino, comparativamente ao do gênero masculino, apontou cobrança de aulas expositivas pelos alunos e extensão do programa das disciplinas.

Criatividade; Educação superior; Barreiras à criatividade


The purpose of this study was to investigate the perception of higher education professors regarding inhibiting elements to the promotion of adequate conditions for the development and expression of students' creativity in the classroom. The participants were 338 professors from public and private higher education institutions, who completed a checklist of obstacles to the promotion of creativity in the classroom. Students with learning difficulties, students' lack of interest in the content taught, few opportunities to discuss and exchange ideas with colleagues about instructional strategies and large number of students in the classroom were the items with greater number of responses. Significant differences were observed among professors from public and private institutions of higher education in several items. Furthermore, a greater percentage of female, comparatively to male professors, pointed out the pressure to lecture classes on the part of the students and the extent of the course content to be covered during the semester.

Creativity; Higher education; Obstacles to creativity


Criatividade na educação superior: fatores inibidores

Creativity in higher education: inhibiting factors

Eunice Maria Lima Soriano de AlencarI; Denise de Souza FleithII

IPh.D. em Psicologia Educacional pela Purdue University e Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Católica de Brasília, DF. Email: ealencar@pos.ucb.br

IIPh.D. em Psicologia Educacional pela University of Connecticut e Professora associada da Universidade de Brasília. Email: fleith@unb.br

RESUMO

O objetivo deste estudo foi investigar elementos percebidos por professores da educação superior como inibidores à promoção de condições adequadas ao desenvolvimento e expressão da criatividade de seus alunos. Trezentos e trinta e oito professores de instituições públicas e particulares de ensino superior responderam a uma checklist de barreiras à promoção de condições favoráveis à criatividade em sala de aula. Alunos com dificuldades de aprendizagem em sala de aula, desinteresse do aluno pelo conteúdo ministrado, poucas oportunidades para discutir e trocar ideias com colegas de trabalho sobre estratégias instrucionais e elevado número de alunos em sala de aula foram os itens com maior percentual de respostas. Alguns elementos cerceadores foram mais indicados por docentes de instituições públicas e outros por docentes de instituições particulares. Ademais, maior percentual de docentes do gênero feminino, comparativamente ao do gênero masculino, apontou cobrança de aulas expositivas pelos alunos e extensão do programa das disciplinas.

Palavras-chave: Criatividade. Educação superior. Barreiras à criatividade.

ABSTRACT

The purpose of this study was to investigate the perception of higher education professors regarding inhibiting elements to the promotion of adequate conditions for the development and expression of students' creativity in the classroom. The participants were 338 professors from public and private higher education institutions, who completed a checklist of obstacles to the promotion of creativity in the classroom. Students with learning difficulties, students' lack of interest in the content taught, few opportunities to discuss and exchange ideas with colleagues about instructional strategies and large number of students in the classroom were the items with greater number of responses. Significant differences were observed among professors from public and private institutions of higher education in several items. Furthermore, a greater percentage of female, comparatively to male professors, pointed out the pressure to lecture classes on the part of the students and the extent of the course content to be covered during the semester.

Key words: Creativity. Higher education. Obstacles to creativity.

INTRODUÇÃO

Condições que promovem a criatividade na educação constituem-se tema de atenção crescente em décadas recentes. Tem sido lembrado que a capacidade de criar é essencial na sociedade do conhecimento, fator chave para lidar com as mudanças rápidas e complexas que caracterizam o mundo contemporâneo. Por esta razão, é fundamental que as instituições de ensino superior, que ocupam uma posição central na formação dos futuros profissionais, tenham como uma de suas metas o desenvolvimento do potencial criativo dos estudantes. Ademais, como sinalizado por Alencar (no prelo), Cropley (2005), Gilson (2008), entre outros autores, a demanda por profissionais criativos, que dominem estratégias eficientes para identificar oportunidades, abordar e resolver problemas imprevisíveis, tem sido uma tônica da grande maioria das organizações. Esta seria mais uma razão para que as universidades propiciem uma formação em sintonia com as demandas do mercado, de profissionais que aliem criatividade com capacidade analítica e uma base sólida de conhecimentos, ingredientes essenciais para o sucesso no mundo incerto e complexo do trabalho.

Lembra Alencar que a criatividade é um recurso fundamental para indivíduos, organizações e sociedades. Entre as razões para sua importância, poder-se-ia apontar que a mesma possibilita ao indivíduo tirar maior proveito das oportunidades e responder de forma adequada aos desafios e dificuldades presentes na vida pessoal e profissional, além de contribuir para a sua adaptação e produtividade. A necessidade de criar é também uma parte saudável do ser humano, sendo a produção criativa usualmente acompanhada de sentimentos de satisfação e prazer, elementos promotores do bem estar emocional e saúde mental. Evidências empíricas de estudos conduzidos por Amabile (2001), Csikszentmihalyi (1996) e Alencar (1997a, 2006), entre outros, com amostras de profissionais que se destacavam por sua produção criativa, apontam esse sentimento de prazer e satisfação, a par de um intenso envolvimento no trabalho realizado. Csikszentmihalyi (1996), por exemplo, em pesquisa com escritores, cientistas de áreas diversas, músicos, empresários, historiadores, arquitetos, entre outros profissionais altamente criativos, observou que os mesmos se referiam ao seu trabalho como algo envolvente, divertido e prazeroso, o que também foi constatado por Alencar (1997a, 2006), em estudo com pesquisadores reconhecidos por suas contribuições criativas. De forma similar, Pannells e Claxton (2008) perceberam uma relação positiva significativa entre felicidade e ideação criativa em uma amostra de estudantes universitários.

A criatividade constitui-se também em fator fundamental para a inovação e consequente sucesso das organizações. Ela tem sido considerada como elemento crítico para a sobrevivência da grande maioria de empresas, tendo em vista os desafios gerados pela globalização, crescente competição e ritmo acelerado de mudanças. Tais fatores pressionam o setor empresarial a inovar de forma mais rápida, o que requer um melhor proveito dos recursos disponíveis, em especial da criatividade de seus recursos humanos. Como sinaliza Smith-Bingham (2006), a prosperidade futura dos países depende de forma crescente de sua capacidade de inovar, ou seja, de transformar ideias em novos produtos e serviços, desenvolver novas tecnologias e formas de produção, introduzir produtos e serviços em novos mercados e ainda, em contexto global, enfrentar os inúmeros desafios do planeta, nas áreas de saúde, educação e trabalho. É por esta razão que vários países têm buscado incluir a criatividade como uma prioridade política, promovendo o seu fomento na educação formal, em indústrias e outros tipos de organizações. (STROM; STROM, 2002; JACKSON, 2006a)

Apesar da importância da educação superior para o fomento da criatividade, constata-se que pouca atenção tem sido dada ao desenvolvimento das habilidades criativas do estudante neste nível de ensino (ALENCAR; FLEITH, 2009; CSIKSZENTMIHALYI, 2006; JACKSON, 2006a; JACKSON; OLIVER; SHAW; WISDOM, 2006; WECHSLER, 2001). Para Jackson, Oliver, Shaw e Wisdom (2006), por exemplo, a importância da criatividade nos processos de ensino e aprendizagem é amplamente subestimada no contexto da educação superior, a qual dá mais valor ao pensamento crítico e racional. Tal ponto de vista está em sintonia com Fryer (2006) que também sinalizou que a criatividade não vinha sendo reconhecida, sendo mesmo subvalorizada em grande número de disciplinas ensinadas em universidades da Inglaterra. Ademais Jackson (2006b) sublinha que, embora muitas vezes se espere que os estudantes sejam criativos, a criatividade raramente é incluída nos planos de disciplinas como um objetivo explícito a ser alcançado no decorrer do curso. A grande maioria dos professores universitários desconhece o que vem sendo pesquisado a respeito de criatividade, o que dificulta a organização de programas e ambientes de aprendizagem, ensino e avaliação que contribuam para que estudantes de cursos superiores tomem consciência de seu potencial para criar e desenvolvam e expressem a sua criatividade. Em consonância com esse autor, Csikszentmihalyi (2006) considera que o mais comum é a presença de propostas curriculares voltadas unicamente para a transmissão do conhecimento. Também Castanho (2000) aponta a falta de interesse em promover a criatividade nos cursos universitários, sinalizando que as faculdades brasileiras são geralmente pouco ou nada criativas.

Entre as questões já pesquisadas sobre criatividade na educação superior, poder-se-iam apontar habilidades de pensamento criativo de estudantes (CHEUNG; RUDOWICZ; YUE; KWAN, 2003; SAEKI; FAN; DUSEN, 2001); avaliação de estudantes universitários a respeito de seu nível de criatividade, de seus colegas e professores (ALENCAR, 1996, 1997b, 2002); atributos do professor facilitador e inibidor da criatividade segunda estudantes de pós-graduação (ALENCAR, 2000); barreiras à criatividade pessoal (ALENCAR, 1999, 2001; ALENCAR; FLEITH, 2003; ALENCAR; FLEITH; MITJÁNS MARTÍNEZ, 2003; ALENCAR; MITJÁNS MARTÍNEZ, 1998); percepção de estudantes e professores universitários com relação à eficácia e criatividade docentes (SOUZA, 2001); percepção de estudantes e professores da educação superior sobre o ensino inovador (JASKYTE; TAYLOR; SMARIGA, 2009); percepção de estudantes e professores referente à extensão em que condições favoráveis à promoção da criatividade são oferecidas em distintos cursos universitários. (ALENCAR, 1995b, 1997b, 2002; ALENCAR; FLEITH, 2004; SILVA; ALENCAR, 2003, RIBEIRO; FLEITH, 2007; SOUZA; ALENCAR, 2006)

No que diz respeito a elementos que cerceiam o florescimento da criatividade na educação superior, uma análise da literatura indica que este é um tópico pouco discutido. Algumas exceções são os estudos de Jackson (2006a), Edwards, McGoldrick e Oliver (2006), Fryer (2006) e Alencar e Fleith (2008a). O primeiro desses autores lembra que a educação superior é ampla e complexa, incluindo muitas finalidades e metas. Sinaliza ainda atitudes/resistências do corpo docente e estudantes; elementos organizacionais de natureza estrutural, cultural e processual; tempo e outros recursos; e políticas governamentais como possíveis barreiras ao florescimento da criatividade na educação superior. Por outro lado, Edwards, McGoldrick e Oliver (2006), em pesquisa com professores a respeito de suas perspectivas sobre criatividade e currículo, constataram o receio de professores de assumirem riscos em função de uma cultura que não tem tolerância ao fracasso; falta de recursos, especialmente tempo; além de oportunidades limitadas a uma avaliação formativa. Também Fryer (2006), com base em um questionário respondido via email por 90 docentes, observou que carga excessiva de trabalho, tempo inadequado de preparação das aulas, grande número de alunos em sala de aula, tempo insuficiente para contato com os alunos, recursos inadequados, foram alguns dos fatores considerados pelos participantes do estudo como elementos restritores à expressão da criatividade na educação superior. No Brasil, Alencar e Fleith (2008a), em estudo sobre fatores facilitadores e inibidores à criatividade pessoal, no qual estudantes de engenharia foram entrevistados a respeito tanto de elementos do ambiente quando de variáveis pessoais que facilitam ou dificultam a expressão da criatividade, constataram que as condições da universidade e do curso de engenharia, como, por exemplo, a forma como o ensino vinha sendo conduzido, a má qualidade do ensino e a distância da universidade com o mercado do trabalho, foram apontadas como cerceadoras à criatividade. Possíveis barreiras ou dificuldades encontradas por docentes universitários para promover condições favoráveis ao desenvolvimento e expressão da criatividade de seus alunos é, entretanto, uma questão pouco explorada, conforme literatura consultada.

Tendo em vista a relevância do tema, o desconhecimento dos fatores considerados pelos docentes como elementos que dificultam a promoção de condições adequadas ao desenvolvimento/expressão da criatividade do aluno e com vistas a contribuir para a literatura sobre criatividade na educação superior, desenvolveu-se o presente estudo. O mesmo teve como objetivos identificar barreiras à promoção de condições adequadas ao desenvolvimento/expressão da criatividade de alunos segundo docentes da educação superior; e analisar possíveis diferenças entre professores do gênero masculino e feminino, de instituições de ensino superior pública e particular nas barreiras apontadas.

MÉTODO

Participantes

Participaram do estudo 338 professores da educação superior, sendo 177 (52,4%) do gênero masculino e 161 (47,6%) do gênero feminino. Deste total, 89 (26,3%) lecionavam em universidade pública e 249 (73,7%) em instituições particulares de educação superior. A idade dos participantes variou entre 23 e 72 anos (M=39,43; DP=9,27), tendo três docentes omitido este dado. Os docentes tinham entre menos de um e 35 anos de experiência docente (M=9,09; DP=7,08), sendo que 13 participantes não informaram o tempo de experiência docente. Com relação à escolaridade, 31,1% informaram ter o título de Mestre, 12,7% o doutorado incompleto e 27,2% o doutorado. O nível de escolaridade dos demais variou de graduação a mestrado incompleto. Faltou informação a respeito deste dado por parte de 11,1% dos docentes. Quanto às áreas de conhecimento das disciplinas que esses professores ministravam, constatou-se que os docentes se concentravam em disciplinas de Ciências Humanas (28,4%) e Ciências Sociais Aplicadas (24,0%).

INSTRUMENTO E PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Foi utilizada uma checklist de barreiras à promoção de condições favoráveis à criatividade na prática docente. Esta incluía um conjunto de 20 itens relativos a possíveis barreiras percebidas pelo professor à promoção de condições adequadas ao desenvolvimento/expressão da criatividade discente. Constituiu-se em uma adaptação de uma checklist anterior desenvolvida para uso junto a professores do Ensino Fundamental (ALENCAR; FLEITH, 2005,2008b; CARVALHO; ALENCAR, 2004). Estes itens foram construídos com base em estudos anteriores (ALENCAR, 1995a; FLEITH, 2000; MARIANI; ALENCAR, 2005; MORGAN; FOSTER, 1999). Alguns itens da checklist original foram retirados, como, por exemplo, "falta de orientação por parte da coordenação pedagógica da escola no que diz respeito a como favorecer o desenvolvimento da criatividade do aluno", "qualidade dos livros didáticos adotados na escola" e "falta de oportunidade para realizar atividades fora da sala de aula". Outros foram acrescidos: "preferência por métodos tradicionais de ensino"; "conteúdo da(s) disciplina(s), sob minha responsabilidade, pouco adequado para se trabalhar a criatividade do aluno"; "inabilidade para variar as práticas pedagógicas em sala de aula"; "dificuldade em ir além da exposição do conteúdo previsto no(s) programa(s) da disciplina(s)"; e "elevado número de disciplinas sob minha responsabilidade e outras atividades, limitando o tempo de preparação para a prática docente". Os professores foram instruídos a assinalar com um "x" os fatores considerados por eles barreiras à promoção da criatividade do aluno. Ao final da checklist, há um espaço para o professor incluir outros possíveis fatores que se constituem como barreiras à implementação de condições adequadas ao desenvolvimento e expressão da criatividade discente.

Antes de sua utilização na pesquisa, uma versão preliminar da checklist, com 18 itens, passou pelo escrutínio de estudantes de graduação e pós-graduação que participavam de um grupo de pesquisa coordenado pelas autoras. A seguir, foi conduzido um estudo piloto com 14 professores de distintos cursos com o objetivo de garantir a clareza das instruções e identificar possíveis reformulações necessárias na estrutura dos itens incluídos. Procedeu-se, então, a reformulação daqueles que foram considerados pouco claros e acrescidos mais dois itens sugeridos pelos docentes. O instrumento foi aplicado pela primeira pesquisadora e por bolsistas de Iniciação Científica e outros estudantes de graduação e pós-graduação que integravam o grupo de pesquisa na época da coleta de dados. A participação no estudo foi voluntária, tendo sido assegurado aos participantes o caráter confidencial das respostas fornecidas e informado que os dados seriam analisados coletivamente, cumprindo assim as exigências éticas legais. O instrumento foi respondido na grande maioria das vezes de forma individual, sempre na presença do pesquisador. Foram calculadas a frequência e porcentagem em cada item da checklist (total e por gênero e tipo de instituição de ensino superior). O qui-quadrado foi utilizado para análise das diferenças entre os grupos (gênero e tipo de instituição de ensino).

RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta a frequência e porcentagem de respostas à checklist de barreiras à promoção da criatividade dos estudantes. Como consta na tabela, as barreiras mais apontadas pelos professores foram: alunos com dificuldades de aprendizagem em sala de aula e desinteresse do aluno pelo conteúdo ministrado (apontadas por 68,9% e 49,1% dos professores). Três outras barreiras que tiveram expressiva indicação foram: poucas oportunidades para discutir e trocar ideias com colegas de trabalho sobre estratégias instrucionais, elevado número de alunos em sala de aula e elevado número de disciplinas e outras atividades, limitando tempo de preparação para a prática docente (apontadas por 41,1%, 40,2% e 35,8% dos professores). Por outro lado, as barreiras menos apontadas foram: inabilidade para lidar com alunos indisciplinados em sala de aula (5,6%), falta de autonomia na forma de conduzir as atividades docentes (5,6%) e falta de entusiasmo pela atividade docente (3,3%).

Na Tabela 2, são apresentadas a frequência e porcentagem de professores do gênero masculino e feminino que apontaram as distintas barreiras. É também incluído na tabela o valor do qui-quadrado, que foi o teste estatístico utilizado para examinar possíveis diferenças entre a porcentagem de professores de ambos os gêneros na indicação das referidas barreiras. Observou-se que um percentual significativamente superior de docentes do gênero feminino, comparativamente ao de gênero masculino, apontou as seguintes barreiras: cobrança de aulas expositivas por parte dos alunos (30,4% e 19,8%) e extensão do programa da(s) disciplina(s) a ser cumprido no decorrer do semestre (19,3% e 10,7%).

Quanto às diferenças entre professores de instituição de educação superior pública e particular (ver Tabela 3), observaram-se diferenças significativas em sete barreiras, tendo sido constatado que um percentual significativa superior de professores de instituição pública comparativamente ao de instituições particulares indicou as seguintes barreiras: escassez de recursos materiais básicos na instituição de ensino superior onde trabalha (57,3% e 18,9%), baixo incentivo, por parte da direção do(s) curso(s), para inovar a prática docente (38,2% e 18,9%) e desconhecimento de práticas pedagógicas que poderiam ser utilizadas para propiciar o desenvolvimento da criatividade do aluno (28,1% e 16,1%). Por outro lado, um percentual significativamente superior de professores de instituições particulares comparativamente ao de instituição pública, apontou alunos com dificuldades de aprendizagem em sala de aula (79,5% e 39,3%), elevado número de alunos em sala de aula (44,6% e 28,1%), dificuldade em ir além da exposição do conteúdo previsto na disciplina (27,7% e 13,5%) e presença de alunos indisciplinados que perturbam o trabalho docente (26,5% e 9,0%).

A checklist de barreiras à promoção de condições favoráveis à criatividade em sala de aula incluía também um espaço, na sua parte final, no qual o docente poderia acrescentar outras barreiras além daquelas apresentadas no instrumento. Do total de 338 participantes, 134 (39,64%) utilizaram esse espaço para apontar outras barreiras. Essas diziam respeito ao aluno, a elementos da instituição, ao professor e ao contexto familiar de origem do estudante. Quanto aos alunos, distintos aspectos foram lembrados como, por exemplo, insuficiência de base de conhecimento, descompromisso e imaturidade, cansaço físico, indisciplina, falta de tempo para estudo, e apelo ao ensino tradicional. Quanto à instituição, a indisponibilidade de recursos, o apoio ao ensino tradicional, a carência de direção pedagógica, visão mercantilista do ensino, falta de critérios objetivos e poucas exigências na seleção de novos alunos foram alguns dos aspectos lembrados pelos docentes. Por outro lado, a insegurança do professor, o seu desconhecimento sobre criatividade, a falta de política de incentivo à carreira docente e a sobrecarga de trabalho foram os principais elementos relacionados ao professor. Alguns dos participantes mencionaram também a família do aluno, como o seu baixo poder aquisitivo, dificultando a compra de livros recomendados para o estudo e o seu não acompanhamento do desempenho discente.

DISCUSSÃO

De forma similar ao observado em estudo anterior com professores do Ensino Fundamental (ALENCAR; FLEITH, 2008b), entre as quatro barreiras indicadas por maior número de docentes, três diziam respeito ao aluno: alunos com dificuldades de aprendizagem em sala de aula, desinteresse do aluno pelo conteúdo ministrado e elevado número de alunos em sala de aula. Tais resultados são ainda similares com outros alcançados por Carvalho e Alencar (2004), com uma amostra de professores de Geografia, por Vianna e Alencar (2006), com tutores de educação online e por Souza e Alencar (2006), com professores do curso de Pedagogia. Tais barreiras refletem dificuldade por parte do professor em manter a atenção, interesse e participação do aluno, assegurando uma aprendizagem efetiva em sala de aula. Nota-se que grande número de alunos em sala foi também apontado por professores ingleses em estudo conduzido por Fryer (2006) a respeito de criatividade e aprendizagem.

Surpreendeu-nos o elevado percentual de docentes (mais de dois terços da amostra) que sinalizaram como barreira a presença de alunos com dificuldades de aprendizagem. Esse percentual é superior ao observado nas pesquisas de Alencar e Fleith (2008b), Carvalho e Alencar (2004), Vianna e Alencar (2006) e Souza e Alencar (2006), com amostras de docentes de distintos níveis de ensino, sendo algo preocupante. Este dado parece indicar que, segundo grande maioria dos professores, os seus alunos não apresentam os pré-requisitos necessários para dominarem os conteúdos referentes às disciplinas da grade curricular. Observou-se também que, para aproximadamente metade dos professores, uma outra barreira é o desinteresse do aluno pelo conteúdo ministrado. É possível que este desinteresse esteja contribuindo para as dificuldades de aprendizagem sinalizadas pelos docentes. Pode-se também levantar como hipótese que o inverso seja verdadeiro, sendo as dificuldades de aprendizagem um elemento propulsor do desinteresse do aluno em sala de aula. Tanto o despreparo do estudante quanto o seu desinteresse são questões que necessitam ser mais discutidas com vistas a encontrar meios para minimizar o problema. Uma das causas apontadas para o mesmo tem sido a massificação da educação superior pelas instituições particulares de ensino. Estas admitem parcela significativa de alunos pouco qualificados para cursar a educação superior. Entretanto, um percentual expressivo de professores da universidade pública também considerou alunos com dificuldades de aprendizagem e desinteressados como entraves para promover a criatividade em sala de aula. A questão é complexa e devem ser examinadas as suas várias facetas e multiplicidade de causas. Estas englobam variáveis relativas ao aluno, ao docente, à cultura universitária e outras de ordem sócio-histórico-cultural.

Diferenças significativas entre professores de instituições públicas e particulares foram observadas em vários itens incluídos na checklist. Dois deles, relativos aos alunos, foram mais apontados pelos docentes de instituições particulares: alunos com dificuldades de aprendizagem em sala de aula e presença de alunos indisciplinados que perturbam o trabalho docente. O terceiro, referente à formação docente em sua área de especialização (dificuldade em ir além da exposição do conteúdo previsto na disciplina). Por outro lado, alguns outros itens foram mais apontados pelos docentes de instituição pública, como, por exemplo, escassez de recursos materiais básicos na instituição onde trabalham e desconhecimento de práticas pedagógicas a serem utilizados para propiciar o desenvolvimento da criatividade do aluno. Tais resultados sinalizam distintos elementos que merecem uma atenção maior por parte dos gestores dos dois tipos de instituição no sentido de assegurar um ensino de qualidade, indispensável no mundo atual, no qual há uma exigência de profissionais altamente qualificados, preparados para atender à demanda de mercado.

É necessário ressaltar que, embora o papel do professor seja da maior relevância para estabelecer condições propícias ao desenvolvimento das habilidades criativas do estudante, também de fundamental importância é o fomento de uma cultura universitária que dê maior valor ao desenvolvimento e expressão do potencial criativo do estudante, não se atendo apenas a formas tradicionais de desenvolvimento acadêmico (JACKSON, 2006b). Neste sentido, Wisdom (2006) sinaliza a necessidade de uma mudança cultural na educação superior, que inclua como um de seus elementos "ajudar os professores a entender e valorizar a sua própria criatividade e reconhecê-la como parte integral de sua formação profissional" (p. 183), paralelamente à criação de um clima institucional que encoraje e valorize a reflexão e desenvolvimento pessoal tanto de professores quanto de estudantes. Entre outras sugestões valiosas para se estabelecer condições propícias ao florescimento da criatividade, o autor apresenta:

(a) ter tempo suficiente e espaço no currículo para permitir aos estudantes desenvolver sua criatividade; (b) ter situações de trabalho suficientemente variadas e diversas para possibilitar a todos os estudantes serem criativos; (c) permitir aos estudantes a liberdade para trabalhar de maneiras novas e interessantes; (d) desafiar os estudantes com trabalhos reais, exigentes e excitantes; (e) delinear avaliações que permitam respostas que não sejam estreitamente pré-determinadas; (f) cultivar um clima na instituição que encoraje a reflexão e desenvolvimento pessoal de professores e estudantes; (g) alimentar um debate acadêmico contínuo no contexto da disciplina, e diálogo sobre a natureza da matéria e o papel da criatividade na mesma. (WISDOM, 2006, p. 193)

Algumas dessas sugestões, e outras mais diretamente relacionadas às ações pedagógicas, de valia não apenas para o professor da educação superior, mas também dos demais níveis de ensino, foram apresentadas por autores, como Alencar e Fleith, (2009), Cropley (2005, 2006), Fleith (2007), Mitjáns Martínez (1997, 2002), Souza (2007) e Wechsler (2001). Entre elas, poder-se-iam apontar: levar em conta os conhecimentos prévios dos alunos; reservar tempo para o diálogo, ouvindo com respeito os alunos; proteger os estudantes contra os efeitos negativos do grupo; encorajar os alunos a perseguir tópicos de seu interesse; diversificar as estratégias docentes utilizadas em sala de aula; expor os alunos apenas a críticas construtivas; ajudar o aluno a se desfazer de bloqueios emocionais, como o medo de errar e o medo de ser criticado; incentivar e valorizar a expressão de novas ideias; manter uma relação positiva com os alunos; e criar um ambiente psicologicamente seguro, no qual os alunos não tenham medo de se expor. Inquestionavelmente, é imperativo propiciar condições ao desenvolvimento da criatividade no contexto educacional, especialmente na educação superior.

Recebido em: 09 de março de 2009

Aprovado em: 05 de abril de 2010

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Jul 2010
  • Data do Fascículo
    Jul 2010

Histórico

  • Aceito
    05 Abr 2010
  • Recebido
    09 Mar 2009
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