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Psicoterapia psicanalítica breve

RESENHA DE LIVROS

Psicoterapia psicanalítica breve

Theodor Lowenkron

2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006, 354 págs.

Irene Gondon Grether; Angela M. Lessa de Moraes

A obra Psicoterapia Psicanalítica Breve apresenta os fundamentos e práticas de uma alternativa de atendimento psicoterápico voltada para uma demanda a cada dia mais amplamente reconhecida. Trata-se de importante referência para o trabalho com a chamada Psicoterapia de Crise que atualmente, por determinação do Ministério da Saúde, tem cobertura obrigatória dos planos de saúde.

Lowenkron, Doutor em Psiquiatria, Pós-doutor em Teoria Psicanalítica pela UFRJ, Livre Docente em Psiquiatria pela UNIRIO e Professor Associado de Psiquiatria da UFRJ demonstra nesta obra, com uma abordagem inovadora e de forma sistematizada, como a Psicoterapia Psicanalítica Breve pode ser ensinada e praticada. Apresenta um discurso claro e acessível para o não especialista e ao mesmo tempo conciso e rigoroso para o profissional da Psicanálise, habituado à complexidade dos conceitos freudianos.

Inicialmente, a obra apresenta as contribuições dos pioneiros da Psicoterapia Breve de orientação psicodinâmica. Comenta os principais trabalhos de Freud, precursor desta abordagem, e os de seus seguidores, dentre eles, Sandor Ferenczi, Otto Rank, e Franz Alexander. Também se detém nas pesquisas dos grandes centros de estudos tais como a Clínica Tavistok de Londres, a Universidade de Harvard e a de McGill, enfatizando os trabalhos de Balint, Malan, Sifneos e Davanloo. Identifica as semelhanças das abordagens adotadas por estes autores com o procedimento da Psicoterapia Psicanalítica Breve, quais sejam: a aliança terapêutica, as interpretações da transferência com o analista e dos vínculos com os pais, a interpretação ativa do foco terapêutico, assim como o término o mais breve possível da terapia.

Após revisão dos aspectos teóricos e clínicos de cada uma dessas abordagens, o autor passa a relatar a sua própria prática em Psicoterapia Psicanalítica Breve ou de tempo delimitado, como prefere nomear. Como um indicador seguro para os profissionais interessados, aos relatos clínicos são associados os fundamentos teóricos psicanalíticos relevantes e necessários para dar suporte à clara apresentação do método utilizado.

Assinala a importância desta abordagem para os pacientes em crise com sintomas circunscritos, tais como: ansiedade, fobias, depressões, sintomas obsessivo-compulsivos e dificuldades interpessoais.

Apresenta o relato de quatro casos de pacientes atendidas, cujo propósito terapêutico é ampliado, para subsidiar diretamente as atividades de ensino e pesquisa.

Com o consentimento dos pacientes, as sessões terapêuticas se dão em sala de espelho unidirecional, a fim de serem assistidas por seus alunos de graduação e pós-graduação em Medicina. Narra de forma agradável e instigante os atendimentos realizados, as questões suscitadas no cotidiano da prática clínica e as discussões posteriormente realizadas com os alunos participantes. Abre-nos, enquanto leitores, a oportunidade de acompanhar suas atividades psicoterápicas, do outro lado do espelho.

Considera que, embora a demonstração ao vivo não seja suficiente para habilitar o profissional de saúde ao exercício de psicoterapia, deve servir-lhe de estímulo e ajuda no enfrentamento de possíveis resistências e no encorajamento para um estudo mais aprofundado dos conceitos fundamentais da Psicanálise, para os pressupostos da existência do inconsciente e para a relevância dos fenômenos que têm expressão na linguagem verbal e corporal.

Referindo-se especificamente à avaliação da pesquisa de campo realizada e que deu origem ao livro, retoma as questões iniciais do estudo, considerando satisfatórios os resultados com relação aos três primeiros quesitos: a eficácia do tempo breve, a possibilidade de objetivação da experiência psicanalítica e a viabilidade da transmissão do conhecimento psicanalítico através de entrevista ao vivo. Uma das contribuições ao saber mais relevante da obra é o desenvolvimento de um modelo próprio de técnica, ampliando o setting terapêutico, incluindo cliente e alunos, conjugando terapia, pesquisa e ensino.

Encerra a segunda edição publicando carta do Ministério da Saúde que reconhece o seu trabalho como referência nacional para as psicoterapias de crise e incentiva novas publicações e pesquisas que possam aperfeiçoar sistematicamente a assistência técnica em saúde mental no país. Anexa a portaria que regulamenta a cobertura em saúde mental pelos planos de saúde, enfatizando a importância das psicoterapias breves de crise.

Irene Gondim Grether

Mestre em Teoria Psicanalítica pela UFRJ (Rio de Janeiro, RJ, Brasil); professora do Instituto de Psicologia e Psicanálise da Universidade Santa Úrsula (Rio de Janeiro, RJ, Brasil); pesquisadora do Laboratório de Psicopatologia e Psicanálise da UFRJ.

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Angela Maria Lessa de Moraes

Médica; especialista em Psicoterapia Breve e Psicoterapia Analítica de Grupo; professora do Instituto de Psicologia e Psicanálise da Universidade Santa Úrsula (Rio de Janeiro, RJ, Brasil); pesquisadora do Laboratório de Psicopatologia e Psicanálise da UFRJ (Rio de Janeiro, RJ, Brasil).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Mar 2011
  • Data do Fascículo
    Dez 2007
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