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A suplementação de glutamina é benéfica em crianças com doenças graves?

Glutamine supplementation: is it beneficial to critically ill children?

Resumos

Embora haja vários estudos clínicos randômicos avaliando os benefícios da suplementação de glutamina em pacientes adultos, há pouca informação em pacientes pediátricos, particularmente naqueles com doenças graves. O objetivo deste estudo foi avaliar criticamente os estudos sobre suplementação de glutamina, para verificar os possíveis benefícios clínicos desta suplementação em crianças gravemente doentes. Levou-se a cabo uma pesquisa dos estudos publicados entre 1992 e 2003, do tipo prospectivo, randômico e controlado, conduzidos em pacientes pediátricos gravemente doentes, divididos em dois grupos: o dos que receberam suplementos de glutamina por via enteral ou parenteral, e o dos que receberam placebo. As variáveis de desfecho foram: tempo para atingir oferta plena de dieta enteral, tempo de hospitalização, complicações e mortalidade. Foram utilizadas as bases de dados Medline, LILACS e Cochrane, com as palavras-chave: glutamine, critically ill, trauma, sepsis, burned, injured, bone marrow transplantation, intensive care, mechanical ventilation. Dos 33 estudos inicialmente identificados, 7 preencheram os critérios de inclusão. A análise dos resultados mostrou que nos pacientes suplementados com glutamina, houve melhor aceitação por via enteral e redução do tempo de nutrição parenteral em recém-nascidos, não havendo efeito sobre o tempo de internação, custos hospitalares e mortalidade. Os estudos controlados na faixa etária pediátrica, não permitem que se adote o uso rotineiro da glutamina em crianças gravemente enfermas. O número reduzido de pacientes e a heterogeneidade quanto ao grupo etário, doenças e via de administração são fatores que limitam a interpretação dos resultados.

criança; glutamina; nutrição enteral; nutrição parenteral; suplementação; terapia intensiva


Although there have been several randomized trials, conducted with critically ill adults, reporting the benefits of glutamine supplementation, there is scarce information on the role of glutamine in the treatment outcome of critically ill children. Our objective was to evaluate existing studies on the effect of glutamine supplementation, aiming at verifying the clinical benefits of such supplementation for critically ill children. A computerized search was conducted to select prospective, randomized, clinical trials of critically ill children, published between 1992 and 2003. Studies were included if, besides presenting the characteristics already mentioned, they evaluated the effects of parenteral and the enteral glutamine supplementing vs. those of standard care. The variables on clinical outcomes were: time to achieve full enteral nutrition, hospital length of stay, complication rates, and mortality. Three bibliographic databases were searched: Medline, LILACS and Cochrane Library. Search terms included: glutamine, critically ill, trauma, sepsis, burned, injured, bone marrow transplantation, intensive care, and mechanic ventilation. Initial screening resulted in 33 original articles; of these potentially eligible articles, only 7 fulfilled the inclusion criteria. Length of hospital stay, mortality rate, and hospital costs were not different for patients receiving glutamine-supplemented nutrition, when compared to those receiving non-supplemented diet. Glutamine was associated with reduction in the time necessary to achieve full enteral feeding and parenteral nutrition. There is no evidence to support the routine use of either parenteral or enteral glutamine supplement when treating critically ill children. The small number of patients, heterogeneity with respect to the studied groups, routes of administration, and confounding effects of concomitant diseases, all limit the inferences we can make from the results.

child; glutamine; enteral nutrition; parenteral nutrition; suplementary feeding; intensive care


COMUNICAÇÃO COMMUNICATION

A suplementação de glutamina é benéfica em crianças com doenças graves?

Glutamine supplementation: Is it beneficial to critically ill children?

Stefânia Lucizani PacíficoI, 1 1 Correspondência para/ Correspondece to: S.L. PACÍFICO. E-mail: < stefanianeo@uol.com.br> ; Heitor Pons LeiteI; Werther Brunow de CarvalhoII

IUnidade de Terapia Intensiva, Hospital do Servidor Público Estadual. Rua Pedro de Toledo, 1800, 04038-000, São Paulo, SP, Brasil

IIDepartamento de Pediatria, Unidade de Terapia Intensiva, Unidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina. São Paulo, SP, Brasil

RESUMO

Embora haja vários estudos clínicos randômicos avaliando os benefícios da suplementação de glutamina em pacientes adultos, há pouca informação em pacientes pediátricos, particularmente naqueles com doenças graves. O objetivo deste estudo foi avaliar criticamente os estudos sobre suplementação de glutamina, para verificar os possíveis benefícios clínicos desta suplementação em crianças gravemente doentes. Levou-se a cabo uma pesquisa dos estudos publicados entre 1992 e 2003, do tipo prospectivo, randômico e controlado, conduzidos em pacientes pediátricos gravemente doentes, divididos em dois grupos: o dos que receberam suplementos de glutamina por via enteral ou parenteral, e o dos que receberam placebo. As variáveis de desfecho foram: tempo para atingir oferta plena de dieta enteral, tempo de hospitalização, complicações e mortalidade. Foram utilizadas as bases de dados Medline, LILACS e Cochrane, com as palavras-chave: glutamine, critically ill, trauma, sepsis, burned, injured, bone marrow transplantation, intensive care, mechanical ventilation. Dos 33 estudos inicialmente identificados, 7 preencheram os critérios de inclusão. A análise dos resultados mostrou que nos pacientes suplementados com glutamina, houve melhor aceitação por via enteral e redução do tempo de nutrição parenteral em recém-nascidos, não havendo efeito sobre o tempo de internação, custos hospitalares e mortalidade. Os estudos controlados na faixa etária pediátrica, não permitem que se adote o uso rotineiro da glutamina em crianças gravemente enfermas. O número reduzido de pacientes e a heterogeneidade quanto ao grupo etário, doenças e via de administração são fatores que limitam a interpretação dos resultados.

Termos de indexação: criança, glutamina, nutrição enteral, nutrição parenteral, suplementação, terapia intensiva.

ABSTRACT

Although there have been several randomized trials, conducted with critically ill adults, reporting the benefits of glutamine supplementation, there is scarce information on the role of glutamine in the treatment outcome of critically ill children. Our objective was to evaluate existing studies on the effect of glutamine supplementation, aiming at verifying the clinical benefits of such supplementation for critically ill children. A computerized search was conducted to select prospective, randomized, clinical trials of critically ill children, published between 1992 and 2003. Studies were included if, besides presenting the characteristics already mentioned, they evaluated the effects of parenteral and the enteral glutamine supplementing vs. those of standard care. The variables on clinical outcomes were: time to achieve full enteral nutrition, hospital length of stay, complication rates, and mortality. Three bibliographic databases were searched: Medline, LILACS and Cochrane Library. Search terms included: glutamine, critically ill, trauma, sepsis, burned, injured, bone marrow transplantation, intensive care, and mechanic ventilation. Initial screening resulted in 33 original articles; of these potentially eligible articles, only 7 fulfilled the inclusion criteria. Length of hospital stay, mortality rate, and hospital costs were not different for patients receiving glutamine-supplemented nutrition, when compared to those receiving non-supplemented diet. Glutamine was associated with reduction in the time necessary to achieve full enteral feeding and parenteral nutrition. There is no evidence to support the routine use of either parenteral or enteral glutamine supplement when treating critically ill children. The small number of patients, heterogeneity with respect to the studied groups, routes of administration, and confounding effects of concomitant diseases, all limit the inferences we can make from the results.

Indexing terms: child, glutamine, enteral nutrition, parenteral nutrition, suplementary feeding, intensive care.

INTRODUÇÃO

A glutamina é o aminoácido livre mais abundante no músculo e no plasma humano, sendo também encontrada em concentrações relativamente elevadas em muitos tecidos. É um aminoácido essencial para o crescimento e a diferenciação celular, transporte de cadeia carbônica entre os órgãos e fornecimento de energia para células de rápida proliferação, como os enterócitos e as células do sistema imune. Além disso, atua como precursora da ureagênese e neoglicogênese hepática e de mediadores como o GABA e o glutamato1.

Apesar da grande reserva muscular de glutamina, os estoques endógenos podem reduzir-se, em adultos e crianças, durante insultos catabólicos tais como grandes cirurgias, queimaduras extensas, septicemia e inflamação. A demanda metabólica excede a sua capacidade de síntese, sendo necessária a suplementação pela dieta. Devido a esta particularidade, a glutamina foi recentemente classificada como um aminoácido condicionalmente essencial2.

Nestas circunstâncias de hiper-metabolismo, há aumento dos hormônios catabólicos (CRH, ACTH, glicocorticóides, catecolaminas), que exacerbam a proteólise e a neoglicogênese3, excedendo a capacidade de síntese de glutamina no músculo esquelético e ocasionando a diminuição das reservas e da concentração plasmática. Além disso, acredita-se que, recém-nascidos prematuros com baixo peso ao nascimento, por apresentarem reservas energéticas reduzidas e pouca musculatura esquelética, sejam mais susceptíveis a estados de deficiência de glutamina.

As repercussões no organismo da depleção de glutamina vêm sendo objeto de muitos estudos, sobretudo no que se refere ao sistema imune e à susceptibilidade às infecções, já que sua metabolização pelas células imunológicas fornece substratos fundamentais para a formação de membranas celulares durante a atividade das células fagocitárias, síntese de citocinas (fator de necrose tumoral e interleucinas), e ânion superóxido4. Assim, a fagocitose, a degranulação e a produção de citocinas por neutrófilos e macrófagos, estão intimamente relacionadas à disponibilidade de glutamina, de tal forma que situações de estresse podem induzir a imunossupressão.

Visto que a glutamina é utilizada como fonte energética preferencial por enterócitos, a sua depleção exerce impacto negativo sobre a celularidade da mucosa intestinal. Isto contribui para alterações na função de barreira do epitélio digestivo, as quais, aliadas a outras situações que debilitam a mucosa, como a má perfusão e as alterações hormonais - acabam por predispor à translocação bacteriana e à conseqüente sepse5,6.

Possivelmente, a deficiência de glutamina pode limitar, tanto a produção de proteínas na resposta inflamatória, como a síntese da gluta-tiona, comprometendo as defesas antioxidantes do organismo.

Os potenciais efeitos benéficos da suplementação da glutamina podem ser7:

• Aumentar a síntese de glutationa, potencializando as defesas antioxidantes.

• Manter a integridade da mucosa intestinal (fonte energética para enterócitos), evitando a translocação bacteriana.

• Aumentar a síntese de proteínas da resposta inflamatória, atenuando o processo inflamatório.

• Preservar a função imune, servindo de fonte energética para linfócitos e precursores de citocinas.

Nos últimos anos, o uso da glutamina mostrou-se efetivo em pacientes adultos criticamente enfermos. Conforme dados da metanálise, realizada por Novak et al., em 20028, a suplementação deste aminoácido promoveu redução das infecções e do tempo de internação no grupo de pacientes cirúrgicos, sendo verificada diminuição da mortalidade em pacientes críticos. Os resultados mais expressivos e animadores foram obtidos com altas doses do aminoácido endovenoso. Todavia há uma lacuna de informações, no que concerne à faixa etária pediátrica, com exceção de uns poucos estudos abordando pacientes pediátricos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que receberam suporte nutricional com glutamina. Em vista dos potenciais benefícios deste aminoácido, torna-se pertinente e relevante o interesse pelos efeitos da suplementação da glutamina em crianças com doenças graves.

Esta revisão da literatura procura avaliar os efeitos benéficos, clínicos e econômicos, da suplementação enteral e parenteral da glutamina em pacientes pediátricos gravemente doentes.

Para os critérios de revisão foram selecionados estudos prospectivos controlados e randômicos, sobre o papel da suplementação de glutamina em crianças e adolescentes com idade entre zero e 18 anos de ambos os sexos criticamente enfermos utilizando suplementação via enteral e parenteral, considerando a dosagem e o tempo de uso. As variáveis estudadas foram tempo de nutrição parenteral, tolerância à dieta enteral, infecções nosocomiais, mortalidade, tempo de internação e custo hospitalar. Revisaram-se e selecionaram-se os estudos publicados entre 1992 e 2003, utilizando as bases de dados Medline, LILACS e Cochrane. Os termos de indexação (indexing terms) utilizados para pesquisa foram: glutamine; critically ill; trauma; sepsis; burned; injured; bone marrow transplant; intensive care; mechanical ventilation. Foram encontrados 35 artigos e destes, apenas 79-15 preencheram os critérios de seleção. A síntese destes estudos estão apresentados nos Quadros 1,2,3,4,5,6 e 7.








RESULTADOS E DISCUSSÃO

Muitas dessas investigações sobre o uso clínico da glutamina mostraram benefícios clínicos e metabólicos que incluem a redução do tempo de hospitalização e a diminuição da taxa de infecção16-18.

Apesar das pesquisas sobre os benefícios da glutamina, seu uso ainda não é rotineiro como recurso terapêutico-nutricional, em unidades de cuidados intensivos pediátricos e neonatais. Com base em estudos controlados, alguns questionamentos a respeito do uso deste aminoácido em pacientes pediátricos fundamentaram esta revisão.

Dietas parenterais e enterais com glutamina podem ter resultados benéficos ao prematuro, devido às características intrínsecas deste aminoácido, precursor de purina e pirimidina; quais sejam: promover o crescimento da criança; favorecer a maturação do trato gastrintestinal; prevenir a enterocolite necrosante; melhorar o balanço nitrogenado através da redução do catabolismo protéico; proporcionar melhor desenvolvimento e funcionalidade das células do sistema imune, possibilitando maior resistência às infecções13,19,20.

A suplementação enteral e parenteral da glutamina mostrou-se segura em pacientes pediátricos. O uso deste aminoácido não ocasionou níveis tóxicos de amônia e glutamato, nem se mostraram alterações sugestivas de neurotoxicidade9,12,13,15. Esses achados foram semelhantes àqueles encontrados em 1990, em estudos feitos em adultos por Ziegler et al.18 e confirmados em recente estudo21 randômico controlado com recém-nascidos.

Nos estudos neonatais com a suplementação da glutamina, observaram-se a melhor aceitação da dieta enteral e a conseqüente redução do tempo de nutrição parenteral11-15. No entanto, a heterogeneidade dos grupos de recém-nascidos estudados limita a interpretação clínica destes resultados.

Em relação aos lactentes e às crianças maiores, não há trabalhos, até o momento, que demonstrem benefícios da glutamina em promover melhor tolerância à dieta enteral9,10. O assunto também continua controverso em relação aos adultos, visto que os estudos, até o momento com pacientes pós-transplante de medula óssea e aqueles criticamente enfermos, demonstram apenas tendências a efeitos benéficos, que não chegam a ser significativos17,22.

Gianotti et al., em 199523, estudaram a atuação da glutamina na mucosa intestinal, observando que esta evitava a translocação bacteriana - definida como a passagem de microorganismos e suas toxinas do intestino para os órgãos sistêmicos, levando à sepse e à possível evolução para síndrome da disfunção de múltiplos órgãos. Estes autores verificaram que, os camundongos alimentados com dietas enriquecidas com glutamina, apresentaram menor grau de translocação e maior sobrevivência que o grupo controle.

Muitos estudos em humanos foram desenvolvidos nos últimos anos, tendo em vista a possibilidade da glutamina diminuir as infecções, tanto por sua ação na mucosa intestinal, como por sua atuação direta sobre as células do sistema imune24, as quais utilizam a glutamina como substrato para obter energia e precursores para biossíntese de citocinas. Grande parte destas pesquisas foram realizadas com adultos gravemente enfermos, pós-transplante de medula óssea, queimados e vítimas de politraumas25-27. Nestas, verificou-se, dentre outros benefícios, a redução das infecções. Contudo, outros estudos em pacientes pós-transplante de medula óssea, não conseguiram comprovar tais vantagens17,28.

Na presente revisão, verificou-se que a redução de infecção foi significante somente nos estudos de Dallas et al.11 e Neu et al.13, enquanto que no grupo estudado por Barbosa et al.10, foi evidenciada apenas uma tendência à redução - fato decorrente, provavelmente, da pequena amostra de pacientes. Nenhuma diferença foi observada nos estudos de Anderson et al.9, Lacey et al.12, Thompson et al.15 e Vaughn et al.14. Embora os resultados para a população pediátrica sejam conflitantes, tais divergências também estão presentes nos resultados observados em trabalhos com pacientes adultos8, nos quais a redução das infecções foi demonstrada apenas em relação aos pacientes cirúrgicos.

Dois estudos pediátricos abordaram a variável mortalidade; no grupo estudado por Barbosa et al.10 houve apenas tendência à redução desta variável, enquanto no grupo de recém-nascidos estudados por Vaughn et al.14, a suplementação deste aminoácido não promoveu redução da mortalidade. Esses dados são compatíveis com os resultados encontrados em estudos randômicos e controlados, realizados em adultos internados em UTI, queimados e em pós-operatório. Nestes estudos, a suplementação da glutamina não promoveu redução da mortalidade em pacientes pós-cirúrgicos, mostrando apenas tendência à redução desta variável em pacientes criticamente enfermos8,25,29-32.

Apesar da presente revisão não evidenciar vantagens do uso da glutamina em reduzir o tempo de internação10,11,13, sendo detectada apenas uma tendência a essa redução no estudo de Lacey et al.12, a literatura evidencia reduções significantes no tempo de hospitalização, nos estudos com adultos pós-cirúrgicos, com doenças hematológicas e com adultos criticamente enfermos8,22,27,28,31,32.

Há um grande questionamento quanto ao uso da glutamina ser ou não economicamente viável, ou seja, busca-se saber se os benefícios alcançados com a suplementação superam os investimentos33. É sabido que a administração da glutamina, seja enteral ou parenteral, aumenta os gastos com nutrição; contudo, estudos randômicos e controlados em adultos31, têm demonstrado que o uso da glutamina é capaz de promover redução do custo hospitalar, à medida que, devido a esse uso, diminuem os gastos com nutrição parenteral, exames laboratoriais e tempo de internação. Entretanto, como ocorre com os estudos pediátricos, somente um ensaio abordou este assunto, revelando redução dos custos11. Portanto, torna-se difícil, e até precipitado, chegar-se a alguma conclusão sobre as eventuais vantagens econômicas da suplementação de glutamina em crianças.

Pela análise dos estudos da literatura, não há dados convincentes para que se adote o uso rotineiro da glutamina em pacientes pediátricos criticamente enfermos. Os poucos estudos controlados e randômicos nesta faixa etária, não permitem comparações, por terem utilizado amostras heterogêneas e administrado a glutamina em doses diversas e por vias distintas. Nesse contexto, entretanto, foram observados benefícios tais como a redução no tempo de uso da nutrição parenteral, maior tolerância à nutrição enteral (principalmente em recém-nascidos) e uma tendência à redução de infecções hospitalares34,35. Portanto, a suplementação de glutamina em crianças criticamente doentes, permanece um campo aberto a novas pesquisas clínicas.

Recebido para publicação em 19 de setembro de 2003 e aceito em 17 de maio de 2004.

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  • 1
    Correspondência para/
    Correspondece to: S.L. PACÍFICO.
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      28 Mar 2005
    • Data do Fascículo
      Fev 2005

    Histórico

    • Aceito
      17 Maio 2004
    • Recebido
      19 Set 2003
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