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Consumo de álcool e fatores associados ao binge drinking entre universitárias da área de saúde

Resumo

Objetivo:

Avaliar o padrão de consumo alcoólico e a prevalência e fatores associados ao binge drinking entre universitárias da área de saúde em Aracaju/SE.

Métodos:

Estudo transversal com 865 estudantes do sexo feminino de duas universidades do Nordeste brasileiro. Os instrumentos foram o AUDIT e um questionário com características sociodemográficas. Empregou-se Qui-quadrado e regressão logística, com nível de significância de 0,05.

Resultados:

O consumo de risco foi evidenciado em 16,4%, enquanto a prevalência do binge drinking foi de 48,0%, e esteve mais fortemente associada com dirigir alcoolizada (OR = 12,24) e conviver em ambiente familiar conflituoso (OR = 6,33). O binge drinking foi constante entre as alunas que se envolveram em brigas com agressão física, problemas com a lei e entre tabagistas.

Conclusão:

A elevada prevalência do consumo de risco, binge drinking e a associação destes com comportamentos de risco entre as acadêmicas servem para orientar futuras políticas públicas preventivas.

Palavras-chave:
Consumo de Bebidas Alcoólicas; Saúde da mulher; Estudantes; Atenção à Saúde

Abstract

Objective:

To evaluate the pattern of alcohol consumption and the prevalence and factors associated with binge drinking among university students of health-related courses in Aracaju, Sergipe, Brazil.

Methods:

A cross-sectional study was performed of 865 female students from two universities in the Brazilian Northeast. The instruments used were the AUDIT and a questionnaire used to collect sociodemographic data. The chi-square test and logistic regression were used, with statistical significance set at p-value < 0.05.

Results:

Risky alcohol consumption was evidenced in 16.4%, while the prevalence of binge drinking was 48.0%. Binge drinking was strongly associated with drunk driving (OR = 12.24) and living in a conflicting family environment (OR = 6.33). Binge drinking was a constant in students who engaged in fights, those who had problems with the law and among smokers.

Conclusion:

The high prevalence of risky alcohol consumption, binge drinking and the association of these with risky behaviors in students serve to guide future public policies on prevention.

Keywords:
Alcohol Drinking; Women's Health; Students; Health Care

Resumen

Objetivo:

Evaluar el patrón de consumo de alcohol, la prevalencia y los factores asociados al binge drinking entre estudiantes universitarias en el área de salud en Aracaju/SE.

Métodos:

Estudio transversal con 865 mujeres estudiantes de dos universidades del Nordeste brasileño. Los instrumentos fueron el AUDIT y las características sociodemograficas. Se utilizó la Chi-cuadrada y regresión logística, con nivel de significancia de 0,05.

Resultados:

El patrón de consumo de riesgo se muestra en el 16,4%, mientras que la prevalencia del binge drinking fue de 48,0% y fue también más fuertemente asociada con conducir en estado etílico (OR = 12,24) y vida familia conflictiva (OR = 6,33). La borrachera fue constante entre las estudiantes que participaron en peleas con agresión física o problemas con la ley y entre las fumadoras.

Conclusión:

La alta prevalencia de consumo de riesgo, binge drinking y su asociación con comportamientos de riesgos entre académicas sirven para orientar las futuras políticas públicas preventivas.

Palabras claves:
Consumo de Bebidas Alcohólicas; Salud de la Mujer; Estudiantes; Atención a la Salud

INTRODUÇÃO

Dentre as substâncias psicoativas, o álcool é a mais consumida no mundo e os jovens que iniciam a vida universitária têm apresentado um aumento expressivo do seu consumo.11 World Health Organization. Global status report on alcohol and health 2014. Geneva: World Health Organization; 2014. 392 p. A maior autonomia e liberdade dos seus atos aliadas à independência proporcionada pela maioridade e, em muitos casos, associada ao fato de residir longe dos seus familiares, tornam os universitários expostos ao consumo de álcool.22 Baumgarten LZ, Gomes VLO, Fonseca AD. Consumo alcoólico entre universitários(as) da área da saúde da Universidade Federal do Rio Grande/RS: subsídios para enfermagem. Esc Anna Nery [Internet]. Sep 2012; [cited 2017 Mar 20]; 16(3):530-5. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452012000300015&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
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,33 Haas AL, Smith SK, Kagan K, Jacob T. Pre-college pregaming: practices, risk factors, and relationship to other indices of problematic drinking during the transition from high school to college. Psychol Addict Behav [Internet]. 2012 Dec; [cited 2017 Mar 20]; 26(4):931-8. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23088409. DOI: 10.1037/a0029765
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Além disso, os eventos comemorativos por eles realizados, na maioria das vezes, encontram-se associados ao consumo de bebidas alcoólicas o que, além de prejudicar o desempenho acadêmico destes indivíduos, pode expô-los a comportamentos de risco, como dirigir após beber, envolvimento em agressões, brigas e acidentes de trânsito.44 Cardoso FM, Barbosa HA, Costa FM, Vieira MA, Caldeira AP. Fatores associados à prática do binge drinking entre estudantes da área da saúde. Rev CEFAC [Internet]. 2015 Mar/Apr; [cited 2017 Mar 20];17(2):475-84. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462015000200475&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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Nesse contexto, o uso abusivo do álcool pelos jovens, incluindo os universitários, consiste em importante problema de saúde pública, na medida em que representa fator de risco para a morbidade, mortalidade e incapacidades dos mesmos e da sociedade em geral.55 Puig-Nolasco A, Cortaza-Ramirez L, Pillon SC. Consumo de alcohol entre estudiantes mexicanos de medicina. Rev Latino Am Enferm [Internet]. 2011 Jun; [cited 2017 Mar 20]; 19(no.spe):714-21. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692011000700008&lng=es&nrm=iso&tlng=es. DOI: 10.1590/S0104-11692011000700008
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,66 Gonçalves PD, Cunha PJ, Malbergier A, do Amaral RA, de Oliveira LG, Yang JJ, et al. The association between low alcohol use and traffic risk behaviors among Brazilian college students. Alcohol [Internet]. 2012 Nov; [cited 2017 Mar 20]; 46(7):673-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22921955. DOI: 10.1016/j.alcohol.2012.08.002
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Estudos têm demonstrado elevada prevalência de abuso agudo de bebidas alcoólicas, também chamado de binge drinking ou beber pesado episódico, entre os jovens.77 Chavez PR, Nelson DE, Naimi TS, Brewer RD. Impact of a new gender-specific definition for binge drinking on prevalence estimates for women. Am J Prev Med [Internet]. 2011 Apr; [cited 2017 Mar 20]; 40(4):468-71. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21406282. DOI: 10.1016/j.amepre.2010.12.008
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8 Nunes JM, Campolina LR, Vieira MA, Caldeira AP. Consumo de bebidas alcoólicas e prática do binge drinking entre acadêmicos da área da saúde. Rev Psiquiatr Clín [Internet]. 2012; [cited 2017 Mar 20]; 39(3):94-9. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832012000300005&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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9 Patrick ME, Schulenberg JE, Martz ME, Maggs JL, O'Malley PM, Johnston LD. Extreme binge drinking among 12th-grade students in the United States: prevalence and predictors. JAMA Pediatr [Internet]. 2013 Nov; [cited 2017 Mar 20]; 167(11):1019-25. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24042318. DOI: 10.1001/jamapediatrics.2013.2392
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-1010 Tavolacci MP, Boerg E, Richard L, Meyrignac G, Dechelotte P, Ladner J. Prevalence of binge drinking and associated behaviours among 3286 college students in France. BMC Public Health [Internet]. 2016 Feb; [cited 2017 Mar 20]; 16:178. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26905284. DOI: 10.1186/s12889-016-2863-x
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Este padrão de consumo de alto risco pode ser caracterizado pelo consumo de grande quantidade de álcool em uma única ocasião, o que corresponde a quatro ou mais doses de bebidas alcoólicas para mulheres e cinco ou mais doses para homens, independentemente da frequência deste consumo. Em termos de concentração alcoólica sanguínea, equivale a aproximadamente 80 mg/dl (0,08%) no indivíduo adulto.1111 National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA). Helping patients who drink too much: a clinician's guide. Bethesda: NIAAA; 2005. 40 p.

As mulheres são mais vulneráveis ao uso de bebidas alcoólicas quando comparadas com os homens, devido ao menor peso e maior proporção de gordura corporal, como também pela menor capacidade de metabolismo hepático do etanol. Dessa forma, as concentrações alcoólicas sanguíneas atingidas em mulheres são superiores às dos homens, para uma mesma quantidade de ingestão alcoólica.1212 Boyle P, Boffetta P, Lowenfels AB, Burns H, Brawley O, Zatonski W, et al. Alcohol: Science, Policy and Public Health. Oxford: Oxford University Press; 2013. 448 p. Pesquisa nacional representativa recente detectou que as mulheres, em especial as mais jovens, representam grupo populacional de risco para consumo de álcool e que estão bebendo de forma mais nociva.1313 Laranjeira R, org. II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD). São Paulo: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (INPAD)/UNIFESP; 2014. 85 p.

Práticas de consumo alcoólico ainda mais perigosas para a saúde física e mental do indivíduo, e que são comumente realizadas pelos jovens, correspondem à intoxicação alcoólica aguda inerente à ingestão de dez ou mais doses de álcool em um curto intervalo de tempo, podendo ser categorizadas como níveis extremos de binge drinking.99 Patrick ME, Schulenberg JE, Martz ME, Maggs JL, O'Malley PM, Johnston LD. Extreme binge drinking among 12th-grade students in the United States: prevalence and predictors. JAMA Pediatr [Internet]. 2013 Nov; [cited 2017 Mar 20]; 167(11):1019-25. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24042318. DOI: 10.1001/jamapediatrics.2013.2392
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No Brasil, há uma escassez de estudos epidemiológicos relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas e prática de binge drinking, inclusive de níveis extremos.

Destacam-se como padrões de consumo alcoólico, além do binge drinking, o uso nocivo e a dependência alcoólica crônica. No binge drinking ocorre um estado agudo e transitório de perturbação da consciência e/ou do estado cognitivo decorrente da intoxicação alcoólica. O uso nocivo ou abusivo provoca complicações físicas e/ou psíquicas e pode ser definido como o padrão de beber que traz prejuízos e riscos à saúde, além de consequências sociais e econômicas para o indivíduo, para as pessoas ao seu redor e para a sociedade em geral. O alcoolismo crônico ou síndrome de dependência é caracterizado por um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após repetido consumo de bebida alcoólica.11 World Health Organization. Global status report on alcohol and health 2014. Geneva: World Health Organization; 2014. 392 p.

Entre os acadêmicos da área de saúde, o consumo de álcool merece uma atenção diferenciada, pois este fator poderá influenciar de forma negativa a prática profissional futura destes alunos, no que concerne às habilidades diagnósticas e terapêuticas. Além disso, esses futuros profissionais serão modelos de comportamento para seus pacientes, em relação às medidas de prevenção e promoção à saúde.1414 Picolotto E, Libardoni LFC, Migott AMB, Geib LTC. Prevalência e fatores associados com o consumo de substâncias psicoativas por acadêmicos de enfermagem da Universidade de Passo Fundo. Ciên Saúde Coletiva [Internet]. May 2010; [cited 2017 Mar 20]; 15(3):645-54. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000300006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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O uso abusivo do álcool, ainda que ocasional, em suas dimensões econômica, social e individual é uma questão complexa, de maneira que se faz necessário o conhecimento profundo desta problemática no intuito de proporcionar intervenções de prevenção e controle do uso indevido desta droga.1515 Monteiro CFS, Araújo TME, Sousa CMM, Martins MCC, Silva LLL. Adolescentes e o uso de drogas ilícitas: um estudo transversal. Rev Enferm UERJ [Internet]. 2012 Jul/Sep; [cited 2017 Nov 14]; 20(3):344-8. Available from: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/4105
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O objetivo desta pesquisa foi avaliar o padrão de consumo alcoólico e a prevalência e fatores associados ao binge drinking entre universitárias da área de saúde de Aracaju/SE.

MÉTODOS

Estudo observacional, transversal, prospectivo e analítico, de abordagem quantitativa, realizado na região Nordeste do Brasil, na cidade de Aracaju, capital do Estado de Sergipe, a qual possui uma população aproximada de 571.149 habitantes1616 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (BR). Brasil. 2016 [cited 2017 Mar 20]. Available from: http://cod.ibge.gov.br/5NZ
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e representa o principal polo urbano e universitário do estado.

A pesquisa foi realizada nas duas instituições de ensino superior classificadas como universidades no estado, sendo uma de natureza pública e outra privada. A fim de selecionar quais dos nove cursos da área de saúde seriam avaliados, realizou-se sorteio aleatório com probabilidades iguais dos mesmos. Dessa forma, a população do estudo foi constituída por alunas dos cursos de graduação de Medicina, Odontologia, Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição. Na etapa de seleção amostral seguinte, optou-se pela escolha das turmas do primeiro e do penúltimo período de cada curso avaliado, a fim de diminuir a variabilidade da amostra, quanto ao conhecimento teórico-científico adquirido pelas estudantes durante a graduação.

No período da coleta de dados, de dezembro de 2015 a abril de 2016, os arquivos das duas instituições contavam com um total de 1.178 estudantes do sexo feminino regularmente matriculadas nos referidos períodos dos cursos em questão. Estimou-se uma prevalência conservadora de 50%, margem de erro de 5% e intervalo de confiança de 95%. A amostra mínima determinada pela fórmula de Pocock1717 Pocock SJ. Clinical Trials. A Practical Approach. Chichester: Wiley; 1996. 288 p. foi de 1.049 universitárias.

Os critérios de inclusão da amostra foram: estudantes do sexo feminino, com idade igual ou superior a 18 anos, presentes em sala de aula no momento da coleta de dados.

Os dados foram coletados por pesquisadores treinados e periodicamente supervisionados durante a pesquisa. Foram realizadas três tentativas de coleta dos dados, em dias e horários diferentes, para cada sala de aula abordada. O preenchimento dos instrumentos foi realizado de forma individual, em sala de aula e de acordo com horário pré-estabelecido pelas coordenações dos cursos da área de saúde em questão.

Os instrumentos de coleta de dados foram dois questionários estruturados e autoaplicáveis. Para avaliar a variável dependente, que se refere ao padrão de consumo de álcool, foi utilizado o questionário desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), composto por 10 questões relacionadas ao consumo de álcool nas versões brasileiras do Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) a fim de se rastrear o consumo alcoólico nos últimos 12 meses. Recomenda-se que todo indivíduo com escore de AUDIT maior ou igual a oito seja considerado consumidor alcoólico de risco. De zero a sete pontos classifica-se como abstinência ou consumo de baixo risco; de oito a 15 pontos como padrão de consumo de risco; de 16 a 19 pontos como padrão de consumo nocivo; e maior ou igual a 20 pontos como possível dependência de álcool.1818 Babor T, Higgins-Biddle JC, Saunders JB, Monteiro MG. The Alcohol Use Disorders Identification Test: Guidelines for use in primary care. Geneva: World Health Organization. [Internet]. 2001; [cited 2017 Mar 20]; p. 1-40. Available from: http://www.talkingalcohol.com/files/pdfs/WHO_audit.pdf. DOI: 10.1177/0269881110393051
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Para investigar as características sociodemográficas das universitárias, foi aplicado um questionário com informações autorreferidas sobre variáveis independentes como idade, estado civil, atividade física, tabagismo, prática religiosa, trabalho remunerado, curso e período de graduação, ambiente familiar, consumo alcoólico, idade de início e permissividade ao uso de álcool pelos pais, dirigir e/ou pegar carona com motorista alcoolizado, uso de bebidas energéticas, envolvimento em brigas com agressão física, uso de drogas ilícitas e/ou controladas e influência de campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas. Este mesmo questionário continha ainda indicadores referentes à variável dependente binge drinking, capazes de caracterizar o indivíduo como praticante ou não de diferentes níveis de binge drinking, de acordo com o número de doses ingeridas (quatro, 10 ou 15) e o tempo gasto para esta ingestão. Questionário adaptado ao utilizado pelo VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras - 2010.1919 Carlini ELA, Noto AR, Sanchez ZVM, Carlini CMA, Locatelli DP, Abeid LR, et al. VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das redes pública e privada de ensino nas 27 Capitais Brasileiras - 2010. São Paulo: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas- CEBRID/UNIFESP/SENAD; 2010. 506 p.

Participaram de teste piloto 30 universitários da área de saúde não inclusos na amostra pesquisada, a fim de se identificar dúvidas a respeito do preenchimento dos instrumentos.

Os dados sistematizados foram digitados em planilha do software SPSS, versão 16.0. A análise descritiva das variáveis qualitativas abrangeu frequência e porcentagem e das variáveis quantitativas, média e desvio padrão (DP). A variável binge drinking foi dicotomizada em sim e não. Para testar a associação entre o binge drinking e as variáveis independentes, utilizou-se do teste qui-quadrado. Nessa etapa, para avaliar a magnitude das associações, as variáveis com p < 0,10 foram incluídas na análise múltipla por regressão logística. Foram considerados valores estatisticamente significantes quando p < 0,05. As variáveis independentes religião e moradia foram dicotomizadas para inclusão nos modelos de regressão logística.

Esta pesquisa foi aprovada em 12 de novembro de 2015, pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Tiradentes (UNIT), pelo Parecer nº 1.383.959. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

RESULTADOS

Da amostra populacional de 1.049 alunas matriculadas no primeiro e penúltimo períodos dos cursos da área de saúde, excluíram-se 137 alunas, 102 por serem menores de 18 anos e 35 por recusas. Participaram do estudo 865 universitárias (82,5%), sendo 217 (25,1%) da rede pública e 648 (74,9%) da rede privada de ensino. Com relação ao período, 470 (54,3%) cursavam o primeiro, enquanto que 395 (45,7%), o penúltimo. Os cursos de Enfermagem e Nutrição apresentaram maior quantidade de participantes, 282 (32,6%) e 266 (30,8%), respectivamente.

A média de idade das estudantes foi de 21,97 anos (DP = 4,43). Observou-se maior prevalência de alunas solteiras (93,1%); católicas (68,8%); praticantes religiosas (72,1%); residentes com os pais ou familiares (74,4%); não tabagistas (99,2%) e que não exerciam trabalho remunerado (82,2%). Verificou-se ainda que 51,6% praticavam atividade física (Tabela 1).

Tabela 1
Perfil sociodemográfico e hábitos de vida de mulheres estudantes de ciências da saúde de duas instituições de ensino superior na capital de Sergipe - Brasil, 2015-2016 (n = 865)

Observou-se que 814 alunas (95,0%) conviviam em ambiente familiar tranquilo e que 845 (98,5%) não tinham sido agredidas fisicamente por um adulto da família no último mês. A prevalência do consumo alcoólico pelos pais das estudantes foi de 52,6% (n = 451). Mais da metade dos pais das alunas que usavam álcool, mostraram-se permissivos (54,8%) ao consumo alcoólico de suas filhas.

Das universitárias que referiram consumir bebidas alcoólicas, 34% (n = 236) costumavam fazê-lo associado com bebidas energéticas. Outros comportamentos de risco, como dirigir sob efeito de álcool e pegar carona com motorista alcoolizado, foram negados por 92,2% e 79,7% do total das alunas pesquisadas, respectivamente. Mais de 90% das estudantes negaram envolvimento em brigas e uso de outras drogas e/ou medicação controlada.

Pouco mais da metade das estudantes (50,2%) referiram achar as campanhas publicitárias sobre bebidas alcoólicas atrativas e 82% delas (n = 708) negaram o desejo de consumir álcool consequente à mídia televisiva.

A prevalência do consumo de bebida alcoólica pelo menos uma vez na vida das estudantes foi de 79,7% (n = 689) e a média de idade de experimentação foi 16,03 anos (DP = 2,46). Dentre as estudantes consumidoras de bebidas alcoólicas, os estabelecimentos comerciais foram os locais mais citados para aquisição do álcool (89,1%). Em 71,5% dos casos, a bebida foi ofertada inicialmente por amigos e em 16,5%, por familiares. Nos últimos 12 meses, o álcool foi consumido por 65,9% (n = 566) das alunas, dado que demonstra o uso atual do álcool.

De acordo com a classificação AUDIT, 723 alunas (83,6%) puderam ser classificadas como abstinentes ou consumidoras de baixo risco, enquanto que 142 (16,4%) fazem uso problemático do álcool e foram enquadradas no padrão de consumo de risco (Tabela 2).

Tabela 2
Classificação AUDITentre mulheres estudantes de ciências da saúde de duas instituições de ensino superior na capital de Sergipe - Brasil, 2015-2016 (n = 865)

Binge drinking foi referido por 48,0% (n = 374) das estudantes avaliadas, excetuando-se aquelas que relataram não lembrar de já terem efetuado esta prática alguma vez na vida, o que correspondeu a um percentual de 9,2% (n = 80) (Tabela 3). A mesma tabela revela ainda as prevalências de níveis extremos de binge drinking, caracterizados pelo consumo igual ou superior a dez ou 15 doses em curto intervalo de tempo.

Tabela 3
Prática referida de diferentes níveis de binge drinking entre mulheres estudantes de ciências da saúde de duas instituições de ensino superior na capital de Sergipe - Brasil, 2015-2016 (n = 865)

Segundo a análise multivariada de regressão logística, os fatores significativamente associados ao binge drinking, referente a quatro ou mais doses de bebidas alcoólicas, foram: estado civil; trabalho remunerado; ambiente familiar; consumo de álcool pelos pais; permissividade dos pais ao consumo alcoólico das estudantes; desejo de consumir álcool consequente à mídia televisiva; uso associado com bebidas energéticas; dirigir alcoolizada e pegar carona com motorista alcoolizado (Tabelas 4 e 5).

Tabela 4
Modelo de regressão logística ajustado das características gerais associadas ao binge drinking entre mulheres estudantes de ciências da saúde de duas instituições de ensino superior na capital de Sergipe - Brasil, 2015-2016 (n = 374)
Tabela 5
Modelo de regressão logística ajustado dos fatores contextuais associados ao binge drinking entre mulheres estudantes de ciências da saúde de duas instituições de ensino superior na capital de Sergipe - Brasil, 2015-2016 (n = 374)

As análises multivariadas expostas nas tabelas 4 e 5 mostram que dirigir alcoolizada e a convivência em ambiente familiar conflituoso referida pelas estudantes, foram as variáveis que apresentaram associações mais fortes com o binge drinking igual ou superior a quatro doses, entre os dois modelos calculados.

Todas as alunas que relataram o envolvimento em brigas com agressão física ou em problemas com a lei (n = 12), assim como aquelas que referiram tabagismo (n = 6), praticaram binge drinking igual ou superior a quatro doses.

DISCUSSÃO

O álcool é a substância psicotrópica mais utilizada entre os universitários brasileiros e o consumo inadequado desta droga acarreta diversos prejuízos à saúde, assim como origina problemas sociais e econômicos para o país.2020 Ramis TR, Mielke GI, Habeyche EC, Oliz MM, Azevedo MR, Hallal PC. Tabagismo e consumo de álcool em estudantes universitários: prevalência e fatores associados. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2012 Jun; [cited 2017 Mar 20]; 15(2):376-85. Available from: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2012000200015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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Estudo comparativo entre os sexos sobre o consumo de álcool e a expectativa de beber realizado com universitários da área de saúde de Ribeirão Preto, revelou uma elevada prevalência do padrão de consumo binge drinking, independentemente do sexo do indivíduo.2121 Fachin A, Furtado EF. Uso de álcool e expectativas do beber entre universitários: uma análise das diferenças entre os sexos. Psicol Teor Pesq [Internet]. 2013 Oct/Dec; [cited 2017 Mar 20]; 29(4):421-8. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722013000400008
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No presente estudo, a prevalência do consumo de álcool pelas estudantes pelo menos uma vez na vida foi de 79,7%, semelhante às observadas entre estudantes da área da saúde da Universidade Estadual de Montes Claros/MG (74,9%);44 Cardoso FM, Barbosa HA, Costa FM, Vieira MA, Caldeira AP. Fatores associados à prática do binge drinking entre estudantes da área da saúde. Rev CEFAC [Internet]. 2015 Mar/Apr; [cited 2017 Mar 20];17(2):475-84. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462015000200475&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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entre estudantes de 13 a 17 anos de escolas públicas de Uberlândia/MG (80,9%)2222 Reis TG, Oliveira LCM. Padrão de consumo de álcool e fatores associados entre adolescentes estudantes de escolas públicas em município do interior brasileiro. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2015 Jan/Mar; [cited 2017 Mar 20]; 18(1):13-24. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2015000100013&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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e em estudantes de Medicina mexicanos na faixa etária de 17 a 25 anos (71,9%).55 Puig-Nolasco A, Cortaza-Ramirez L, Pillon SC. Consumo de alcohol entre estudiantes mexicanos de medicina. Rev Latino Am Enferm [Internet]. 2011 Jun; [cited 2017 Mar 20]; 19(no.spe):714-21. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692011000700008&lng=es&nrm=iso&tlng=es. DOI: 10.1590/S0104-11692011000700008
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Prevalências de uso de álcool na vida de aproximadamente 90% foram verificadas entre universitários de 27 capitais brasileiras;2323 Andrade AG, Duarte PCAV, Oliveira LG. I Levantamento nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre universitários das 27 capitais brasileiras. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD/FMUSP; 2010. 284 p. em estudantes das Faculdades das Ciências da Saúde de Maceió;2424 Pedrosa AAS, Camacho LAB, Passos SRL, Oliveira RVC. Consumo de álcool entre estudantes universitários. Cad Saúde Pública [Internet]. 2011 Aug; [cited 2017 Mar 20]; 27(8):1611-21. Available from: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2011000800016&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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e entre estudantes de Medicina do estado de Minas Gerais.2525 Carneiro EB, Braga RT, Silva LFD, Nogueira MC. Fatores associados a beber pesado episódico entre estudantes de medicina. Rev Bras Educ Med [Internet]. 2012 Oct/Dec; [cited 2017 Mar 20]; 36(4):524-30. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022012000600011&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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Estes dados mostram o elevado consumo alcoólico entre jovens estudantes de ambos sexos, incluindo as universitárias de ciências da saúde. O consumo alcoólico nesse grupo populacional merece atenção especial devido às funções que estes desempenharão junto aos seus pacientes após a formação acadêmica, transmitindo os seus conhecimentos nos cuidados com a saúde e muitas das vezes servindo de exemplo de conduta.

A média de idade de início de consumo do álcool foi de 16,03 anos, idade inferior à considerada legal para venda e consumo de bebidas alcoólicas no Brasil. Outros estudos com universitários também detectaram idades precoces de experimentação alcoólica,55 Puig-Nolasco A, Cortaza-Ramirez L, Pillon SC. Consumo de alcohol entre estudiantes mexicanos de medicina. Rev Latino Am Enferm [Internet]. 2011 Jun; [cited 2017 Mar 20]; 19(no.spe):714-21. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692011000700008&lng=es&nrm=iso&tlng=es. DOI: 10.1590/S0104-11692011000700008
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,1414 Picolotto E, Libardoni LFC, Migott AMB, Geib LTC. Prevalência e fatores associados com o consumo de substâncias psicoativas por acadêmicos de enfermagem da Universidade de Passo Fundo. Ciên Saúde Coletiva [Internet]. May 2010; [cited 2017 Mar 20]; 15(3):645-54. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000300006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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,2424 Pedrosa AAS, Camacho LAB, Passos SRL, Oliveira RVC. Consumo de álcool entre estudantes universitários. Cad Saúde Pública [Internet]. 2011 Aug; [cited 2017 Mar 20]; 27(8):1611-21. Available from: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2011000800016&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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,2525 Carneiro EB, Braga RT, Silva LFD, Nogueira MC. Fatores associados a beber pesado episódico entre estudantes de medicina. Rev Bras Educ Med [Internet]. 2012 Oct/Dec; [cited 2017 Mar 20]; 36(4):524-30. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022012000600011&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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assim como a associação positiva do binge drinking com o início do uso de álcool antes do ingresso no ensino superior.2525 Carneiro EB, Braga RT, Silva LFD, Nogueira MC. Fatores associados a beber pesado episódico entre estudantes de medicina. Rev Bras Educ Med [Internet]. 2012 Oct/Dec; [cited 2017 Mar 20]; 36(4):524-30. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022012000600011&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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Pesquisa realizada entre universitários do Sul do país verificou que mais de 90% daqueles que consumiam bebidas alcoólicas iniciaram tal hábito antes de ingressar na universidade.2020 Ramis TR, Mielke GI, Habeyche EC, Oliz MM, Azevedo MR, Hallal PC. Tabagismo e consumo de álcool em estudantes universitários: prevalência e fatores associados. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2012 Jun; [cited 2017 Mar 20]; 15(2):376-85. Available from: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2012000200015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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Este fato chama a atenção para a necessidade de implementação de medidas educativas e preventivas desde o ensino médio, na intenção de reduzir a problemática do consumo de álcool em idades precoces.

Na presente pesquisa, 34,1% das estudantes referiram abstinência alcoólica, enquanto 65,9% consumiram bebidas alcoólicas no último ano. Pesquisas que utilizaram os mesmos instrumentos para aferir o consumo alcoólico entre universitários de Minas Gerais, obtiveram resultados similares ao do presente estudo: 36,4% de abstinência e 63,6% de indicadores de consumo alcoólico entre estudantes do curso de Medicina2626 Rocha LA, Lopes ACFMM, Martelli DRB, Lima VB, Martelli-Júnior H. Consumo de álcool entre estudantes de faculdades de Medicina de Minas Gerais, Brasil. Rev Bras Educ Med [Internet]. 2011 Jul/Sep; [cited 2017 Mar 20]; 35(3):369-75. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022011000300010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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e 71,5% de consumo regular de bebidas alcoólicas entre estudantes de Ciências da Saúde.88 Nunes JM, Campolina LR, Vieira MA, Caldeira AP. Consumo de bebidas alcoólicas e prática do binge drinking entre acadêmicos da área da saúde. Rev Psiquiatr Clín [Internet]. 2012; [cited 2017 Mar 20]; 39(3):94-9. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832012000300005&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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No México, estudantes de Medicina também apresentaram prevalência de consumo alcoólico (62,3%)55 Puig-Nolasco A, Cortaza-Ramirez L, Pillon SC. Consumo de alcohol entre estudiantes mexicanos de medicina. Rev Latino Am Enferm [Internet]. 2011 Jun; [cited 2017 Mar 20]; 19(no.spe):714-21. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692011000700008&lng=es&nrm=iso&tlng=es. DOI: 10.1590/S0104-11692011000700008
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semelhante à observada aqui em Aracaju/SE. Entre estudantes da Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus/BA,2727 De Sousa TF, José HPM, Barbosa AR. Condutas negativas à saúde em estudantes universitários brasileiros. Ciênc Saude Coletiva [Internet]. 2013 Dec; [cited 2017 Mar 20]; 18(12):3563-75. Available from: http://www.scopus.com/inward/record.url?eid=2-s2.0-84888158719&partnerID=40&md5=96f6e074c8bfeadb1921aca09f79992b
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também no Nordeste brasileiro, a prevalência do consumo de bebidas alcoólicas foi inferior (41,3%) à da presente pesquisa, provavelmente a divergência destes resultados tenha sido causada pelo uso de um instrumento diferente para aferição do consumo alcoólico. Apesar destas pesquisas terem sido realizadas com estudantes de áreas relacionadas com saúde e doença, observou-se elevada prevalência de consumo etílico entre eles, embora conheçam os efeitos nocivos do álcool.

No que se refere ao padrão de consumo alcoólico, 16,4% das universitárias foram classificadas como consumidoras de risco e 83,6% como abstinentes ou consumidoras de baixo risco. Pesquisa realizada entre estudantes de Medicina do Sudeste brasileiro revelou um percentual de 25,2% de consumidores de risco e de 74,8% de abstinentes ou consumidores de baixo risco.2626 Rocha LA, Lopes ACFMM, Martelli DRB, Lima VB, Martelli-Júnior H. Consumo de álcool entre estudantes de faculdades de Medicina de Minas Gerais, Brasil. Rev Bras Educ Med [Internet]. 2011 Jul/Sep; [cited 2017 Mar 20]; 35(3):369-75. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022011000300010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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Percentual mais elevado de consumo alcoólico em níveis problemáticos foi verificado entre estudantes de Medicina mexicanos (46,0%).55 Puig-Nolasco A, Cortaza-Ramirez L, Pillon SC. Consumo de alcohol entre estudiantes mexicanos de medicina. Rev Latino Am Enferm [Internet]. 2011 Jun; [cited 2017 Mar 20]; 19(no.spe):714-21. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692011000700008&lng=es&nrm=iso&tlng=es. DOI: 10.1590/S0104-11692011000700008
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Nestes dois últimos estudos, as prevalências de consumo de risco foram superiores à da presente investigação, provavelmente por terem incluído na amostra estudantes do sexo masculino. De maneira geral, é relatado que os homens bebem mais que as mulheres.2323 Andrade AG, Duarte PCAV, Oliveira LG. I Levantamento nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre universitários das 27 capitais brasileiras. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD/FMUSP; 2010. 284 p.,2727 De Sousa TF, José HPM, Barbosa AR. Condutas negativas à saúde em estudantes universitários brasileiros. Ciênc Saude Coletiva [Internet]. 2013 Dec; [cited 2017 Mar 20]; 18(12):3563-75. Available from: http://www.scopus.com/inward/record.url?eid=2-s2.0-84888158719&partnerID=40&md5=96f6e074c8bfeadb1921aca09f79992b
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Considerando-se o agravante da vulnerabilidade do sexo feminino ao uso indevido de bebidas alcoólicas, torna-se urgente a necessidade de intervenções e medidas educativas que abordem o uso inadequado do álcool e seus efeitos deletérios no âmbito universitário, como também a composição de grupos de apoio para atendimento de estudantes que estejam utilizando o álcool de forma problemática.

Na presente investigação, a prática do binge drinking foi identificada em 374 estudantes (48,0%). As literaturas nacional e internacional abordam elevadas prevalências do padrão de consumo binge drinking entre estudantes universitários do sexo feminino.1010 Tavolacci MP, Boerg E, Richard L, Meyrignac G, Dechelotte P, Ladner J. Prevalence of binge drinking and associated behaviours among 3286 college students in France. BMC Public Health [Internet]. 2016 Feb; [cited 2017 Mar 20]; 16:178. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26905284. DOI: 10.1186/s12889-016-2863-x
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,2121 Fachin A, Furtado EF. Uso de álcool e expectativas do beber entre universitários: uma análise das diferenças entre os sexos. Psicol Teor Pesq [Internet]. 2013 Oct/Dec; [cited 2017 Mar 20]; 29(4):421-8. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722013000400008
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,2323 Andrade AG, Duarte PCAV, Oliveira LG. I Levantamento nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre universitários das 27 capitais brasileiras. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD/FMUSP; 2010. 284 p. Em estudos realizados com universitários da área da saúde do norte de Minas Gerais, binge drinking foi observado entre aproximadamente 15% dos estudantes,44 Cardoso FM, Barbosa HA, Costa FM, Vieira MA, Caldeira AP. Fatores associados à prática do binge drinking entre estudantes da área da saúde. Rev CEFAC [Internet]. 2015 Mar/Apr; [cited 2017 Mar 20];17(2):475-84. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462015000200475&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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,88 Nunes JM, Campolina LR, Vieira MA, Caldeira AP. Consumo de bebidas alcoólicas e prática do binge drinking entre acadêmicos da área da saúde. Rev Psiquiatr Clín [Internet]. 2012; [cited 2017 Mar 20]; 39(3):94-9. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832012000300005&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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porém o instrumento empregado por estas duas pesquisas para aferição do binge drinking diferiu do utilizado no presente estudo. Pesquisa nacional representativa entre universitários apontou a existência de uma tendência do gênero feminino ao aumento do consumo de álcool.2323 Andrade AG, Duarte PCAV, Oliveira LG. I Levantamento nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre universitários das 27 capitais brasileiras. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD/FMUSP; 2010. 284 p. Este fato pode decorrer da incessante busca pela igualdade entre gêneros impulsionada pela pós-modernidade, o que proporciona menor preconceito e maior aceitação social do consumo de álcool por mulheres. Estes resultados mostram a exposição deste grupo populacional ao binge drinking e a importância de serem desenvolvidos programas preventivos mais específicos que reduzam os prejuízos sociais e para a saúde dessas jovens.

Este estudo revelou que, pelo menos uma vez na vida, 13,4% das universitárias beberam no padrão binge de dez ou mais doses e que 5,5% já ingeriram quinze ou mais doses de álcool num curto intervalo de tempo. Em amostra representativa de alunos do ensino médio dos Estados Unidos, com idade média de 18 anos, verificou-se prevalências de 10,5% de bebedores em binge de dez ou mais doses e 5,6% de 15 ou mais doses,99 Patrick ME, Schulenberg JE, Martz ME, Maggs JL, O'Malley PM, Johnston LD. Extreme binge drinking among 12th-grade students in the United States: prevalence and predictors. JAMA Pediatr [Internet]. 2013 Nov; [cited 2017 Mar 20]; 167(11):1019-25. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24042318. DOI: 10.1001/jamapediatrics.2013.2392
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resultados semelhantes aos encontrados em Aracaju/SE. Esses dados mostram que o binge drinking vem sendo praticado, em níveis elevados, por parcela significativa de estudantes, tanto do ensino médio quanto do superior. Tal situação preocupa devido às consequências negativas inerentes a acidentes e agravos motivados pelo binge drinking e pela possibilidade de danos para a saúde a longo prazo.

Com relação ao âmbito familiar, possível fator influenciador para o uso de drogas entre adolescentes,2828 Guimarães ABP, Hochgraf PB, Brasiliano S, Ingberman YK. Aspectos familiares de meninas adolescentes dependentes de álcool e drogas. Rev Psiquiatr Clín [Internet]. 2009; [cited 2017 Mar 20]; 36(2):69-74. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832009000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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,2929 Cavalcante MBPT, Alves MDS, Barroso MGT. Adolescência, álcool e drogas: uma revisão na perspectiva da promoção da saúde. Esc Anna Nery Rev Enferm [Internet]. 2008 Sep; [cited 2017 Mar 20]; 12(3):555-9. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ean/v12n3/v12n3a24
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verificou-se nesta pesquisa que grande parte dos pais das estudantes era permissiva ao uso do álcool (54,8%) e consumia bebida alcoólica (52,6%). Segundo a análise ajustada de regressão logística deste estudo, observou-se associação do binge drinking tanto com a permissividade dos pais ao consumo alcoólico das universitárias (OR = 2,03), quanto ao consumo de álcool pelos mesmos (OR = 1,55). Este comportamento parental pode estar atrelado à elevada prevalência do consumo alcoólico dessas jovens que, além da exemplificação dos pais e do ambiente familiar permissivo ao uso de álcool, também contam com maior liberdade e falta de supervisão no âmbito universitário.

Nesta pesquisa, observou-se que a grande maioria das alunas (95,0%) referiram conviver em ambiente familiar tranquilo. Das que viviam em ambiente conflituoso, 75,0% referiram ter praticado binge drinking, demonstrando a existência de forte associação deste ambiente familiar com o abuso agudo de bebidas alcoólicas por estas jovens (OR = 6,33). De forma semelhante, o consumo alcoólico de risco entre estudantes adolescentes de Uberlândia/MG apresentou associação com o ambiente familiar conflituoso destes indivíduos.2222 Reis TG, Oliveira LCM. Padrão de consumo de álcool e fatores associados entre adolescentes estudantes de escolas públicas em município do interior brasileiro. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2015 Jan/Mar; [cited 2017 Mar 20]; 18(1):13-24. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2015000100013&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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Estudos indicam que a maioria das famílias de adolescentes abusadoras e/ou dependentes de substâncias psicoativas possuem características como laços familiares conflitivos, pouca proximidade entre os seus membros, falta de uma hierarquia bem definida e pais que não dão exemplo positivo quanto ao uso de drogas.2828 Guimarães ABP, Hochgraf PB, Brasiliano S, Ingberman YK. Aspectos familiares de meninas adolescentes dependentes de álcool e drogas. Rev Psiquiatr Clín [Internet]. 2009; [cited 2017 Mar 20]; 36(2):69-74. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832009000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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Estes resultados mostram que as disfunções familiares influenciam o consumo alcoólico, principalmente nas fases da adolescência e acadêmica. Por se tratar de fator de risco modificável, uma adequada orientação para o fortalecimento da relação familiar e atitudes menos liberais dos pais quanto ao uso do álcool por seus filhos podem reduzir os transtornos ocasionados pelo uso indevido desta droga entre jovens e adolescentes.

Do total das alunas avaliadas nesta pesquisa, pouco mais da metade (50,2%) referiu achar as propagandas de bebidas alcoólicas atrativas, enquanto que a maioria (82,0%) relatou não sentir vontade de beber após assisti-las. De acordo com a análise ajustada de regressão logística, as alunas que desejavam consumir álcool em decorrência da mídia televisiva apresentaram 1,74 vezes mais chance de praticar o binge drinking, quando comparadas às estudantes que negaram tal fato. Associação entre sentir vontade de beber após assistir a propagandas de bebidas alcoólicas e uso de álcool na vida foi observada em pesquisa com 638 adolescentes estudantes de um município do interior brasileiro.2222 Reis TG, Oliveira LCM. Padrão de consumo de álcool e fatores associados entre adolescentes estudantes de escolas públicas em município do interior brasileiro. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2015 Jan/Mar; [cited 2017 Mar 20]; 18(1):13-24. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2015000100013&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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A literatura aponta a existência de uma relação causal entre publicidade e consumo alcoólico, uma vez que o interesse pelo anúncio publicitário aumenta o desejo e a intenção de comprar a bebida.3030 Pinsky I, El Jundi SARJ. O impacto da publicidade de bebidas alcoólicas sobre o consumo entre jovens: revisão da literatura internacional. Rev Bras Psiquiatr [Internet]. 2008 Dec; [cited 2017 Mar 20]; 30(4):362-74. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462008000400012&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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O fato de raramente inferir-se a palavra "droga" ao álcool facilita a sua aceitação e veiculação por meio das propagandas que visam associar seus produtos a imagens apelativas e a situações de alegria e diversão.3131 Acselrad G, Karam ML, David HMSL, Alarcon S, Pfeil FMC, Andrade CSGCD. Consumo de Bebidas Alcoólicas no Brasil: Estudo com base em fontes secundárias. Rio de Janeiro: Faculdade Latinoamericana de Ciências Sociais; 2012. 162 p. Acredita-se que a regulamentação direcionada à liberdade desenfreada desse tipo de mídia pudesse favorecer a redução do consumo inadequado de álcool pela sociedade e principalmente pelos jovens em fase de formação.

Neste estudo detectou-se baixa prevalência de tabagismo (0,8%), o que corrobora com pesquisas realizadas entre universitários do Nordeste Brasileiro.2727 De Sousa TF, José HPM, Barbosa AR. Condutas negativas à saúde em estudantes universitários brasileiros. Ciênc Saude Coletiva [Internet]. 2013 Dec; [cited 2017 Mar 20]; 18(12):3563-75. Available from: http://www.scopus.com/inward/record.url?eid=2-s2.0-84888158719&partnerID=40&md5=96f6e074c8bfeadb1921aca09f79992b
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,3232 Granville-Garcia AF, Sarmento DJS, Santos JA, Pinto TA, Sousa RV, Cavalcanti AL. Smoking among undergraduate students in the area of health. Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2012 Feb; [cited 2017 Mar 20]; 17(2):389-96. Available from: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232012000200013&lng=en&nrm=iso&tlng=en. DOI: 10.1590/S1413-81232012000200013
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Entre as alunas que referiram tabagismo, binge drinking foi uma constante. Ações de promoção da saúde, como as políticas públicas antitabagismo, incrementam a qualidade de vida e reduzem os riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes.3333 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. 3ª ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2010. A elevada prevalência de estudantes não tabagistas observada neste estudo pode decorrer da influência positiva e eficácia das políticas antifumo. A associação positiva entre consumo alcoólico de risco e tabaco demonstra a necessidade de intervenções precoces no sentido de reduzir tais práticas entre as universitárias.

Apesar da maior parte das estudantes da amostra (82,2%) não exercer trabalho remunerado e da média de idade de experimentação da droga ter sido inferior a 18 anos, 89,1% delas referiram comprar bebidas alcoólicas em estabelecimentos de venda. Supõe-se, dessa forma, estar havendo desrespeito à lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a indivíduos menores de idade e que seus pais ou responsáveis podem estar contribuindo financeiramente para a aquisição da bebida. Segundo a análise ajustada de regressão logística, o binge drinking foi mais praticado pelas estudantes que exerciam trabalho remunerado (OR = 2,45), quando comparadas àquelas que não trabalhavam, como também por alunas solteiras (OR = 3,20), em relação às casadas. A autonomia financeira das universitárias revelou associação positiva com o binge drinking, embora um alto percentual de jovens dependentes economicamente dos pais também faça uso regular do álcool. Portanto, é provável que um melhor controle financeiro familiar possa reduzir o uso de bebidas alcoólicas entre indivíduos dessa faixa etária.

A maioria das estudantes que relataram o uso associado de álcool com energéticos (78,5%) já praticaram binge drinking (OR = 3,37). Pesquisas realizadas entre universitários mostraram que as bebidas energéticas aumentam o desejo pelo consumo do álcool, bem como a suscetibilidade ao binge drinking3434 Velazquez CE, Poulos NS, Latimer LA, Pasch KE. Associations between energy drink consumption and alcohol use behaviors among college students. Drug Alcohol Depend [Internet]. 2012 Jun; [cited 2017 Mar 20]; 123(1-3):167-72. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22138539. DOI: 10.1016/j.drugalcdep.2011.11.006
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e à dependência alcoólica.3535 Marczinski CA, Fillmore MT, Henges AL, Ramsey MA, Young CR. Mixing an energy drink with an alcoholic beverage increases motivation for more alcohol in college students. Alcohol Clin Exp Res [Internet]. 2013 Feb; [cited 2017 Mar 20]; 37(2):276-83. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22724427. DOI: 10.1111/j.1530-0277.2012.01868.x
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Faz-se necessário que as medidas preventivas que abordem o uso de álcool entre jovens, também alertem para a perigosa associação com energéticos que vem sendo praticada indiscriminadamente.

Nesta pesquisa, todas as alunas que relataram o envolvimento em brigas com agressão física ou em problemas com a lei praticaram binge drinking. Pesquisas entre universitários da área de saúde também mostraram associação do binge drinking com situações de violência.44 Cardoso FM, Barbosa HA, Costa FM, Vieira MA, Caldeira AP. Fatores associados à prática do binge drinking entre estudantes da área da saúde. Rev CEFAC [Internet]. 2015 Mar/Apr; [cited 2017 Mar 20];17(2):475-84. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462015000200475&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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,88 Nunes JM, Campolina LR, Vieira MA, Caldeira AP. Consumo de bebidas alcoólicas e prática do binge drinking entre acadêmicos da área da saúde. Rev Psiquiatr Clín [Internet]. 2012; [cited 2017 Mar 20]; 39(3):94-9. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832012000300005&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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Na presente investigação, as praticantes de binge drinking apresentaram maiores chances para outros comportamentos de risco, como dirigir alcoolizada (OR = 12,24) e pegar carona com motorista alcoolizado (OR = 4,18). Pesquisa entre universitários de 27 capitais brasileiras alerta que o consumo de mais doses de álcool aumenta a probabilidade de engajamento em comportamentos arriscados no trânsito.2323 Andrade AG, Duarte PCAV, Oliveira LG. I Levantamento nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre universitários das 27 capitais brasileiras. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD/FMUSP; 2010. 284 p. As alterações neuromotoras ocasionadas pelo etanol induzem à euforia, reduzem a atenção, deturpam a percepção de velocidade, e causam dificuldade para discernir luminosidades distintas.3636 Moura EC, Malta DC, Morais Neto OL, Penna GO, Temporão JG. Direção de veículos motorizados após consumo abusivo de bebidas alcoólicas, Brasil, 2006 a 2009. Rev Saúde Pública [Internet]. 2009 Oct; [cited 2017 Mar 20]; 43(5):891-4. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102009000500021&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
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O padrão de consumo binge drinking oferece riscos a acidentes automobilísticos e violência,11 World Health Organization. Global status report on alcohol and health 2014. Geneva: World Health Organization; 2014. 392 p. que podem acarretar perdas de anos de vida, ou incidentes que levem a sequelas incapacitantes temporárias ou permanentes, em idades jovens, constituindo em importante problema de saúde pública.

Este estudo apresentou limitações em decorrência de grande parte das alunas pesquisadas não terem preenchido por completo o instrumento ABIPEME, utilizado para aferir a classificação do nível socioeconômico. É também possível ter havido subnotificação do uso abusivo de álcool inerente ao receio da exposição desta prática, o que provavelmente não interferiu nos resultados obtidos devido ao elevado tamanho amostral empregado nesta investigação. Os dados desta pesquisa permitem comparações com os de futuros estudos que abranjam universitários submetidos a estratégias educacionais de intervenção breve contra o consumo excessivo de álcool, como o Brief Alcohol Screening and Intervention for College Students (BASICS).3737 Dimeff LA, Baer JS, Kivlahan DR, Marlatt GA. Alcoolismo entre estudantes universitários: uma abordagem de redução de danos. São Paulo: Editora Unesp; 2002. 231 p.

CONCLUSÃO

Na cidade de Aracaju/SE, no período avaliado, a experimentação de bebidas alcoólicas, entre universitárias da área da saúde, ocorreu em idades precoces e observou-se elevadas prevalências do consumo alcoólico de risco e do binge drinking.

Os resultados deste estudo indicaram que estudantes universitárias solteiras, tabagistas e que exercem trabalho remunerado apresentam maiores chances para o binge drinking.

Fatores que influenciaram a prática de binge drinking entre as universitárias foram os anúncios comerciais que incitam o consumo de bebidas alcoólicas e ambientes familiares marcados por ligações conflituosas, pais permissivos e consumidores de bebidas alcoólicas.

Comportamentos de risco significativos e associados ao binge drinking neste grupo populacional foram o envolvimento em brigas com agressão física ou em problemas com a lei; uso de energéticos em associação ao álcool; dirigir alcoolizada e pegar carona com motorista alcoolizado.

O consumo de álcool entre adolescentes que ainda não ingressaram no ensino superior, uma vez que foi relatado o início quando ainda menores de idade, e no meio acadêmico apresenta necessidade de intervenções da saúde. A implementação de programas educativos, que conscientizem as estudantes quanto aos danos físicos e psicossociais decorrentes do uso problemático do álcool, pode orientá-las quanto ao consumo responsável de bebidas alcoólicas.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2018

Histórico

  • Recebido
    16 Jun 2017
  • Aceito
    20 Out 2017
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