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Ingestão do cálcio na obesidade de mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde

Calcium intake in obese women treated at Sistema Único de Saúde, Brazil

Resumos

OBJETIVOS: Verificar a associação entre consumo de cálcio e obesidade em uma amostra de mulheres obesas ou eutróficas. MÉTODOS: Por meio de inquéritos alimentares, estimou-se a ingestão de cálcio de 177 mulheres hipertensas e/ou diabéticas mediante recordatórios de 24h e frequência de consumo alimentar. Estudo caso-controle teve o grupo-estudo composto por 102 mulheres obesas e o grupo-controle por 75 mulheres eutróficas. Os dados de ingestão foram comparados às recomendações dietéticas e às porções de alimentos de origem animal, recomendados pela pirâmide alimentar brasileira, que são fontes de cálcio. Na análise estatística dos dois grupos segundo faixa etária, utilizou-se o coeficiente de correlação linear simples de Pearson com nível de significância de até 5% de probabilidade de erro experimental. RESULTADOS: A ingestão quantitativa de cálcio foi semelhante entre os grupos e igualmente insuficiente para atingir as recomendações nutricionais. A análise da frequência de consumo de fontes de cálcio revelou que os dois grupos apresentavam consumo inferior a três porções/dia, merecendo destaque o grande número que referiu "raramente" consumir tais alimentos. CONCLUSÃO: Não foi observada nessa população a associação entre obesidade e ingestão de cálcio. Seu consumo foi insuficiente para atingir as quantidades recomendadas, um achado relevante. Considerando a idade das mulheres estudadas e o diagnóstico de hipertensão e diabetes, é evidente a necessidade de atividades de educação nutricional para estimular o consumo de fontes alimentares de cálcio com o intuito de auxiliar no controle da hipertensão e de prevenir agravos importantes, como a obesidade e a osteoporose.

Cálcio; Ingestão dietética; Obesidade


OBJECTIVE: The objective of this study was to assess the relationship between calcium intake and obesity in a sample of obese and normal weight women. METHODS: The 24-hour recall and food frequency questionnaire were used to determine the calcium intake of 177 hypertensive and/or diabetic women. This was a case-control study. The study group consisted of 102 obese women and 75 normal weight women (control). Intake data were compared with the dietary reference intakes and with the animal-source food portions, which are the sources of calcium recommended by the Brazilian food pyramid. The Pearson correlation coefficient with a significance level of 5% of experimental error probability was used for the statistical analysis of both groups according to age groups. RESULTS: Calcium intake was similar between the groups and both failed to reach the recommended intake levels. Analysis of the intake frequency of calcium-rich foods showed that both groups consumed less than 3 portions a day. The high percentage of women who reported hardly ever eating such foods is worthy of notice. CONCLUSION: An association between obesity and calcium intake was not found in this population. Calcium intake failed to reach the recommended levels, which was a relevant finding. Considering the age of the studied women and the diagnoses of diabetes and hypertension, there is a clear need for nutrition education activities that encourage the intake of calcium-rich foods, which aid in the control of hypertension, as well as in the prevention of important diseases, such as obesity and osteoporosis.

Calcium; Dietary intake; Obesity


ORIGINAL ORIGINAL

Ingestão do cálcio na obesidade de mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde1 1 Trabalho desenvolvido em projeto de pesquisa para o SUS (PPSUS/CNPq/FAPEAL), processo 007/2004-PPSUS-AL.

Calcium intake in obese women treated at Sistema Único de Saúde, Brazil

Patricia Maria Candido SilvaI; Cyro Rego Cabral JuniorII; Sandra Mary Lima VasconcelosI

IUniversidade Federal de Alagoas, Faculdade de Nutrição, Laboratório de Nutrição em Cardiologia. Campus A.C. Simões, BR 104 Norte, km 97, Tabuleiro dos Martins, 57072-970, Maceió, AL, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: S.M.L. VASCONCELOS. E-mails: <sandramary@uol.com.br>; <sandra-mary@hotmail.com>

IIUniversidade Federal de Alagoas, Faculdade de Nutrição. Maceió, AL, Brasil

RESUMO

OBJETIVOS: Verificar a associação entre consumo de cálcio e obesidade em uma amostra de mulheres obesas ou eutróficas.

MÉTODOS: Por meio de inquéritos alimentares, estimou-se a ingestão de cálcio de 177 mulheres hipertensas e/ou diabéticas mediante recordatórios de 24h e frequência de consumo alimentar. Estudo caso-controle teve o grupo-estudo composto por 102 mulheres obesas e o grupo-controle por 75 mulheres eutróficas. Os dados de ingestão foram comparados às recomendações dietéticas e às porções de alimentos de origem animal, recomendados pela pirâmide alimentar brasileira, que são fontes de cálcio. Na análise estatística dos dois grupos segundo faixa etária, utilizou-se o coeficiente de correlação linear simples de Pearson com nível de significância de até 5% de probabilidade de erro experimental.

RESULTADOS: A ingestão quantitativa de cálcio foi semelhante entre os grupos e igualmente insuficiente para atingir as recomendações nutricionais. A análise da frequência de consumo de fontes de cálcio revelou que os dois grupos apresentavam consumo inferior a três porções/dia, merecendo destaque o grande número que referiu "raramente" consumir tais alimentos.

CONCLUSÃO: Não foi observada nessa população a associação entre obesidade e ingestão de cálcio. Seu consumo foi insuficiente para atingir as quantidades recomendadas, um achado relevante. Considerando a idade das mulheres estudadas e o diagnóstico de hipertensão e diabetes, é evidente a necessidade de atividades de educação nutricional para estimular o consumo de fontes alimentares de cálcio com o intuito de auxiliar no controle da hipertensão e de prevenir agravos importantes, como a obesidade e a osteoporose.

Termos de indexação: Cálcio. Ingestão dietética. Obesidade.

ABSTRACT

OBJECTIVE: The objective of this study was to assess the relationship between calcium intake and obesity in a sample of obese and normal weight women.

METHODS: The 24-hour recall and food frequency questionnaire were used to determine the calcium intake of 177 hypertensive and/or diabetic women. This was a case-control study. The study group consisted of 102 obese women and 75 normal weight women (control). Intake data were compared with the dietary reference intakes and with the animal-source food portions, which are the sources of calcium recommended by the Brazilian food pyramid. The Pearson correlation coefficient with a significance level of 5% of experimental error probability was used for the statistical analysis of both groups according to age groups.

RESULTS: Calcium intake was similar between the groups and both failed to reach the recommended intake levels. Analysis of the intake frequency of calcium-rich foods showed that both groups consumed less than 3 portions a day. The high percentage of women who reported hardly ever eating such foods is worthy of notice.

CONCLUSION: An association between obesity and calcium intake was not found in this population. Calcium intake failed to reach the recommended levels, which was a relevant finding. Considering the age of the studied women and the diagnoses of diabetes and hypertension, there is a clear need for nutrition education activities that encourage the intake of calcium-rich foods, which aid in the control of hypertension, as well as in the prevention of important diseases, such as obesity and osteoporosis.

Indexing term: Calcium. Dietary intake. Obesity.

INTRODUÇÃO

A obesidade constitui um grave problema de saúde pública no mundo, e tem sido associada ao risco de hipertensão arterial, doenças cardiovas-culares, diabetes tipo 2, doenças da vesícula biliar, alguns tipos de câncer, osteoartrite, apneia do sono e outras desordens1-4. Trata-se de uma enfer-midade crônica multifatorial caracterizada por fenômenos sociais, ambientais, fisiológicos e clí-nicos de diversas origens que induzem ao dese-quilíbrio crônico entre a energia ingerida e o gasto energético. Nesse desequilíbrio podem estar impli-cados diversos fatores relacionados ao estilo de vida, alterações neuroendócrinas e uma predis-posição genética sobre a qual atuam fatores ambientais5 que, na população brasileira, levaram a uma transição nutricional devido ao estilo de vida, caracterizado pela diminuição nos níveis de atividade física e pela ingestão de alimentos de alta densidade energética e baixo conteúdo de nutrientes6,7.

Na relação nutrição-obesidade, destaca-se o perfil de consumo alimentar que, com a dieta afluente8, incluiu o decréscimo do consumo de alimentos de origem vegetal e o aumento daque-les de origem animal (e, portanto, de proteína e gordura saturada), além do aumento de alimentos processados e fontes de carboidratos simples, gor-duras e sal. A ingestão de energia e de nutrien-tes específicos tem despontado como importantes contribuintes nessa relação de causalidade1,7. Além da influência dos macronutrientes, estudos nessa área relatam a presença de distúrbios na ação de minerais envolvidos no metabolismo energético que contribuem para a fisiopatologia da obesidade, destacando-se o zinco, o magnésio, o potássio e, principalmente, o cálcio9.

A participação do cálcio na fisiopatologia da obesidade e seu elo com a osteoporose foi dis-cutida numa revisão publicada no ano de 2009, na qual Rosen & Klibanski10 discutem que o hipo-tálamo modula a reserva de gordura e de osso por meio do Sistema Nervoso Simpático (SNS) através da regulação do apetite, sensibilidade à insulina, e remodelação do esqueleto, e que a medula óssea, osteoblastos e adipócitos originam—se do mesmo precursor, de modo que a obesidade e a osteoporose não só podem coexistir, mas que o excesso de gordura visceral pode contribuir para a perda da massa óssea. Apontam estudos que corroboram essa ligação, uma vez que encontra-ram maior risco de fraturas em portadores de sín-drome metabólica e importante redução da massa óssea em indivíduos que se submeteram à cirurgia bariátrica, indicando a necessidade de avaliar a massa óssea na monitorização de indivíduos obesos.

A associação do cálcio à doença da obesi-dade tem motivado muitos estudos observacionais e de intervenção. Dados epidemiológicos sugerem que indivíduos com alta ingestão de cálcio têm menor prevalência de sobrepeso, obesidade e resistência à insulina11. Os estudos nessa linha se iniciaram com McCarron12, que verificou, com base nos dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES I), uma associação inversa entre ingestão de cálcio e peso corporal na população norte-americana. Zemel et al.13, avaliando dados do NHANES III, observaram que, após ajuste pela idade, gênero, raça e consumo de energia, o risco de obesidade era reduzido em 85% entre aqueles indivíduos que tinham ingestão adequada de cálcio.

Recentemente Dubnov-Raz & Berry14, revi-sando o tratamento da obesidade, citam 24 estu-dos publicados de 2000 a 2007 cujos resultados são conflitantes: associação positiva, negativa ou nenhuma associação da ingestão de cálcio com perda ou ganho de peso corporal. Da mesma forma Major et al.15 publicaram um documento com as discussões de pesquisadores durante sim-pósio sobre cálcio e obesidade; analisando as conclusões de 19 estudos sobre o tema, encon-traram que elas também divergiam entre positiva, negativa e nenhuma associação.

Existem dois mecanismos fisiológicos pro-postos para explicar como a ingestão de cálcio influi no peso e na quantidade de gordura corporal: (1) a diminuição da absorção de cálcio, consequen-te à menor ingestão dietética, induz ao aumento do Paratormônio (PTH) e da 1,25-di-hidroxi vitamina D3 ou calcitriol, que aumentam o influxo do cálcio intracelular no tecido adiposo, estimulando a expressão da enzima ácido graxo sintetase, e assim inibindo a lipólise, promovendo a lipogênese e diminuindo a oxidação de gorduras; e (2) a com-plexação do cálcio com ácido graxo no intestino, formando sabões insolúveis excretados pelas fezes e portanto diminuindo a absorção de gordura11,16-18. O primeiro mecanismo tem sido apontado como o mais consistente para explicar como a baixa ingestão dietética de cálcio contribuiria para o ganho de peso.

Nessa perspectiva, este estudo teve como objetivo avaliar e comparar a ingestão de cálcio entre mulheres obesas e eutróficas para verificar a possível associação entre ingestão de cálcio e peso corporal.

MÉTODOS

A amostra foi obtida do banco de dados dos pacientes estudados no projeto de pesquisa para o Sistema Único de Saúde (SUS) Hábitos Ali-mentares e Estado Nutricional de Hipertensos e Diabéticos. Uma Contribuição às Ações de Con-trole de Fatores de Risco Cardiovascular do HIPERDIA/MS do Município de Flexeiras/AL (PPSUS/CNPq/FAPEAL/SESAU-AL), aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UFAL. Nessa pes-quisa foram estudados 476 pacientes portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e/ou diabetes mellitus, dos quais foram obtidos Inqué-ritos Dietéticos tipo Recordatório de 24h (IDR24h), com auxílio de registro fotográfico19; os dados foram analisados no software Virtual Nutri®20, no qual se obtiveram os níveis de ingestão de energia e nutrientes, inclusive de cálcio.

Com base nesse banco de dados foram selecionados os pacientes do gênero feminino, com IDR24h analisados e com Índice de Massa Corporal (IMC) na faixa de eutrofia ou de obesi-dade segundo critérios do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (SISVAN-MS)21, que classifica segundo faixa etá-ria: adulto (>20 e <60 anos): IMC>18,5kg/m2 e <25kg/m2 (eutrofia) e IMC>30kg/m2 (obesidade); e idoso (>60 anos): IMC>22kg/m2 e <27kg/m2 (eutrofia) e IMC>27Kg/m2 (sobrepeso).

Foram excluídos os pacientes do sexo mas-culino e as mulheres com IMC em faixas de sobre-peso e adulto IMC de 25 a 30 kg/m2) e baixo peso (adulto IMC<18,5kg/m2 e idoso IMC<22 kg/m2), que contabilizaram 299 pacientes excluí-dos. Para atender ao propósito deste estudo, chegou-se a um total de 102 mulheres obesas para o Grupo-Estudo (GE) e 75 mulheres eutróficas para o Grupo-Controle (GC), totalizando 177 mulheres. A amostra distribuiu-se em 154 hiper-tensas (87%), 13 diabéticas e hipertensas (7%) e 10 diabéticas (6%). Essas pacientes eram acom-panhadas pelas equipes de saúde da família através do HIPERDIA, estavam clinicamente con-troladas e monitorizadas, com ou sem medicação, dependendo da condição clínica. Quando necessá-rio, as pacientes recebiam a medicação disponi-bilizada para o HIPERDIA, que constitui de um anti-hipertensivos hidroclorotiazida 25mg, pro-panolol 40mg e captopril 25mg; e (2) hipoglice-miantes orais glibenclamida 5mg e metformina 850mg, em posologia individualizada e a critério médico.

Das 177 mulheres selecionadas, dispunha-se de um banco de dados com 233 IDR24H - um IDR24H de 100% dessa amostra (177) e mais 46 com um 2º IDR24H, de modo que 25% da amostra tinham 2 IDR24H - para avaliação da frequência de ingestão inadequada de cálcio, pelo método da Estimated Adequate Intake (EAR) como ponto de corte. Esse método requer a repetição do IDR24H em pelo menos 20% da amostra para avaliação da ingestão de nutrientes de um grupo de indiví-duos, uma vez que é necessário calcular a variân-cia intrapessoal e interpessoal e o fator de ajuste para que as médias de consumo sejam compa-radas às Dietary Reference Intakes (DRI) (ingestão dietética de referência), no caso do cálcio à Inges-tão Adequada (AI)22.

Além dos IDR24H, os grupos foram ava-liados quanto à ingestão de fontes alimentares de cálcio de alta biodisponibilidade; para isso foi aplicado inquérito dietético qualitativo de frequên-cia de consumo alimentar de leite e derivados (FCA-LD) em 20% de cada grupo estudado por meio de sorteio, o que correspondeu a 20 mulhe-res do GE e 15 mulheres do GC.

A ingestão de cálcio pelos grupos, nos dois tipos de inquéritos dietéticos, foi avaliada pelas recomendações de ingestão adequada estabe-lecidas pelas DRI23, segundo faixa etária (19-50 anos AI = 1000mg e >51 anos AI = 1200mg por dia), o que implicou subdividir obesas (Ob) e eutróficas (Eu) nos seguintes grupos: Ob1 = obesas, 19-50 anos; Ob2 = obesas >51 anos; Eu1 = eutró-ficas, 19-50 anos; Eu2 = eutróficas >51 anos.

Para análise dos dados obtidos foi utilizado o programa estatístico SPSS 13.0. Além das esta-tísticas descritivas, os grupos de pacientes eutró-ficas e obesas foram analisados pelo coeficiente de correlação linear simples de Pearson segundo faixa etária. Adotou-se como nível de significância até 5% de probabilidade de erro experimental.

O projeto foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade Federal de Alagoas, processo nº 013287/2004-11, e os pacientes participaram da pesquisa mediante Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

Dentre as 177 pacientes do gênero femi-nino estudadas, as 102 obesas distribuíram-se em 31 no grupo Ob1 e 71 no grupo Ob2, e as 75 eutróficas distribuíram-se em 21 no grupo Eu1 e 54 no grupo Eu2 (Tabela 1).

Os testes de correlação entre as variáveis antropométricas e entre estas e a ingestão de cálcio por faixa etária, comparando as obesas com as eutróficas (Tabela 2), revelaram uma associação positiva entre peso e altura (p=0,04) e entre peso e IMC (p=0,00) na faixa etária de 19 a 50 anos. Entre as mulheres com idade >51 anos, verificou—se uma associação negativa entre idade e peso (p=0,02), idade e altura (p=0,04) e idade e IMC (p=0,038); e uma associação positiva entre peso e altura (p=0,00), peso e IMC (p=0,00) e entre altura e ingestão de cálcio (p=0,03). Considerando que, na segunda faixa etária, a altura associou-se diretamente à ingestão de cálcio e ao aumento do peso, que por sua vez associou-se positiva-mente ao IMC, pode-se inferir uma tendência de maior ingestão de cálcio à medida que aumenta o IMC. No entanto, a ingestão desse mineral foi deficiente (abaixo do recomendado), como será apresentado a seguir. A ingestão de cálcio entre as participantes do Ob2 apresentou correlação negativa com a idade e IMC, e positiva com peso e altura, sendo com esta última significante, como supracitado; entre as do Ob1, a ingestão de cálcio correlacionou-se negativamente com peso e IMC e positivamente com a altura, embora não signifi-cativamente (Tabela 2).

Uma vez subdivididos os grupos Ob e Eu com base na faixa etária de recomendação de cálcio, verificou-se que a avaliação da ingestão desse nutriente em cada um dos subgrupos foi realizada cobrindo o mínimo de 20% de um se-gundo IDR24H estabelecido para o método da "EAR como ponto de corte para grupos", exceto no grupo Eu1, em que um paciente não completou o protocolo, como segue: Ob1= 7 (22,5% de 31); Ob2= 21 (29,5% de 71); Eu1= 3 (14,2% de 21); Eu2= 15 (27,7% de 71). O mesmo ocorreu no FCA-LD.

Quanto ao Eu1, a perda de uma paciente de 2ºIDR24H e o fato de o grupo ter menos de trinta participantes comprometeram a aplicação do método "EAR como ponto de corte aplicado a grupos". Isso foi observado ao ajustar o consumo de cálcio pela variância intrapessoal e interpessoal, pois o consumo médio que era de 200mg, após o ajuste, passou a ser de 1000mg de cálcio (Tabela 2). Diante disso, avaliou-se também a ingestão de Ca através do método "EAR como ponto de corte aplicado a indivíduos" nas três pacientes com 2 IDR24H e verificou-se que, em todas elas, a probabilidade da ingestão estar adequada era de 15%. Ou seja, nesse grupo, 14% das mulheres (n=3/21) apresentaram uma ingestão inadequada de cálcio. Esse resultado corrobora a necessidade de considerar o método aplicado a indivíduos nesse grupo específico (Eu1).

A quantidade de cálcio ingerida (média - M e Mediana - Md), obtida dos recordatórios de 24 horas, antes de aplicar o fator ajuste, foi de M=245,69, Desvio-Padrão - DP=161,27 e Md=241,57, e de M=292,63, DP=210,87 e Md=242,72 para o grupo Ob1 e Ob2 respectiva-mente, e de M=298,18, DP=187,03 e Md=280,54 e de M=347,74, DP=361,53 e Md=270,35 para o grupo Eu1 e Eu2 respectiva-mente. Após o ajuste, os dados apresentados na Tabela 3 considerando obesas e eutróficas como um todo e os subgrupos Ob1 e Ob2 e Eu1 e Eu2, assim como a ingestão obtida pelo inquérito dietético de frequência de consumo. Os resultados revelaram uma ingestão abaixo do recomendado pelas DRI em ambos os grupos (eutróficas e obe-sas) e em ambas as faixas etárias (Ob1, Ob2, Eu1 e Eu2), para os dois tipos de inquéritos aplicados.

A Figura 1 ilustra a ingestão de cada um dos indivíduos estudados, obtida segundo IDR24h, comparada à recomendação por faixa etária.


O consumo de fontes alimentares de cálcio em frequência mensal foi relatado por 39,13% e 17,39% das mulheres obesas e eutróficas respecti-vamente, em frequência semanal, por 34,78% e 26,08%. A frequência diária foi referida por 30,43 e 17,39% das mulheres obesas e eutró-ficas, respectivamente (Figura 2). Em relação ao número de porções diárias, foi referido o consumo de uma porção/dia por 14,28% e 4,34% das eutróficas e obesas, respectivamente e duas porções ou mais por 14,28% das eutróficas e 21,73% das obesas. Os dados do FCA-LD reve-laram, portanto, um consumo diário muito baixo de fontes alimentares de cálcio de maior biodispo-nibilidade (provenientes de leite e derivados) em ambos os grupos, destacando-se, também em ambos, a referência a "raramente" consumir leite e derivados (Figura 2).


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Os resultados obtidos com os inquéritos dietéticos IDR24H e FCA-LD sinalizam na mesma direção: consumo insuficiente de cálcio.

DISCUSSÃO

Neste estudo não houve associação signi-ficativa entre ingestão de cálcio e IMC em ambos os grupos. Entretanto, a relação direta observada entre altura e ingestão de cálcio na faixa etária de maiores de 50 anos, considerando a associação direta entre altura e peso, e deste com IMC, per-mite inferir que haveria uma tendência para asso-ciação positiva entre ingestão de cálcio e obesi-dade. Do ponto de vista teórico, tal associação se explica o consumo insuficiente do mineral acarre-tar maior absorção de gordura e induzir ao aumento de paratormônio (PTH) e de vitamina D, que induzem e sustentam a concentração de cálcio intracelular, que, associada à expressão do gene agouti, implica em maior expressão e ati-vação da ácido graxo sintetase, pelo cálcio, indu-zindo ao aumento da lipogênese de novo24. Como a ingestão observada, no entanto, foi inferior às DRI nos dois grupos, a associação com a obesidade não pode ser confirmada no presente estudo, diver-gindo do observado em outras investigações11,13,25,26, muito embora Heaney27, observando a ingestão de cálcio e densidade óssea em mulheres, tenha constatado que o grupo com ingestão no percentil 25 apresentava 15% de prevalência de sobrepeso; em contrapartida, o grupo com ingestão de acordo com a recomendação teve apenas 4% de sobre-peso. Dentre aqueles estudos que encontraram relação inversa entre consumo de Ca e obesidade, destacam-se dois recentes: um avaliou dois grupos de obesos, submetidos à restrição energética, com ou sem suplementação de cálcio dietético durante quatro meses, e observaram que o grupo em dieta rica em cálcio apresentou redução significativa da circunferência da cintura, sugerindo que a dieta rica em cálcio pode potencializar os efeitos da restrição energética sobre a obesidade abdo-minal28; o outro avaliou mulheres segundo faixas de IMC e observou após 30 meses que as obesas consumiam significativamente menos cálcio e que as eutróficas consumiam mais leite29.

De forma semelhante ao observado neste estudo, porém, Snijder et al.30 não encontraram associação; eles avaliaram 2064 indivíduos entre 50 e 75 anos, e verificaram que o consumo ele-vado de cálcio não apresentou associação com menor peso corporal ou melhores níveis dos com-ponentes da síndrome metabólica, exceto com pressão arterial. Resultados também semelhantes foram verificados por Oliveira et al.31, com 85 mulheres no climatério: a ingestão de cálcio não apresentou correlação significante com o IMC.

Ao comparar a frequência de consumo de fontes de cálcio do presente estudo à reco-mendada pelo guia alimentar para a população brasileira32, verificou-se que, entre as consumi-doras de porções diárias de tais fontes alimen-tares, todas, de ambos os grupos, independente-mente da faixa etária, apresentavam consumo abaixo do recomendado: três porções diárias, correspondentes à faixa de 800mg a 1200mg de cálcio33. Considerando as características da popu-lação estudada (idade, obesidade, DM e HAS), deve-se estimular o consumo de leite e derivados por serem fontes de maior biodisponibilidade do mineral e pela ação do cálcio na regulação da hipertensão, na resistência à insulina e na obesi-dade, pois desequilíbrios do fluxo de cálcio extrace-lular, ou de sua sinalização, podem representar fatores fundamentais para estabelecer uma rela-ção de causalidade entre essas três condições25.

Vale salientar que a avaliação da FCA-LD enfoca apenas as fontes de maior biodisponibi-lidade, deixando-se de considerar o cálcio obtido do consumo de outros alimentos, como os vege-tais, muitas vezes as maiores fontes na dieta da população, principalmente em população de baixa renda como a aqui estudada, cuja renda per capita é de R$ 64,34 (http://www.frigoletto.com.br/GeoAlagoas/idhal.htm)34. Esse aspecto é corro-borado pela análise do consumo por meio do IDR24h, que foi muito superior ao encontrado pela FCA-LD. Ficou claro, mediante os dois tipos de inquéritos utilizados, que o consumo de cálcio é baixo nessa população.

Em função de o grupo estudado ser com-posto por mulheres, o baixo consumo de cálcio torna-se preocupante por contribuir para futuros problemas de osteoporose. Apesar de o esqueleto funcionar como uma reserva grande de cálcio para a manutenção das concentrações no líquido extra-celular e funções celulares, a deficiência no nível celular e tecidual essencialmente nunca é encon-trada. Seja qual for a redução dessa reserva, ela implicará a diminuição da resistência óssea, com-prometendo a função mecânica do esqueleto. Além disso, os adultos perdem massa óssea a uma taxa de aproximadamente 1% ao ano, e isso cul-mina com as alterações que ocorrem na meno-pausa: ingestão declinante de cálcio, redução da atividade física, diminuição dos hormônios sexuais, da concentração de vitamina D ativa e da resis-tência intestinal35. Outro aspecto igualmente im-portante é a relação entre osteoporose, síndrome metabólica e obesidade andróide, cuja plausibili-dade biológica apresentada em revisão atual10 foi discutida e deve ser considerada.

O baixo consumo de cálcio é resultado da própria evolução humana, pois o homem primitivo consumia em média 1500g de cálcio/dia de raízes, tubérculos, nozes e feijões. Com a utilização de cereais, a ingestão de cálcio diminuiu substan-cialmente, porque os alimentos básicos tornaram—se os grãos (frutos), parte do vegetal que possui menos cálcio. O homem moderno consome, em média, cálcio insuficiente para otimizar a densi-dade óssea36. Os principais motivos para a baixa ingestão de cálcio observada na população bra-sileira são decorrentes do hábito alimentar, com substituição do leite por bebidas com baixo teor de cálcio, como os refrigerantes, refeições fora de casa, além do alto custo dos alimentos com maior biodisponibilidade37. Na dieta ocidental, as maiores fontes de cálcio são leite e derivados. Como a população estudada consome pouco esses alimentos, é provável que o cálcio dietético seja obtido predominantemente de vegetais. Para esse perfil de ingestão, cabe ressaltar ainda que, mes-mo obtendo na dieta quantidades suficientes de cálcio a partir dos vegetais, outros componentes desses alimentos podem diminuir sua biodispo-nibilidade, como ácido oxálico, ácido fítico, fibras etc.35, e pode, consequentemente, comprometer sobremaneira a utilização do cálcio.

CONCLUSÃO

O presente estudo não verificou associação positiva significativa, podendo apenas inferir uma tendência ao consumo deficiente de cálcio estar associado à obesidade. No entanto, o estudo reve-lou um achado relevante: o consumo quantitativo (IDR24H) - obtido do cálcio total ingerido de vege-tais, leite e derivados - e o qualitativo (FCA-LD) - obtido apenas de fontes de maior biodisponi-bilidade do mineral - foram insuficientes para atingir as quantidades recomendadas tanto entre as mulheres obesas quanto entre as eutróficas estudadas. Considerando tratar-se de um grupo acompanhado pelo programa de controle da HAS e diabete mellitus, é evidente a necessidade de atividades de educação nutricional para estimular o consumo de fontes alimentares de cálcio de maior biodisponibilidade como parte de uma dieta adequada. Além disso, o mineral é importante auxiliar no controle da HAS e na prevenção de agravos importantes, como a osteoporose, assim como sua falta é fator de risco em potencial para a obesidade.

Nesse sentido, os resultados obtidos neste estudo foram disponibilizados para as equipes da estratégia de saúde da família que assistem tais pacientes, bem como para a população estudada.

AGRADECIMENTOS

Às pacientes e à Secretaria Municipal de Saúde de Flexeiras (AL). Às instituições de financiamento MS-DECIT-PPSUS/CNPq/FAPEAL/SESAU-AL e à revisora Ana Maria Vasconcelos Martins de Castro.

COLABORADORES

P.M.C. SILVA participou da definição do tra-balho, coleta, tabulação, análise dos dados e escrita do artigo. C.R. CABRAL JUNIOR participou da análise dos dados e escrita do trabalho. S.M.L. VASCONCELOS participou da definição do trabalho, coleta, análise dos dados e escrita do artigo. Coordenadora do proje-to de pesquisa para o SUS e orientadora do trabalho.

Recebido em: 18/4/2008

Versão final reapresentada em: 12/11/2009

Aprovado em: 17/3/2010

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    Trabalho desenvolvido em projeto de pesquisa para o SUS (PPSUS/CNPq/FAPEAL), processo 007/2004-PPSUS-AL.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Out 2010
    • Data do Fascículo
      Jun 2010

    Histórico

    • Revisado
      12 Nov 2009
    • Recebido
      18 Abr 2008
    • Aceito
      17 Mar 2010
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