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Modelos instituidores do ensino superior brasileiro alemão e francês: uma revisão crítica da literatura sob a ótica da empregabilidade

Instituting models of german and french brazilian higher education: a critical review of literature from the employability perspective

Resumos

A relação entre ensino superior e a empregabilidade é o tema do presente artigo. O objetivo é estabelecer fatos estilizados dos modelos de ensino superior Napoleônico (Francês) e Humboldtiano (Alemão) que evidenciem o perfil do egresso em termos de habilidades e competências para o mercado de trabalho. Tais modelos de ensino superior que influenciam a universidade brasileira desde sua constituição, geram habilidades e competências que se diferem em função do processo educacional a que se propõem, atuando sobre a empregabilidade de maneira peculiar. A metodologia empregada foi a elaboração de fatos estilizados a partir da revisão crítica da literatura. Os resultados revelaram que enquanto o modelo de ensino superior Napoleônico foca em desenvolver características práticas, o modelo de ensino Humboldtiano foca no desenvolvimento do pensar crítico do indivíduo.

Palavras-chave:
crise no ensino superior; modelos de ensino superior; empregabilidade


The relationship between higher education and employability is the subject of this article. The objective is to establish stylized facts from the Napoleonic (French) and Humboldtian (German) higher education models that show the graduate's profile in terms of skills and competences for the job market. Such higher education models that have influenced the Brazilian university since its constitution generate skills and competences that differ according to the educational process they propose, acting on employability in a peculiar way. The methodology used was the publication of stylized facts based on a critical review of the literature. The results revealed that while the Napoleonic higher education model focuses on practical characteristics, the Humboldtian teaching model focuses on the development of the individual's critical thinking.

Keywords:
crisis in higher education; teaching models in higher education; employability


1 Introdução

As universidades são centrais no desenvolvimento de habilidades e capacidades na sociedade pós-industrial, em que o conhecimento, a ciência e a inovação tecnológica são considerados parâmetro competitivo (BERGLUND et al., 2019BERGLUND, Per et al. Linking education and research : a roadmap for higher education institutions at the Dawn of the Knowledge Society. Preprints, Switzerland, April, p. 23, 2019. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/ 10.20944/preprints201904.0195 .v1. Acesso em: 15 jun. 2019.
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). Esta é uma das justificativas da expansão do ensino superior, sendo uma resposta da sociedade à crescente demanda das instituições por trabalhadores com conhecimento aprimorado (BROWN; HESKETH; WILIAMS, 2003BROWN, Phillip; HESKETH, Anthony; WILIAMS, Sara. Employability in a Knowledge-driven economy. Journal of Education and Work, Cardif University, UK, v. 16, n. 2, 2003. ). As qualificações proporcionadas pelas universidades, no entanto, mesmo que altamente valorizadas não parecem mais suficientes para garantir a empregabilidade.

Uma preocupação a nível internacional surge a partir da quantidade de graduados desempregados, ao mesmo tempo em que dúvidas sobre os benefícios materiais e intelectuais do ensino superior se manifestam (SINGAM, 2017SINGAM, Kanaga. Review on Graduates’ Unemployment in Sri Lanka and the Globe. Global Journal of Human-Social Science: G Linguistics & Education, USA, v. 17, n. 8, p. 42-52, 2017. Disponível em: Disponível em: https://globaljournals.org/GJHSS_Volume17/5-Review-on-Graduates-Unemployment.pdf . Acesso em: 9 jun. 2019.
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). Essa relação entre a universidade e o mercado de trabalho permite uma discussão mais ampla sobre o papel da universidade, de forma a retomar suas raízes históricas (MCCOWAN, 2015MCCOWAN, Tristan. Should universities promote employability? Theory and Research in Education, UK, v. 13, n. 3, p. 18, 2015. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1177/1477878515598060 . Acesso em: 8 set. 2019.
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). No caso brasileiro, os modelos Humboldtiano e Napoleônico de ensino superior se destacam na influência sobre a constituição do ensino superior no país (PEREIRA, 2009PEREIRA, Elisabete M. de Aguiar. A universidade da modernidade nos tempos atuais. Avaliação, Campinas, Sorocaba, v. 14, n. 1, p. 29-52, 2009. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1414-40772009000100003 . Acesso em: 17 jun. 2019.
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; PROTA, 1987PROTA, Leonardo. Um novo modelo de universidade. São Paulo: Convívio, 1987. ).

Assim, o objetivo do artigo é estabelecer fatos estilizados dos modelos de ensino superior Napoleônico (Francês) e Humboldtiano (Alemão) que evidenciem o perfil do egresso em termos de habilidades e competências para o mercado de trabalho. A metodologia empregada neste estudo foi à elaboração de fatos estilizados, sendo que para sua construção, a pesquisa na literatura foi realizada de forma criteriosa. Com o intuito de atingir o objetivo proposto, o artigo foi dividido na seguinte sequência: introdução; contextualização e história do ensino superior; métodos utilizados para elaboração dos fatos estilizados; descrição dos fatos estilizados dos modelos de ensino em análise; e por fim, a conclusão dos resultados.

2 Ensino superior: contextualização e história

A contextualização do ensino superior e a empregabilidade possibilita revelar as circunstâncias contemporâneas no relacionamento entre este nível de ensino e o mercado de trabalho. A partir da análise histórica da transformação do ensino superior, é possível chegar aos modelos de ensino, destacando o contexto brasileiro.

2.1 Contextualizações entre o ensino superior e a empregabilidade

A proposta da universidade tem transitado entre transmitir conhecimento para as profissões, fomentar a investigação científica para promover os interesses do Estado, servir diversos interesses sociais (comunidade, indústria, governo) e impulsionar o crescimento econômico através de formação de capital humano e inovação tecnológica (MCCOWAN, 2015MCCOWAN, Tristan. Should universities promote employability? Theory and Research in Education, UK, v. 13, n. 3, p. 18, 2015. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1177/1477878515598060 . Acesso em: 8 set. 2019.
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). Diante das dificuldades em conciliar e atender as diferentes demandas que lhes são feitas, é comum associar a universidade à um estado de crise.

De acordo com Pereira (2009), como no caso brasileiro não houve clareza sobre o significado da instituição universidade, não se pode falar em crise conceitual como apontado por alguns autores como causa da crise na universidade. Contudo, como se trata de um processo universal (PEREIRA, 2009PEREIRA, Elisabete M. de Aguiar. A universidade da modernidade nos tempos atuais. Avaliação, Campinas, Sorocaba, v. 14, n. 1, p. 29-52, 2009. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1414-40772009000100003 . Acesso em: 17 jun. 2019.
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), o Quadro 1 comenta algumas dimensões desta crise conforme a literatura, sendo possível observar diferenças no contexto nacional e internacional.

Quadro 1 -
Principais características da crise na universidade: cenário nacional x internacional

De acordo com Schwartzman (2008)SCHWARTZMAN, Simon. Ciência, universidade e ideologia: a política do conhecimento. Rio de Janeiro, Brasil: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008., universidades e escolas superiores na América Latina não chegaram a se constituir em um sistema meritocrático caracterizados da mesma forma que em países mais adiantados com relação ao desenvolvimento socioeconômico. No entanto, ainda de acordo com o autor, o ponto em comum entre a experiência universitária latino-americana e a dos países desenvolvidos, é a crescente falta de correspondência entre o que é ensinado nas universidades e as realidades do mercado de trabalho.

Dentro das diferentes demandas por parte da sociedade, do mercado e do próprio Estado para com a universidade, é possível destacar a questão da produção de conhecimento e a instrumentalização para o trabalho. Essa demanda se relaciona com um conjunto de habilidades e atributos pessoais que um empregador espera de seus funcionários, para torná-lo empregável (YORKE; KNIGHT, 2006YORKE, Mantz; KNIGHT, Peter T. Embedding employability into the curriculum. 3. ed. New York: Learning and Teaching Support Network, 2006. Series 1.). Observa-se que no sistema das sociedades desenvolvidas a partir do sistema neoliberal, trabalhadores são responsáveis ​​por seus resultados de emprego, podendo este ser melhorados através do desenvolvimento do capital humano do próprio trabalhador. (MCCOWAN, 2015MCCOWAN, Tristan. Should universities promote employability? Theory and Research in Education, UK, v. 13, n. 3, p. 18, 2015. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1177/1477878515598060 . Acesso em: 8 set. 2019.
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; PEREIRA, 2009PEREIRA, Elisabete M. de Aguiar. A universidade da modernidade nos tempos atuais. Avaliação, Campinas, Sorocaba, v. 14, n. 1, p. 29-52, 2009. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1414-40772009000100003 . Acesso em: 17 jun. 2019.
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).

A busca pelos estudantes do aprimoramento de suas capacidades durante o curso superior reflete na expectativa de que seu grau de desenvolvimento aumente a sua capacidade de empregabilidade. (STEWART; KNOWLES, 2001STEWART, Jim; KNOWLES, Vanessa. Graduate recruitment: Implications for business and management courses in HE. Journal of European Industrial Training, MCB University Press, UK, v. 25, p. 98-108, 2001. Disponível em: 10.1108/03090590110395771 Acesso em: 2 maio 2019.
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). Embora haja essa percepção da necessidade do continuo desenvolvimento para ter sucesso em termos de emprego, há um crescente número de diplomados atuando em vagas anteriormente ocupadas por não graduados (TOMLINSON, 2008TOMLINSON, Michael. The degree is not enough: Students’ perceptions of the role of higher education credentials for graduate work and employability. British Journal of Sociology of Education, UK, v. 29, n. 1, p. 49-61, 2008.), permitindo uma discussão sobre o ensino superior.

Os Emerging Global Model do século XXI, ao refletir um novo modelo para as universidades de pesquisa, procuram relacionar ciência e pesquisa aos objetivos nacionais de modernização (ALTBACH, 2013ALTBACH, Philip G. Advancing the national and global knowledge economy: The role of research universities in developing countries. Studies in Higher Education, Chestnut Hill, USA, MA 02467v. 38, n. 3, 2013.). Para Pereira (2009), as análises da crise no ensino superior, tomam como parâmetro o modelo germânico Humboldtiano de universidade moderna, no entanto, o modelo Napoleônico com interesses práticos, foi o qual obteve destaque na instituição do ensino superior brasileiro (PROTA, 1987PROTA, Leonardo. Um novo modelo de universidade. São Paulo: Convívio, 1987. ; SCHWARTZMAN; KLEIN, 1994SCHWARTZMAN, Simon; Klein, Lucia. Higher Education and Government in Brazil. In: Government and Higher Education Relationships Across Three Continents: the winds of change. 2 ed. 1994. E-book. Disponível em: Disponível em: http://www.schwartzman.org.br/simon/vught.htm . Acesso em : 29 maio de 2019.
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). As principais características destes modelos de ensino serão tratadas a seguir.

2.1.1 O ensino superior em transformação e seus modelos de ensino

A origem da universidade ocidental iniciou na Europa medieval (século XII), com a missão de ensino e sob a influência da igreja católica, nas precursoras Universidades de Paris e Bolonha. No continente Americano a universidade aparece primeiro na América do Norte (século XVI), contudo no Brasil ela se oficializa tardiamente a partir da década de 1920. (TRINDADE, 2000TRINDADE, Hélgio. Universidade, ciência e Estado. In: TRINDADE, Hélgio. Universidade em ruínas na república dos professores. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 9 -23.). Considerando as transformações que a universidade tem passado até o seu estado atual, empreendedor e globalizado (LEYDESDORFF; ETZKOWITZ, 1996LEYDESDORFF, Loet; ETZKOWITZ, Henry. Emergence o fa Triple Helix of university-industry-government relations. Science and Public Policy, England, v. 23, n. 5, p. 279-286, 1996. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1093/spp/23.5.279 . Acesso em: 8 ago. 2019.
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), faz-se pertinente uma breve análise dos principais modelos que a estruturaram em sua essência.

No contexto da universidade moderna encontram-se os modelos tradicionais: Humboldtiano, Napoleônico, Anglo-Saxão e o Anglo-Americano (SAM; SIJDE, 2014SAM, Chanphirun; SIJDE, Peter van der. Understanding the concept of the entrepreneurial university from the perspective of higher education models. Higher Education, Amsterdam, The Netherlands, v. 68, n. 6, p. 891-908, 2014. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1007/s10734-014-9750-0 . Acesso em: 7 jun. 2019.
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). Para Drèze e Debelle (1983)DRÈZE, Jacques H.; DEBELLE, Jean. Concepções da universidade. Fortaleza: UFC, 1983. , estes modelos podem ser classificados de acordo com as suas concepções de universidade da modernidade: do Espírito ou Liberal e Funcional ou do Poder.

As diferentes ‘espécies’ de universidades coexistem, havendo tensão entre os ethos (ou natureza) da pesquisa desinteressada em relação ao ethos utilitarista (MARTIN; ETZKOWITZ, 2000MARTIN, B.; ETZKOWITZ, H. The origin and evolution of the university species. Journal for Science and Technology Studies, New York, USA, n. 59, p. 25, 2000. ). O Quadro 2 sintetiza e esquematiza tais conceitos.

Quadro 2
Ensino superior, características básicas e o impacto no ensino superior

De acordo com Pereira (2009), os modelos seminais da universidade moderna, tiveram seus princípios iniciados em Kant, em sua obra “O Conflito das Faculdades” (1798) e na Revolução Francesa (1788), sendo que têm permanecido influentes na atualidade (SAM; SIJDE, 2014SAM, Chanphirun; SIJDE, Peter van der. Understanding the concept of the entrepreneurial university from the perspective of higher education models. Higher Education, Amsterdam, The Netherlands, v. 68, n. 6, p. 891-908, 2014. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1007/s10734-014-9750-0 . Acesso em: 7 jun. 2019.
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). Devido à influência que inferem sob o ensino superior brasileiro, a seguir, a principais características dos modelos de ensino Alemão e Francês, serão abordadas.

2.1.1.1 Os modelos de ensino superior Humboldtiano e Napoleônico: o caso brasileiro

O modelo de ensino superior Humboldtiano teve origem na Alemanha com a universidade de Berlim em 1810 por Wilhelm von Humbold, ligando a instituição universitária à um projeto nacional pela primeira vez (PROTA, 1987PROTA, Leonardo. Um novo modelo de universidade. São Paulo: Convívio, 1987. ). De acordo com Ash (2006), a ciência pura tinha relevância sobre ensino profissional neste modelo de ensino. Trata-se de uma atitude mental, uma habilidade e uma capacidade de pensar ao invés de conhecimento especializado, sendo o espírito especulativo da ciência o princípio do Estado, desprezando o nacionalismo. (ASH, 2006ASH, Mitchell G. Bachelor of what, master of whom? the humboldt myth and historical transformations of higher education in German-Speaking Europe and the US. European Journal of Education, Oxford, UK, v. 41, n. 2, p. 23, 2006. ; ELTON, 2008ELTON, Lewis. Collegiality and complexity: Humboldt’s relevance to British Universities Today. Technology, Oxford, UK, v. 62, n. 3, p. 224-236, 2008. ).

É no ensino baseado na pesquisa que o ethos acadêmico é desenvolvido. O cultivo da personalidade e orientação acadêmica da prática reflexiva ao encontro da auto cultivação (SORKIN, 1983SORKIN, David. Wilhelm Von Humboldt: The Theory and Practice of Self-Formation (Bildung), 1791-1810. Journal of the History of Ideas, USA, v. 44, n. 1, p. 55, 1983. Disponível em: 10.2307/2709304 Acesso em: 29 maio 2019.
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), define o conceito de Bildung e de acordo com Hammershoj (2018), tende a se tornar central para a empregabilidade, devido ao impacto das evoluções tecnológicas. Do ponto de vista conceitual, este modelo está preocupado em desenvolver o senso crítico a partir de um conhecimento geral e profundo, fundamentado na pesquisa. A partir de toda a semântica e prática que envolve o conceito de Bildung, o ensino possibilita o desenvolvimento de um pensar crítico e autônomo.

O modelo de ensino superior Napoleônico por sua vez, embora de grande repercussão entre países europeus e latino-americanos se distancia do referencial científico conforme proposto por Humboldt, devido ao seu caráter utilitarista (PROTA, 1987PROTA, Leonardo. Um novo modelo de universidade. São Paulo: Convívio, 1987. ). Esta concepção funcionalista do modelo universitário desenvolvido na França vê a instituição de ensino como instrumental de formação profissional e de formação política (PEREIRA, 2009PEREIRA, Elisabete M. de Aguiar. A universidade da modernidade nos tempos atuais. Avaliação, Campinas, Sorocaba, v. 14, n. 1, p. 29-52, 2009. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1414-40772009000100003 . Acesso em: 17 jun. 2019.
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).

A Universidade Imperial Francesa, primícias deste modelo, foi criada em 1808, tendo por base a “napoleonização das consciências” (PROTA, 1987PROTA, Leonardo. Um novo modelo de universidade. São Paulo: Convívio, 1987. , p. 17), em que o imperador não se interessava pela instrução pública, a não ser como fonte de poder. O objetivo da educação era de formar pessoas para servir ao Estado, na administração e no exército (PROTA, 1987). A pesquisa ocupa pouco espaço neste modelo de ensino superior (SCHWARTZMAN, 2001SCHWARTZMAN, Simon. Higher education reform: Indonesia and Latin America. Jakarta, Indonésia: 2001.), havendo isolamento entre as faculdades (PROTA, 1987), às quais são responsáveis por fornecer diploma (SCHWARTZMAN; KLEIN, 1994).

Com relação ao Brasil, os principais aspectos da instituição universitária em sua essência cultural de origem, foram influenciados primeiramente pelo modelo de ensino Francês, seguindo a orientação dos governantes da época. Com seu caráter rígido de treino da mente e profissional, este modelo contribuía para a formação de uma sociedade utilitarista, se afastando da formação cultural pura, do modelo Alemão (TEIXEIRA, 1989TEIXEIRA, Anísio. Ensino superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1989.).

Na década de 1920, foi criada a Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), através da agregação das escolas profissionais pré-existentes, funcionando sem articulação entre si. A Universidade de São Paulo constituída em 1934 foi criada da mesma forma que a UFRJ, contudo, tinha de inovador a Faculdade de Filosofia, à qual influenciou as demais faculdades sendo um marco na história do sistema brasileiro de ensino superior (OLIVEN, 2002OLIVEN, Arabela C. Histórico da educação superior no Brasil. In: SOARES, Maria S. A educação superior no Brasil. Porto Alegre: IESALC, 2002. p. 24-38.), por ser a primeira instituição de ensino influenciada pelas características do modelo Alemão.

Na década de 1980 com o movimento neoliberal, a educação tornou-se base para o desenvolvimento capitalista contemporâneo (MENEGHEL, 2001MENEGHEL, Stela M. A crise da universidade moderna no Brasil. 2001. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, 2001. ). Observa-se que os modelos de ensino Alemão e Francês, mesmo influentes, cedem espaço para características empreendedoras do modelo Anglo-americano também (SILVEIRA; BIANCHETTI, 2016SILVEIRA, Zuleide S.; BIANCHETTI, Lucídio. Universidade moderna: dos interesses do Estado-nação às conveniências do mercado. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 21, n. 64, p. 79-99, 2016. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-24782016216405 . Acesso em: 29 maio 2019.
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).

Essa posição operacional da universidade de acordo com Chauí (2000)CHAUÍ, Marilena. A universidade em ruínas. In: TRINDADE, Hélgio. Universidade em ruínas na república dos professores. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. p. 211 - 222. , transforma uma instituição social como a universidade, em organização. Conforme apontado por Sguissardi (2004), as mudanças pelas quais a universidade brasileira passou, evidenciam a falta de um modelo típico do país, sendo que a cada época de sua história se apresentou com traços de algum modo idealizado nos países centrais. Atualmente ocorrendo uma superposição de modelos universitários, com destaque para os modelos Napoleônico e Humboldtiano. (SGUISSARDI, 2004SGUISSARDI, Valdemar. A universidade neoprofissional, heterônoma e competitiva. In: MANCEBO, D.; FÁVARO, Maria L. Universidade: políticas, avaliação e trabalho docente. São Paulo: Cortez, 2004. p. 33-52.). Suportados nos relatos da literatura, na sequência é apresentado o método de sintetização dos modelos de ensino em análise nesta pesquisa.

3 Método de construção dos fatos estilizados dos modelos de ensino superior alemão e francês

A fim de caracterizar as estruturas dos modelos instituidores de ensino superior Humboldtiano e Napoleônico, fatos estilizados foram construídos. Os fatos estilizados, de acordo com Hirschman (2016)HIRSCHMAN, Daniel. Stylized Facts in the social sciences. Sociological Science, University of Michigan, USA, v. 3, p. 604-626, 2016. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.15195/v3.a26 . Acesso em: 5 jun. 2019.
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, são descrições pouco teorizadas, não se tratando de explicações completas ou teorias, nem de simples relatos de um conjunto de fatos específicos.

São padrões interessantes de dados empíricos (generalizações empíricas, acumulações de evidências) que enfocam os dados mais relevantes dos fenômenos observáveis, abstraindo-se os detalhes (estilização) (HOUY; FETTKE; LOOS, 2015HOUY, Constantin; FETTKE, Peter; LOOS, Peter. The Concept of Stylized Facts as an Instrument for Cumulative IS Research. Communications of Association for Information Systems, Germany, v. 37, n. 10, p. 31, 2015. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.17705/1CAIS.03710 . Acesso em: 5 jul. 2019.
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).

O levantamento dos fatos estilizados deste estudo ocorre seguindo o processo apresentado na Figura 1. De acordo com Bächle et al. (2018), após a definição do problema (etapa I-Figura 1), se inicia o processo de pesquisa das fontes relevantes (etapa II-Figura 1) por meio do uso sistemático de banco de dados.

Figura 1
Modelo de procedimento para desenvolvimento de fatos estilizados

A revisão sistemática, de acordo com Cooper (1998)COOPER, Harris M. Synthesizing research: a guide for literature reviews. London, UK: International Educational and Professional Publisher, 1998. possui sete etapas, algumas se assemelhando com o procedimento de desenvolvimento de fatos estilizados: planejar e formular o problema; pesquisar a literatura; coleta de dados; avaliação de qualidade; análise e síntese de dados; interpretação; e apresentação dos resultados. Dentre as etapas que envolvem uma análise sistemática completa, será usada a etapa que remete a pesquisar a literatura de forma criteriosa, seguindo os passos apontados por Thomé et al. (2012), descrita a seguir.

No presente estudo, a revisão crítica que faz parte de uma revisão sistemática da literatura, foi elaborada com base em estudos qualitativos, considerando a variada gama de definições para os modelos de ensino superior em análise. O processo de seleção dos estudos seguiu as cinco etapas abordadas por Thomé et al. (2012): (i) seleção de banco de dados, (ii) identificação de palavras-chave para pesquisa, (iii) critérios para exclusão de estudos, (iv) revisão manual de resumos selecionados e (v) revisão de texto completo de trabalhos selecionados.

A amostra inicial de estudos em cada base de dados deu-se com a formulação das palavras-chave e expressões prévias à pesquisa. Estas expressões foram localizadas por meio de uma leitura inicial da literatura, obtida sobre o tema em discussão e por testes com a ferramenta disponibilizada pelo portal EBSCO Host. Foram selecionadas, através da leitura dos resumos/ abstracts e das partes específicas que trataram dos modelos em análise, somente os resultados que correspondiam à publicações em revistas, anais de eventos e dissertações de mestrado e teses de doutorado.

Neste sentido, os critérios de exclusão adotados foram: trabalhos de conclusão de graduação ou especialização, resultados duplicados, trabalhos com foco distinto do ensino superior, trabalhos com pouca ou nenhuma profundidade na caracterização do modelo (com menos de três referências no corpo do texto referente à no mínimo uma das palavras pesquisadas), trabalhos não disponíveis e trabalhos que não apresentavam versão completa. Chegando-se assim ao número final de estudos selecionados para análise. A síntese deste processo se encontra descrita na Tabela 1, a qual também indica os critérios limitadores.

Tabela 1
Critérios para Revisão Crítica da Literatura

Após completar esta etapa, o passo seguinte foi extrair afirmações principais (etapa III-Figura 1) dos artigos e outros materiais selecionados como resultado da etapa anterior. Buscava-se afirmações sobre o campo de interesse investigado que fossem originais, sem modificações as quais são agregadas e interpretadas, de acordo com a indicação de Bächle et al. (2018). Assim, as afirmações sobre o fenômeno investigado foram compiladas de forma a terem valor informativo e validade, conforme sugerido por Houy, Fettke e Loos (2015HOUY, Constantin; FETTKE, Peter; LOOS, Peter. The Concept of Stylized Facts as an Instrument for Cumulative IS Research. Communications of Association for Information Systems, Germany, v. 37, n. 10, p. 31, 2015. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.17705/1CAIS.03710 . Acesso em: 5 jul. 2019.
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).

A quarta etapa do procedimento se remete à agregação e abstração (etapa IV-Figura 1) das evidências coletadas, agrupando declarações similares agrupadas. (BÄCHLE et al., 2018BÄCHLE, Michael et al. Assistive technology for independent living with dementia: stylized facts and research gaps. Health Policy and Technology, European Regional Development Fund (ERDF) and the Swiss Confederation. v. 7, n. 1, p. 98-111, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.hlpt.2017.12.002. Acesso em: 10 jun. 2019.
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). Uma declaração generalizada é desenvolvida resumindo o conteúdo que as citações subjacentes têm em comum e abstraindo de detalhes irrelevantes (HOUY; FETTKE; LOOS, 2015HOUY, Constantin; FETTKE, Peter; LOOS, Peter. The Concept of Stylized Facts as an Instrument for Cumulative IS Research. Communications of Association for Information Systems, Germany, v. 37, n. 10, p. 31, 2015. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.17705/1CAIS.03710 . Acesso em: 5 jul. 2019.
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). A última etapa se remete a derivação dos fatos estilizados (etapa V-Figura 1). Estes são desenvolvidos por mais abstrações das declarações generalizadas, de forma a atingir o nível de abstração adequada ao objetivo da pesquisa (HOUY; FETTKE; LOOS, 2015). A síntese dos fatos estilizados encontrados é discutida a seguir.

4 Fatos estilizados dos modelos de ensino alemão e francês

Para a formulação dos fatos estilizados, partiu-se da segmentação das (os) ações/agentes/impactos do ensino superior, denominando-se de “núcleos de ação”, sendo tópicos distintos para cada modelo de ensino (Quadros 3 e 4). Com base nos estudos oriundos da revisão crítica (BÄCHLE et al., 2018BÄCHLE, Michael et al. Assistive technology for independent living with dementia: stylized facts and research gaps. Health Policy and Technology, European Regional Development Fund (ERDF) and the Swiss Confederation. v. 7, n. 1, p. 98-111, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.hlpt.2017.12.002. Acesso em: 10 jun. 2019.
https://doi.org/10.1016/j.hlpt.2017.12.0...
), foi possível realizar o agrupamento conforme as sentenças originais apresentavam similaridades, de forma a terem valor informativo e validade, segundo a sugestão de Houy, Fettke e Loos (2015HOUY, Constantin; FETTKE, Peter; LOOS, Peter. The Concept of Stylized Facts as an Instrument for Cumulative IS Research. Communications of Association for Information Systems, Germany, v. 37, n. 10, p. 31, 2015. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.17705/1CAIS.03710 . Acesso em: 5 jul. 2019.
https://doi.org/10.17705/1CAIS.03710...
).

Quadro 3
Fatos Estilizados - Modelo Humboldtiano ou Alemão

Em síntese, e a partir dos relatos dos autores citados, observa-se que o modelo de ensino superior Humboldtiano, tem bem estabelecido a presença do desenvolvimento da pesquisa como base, para que haja a formação crítico-reflexiva dos alunos através da ciência (com base no conceito-chave de Bildung).

Neste modelo de ensino, os alunos treinam com metodologias e ferramentas a fim de estender o seu conhecimento metodológico em conhecimento prático. Desta forma, as habilidades requeridas pelo mercado de trabalho podem ser adquiridas quando necessárias, a partir da formação critico-reflexiva desenvolvida.

Assim como o modelo Alemão, a partir do material coletado de acordo com a Tabela 1, caracterizou-se também o modelo Francês, formulando-se os núcleos de ação (Quadro 4).

Quadro 4
Fatos Estilizados - Modelo Napoleônico ou Francês

Em síntese, e a partir dos relatos dos autores citados, pode se considerar o modelo Napoleônico como um modelo de ensino superior essencialmente utilitarista, com foco em formar profissionais capacitados para atuar nas necessidades requeridas, pelo próprio Estado centralizador. As orientações de como as IES devem atuar e ensinar não estimula o desenvolvimento de um pensamento autônomo.

Observa-se o destaque direcionado para a área das ciências exatas em contraposição às ciências humanas e de base, com relevância da atividade prática no ensino. O ensino superior é relevante para o desenvolvimento das habilidades requeridas no mercado profissional, contudo observa-se que a pedagogia e o preparo acadêmico dos professores não têm tanta relevância neste modelo de ensino.

Com base nas sínteses anteriores construídas a partir da literatura, seguem os conceitos-chave para Fatos Estilizados dos modelos de ensino Alemão e Francês (Figura 2). Seguindo as orientações apontadas por Houy, Fetike e Loos (2015HOUY, Constantin; FETTKE, Peter; LOOS, Peter. The Concept of Stylized Facts as an Instrument for Cumulative IS Research. Communications of Association for Information Systems, Germany, v. 37, n. 10, p. 31, 2015. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.17705/1CAIS.03710 . Acesso em: 5 jul. 2019.
https://doi.org/10.17705/1CAIS.03710...
), o fluxo apresentado na

Figura 2 a seguir, se remete ao resultado da “etapa V-Figura 1” do processo de sintetização das informações coletadas na literatura.

Figura 2
Conceitos-Chave dos Fatos Estilizados

Estas abstrações das declarações generalizadas dos modelos de ensino superior em estudo chegam por fim ao nível de três tópicos considerados sintetizadores das principais informações, tanto para o modelo Alemão quanto para o modelo Francês, sendo assim conceitos-chave. Assim sendo, observam-se de forma objetiva, as distinções essenciais no direcionamento dado por cada um dos modelos bem como, pensar nos resultados esperados de seus egressos. No próximo capítulo, as considerações finais do presente estudo serão apresentadas.

5 Considerações finais

Conforme observado, o objetivo deste estudo voltou-se para que através do estabelecimento de fatos estilizados dos modelos de ensino superior Napoleônico e Humboldtiano, instituidores deste nível de ensino no Brasil, fosse evidenciado o perfil do egresso em termos de habilidades e competências para o mercado de trabalho. De forma conclusiva, do ponto de vista de habilidades e competências para o mercado de trabalho, pode-se inferir que embora o modelo de ensino Francês possibilite um resultado prático com resultados imediatos, torna-se limitante ao atrelar ao profissional, características pontuais quanto às suas habilidades e capacidades. No entanto, o modelo Alemão possibilita um amplo crescimento em áreas diversificadas, ao possibilitar o desenvolvimento de forma integral e autônoma, independente de uma necessidade específica.

Observa-se que a junção dos dois modelos de ensino faz-se complementar na sociedade atual, contudo em um contexto de revolução tecnológica, tem-se a tendência de características interpessoais serem cada vez mais requisitadas pelos contratantes. Como indicação de estudos futuros na análise entre a empregabilidade e o ensino superior, sugere-se a criação de fatos estilizados para os modelos de ensino superior Anglo-Saxão e Anglo-Americano para que se possa ter uma base ampla de compreensão dos modelos de ensino superior cujos quais tiveram influência essencial em termos globais.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Abr 2022
  • Data do Fascículo
    Jan-Apr 2022

Histórico

  • Recebido
    15 Set 2020
  • Aceito
    26 Out 2021
Publicação da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior (RAIES), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e da Universidade de Sorocaba (UNISO). Rodovia Raposo Tavares, km. 92,5, CEP 18023-000 Sorocaba - São Paulo, Fone: (55 15) 2101-7016 , Fax : (55 15) 2101-7112 - Sorocaba - SP - Brazil
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