Acessibilidade / Reportar erro

Édipo.Tempo, mito, psicopatologia,psicanálise

Resumos

Este texto dá continuidade ao desenvolvimento da construção como instrumento da elaboração metapsicológica.

Neste método, a partir dos sentimentos e fantasias gerados em seu psiquismo e em seu corpo durante a experiência de atendimento a pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, o autor constrói uma narrativa literária que comporta a história de um tratamento e sua elaboração metapsicológica.

No texto em questão, um Heráclito ficcional de inspiração heideggeriana utiliza os recursos da análise do ser-aí e da quadridimensionalidade do tempo para introduzir a idéia de que o tempo do tratamento psicanalítico é um tempo psicopatológico.

Em seguida, um xamã de influência bergsoniana se apropriará da crítica da espacialização do tempo e da idéia do tempo como duração para introduzir um novo paradigma da compreensão médica da clínica, paradigma que propõe a contrapelo da visão da clínica como uma repetição dos acontecimentos memoráveis e equivalentes, uma concepção da clínica como processo cumulativo de enriquecimento do mundo mental do par médico-paciente.

Esquizofrenia; psicanálise; psicopatologia fundamental; experiência clínica


Ese texto da continuidad al desarrollo de la construcción como instrumento de la elaboración metapsicológica.

En ese método, a partir de los sentimientos y fantasías generados en su psiquismo e en su cuerpo durante la experiencia del atendimiento a pacientes con diagnóstico de esquizofrenia, el autor construye una narrativa literaria que compuerta la historia de un tratamiento y suya elaboración metapsicológica.

En el texto en cuestión, un Heráclito ficcional de inspiración heideggeriana utiliza los recursos del análisis del ser-ahí y de la cuadridimensionalidad del tiempo para introducir la idea de que el tiempo del tratamiento psicoanalítico es un tiempo psicopatológico.

En seguida, un xaman de influencia bergsoniana se apropiará de la crítica de la espacialización del tiempo y de la idea del tiempo como duración para introducir un nuevo paradigma de la comprensión médica de la clínica, paradigma que propone a contrapelo de la visión de la clínica como una repetición de los acontecimientos memorables e equivalentes, una concepción de la clínica como proceso cumulativo de enriquecimiento del mundo mental de la pareja médico-paciente.

Esquizofrenia; psicoanálisis; psicopatología fundamental; experiencia clínica


Ce texte donne continuité au développement de la méthode de la construction littéraire en tant qu’instrument d’élaboration métapsychologique.

D’après cette méthode, à partir des sentiments et fantaisies générés dans son psychisme et son corps pendant l’expérience du traitement de pacients avec un diagnostic de schizophrénie, l’auteur construit une narrative littéraire qui comporte l’histoire d’un traitement et son élaboration métapsychologique.

Dans ce texte-ci, un Héraclite fictionnel d’inspiration heidegerienne fait usage des ressources de l’analytique de l’être-là et de la quadridimensionalité du temps pour introduire l’idée du temps du traitement psychanalytique en tant que temps psychopathologique.

En suite, un roman d’influence bergsonienne s’appropriera de la critique de l’espacialisation du temps et de l’idée du temps en tant que durée pour introduire un nouveau paradigme par lequel il propose au lieu de la vision de la clinique en tant qu’une répétition d’événements mémorables et équivalents, une conception de la clinique en tant que processus cumulatif d’enrichissement du monde mental du couple médecinpacient.

schizophrénie; psychanalyse; psychopathologie fondamentale; expérience clinique


This paper gives sequence to the development of the literary construction method as a means of metapsychological elaboration. In this method, starting from the feelings and fantasies born out of the analyst’s body and mind during the sessions with patients with schizophrenia diagnosis, the author constructs a literary narrative that contains the history of a certain treatment and its metapsychological elaboration.

In this very paper, a fictional Heraclitus of Heideggerian inspiration uses the devices of the “being-there” analysis and the fourfold-time dimension in order to introduce the idea that the psychoanalytical treatment time is a psychopathological time.

Afterwards, a shaman influenced by Bergson will take over the critics about time in terms of space and the idea of time as duration, to introduce a new paradigm of the medical comprehension over illness which, instead of an overview of the clinical as a repetition of many countable and equivalent events, proposes a conception of the clinic as a cumulative process of enrichment of both doctor and patient’s mental world.

Schizophrenia; psychoanalysis; fundamental psychopathology; clinical experience


Texto completo disponível apenas em PDF.

Bibliografia

  • BERGSON, H. Ensaio sobre os dados imediatos da consciência Lisboa, Edições 70, s/d.
  • BLEULER, E. Demencia precoz: el grupo de las esquizofrenias Buenos Aires, Hormé, s/d.
  • BURKERT, W. Religião grega na época Clássica e Arcaica Lisboa, Fundação Calousse Gulbenkian, 1993.
  • FERENCZI, S. “Transferência e introjeção”, in Obras completas São Paulo, Martins Fontes, 1991.
  • FREUD, S. “Estudos sobre a histeria”. ESB, vol. II. Rio de Janeiro, Imago, 1969.
  • FREUD, S. A interpretação dos sonhos ESB, vols. IV e V. Op. cit.
  • FREUD, S. “Delírios e sonhos na ‘Gradiva’ de Jensen”. ESB, vol. IX. Op. cit.
  • FREUD, S. “Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia (Dementia paranoides)”. ESB, vol. XII. Op. cit.
  • FREUD, S. “Neurose e psicose”. ESB, vol. XIX. Op. cit.
  • FREUD, S. “A perda da realidade na neurose e na psicose”. ESB, vol. XIX. Op. cit.
  • FREUD, S. Neuroses de transferência: uma síntese Rio de Janeiro, Imago, 1987.
  • GOMES, P.F. Um herege vai ao paraíso – cosmologia de um ex-colono condenado pela Inquisição (1680-1744) São Paulo, Companhia das Letras, 1997.
  • HALIFAX, J. Shamanic Voices – a survey of visionary narratives New York, Penguin Books, 1979.
  • HEIDEGGER, M. “O que é metafísica?”, in Os Pensadores, vol. V. São Paulo, Nova Cultural, 1991.
  • HEIDEGGER, M. “Sobre a essência do fundamento”, in op. cit.
  • HEIDEGGER, M. “Tempo e ser”, in op. cit.
  • HEIDEGGER, M. Ser e tempo Petrópolis, Vozes, 1993.
  • HEIDEGGER, M. A origem da obra de arte Lisboa, Edições 70, 1992.
  • HERÁCLITO. “Heráclito de Éfeso”, in Os Pensadores, vol. XV. São Paulo, Nova Cultural, 1991.
  • HESÍODO. Obras y fragmentos Madrid, Editorial Gredos, 1983.
  • JAEGER, W. La teologia de los primeros filosofos griegos México, Fóndo de Cultura Económica, 1992.
  • JASPERS, K. Psicopatologia general 4ª ed. Buenos Aires, Editorial Beta, 1970.
  • JONES, E. La pesadilla Buenos Aires, Paidós, 1967.
  • KIRK, G.S.; RAVEN, J.E.; SCHOPIELD, M. Os filósofos pré-socráticos Lisboa, Fundação Calousse Gulbenkian, 1994.
  • KRAEPELIN, E. Clinical Psychiatry (1907) New York, Scholars’ Facsimiles & Reprints, 1981.
  • NUNES, B. Passagem para o poético – Filosofia e poesia em Heidegger São Paulo, Ática, 1986.
  • PLATÃO. “El banquete, o del amor”, in Obras completas Madrid, Aguilar, 1988.
  • ROSA, J.G.. “Diálogo com Guimarães Rosa”, in Ficção completa, vol. I. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1994.
  • ROSA, J.G. “Grande sertão: veredas”, in Ficção completa, vol. II, op. cit.
  • SCHOPENHAUER, A. De la cuadruple raiz del principio de razon suficiente Madrid, Editorial Gredos, 1981.
  • SCHOPENHAUER, A. Schopenhauer en sus páginas México, Fóndo de Cultura Económica, 1991.
  • WINNICOTT, D.W. Textos selecionados: da pediatria à psicanálise Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1993.
  • ZIMMOR, H. Mitos e símbolos na arte e civilização da Índia São Paulo, Palas Athena, 1989.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 1999
Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental Av. Onze de Junho, 1070, conj. 804, 04041-004 São Paulo, SP - Brasil - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: secretaria.auppf@gmail.com