Acessibilidade / Reportar erro

Sobrepeso e obesidade entre mulheres e associação com características demográficas e obstétricas entre usuárias de uma unidade de saúde especializada* * Manuscrito parte integrante do trabalho de conclusão de curso de Fernandes RC, Merenda EKS e Antoniacomi JMV, apresentado como requisito para conclusão da Pós-Graduação em Medicina do Exercício Físico na Promoção à Saúde. Departamento de Medicina. Universidade Federal do Paraná em julho de 2018.

Overweight and obesity between women and association with demographic and obstetric characteristics among users of a specialized health unit

Resumo

Introdução

O excesso de peso é um fator de risco para doenças crônicas.

Objetivo

Estimar a prevalência de sobrepeso e obesidade, e investigar sua associação com variáveis demográficas, socioeconômicas e reprodutivas e com comportamentos relacionados à saúde entre mulheres usuárias de unidade de atenção especializada.

Método

Estudo transversal com mulheres em atendimento por mastologista. O estado nutricional foi classificado por meio do índice de massa corporal. Foram utilizados modelos de regressão logística multinomial brutos e ajustados, com estimativa de razões de chance (RC) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). A eutrofia foi considerada como categoria de referência.

Resultados

Participaram 182 mulheres com média de idade de 51 anos. A prevalência de sobrepeso foi de 34,1% (IC95% 27,1-41,0) e de obesidade foi de 31,8% (IC95% 25,0-38,7). Apresentaram maiores chances de obesidade as mulheres: com 60 anos ou mais, que exerciam atividade remunerada, que tiveram menarca antes dos 13 anos e com três ou mais gestações. Após análise ajustada, permaneceram associadas à maior chance de obesidade a menarca antes dos 13 anos (RC 4,40; IC95% 1,76-10,99) e três ou mais gestações (RC 8,50; IC95% 2,14-33,70).

Conclusão

Verificou-se elevada prevalência de sobrepeso e obesidade entre as participantes, associada às características reprodutivas.

Palavras-chave:
mulheres; obesidade; sobrepeso; menarca; menopausa; estudos transversais

Abstract

Background

Overweight is a risk factor for chronic diseases.

Objective

To estimate the prevalence of overweight and obesity and to investigate its association with demographic, socioeconomic, reproductive and health behaviors related among women users of specialized care units.

Method

Cross-sectional study with women in care by a mastologist. Nutritional status was classified by Body Mass Index (BMI). Gross and adjusted multinomial logistic regression models were used, to estimate an Odds Ratios (OR) and 95% Confidence Intervals (95% CI). Eutrophy was considered as a reference category.

Results

182 women with a mean age of 51 years. The prevalence of overweight was 34.1% (CI 95% 27.1-41.0) and obesity was 31.8% (CI 95% 25.0-38.7). Women were more likely to be obese: 60 years of age or older, who were gainfully employed, who had menarche before age 13, and with three or more pregnancies. After adjusted analysis, they remained associated with a greater chance of the development of obesity to menarche before 13 years (OR 4.40 CI 95% 1.76-10.99) and three or more pregnancies (OR 8.50 CI 95% 2.14-33.70).

Conclusion

There was a high prevalence of overweight and obesity among the participants, associated with reproductive characteristics.

Keywords:
women; obesity; overweight; menarche; menopause; cross-sectional studies

INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a obesidade como o acúmulo anormal ou excessivo de tecido adiposo que pode ocasionar prejuízos à saúde11 World Health Organization. Obesity. Preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO. Consulation on obesity. Geneva: WHO; 1997. p. 178.. O sobrepeso e a obesidade são os principais fatores de risco evitáveis para o surgimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Ao analisar as principais causas de mortes no mundo entre 2010 e 2016, a OMS encontrou que 6 das 10 principais causas eram oriundas de agravos das DCNT. São elas: as doenças cardíacas isquêmicas, os acidentes vasculares cerebrais, as doenças pulmonares obstrutivas crônicas, a doença de Alzheimer e outras demências, e o câncer de pulmão, traqueia e brônquios22 World Health Organization. Global health estimates 2016: disease burden by cause, age, sex, by country and by region, 2000-2016 [Internet]. Geneva: WHO; 2018 [citado em 2020 Out 15]. Disponível em: https://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/estimates/en/index1.html
https://www.who.int/healthinfo/global_bu...
. Em mulheres, o excesso de peso é um importante fator de risco para o câncer de mama33 Kamińska M, Ciszewski T, Łopacka-Szatan K, Miotła P, Starosławska E. Breast cancer risk factors. Prz Menopauzalny. 2015;14(3):196-202. http://dx.doi.org/10.5114/pm.2015.54346. PMid:26528110.
http://dx.doi.org/10.5114/pm.2015.54346...
. Esse tipo de câncer, por sua vez, é o mais frequente entre as mulheres de todo o mundo e é a maior causa de morte por câncer em países subdesenvolvidos44 Instituto Nacional de Câncer. Tipos de câncer: câncer de mama [Internet]. 2020 [citado em 2020 Out 15]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/...
.

No Brasil, nas últimas três décadas, as prevalências de sobrepeso e obesidade triplicaram para os homens e duplicaram para as mulheres. O Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF), em 1974 e 1975, estimou prevalência de sobrepeso de 9,3% e obesidade de 2,9% para as mulheres da região Sul do país. Posteriormente, a Pesquisa de Orçamentos Familiares55 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 Antropometria e Estado Nutricional de Crianças, Adolescentes e Adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2009., com dados de 2008-2009, encontrou uma prevalência de 19,6% de sobrepeso e 16,7% de obesidade para a região Sul. Já a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) apresentou, em 2013, uma prevalência de 33,8% de sobrepeso e 24,4% de obesidade66 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Pesquisa Nacional de Saúde 2013 Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Rio de Janeiro: IBGE; 2014. e, em 2019, de 33,1% de sobrepeso e 29,5% de obesidade entre as mulheres no Brasil77 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Atenção primária à saúde e informações antropométricas. Rio de Janeiro: IBGE; 2020. 70 p..

Em 2016, com dados obtidos por meio de inquérito telefônico, o Ministério da Saúde estimou uma prevalência de excesso de peso de 50,5% (IC95% 49,4-51,7) e de obesidade de 19,6% (IC95% 18,7-20,5) para mulheres com 18 ou mais anos no Brasil88 Brasil. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2016 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [citado em 2007 Jan 5]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2016_fatores_risco.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
. Em Curitiba, as mulheres apresentaram prevalência de excesso de peso de 49,0% (IC95% 44,7-53,3) e de obesidade de 16,5% (IC95% 13,4-19,6)88 Brasil. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2016 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [citado em 2007 Jan 5]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2016_fatores_risco.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
.

Considerando o sobrepeso e a obesidade como condições preveníveis e sabendo suas consequências na vida dos indivíduos, sobretudo das mulheres, além dos custos com saúde, este estudo teve como objetivo estimar a prevalência de sobrepeso e obesidade, bem como investigar sua associação com variáveis demográficas, socioeconômicas e reprodutivas, antecedentes obstétricos e comportamentos de vida entre mulheres usuárias de unidade de atenção especializada.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal realizado com mulheres com 18 anos ou mais de idade, que estavam em acompanhamento com médico mastologista em uma unidade de atenção especializada do Sistema Único de Saúde de Curitiba, no Paraná. A coleta de dados aconteceu entre abril e julho de 2016.

Curitiba é a capital do estado do Paraná, localizada na região Sul do Brasil. Em 2010, o município apresentou índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,749 e índice de Gini de 0,5499 Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Caderno estatístico. Município de Curitiba. Curitiba: IPARDES; 2020..

No período de coleta de dados, a unidade de saúde na qual foi realizada a pesquisa era um estabelecimento de saúde tipo Centro de Saúde, Unidade Básica, que executa serviços especializados em saúde da mulher e da criança. A unidade fica na região central do município, na regional Matriz, aquela com melhores indicadores socioeconômicos do município1010 Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba. População: análise do censo 2010 [Internet]. Curitiba: IPPUC; 2012 [citado em 2023 Fev 1]. Disponível em: http://admsite2013.ippuc.org.br/arquivos/documentos/D356/D356_003_BR.pdf
http://admsite2013.ippuc.org.br/arquivos...
. Apesar disso, por atender a algumas especialidades, o público-alvo é diversificado, sendo compreendido por moradores das diferentes regionais do município. Entre os serviços especializados à saúde da mulher, a unidade contava com Pré-natal/Parto e Nascimento, Saúde da Família, Clínica Geral, Ginecologia e Mastologia. A unidade de saúde contava com dois médicos mastologistas que realizavam atendimentos no período matutino, com uma média mensal de 220 consultas no ano de 2015.

Para a estimativa da amostra, foi considerada a prevalência do desfecho de 50%. Com o intuito de maximizar o tamanho amostral e considerando-se outros desfechos em estudo, com nível de confiança de 95% e margem de erro de 5 pontos percentuais, chegou-se a um número amostral mínimo de 141 mulheres. Para controlar os fatores de confusão, foram adicionados 15%, perfazendo amostra de 162 participantes. Para eventuais perdas e recusas, houve a adição de 20% ao tamanho amostral, totalizando 194 mulheres a serem convidadas para participar da pesquisa. A partir da amostra obtida (n = 182 mulheres), seria possível estimar uma razão entre duas prevalências de 1,37, equivalente, por exemplo, a uma prevalência de 25,5% entre não expostos e 35,0% entre expostos, mantendo nível de confiança de 95% e poder de 80%. Para realização dos cálculos, foi utilizado o software Open Epi versão 3.011, e11 Dean A, Sullivan K, Soe M. OpenEpi: open source epidemiologic statistics for public health [Internet]. Atlanta: OpenEpi; 2013 [citado em 2021 Fev 7]. Disponível em: https://www.openepi.com/Menu/OE_Menu.htm
https://www.openepi.com/Menu/OE_Menu.htm...
para poder do estudo, o Stata 12.

O critério de exclusão adotado foi a mulher estar gestante. As mulheres que compareceram à consulta com médico mastologista na unidade de saúde foram convidadas a participar, até esgotar o número amostral previsto para a pesquisa.

Das variáveis demográficas, foram investigadas a faixa etária (em anos, até 39, 40-59 e 60 ou mais) e a situação conjugal (com companheiro: casada ou união estável; e sem companheiro: solteira, separada ou viúva). As variáveis socioeconômicas incluídas foram: escolaridade (em anos de estudo, 0-4, 5-8, 9-11 e 12 ou mais) e trabalho remunerado (sim e não). As variáveis reprodutivas avaliadas foram: idade da menarca (em anos, ≤ 13 e 14 ou mais), número de gestações (zero, um, dois e três ou mais), menopausa (sim e não) e terapia de reposição hormonal (sim e não). Dos comportamentos relacionados à saúde, foram investigados: fumo (sim, não e ex-fumante), consumo de álcool (sim e não) e exercício físico no lazer (não, 1-2 vezes semana e 3 ou mais vezes na semana).

O peso e a altura foram aferidos no momento da entrevista por equipe treinada, com balança mecânica calibrada com estadiômetro acoplado (marca Marte®). O índice de massa corporal (IMC) foi calculado dividindo o peso corporal (kg) pela altura (metros) elevada ao quadrado, dado pela fórmula IMC = peso atual (kg) / altura (m)22 World Health Organization. Global health estimates 2016: disease burden by cause, age, sex, by country and by region, 2000-2016 [Internet]. Geneva: WHO; 2018 [citado em 2020 Out 15]. Disponível em: https://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/estimates/en/index1.html
https://www.who.int/healthinfo/global_bu...
. As participantes foram classificadas como: baixo peso (IMC < 18,5 kg/m2), eutróficas (IMC ≥ 18,5 a 24,9 kg/m2), sobrepeso (IMC entre 25,0 e 29,9 kg/m2) e obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2), pontos de cortes preconizados pela OMS1212 World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO; 1995.. Para as análises, os casos de baixo peso foram agrupados àqueles de eutrofia em razão do número reduzido de observações com essa classificação (n = 2).

As informações relativas ao diagnóstico médico foram extraídas dos prontuários eletrônicos e classificadas a partir da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - CID 101313 World Health Organization. Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. 10. ed. Geneva: WHO; 1997., agrupadas posteriormente em neoplasias benignas, neoplasias malignas e outras doenças da mama.

Para análise descritiva das variáveis categóricas, foi utilizado o cálculo das frequências absolutas (n) e relativas (%). Razões de chance (RC) brutas e ajustadas e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) foram calculados por meio da regressão logística multinomial, além do teste de Wald para cálculo dos valores de p. A eutrofia foi considerada a categoria de referência nas análises. A ordem de entrada das variáveis no modelo seguiu modelo hierárquico, sendo inicialmente inseridas variáveis demográficas, seguidas das variáveis socioeconômicas e reprodutivas e, posteriormente, dos comportamentos relacionados à saúde. As variáveis com valor de p até 0,25 na análise bruta foram inseridas nas análises ajustadas e consideradas estatisticamente significativas quando p < 0,05. As análises foram realizadas no programa Stata 12.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) com parecer número 1.145.647, parecer de viabilidade emitido pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba em 15 de julho de 2015, e foi conduzida conforme padrões éticos exigidos após a aprovação do projeto. As mulheres foram convidadas a participar da pesquisa por meio de convite oral, no qual eram explicitados os objetivos da pesquisa. Participaram da pesquisa as mulheres que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

RESULTADOS

Foram convidadas 322 mulheres consideradas elegíveis para a pesquisa, das quais 182 responderam ao questionário e 140 (43,5%) não aceitaram participar. A média de idade das mulheres que participaram do estudo foi de 51 anos (IC95% 49,06-52,94) e não diferiu daquelas que se recusaram a participar (50,4 anos - IC95% 48,01-52,88). O principal motivo atribuído às recusas foi a falta de tempo (79,3%).

Observou-se que a metade das mulheres (50,0%) possuía de 40 a 59 anos de idade, a maioria tinha companheiro (56,9%), não tinha trabalho remunerado (51,0%), teve a menarca com 13 anos ou menos (60,7%), estava na menopausa (54,4%), não fumava (74,2%), não consumia álcool (85,2%) e não realizava exercício físico no lazer (56,1%). Além disso, 39,6% das mulheres possuíam entre 9 e 11 anos de estudos, 46,0% tiveram três ou mais gestações e 15,6% fizeram terapia de reposição hormonal (Tabela 1). Foram diagnosticados 82,1% de mulheres com doenças benignas da mama, 13,1% com outras displasias mamárias benignas e 4,8% com neoplasia maligna da mama não especificada.

Tabela 1
Distribuição das características demográficas, socioeconômicas e reprodutivas e dos comportamentos relacionados à saúde em mulheres atendidas por mastologista. Curitiba-PR

As participantes foram classificadas segundo o IMC, em que 34,1% apresentaram sobrepeso, e 31,8%, obesidade, ou seja, 65,9% das mulheres entrevistadas apresentavam excesso de peso. Entre as participantes, apenas duas (1,1%) apresentaram baixo peso e foram agrupadas com eutróficas para as análises.

Na análise bruta (Tabela 2), observou-se que as chances de as participantes estarem com sobrepeso foi maior entre aquelas com 60 anos ou mais (RC 2,69; IC95% 1,00-7,28), com três ou mais gestações (RC 3,25; IC95% 1,15-9,19) e menopausadas (RC 2,13; IC95% 1,03-4,38). As mulheres com 12 ou mais anos de estudo apresentaram menor chance de ter sobrepeso (RC 0,24; IC95% 0,74-0,75). Após análise ajustada para as variáveis demográficas (faixa etária e estado civil), a escolaridade perdeu significância estatística (Tabela 3).

Tabela 2
Regressão logística multinomial das condições associadas ao sobrepeso e à obesidade utilizando a eutrofia como categoria de referência, em mulheres atendidas por mastologista. Curitiba-PR
Tabela 3
Modelo final da regressão logística multinomial das condições associadas ao sobrepeso e à obesidade utilizando a eutrofia como categoria de referência, em mulheres atendidas por mastologista. Curitiba-PR

Apresentaram mais chances de estarem com obesidade (Tabela 2), nas análises brutas, as mulheres com 60 ou mais anos de idade (RC 7,00; IC95% 2,09-23,47), aquelas que não realizavam atividade remunerada (RC 1,18; IC95% 0,34-5,09), as mulheres que tiveram a menarca com 13 anos ou menos (RC 3,30; IC95% 1,49-7,32), as que tiveram três ou mais gestações (RC 8,20; IC95% 2,60-25,80) e as menopausadas (RC 3,43; IC95% 1,60-7,31). As mulheres com 9 a 11 anos de estudo apresentaram menores chances de estarem com obesidade (RC 0,29; IC95% 0,10-0,79). Após análise ajustada para variáveis demográficas e socioeconômicas (Tabela 3), observou-se que apresentavam mais chances de estarem com obesidade as mulheres que tiveram a menarca com 13 anos ou menos (RC 4,40; IC95% 1,76-10,99) e com três ou mais filhos (RC 8,50; IC95% 2,14-33,70).

DISCUSSÃO

Este estudo permitiu estimar a prevalência de sobrepeso e obesidade de usuárias de unidade de atenção especializada em acompanhamento com profissional mastologista. O sobrepeso e a obesidade entre o sexo feminino são fatores de risco para o surgimento das DCNT, as quais são as principais causas responsáveis por morte nos países em desenvolvimento1414 World Health Organization. Global Health Risks. Mortality and burden of disease attributable to selected major risks. Vol. 1. Geneva: WHO; 2009..

A prevalência de participantes com sobrepeso (34,1%; IC95% 27,1-41,0) foi semelhante àquela encontrada na região semiárida do Ceará (32,6%) em 20071515 Correia LL, Silveira DMI, Silva AC, Campos JS, Machado MMT, Rocha HAL, et al. Prevalência e determinantes de obesidade e sobrepeso em mulheres em idade reprodutiva residentes na região semiárida do Brasil. Cien Saude Colet. 2011 jan;16(1):133-45. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000100017. PMid:21180822.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011...
e em São Leopoldo (RS)1616 Lisowski JF, Leite HM, Bairros F, Henn RL, Costa JSD, Olinto MTA. Prevalência de sobrepeso e obesidade e fatores associados em mulheres de São Leopoldo, Rio Grande do Sul: um estudo de base populacional. Cad Saude Colet. 2019 dez;27(4):380-9. http://dx.doi.org/10.1590/1414-462x201900040226.
http://dx.doi.org/10.1590/1414-462x20190...
em 2015 (33,0%). A prevalência de obesidade neste estudo foi elevada, com 31,8% (IC95% 25,0-38,7), comparada com os estudos anteriores, em que foram encontrados 16,1%1515 Correia LL, Silveira DMI, Silva AC, Campos JS, Machado MMT, Rocha HAL, et al. Prevalência e determinantes de obesidade e sobrepeso em mulheres em idade reprodutiva residentes na região semiárida do Brasil. Cien Saude Colet. 2011 jan;16(1):133-45. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000100017. PMid:21180822.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011...
e 18,0%1717 Teichmann L, Olinto MTA, Costa JSD, Ziegler D. Fatores de risco associados ao sobrepeso e a obesidade em mulheres de São Leopoldo, RS. Rev Bras Epidemiol. 2006 set;9(3):360-73. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2006000300010.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2006...
no Sul do país. No ano de 2016, em Curitiba, 50,3% das mulheres maiores de 18 anos estavam com excesso de peso e 16,5% estavam com obesidade88 Brasil. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2016 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [citado em 2007 Jan 5]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2016_fatores_risco.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
.

Ao comparar os dados obtidos nesta pesquisa com os resultados do VIGITEL 201688 Brasil. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2016 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [citado em 2007 Jan 5]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2016_fatores_risco.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
, os valores de obesidade foram inferiores (34,0%). Contudo, as prevalências de excesso de peso (65,9%) foram superiores àquelas encontradas no VIGITEL (50,3%)88 Brasil. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2016 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [citado em 2007 Jan 5]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2016_fatores_risco.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
. Em relatório divulgado pelo Ministério da Saúde (2020) com informações dos adultos acompanhados na atenção primária, por meio dos dados cadastrados no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, em 2019 a região Sul foi aquela que apresentou maior prevalência de excesso de peso (69,1%). Para o estado do Paraná, em 2016, ano da coleta de dados da presente pesquisa, a prevalência de excesso de peso foi de 63,8% e de obesidade foi de 30,2%1818 Brasil, Ministério da Saúde. Situação alimentar e nutricional no Brasil: excesso de peso e obesidade da população adulta na Atenção Primária à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2020., valores muito próximos àqueles encontrados entre as mulheres avaliadas.

As elevadas prevalências de sobrepeso e obesidade podem ser parcialmente explicadas pela condição socioeconômica das mulheres, pois é provável que aquelas com maior renda e escolaridade e com menores prevalências de excesso de peso88 Brasil. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2016 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [citado em 2007 Jan 5]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2016_fatores_risco.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
realizem seus acompanhamentos em serviços privados, com planos de saúde. Além disso, é possível que a presença de lesões benignas e malignas da mama seja maior em mulheres com IMC elevado, ainda que essa seja uma associação nem sempre confirmada nos estudos1919 Instituto Nacional de Câncer. Ações de prevenção primária e secudária no controle do câncer. In: Instituto Nacional de Câncer. Fatores de risco para o câncer. Brasília: INCA; 2011. p. 91.,2020 O’brien S, Kowdley GC. Benign breast diseases and body mass index: Is there a correlation? Am Surg. 2014;80(5):461-5. http://dx.doi.org/10.1177/000313481408000516. PMid:24887724.
http://dx.doi.org/10.1177/00031348140800...
.

Os fatores associados ao sobrepeso e à obesidade foram similares entre as mulheres avaliadas na análise não ajustada - idade ≥ 60 anos, três gestações ou mais e menopausa -, e a escolaridade acima de nove anos de estudo apareceu como fator de proteção. Na análise ajustada, as variáveis idade, número de gestações e menopausa deixaram de ser significativas, e a maior escolaridade não foi fator de proteção para sobrepeso e obesidade. O número amostral de mulheres com sobrepeso (n = 62) pode ter sido insuficiente para as análises ajustadas. Ademais, ressalta-se que a etiologia do sobrepeso e obesidade é complexa e multifatorial2121 Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 [Internet]. 3. ed. São Paulo: ABESO; 2009 [citado em 2007 Jan 5]. 85 p. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/08/2009_DIRETRIZES_BRASILEIRAS_DE_OBESIDADE.pdf
http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/u...
, sendo resultado da interação de genes, variáveis ambientais, estilo de vida e fatores emocionais. Além disso, as variáveis investigadas não contemplaram todas as dimensões envolvidas

As mulheres que tiveram a menarca antes dos 13 anos apresentaram maiores chances de obesidade, corroborando outros que estudos que sugerem maiores chances de obesidade na ocorrência da menarca antes dos 13 anos de idade44 Instituto Nacional de Câncer. Tipos de câncer: câncer de mama [Internet]. 2020 [citado em 2020 Out 15]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/...
,1313 World Health Organization. Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. 10. ed. Geneva: WHO; 1997.. Um estudo no Sul do Brasil com 981 mulheres encontrou a menarca após os 13 anos como efeito protetor para obesidade1717 Teichmann L, Olinto MTA, Costa JSD, Ziegler D. Fatores de risco associados ao sobrepeso e a obesidade em mulheres de São Leopoldo, RS. Rev Bras Epidemiol. 2006 set;9(3):360-73. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2006000300010.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2006...
. Os resultados indicaram que as mulheres que tiveram a menarca com 14 ou mais anos apresentavam menor prevalência de obesidade quando comparadas àquelas que tiveram menarca entre 8 e 11 anos (RP 0,46; IC95% 0,31-0,65).

A menarca é o marco tardio do desenvolvimento puberal e sua ocorrência está sujeita a fatores nutricionais e ao padrão de crescimento na infância1919 Instituto Nacional de Câncer. Ações de prevenção primária e secudária no controle do câncer. In: Instituto Nacional de Câncer. Fatores de risco para o câncer. Brasília: INCA; 2011. p. 91.,2222 Vitalle MSS, Tomioka CY, Juliano Y, Amancio OMS. Índice de massa corporal, desenvolvimento puberal e sua relação com a menarca. Rev Assoc Med Bras. 2003;49(4):429-33. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003000400036. PMid:14963597.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003...
. Pode ser considerada como um marcador de desenvolvimento social que sofre influência de variáveis ambientais, especialmente as condições de vida e o acesso aos serviços de saúde2323 Kac G, Coelho ASC, Velásquez- Meléndez G. Secular trend in age at menarche for women born between 1920 and 1979 in Rio de Janeiro, Brazil. Ann Hum Biol. 1983;2000(27):423-8..

Os achados de Kac et al.2323 Kac G, Coelho ASC, Velásquez- Meléndez G. Secular trend in age at menarche for women born between 1920 and 1979 in Rio de Janeiro, Brazil. Ann Hum Biol. 1983;2000(27):423-8. acerca da tendência secular sobre a menarca, bem como a associação encontrada nesta e em outras pesquisas, são preocupantes, uma vez que, a cada década passada, reduz-se a idade média da menarca, e um número maior de mulheres poderá estar exposta a esse fator de risco para a obesidade. Um estudo entre 2009 e 2010 com dados retrospectivos, conduzido em Granada, com 524 mulheres diagnosticadas com câncer de mama, encontrou associação entre a idade da menarca, estado nutricional e câncer de mama. Das participantes, 81,1% foram classificadas com obesidade e 8,41% tiveram a menarca entre 9 e 11 anos. As mulheres com menarca entre 9 e 11 anos de idade apresentaram maiores chances de obesidade, e a esta, por sua vez, esteve associada com câncer de mama2424 Aguilar Cordero MJ, González Jiménez E, García López AP, Álvarez Ferré J, Padilla López CA, Guisado Barrilao R, et al. Obesity and its implication in breast cancer. Nutr Hosp. 2011;26(4):899-903. PMid:22470040..

Neste estudo, as mulheres que tiveram três ou mais filhos apresentaram maiores chances de obesidade. A gestação é um período no qual a mulher está exposta a maiores chances de ganho de peso 2121 Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 [Internet]. 3. ed. São Paulo: ABESO; 2009 [citado em 2007 Jan 5]. 85 p. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/08/2009_DIRETRIZES_BRASILEIRAS_DE_OBESIDADE.pdf
http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/u...
e de retenção de peso no pós-parto, com efeito acumulativo quando o tempo entre o parto e o início da nova gestação é reduzido2525 Polley BA, Wing RR, Sims CJ. Randomized controlled trial to prevent excessive weight gain in pregnant women. Int J Obes Relat Metab Disord. 2002;26(11):1494-502. http://dx.doi.org/10.1038/sj.ijo.0802130. PMid:12439652.
http://dx.doi.org/10.1038/sj.ijo.0802130...
. Similarmente, um estudo de base populacional em São Leopoldo, em 2006, encontrou que mulheres que tiveram três ou quatro filhos apresentavam prevalência três vezes maior de obesidade (IC95% 1,68-5,36) e as que possuíam cinco ou mais filhos apresentavam uma prevalência de 5,30 vezes maior (2,83-9,87) de obesidade1414 World Health Organization. Global Health Risks. Mortality and burden of disease attributable to selected major risks. Vol. 1. Geneva: WHO; 2009.. Em 2016, no município de São Leopoldo, as mulheres com três ou quatro filhos tiveram prevalência 2,28 vezes maior de obesidade quando comparadas às nulíparas1616 Lisowski JF, Leite HM, Bairros F, Henn RL, Costa JSD, Olinto MTA. Prevalência de sobrepeso e obesidade e fatores associados em mulheres de São Leopoldo, Rio Grande do Sul: um estudo de base populacional. Cad Saude Colet. 2019 dez;27(4):380-9. http://dx.doi.org/10.1590/1414-462x201900040226.
http://dx.doi.org/10.1590/1414-462x20190...
.

Uma coorte prospectiva que acompanhou 104 mulheres usuárias de unidade de saúde do estado do Rio de Janeiro, por um período compreendido entre a 8ª semana gestacional e 30 dias pós-parto, observou que, a cada 1000 gramas ganhas no período gestacional, 494 gramas eram retidas no período pós-parto2626 Rebelo F, Castro MBT, Dutra CL, Schlussel MM, Kac G. Fatores associados à retenção de peso pós-parto em uma coorte de mulheres, 2005-2007. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2010 jun;10(2):219-27. http://dx.doi.org/10.1590/S1519-38292010000200009.
http://dx.doi.org/10.1590/S1519-38292010...
. Uma revisão de literatura de Kac2727 Kac G. Fatores determinantes da retenção de peso no pós-parto: uma revisão da literatura. Cad Saude Publica. 2001 jun;17(3):455-66. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2001000300002. PMid:11395784.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2001...
sugeriu que a gordura corporal acumulada durante a gestação não seria perdida entre uma gestação e outra, o que acarreta acúmulo de peso progressivo à medida que há aumento do número de filhos.

Esta pesquisa trouxe informações importantes acerca do sobrepeso e obesidade entre mulheres adultas que estavam em acompanhamento em unidade especializada de saúde de uma capital na região Sul do país. Entre as limitações do presente estudo, pode ser destacado seu delineamento transversal, que não permite inferir relações de causa e efeito. O uso do IMC apresenta importantes limitações para classificação do estado nutricional, pois não permite diferenciar os componentes da composição corporal entre massa gorda e massa livre de gordura. As pessoas brevilíneas e/ou com elevada porcentagem de massa muscular podem apresentar um IMC inadequado e ser classificadas com obesidade.

Outros fatores não investigados no presente estudo, como os hábitos alimentares, podem influenciar o sobrepeso e a obesidade, pois é um problema de saúde complexo e multidimensional. Adicionalmente, a amostra pode não ter sido suficiente para detectar associações significativas entre algumas variáveis investigadas, especialmente aquelas de menor magnitude de associação.

O excesso de peso é multifatorial e envolve outros aspectos relacionados ao acesso de alimentos, estilo de vida, características genéticas e ambientais. Sendo assim, pesquisas futuras podem investigar em profundidade aspectos relativos ao excesso de peso entre mulheres adultas e idosas e seus determinantes, bem como suas consequências.

CONCLUSÃO

A prevalência de sobrepeso e obesidade entre as mulheres mostrou-se elevada, com mais da metade das participantes com excesso de peso. As mulheres que apresentaram maiores chances de obesidade, segundo o IMC, foram as que tiveram a menarca antes dos 13 anos e três ou mais gestações.

A identificação das mulheres mais vulneráveis à obesidade é necessária para que as repercussões negativas sejam evitadas. Estratégias de prevenção e tratamento da obesidade devem ser priorizadas na atenção à saúde da mulher, visando à melhoria da saúde global dessas mulheres e à redução com gasto de dinheiro público no tratamento das DCNT causadas e/ou agravadas pela obesidade.

É importante ressaltar que a obesidade, por ser uma doença multifatorial, necessita de atenção integral à saúde da mulher para que não haja acúmulo excessivo de gordura entre as gestações. Assim, destaca-se a importância de ambientes propícios para atividades físicas e lazer, bem como maior acesso a alimentos nutricionalmente adequados e custo acessível para a população.

  • *
    Manuscrito parte integrante do trabalho de conclusão de curso de Fernandes RC, Merenda EKS e Antoniacomi JMV, apresentado como requisito para conclusão da Pós-Graduação em Medicina do Exercício Físico na Promoção à Saúde. Departamento de Medicina. Universidade Federal do Paraná em julho de 2018.
  • Como citar: Fernandes RC, Merenda EKS, Antoniacomi JMV, Mandarino APG, Höfelmann DA. Sobrepeso e obesidade entre mulheres e associação com características demográficas e obstétricas entre usuárias de uma unidade de saúde especializada. Cad Saúde Colet, 2023; Ahead of Print. https://doi.org/10.1590/1414-462X202331010384
  • Trabalho realizado na Unidade de Saúde Especializada Mãe Curitibana, Curitiba (PR), Brasil.
  • Fonte de financiamento: nenhuma.

REFERÊNCIAS

  • 1
    World Health Organization. Obesity. Preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO. Consulation on obesity. Geneva: WHO; 1997. p. 178.
  • 2
    World Health Organization. Global health estimates 2016: disease burden by cause, age, sex, by country and by region, 2000-2016 [Internet]. Geneva: WHO; 2018 [citado em 2020 Out 15]. Disponível em: https://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/estimates/en/index1.html
    » https://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/estimates/en/index1.html
  • 3
    Kamińska M, Ciszewski T, Łopacka-Szatan K, Miotła P, Starosławska E. Breast cancer risk factors. Prz Menopauzalny. 2015;14(3):196-202. http://dx.doi.org/10.5114/pm.2015.54346 PMid:26528110.
    » http://dx.doi.org/10.5114/pm.2015.54346
  • 4
    Instituto Nacional de Câncer. Tipos de câncer: câncer de mama [Internet]. 2020 [citado em 2020 Out 15]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama
    » https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama
  • 5
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 Antropometria e Estado Nutricional de Crianças, Adolescentes e Adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2009.
  • 6
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Pesquisa Nacional de Saúde 2013 Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Rio de Janeiro: IBGE; 2014.
  • 7
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Atenção primária à saúde e informações antropométricas. Rio de Janeiro: IBGE; 2020. 70 p.
  • 8
    Brasil. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2016 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [citado em 2007 Jan 5]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2016_fatores_risco.pdf
    » https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2016_fatores_risco.pdf
  • 9
    Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Caderno estatístico. Município de Curitiba. Curitiba: IPARDES; 2020.
  • 10
    Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba. População: análise do censo 2010 [Internet]. Curitiba: IPPUC; 2012 [citado em 2023 Fev 1]. Disponível em: http://admsite2013.ippuc.org.br/arquivos/documentos/D356/D356_003_BR.pdf
    » http://admsite2013.ippuc.org.br/arquivos/documentos/D356/D356_003_BR.pdf
  • 11
    Dean A, Sullivan K, Soe M. OpenEpi: open source epidemiologic statistics for public health [Internet]. Atlanta: OpenEpi; 2013 [citado em 2021 Fev 7]. Disponível em: https://www.openepi.com/Menu/OE_Menu.htm
    » https://www.openepi.com/Menu/OE_Menu.htm
  • 12
    World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO; 1995.
  • 13
    World Health Organization. Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. 10. ed. Geneva: WHO; 1997.
  • 14
    World Health Organization. Global Health Risks. Mortality and burden of disease attributable to selected major risks. Vol. 1. Geneva: WHO; 2009.
  • 15
    Correia LL, Silveira DMI, Silva AC, Campos JS, Machado MMT, Rocha HAL, et al. Prevalência e determinantes de obesidade e sobrepeso em mulheres em idade reprodutiva residentes na região semiárida do Brasil. Cien Saude Colet. 2011 jan;16(1):133-45. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000100017 PMid:21180822.
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000100017
  • 16
    Lisowski JF, Leite HM, Bairros F, Henn RL, Costa JSD, Olinto MTA. Prevalência de sobrepeso e obesidade e fatores associados em mulheres de São Leopoldo, Rio Grande do Sul: um estudo de base populacional. Cad Saude Colet. 2019 dez;27(4):380-9. http://dx.doi.org/10.1590/1414-462x201900040226
    » http://dx.doi.org/10.1590/1414-462x201900040226
  • 17
    Teichmann L, Olinto MTA, Costa JSD, Ziegler D. Fatores de risco associados ao sobrepeso e a obesidade em mulheres de São Leopoldo, RS. Rev Bras Epidemiol. 2006 set;9(3):360-73. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2006000300010
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2006000300010
  • 18
    Brasil, Ministério da Saúde. Situação alimentar e nutricional no Brasil: excesso de peso e obesidade da população adulta na Atenção Primária à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2020.
  • 19
    Instituto Nacional de Câncer. Ações de prevenção primária e secudária no controle do câncer. In: Instituto Nacional de Câncer. Fatores de risco para o câncer. Brasília: INCA; 2011. p. 91.
  • 20
    O’brien S, Kowdley GC. Benign breast diseases and body mass index: Is there a correlation? Am Surg. 2014;80(5):461-5. http://dx.doi.org/10.1177/000313481408000516 PMid:24887724.
    » http://dx.doi.org/10.1177/000313481408000516
  • 21
    Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 [Internet]. 3. ed. São Paulo: ABESO; 2009 [citado em 2007 Jan 5]. 85 p. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/08/2009_DIRETRIZES_BRASILEIRAS_DE_OBESIDADE.pdf
    » http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/08/2009_DIRETRIZES_BRASILEIRAS_DE_OBESIDADE.pdf
  • 22
    Vitalle MSS, Tomioka CY, Juliano Y, Amancio OMS. Índice de massa corporal, desenvolvimento puberal e sua relação com a menarca. Rev Assoc Med Bras. 2003;49(4):429-33. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003000400036 PMid:14963597.
    » http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003000400036
  • 23
    Kac G, Coelho ASC, Velásquez- Meléndez G. Secular trend in age at menarche for women born between 1920 and 1979 in Rio de Janeiro, Brazil. Ann Hum Biol. 1983;2000(27):423-8.
  • 24
    Aguilar Cordero MJ, González Jiménez E, García López AP, Álvarez Ferré J, Padilla López CA, Guisado Barrilao R, et al. Obesity and its implication in breast cancer. Nutr Hosp. 2011;26(4):899-903. PMid:22470040.
  • 25
    Polley BA, Wing RR, Sims CJ. Randomized controlled trial to prevent excessive weight gain in pregnant women. Int J Obes Relat Metab Disord. 2002;26(11):1494-502. http://dx.doi.org/10.1038/sj.ijo.0802130 PMid:12439652.
    » http://dx.doi.org/10.1038/sj.ijo.0802130
  • 26
    Rebelo F, Castro MBT, Dutra CL, Schlussel MM, Kac G. Fatores associados à retenção de peso pós-parto em uma coorte de mulheres, 2005-2007. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2010 jun;10(2):219-27. http://dx.doi.org/10.1590/S1519-38292010000200009
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1519-38292010000200009
  • 27
    Kac G. Fatores determinantes da retenção de peso no pós-parto: uma revisão da literatura. Cad Saude Publica. 2001 jun;17(3):455-66. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2001000300002 PMid:11395784.
    » http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2001000300002

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Fev 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    09 Set 2019
  • Aceito
    07 Fev 2021
Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro Avenida Horácio Macedo, S/N, CEP: 21941-598, Tel.: (55 21) 3938 9494 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@iesc.ufrj.br