Acessibilidade / Reportar erro

Inquérito domiciliar de prevalência de tracoma em crianças do Distrito Federal, Brasil, julho/2010

Survey of prevalence trachoma of children in Distrito Federal, Brazil, july/2010

Resumos

Realizamos um estudo de corte transversal na Vila Estrutural (DF), utilizando amostragem por conglomerados. Os objetivos do estudo foram estimar a prevalência de tracoma em crianças de um a nove anos, descrever o perfil sociodemográfico dos casos e identificar possíveis fatores de risco associados à doença. A medida de associação foi razão de prevalência estimada pela odds ratio e o intervalo de confiança 95% (IC95%). Foram amostradas 766 crianças de 1 a 9 anos e encontrada prevalência de tracoma ativo de 12,5%. A alta prevalência observada reforça que a doença permanece como um problema de saúde pública, sendo necessária a adoção de medidas de controle, com vistas à eliminação da doença, enquanto causa de cegueira. Recomendamos capacitar profissionais da área para detecção e monitoramento de situação epidemiológica e adotar atividades de educação em saúde com enfoque em medidas de controle e prevenção.

tracoma; chlamydia trachomatis; prevalência; análise por conglomerados


We conducted a cross-sectional study in Vila Estrutural (DF) using cluster sampling. This study aimed to estimate prevalence of trachoma in children aged one to nine years, to describe the socio-demographic profile of cases, and to identify possible risk factors associated with the disease. The association measure was prevalence ratio estimated by odds ratio and 95% confidence interval (CI95%). We sampled 766 children aged 1 to 9 years and found a prevalence of active trachoma of 12.5%. The high prevalence reinforces that the disease remains a public health problem, being necessary to adopt control measures, in order to eliminate the disease as a cause of blindness. We recommend enabling professionals to detect and to monitor the epidemiological situation and adopt health education activities focusing on prevention and control measures.

trachoma; chlamydia trachomatis; prevalence; cluster analysis


  • 1
    Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica. 7ª ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2009.
  • 2
    Damasceno RW, Santos RR, Cavalcanti TR, Hida RY, Santos MJ, Santos AM, Dantas PE. Tracoma: estudo epidemiológico de escolares em Alagoas - Brasil. Arq Bras Oftalmol. 2009;72(3):355-9.
  • 3
    Mariotti SP, Pascolini D, Rose-Nussbaumer J. Trachoma: global magnitude of a preventable cause of blindness. Br J Ophthalmol. 2009;93(5):563-8.
  • 4
    World Health Organization. Primary health care level management of trachoma. Geneva: WHO; 1989.
  • 5
    World Health Organization. Report of the 2nd Global Scientific Meeting on Trachoma. Geneva: WHO; 2003.
  • 6
    Organização Mundial de Saúde. 49º Conselho Diretor. Resolução CD49.R19. Eliminação de doenças negligenciadas e outras infecções relacionadas à pobreza. Washington, D.C.: OMS; 2009.
  • 7
    Lopes MFC. Tracoma: situação epidemiológica no Brasil [dissertação]. Salvador: Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal da Bahia; 2008.
  • 8
    Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Subsecretaria de Vigilância à Saúde. Diretoria de Vigilância Epidemiológica. Boletim epidemiológico do Distrito Federal. 2008;7(2):1-3.
  • 9
    Secretaria de Estado de Planejamento, Coordenação e Parcerias do Distrito Federal - SEPLAN. Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios 2004 - PDAD 2004 - dados agregados para o Distrito Federal e Regiões Administrativas. Brasília: SEPLAN - Subsecretaria de Estatística e Informações; 2004 [Internet]. [cited 2010 Jun 01]. Available from: http://www.codeplan.df.gov.br/images/CODEPLAN/PDF/Pesquisas%20Socioecon%C3%B4micas/PDAD_2004.pdf
  • 10
    Distrito Federal. Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (SEDUMA). Programa Brasília Sustentável - Contrato 7326-BR. GDF/Banco Mundial. Plano físico e social de realocação e reassentamento das famílias beneficiárias do projeto integrado Vila Estrutural. Brasília, DF: SEDUMA; 2008.
  • 11
    Distrito Federal. Secretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SVS). Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVEP). Sistema de Informação da Atenção Básica - Vila Estrutural/DF. Brasília, DF: DATASUS; 2010.
  • 12
    Solomon AW, Zondervan M, Kuper H, Buchan JC, Mabey DC, Foster A. Trachoma control: a guide for programme managers. Geneva: World Health Organization; 2006.
  • 13
    Lwanga S, Sapirie S, Steinglass R, Stroh G, Wylie A. Immunization coverage cluster survey - Reference manual. Geneva: World Health Organization; 2005.
  • 14
    Thylefors B, Dawson CR, Jones BR, West SK, Taylor HR. A simple system for the assessment of trachoma and its complications. Bull World Health Organ. 1987;65(4):477-83.
  • 15
    Melles HHB, Colombo S, Linhares IM, Siqueira FGS. Avaliação de parâmetros para o diagnóstico laboratorial de infecção genital feminina pela Chlamydia trachomatis. Rev Soc Bras Med Trop. 2000;33(4):355-61.
  • 16
    Uyeda CT, Welborn P, Ellison-Birang N, Shunk K, Tsaouse B. Rapid diagnosis of chlamydial infections with the MicroTrak direct test. J Clin Microbiol. 1984;20(5):948-50.
  • 17
    Medina NH, Gentil RM, Caraça M, Suzuki CK, Melles HH. Análise de exames de imunofluorescência direta para o diagnóstico de tracoma. Rev Saúde Pública. 1996;30(2):135-40.
  • 18
    Francisco PM, Donalisio MR, Barros MB, Cesar CL, Carandina L, Goldbaum M. Medidas de associação em estudo transversal com delineamento complexo: razão de chances e razão de prevalência. Rev Bras Epidemiol. 2008;11(3):347-55.
  • 19
    Thompson ML, Myers JE, Kriebel D. Prevalence odds ratio or prevalence ratio in the analysis of cross sectional data: what is to be done? Occup Environ Med. 1998;55(4):272-7.
  • 20
    Holm SO, Jha HC, Bhatta RC, Chaudhary JS, Thapa BB, Davis D, Pokhrel RP, Yinghui M, Zegans M, Schachter J, Frick KD, Tapert L, Lietman TM. Comparison of two azithromycin distribution strategies for controlling trachoma in Nepal. Bull World Health Organ. 2001;79(3):194-200.
  • 21
    Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 67, de 22 de dezembro de 2005. Inclui Azitromicina no tratamento sistêmico de tracoma. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2005.
  • 22
    Kalua K, Chirwa T, Kalilani L, Abbenyi S, Mukaka M, Bailey R. Prevalence and risk factors for trachoma in Central and Southern Malawi. PLoS One [Internet]. 2010;5(2):e9067. [cited 2010 Jul 1]. Available from: http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0009067
  • 23
    Abdou A, Nassirou B, Kadri B, Moussa F, Munoz BE, Opong E, West SK. Prevalence and risk factors for trachoma and ocular Chlamydia trachomatis infection in Niger. Br J Ophthalmol. 2007;91(1):13-7.
  • 24
    Mpyet C, Goyol M, Ogoshi C. Personal and environmental risk factors for active trachoma in children in Yobe state, north-eastern Nigeria. Trop Med Int Health. 2010;15(2):168-72.
  • 25
    Reilly LA, Favacho J, Garcez LM, Courtenay O. Preliminary evidence that synanthropic flies contribute to the transmission of trachoma - causing Chlamydia trachomatis in Latin America. Cad Saúde Pública. 2007;23(7):1682-8.
  • 26
    Medina NH, Oliveira MB, Tobin S, Kiil G Jr, Mendoca MM, de Barros OM, Newland HS, da Costa WA. The prevalence of trachoma in preschool and school children in Olimpia, Guaraci and Cajobi, Sao Paulo, Brazil. Trop Med Parasitol. 1992;43(2):121-3.
  • 27
    West S, Muñoz B, Lynch M, Kayongoya A, Chilangwa Z, Mmbaga BB, Taylor HR. Impact of face-washing on trachoma in Kongwa, Tanzania. Lancet. 1995;345(8943):155-8.
  • 28
    Koizumi IK, Medina NH, D'Amaral RK, Morimoto WT, Caligaris LS, Chinen N, Andrade YM, Cardoso MR. Prevalência de tracoma em pré-escolares e escolares no Município de São Paulo. Rev Saúde Pública. 2005;39(6):937-42.
  • 29
    Scarpi MJ, Gentil R. Sinais e sintomas em povoado do Estado da Bahia - Brasil. Arq Bras Oftalmol. 1990;53(6):276-8.
  • 30
    Vaz FAC, Ceccon MEJ, Diniz EMA. Infecção por Chlamydia trachomatis no período neonatal: aspectos clínicos e laboratoriais. Experiência de uma década: 1987-1998. Rev Assoc Med Bras. 1999;45(4):303-11.
  • 31
    Schémann JF, Sacko D, Malvy D, Momo G, Traore L, Bore O, Coulibaly S, Banou A. Risk factors for trachoma in Mali. Int J Epidemiol. 2002;31(1):194-201.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Jul 2015
  • Data do Fascículo
    Set 2013

Histórico

  • Recebido
    20 Jul 2013
  • Aceito
    27 Ago 2013
Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro Avenida Horácio Macedo, S/N, CEP: 21941-598, Tel.: (55 21) 3938 9494 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@iesc.ufrj.br