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Procedimentos metodológicos empregados em questionários de frequência alimentar elaborados no Brasil: uma revisão sistemática

Methodological procedures used in food frequency questionnaires made in Brazil: a systematic review

Resumos

Esta revisão teve como objetivo analisar e discutir os procedimentos metodológicos empregados nos Questionários de Frequência Alimentar elaborados no Brasil. Foram consultadas as bases de dados PubMed, SciELO, Lilacs, IBECS, MedLine e Cochrane Library, e encontrados vinte e dois Questionários de Frequência Alimentar elaborados para populações brasileiras. Entre os Questionários de Frequência Alimentar encontrados 50% deles (n=11) foram elaborados a partir de recordatório de 24 horas, 27,27% (n=6) de Questionários de Frequência Alimentar pré-existentes, 13,63% (n=3) de registro alimentar e 9,09% (n=2) de outras fontes; 72,72% (n=16) apresentaram listas com 50 a 100 itens, número ideal. Quanto ao tipo, 45,45% (n=10) eram quantitativos, 45,45% (n=10) semiquantitativos e 9,09% (n=2) qualitativos. Apenas 27,27% (n=6) relataram teste em estudo-piloto e apenas 45,45% (n=10) referiram teste de validação ou validação e reprodutibilidade. Quanto à faixa etária, apenas 36,36% (n=8) dos Questionários de Frequência Alimentar apresentavam público-alvo específico: crianças, adolescentes ou adultos. O maior número de Questionários de Frequência Alimentar (54,54%; n=12) foi desenvolvido na região Sudeste, especialmente no estado de São Paulo. A revisão da literatura permitiu conhecer os Questionários de Frequência Alimentar elaborados para a população brasileira e suas respectivas metodologias, público-alvo, bem como sua distribuição em termos de região do País. Embora exista uma orientação em termos de proposta metodológica de elaboração aqui discutida, há algum distanciamento em relação ao recomendado que deve ser observado pelos pesquisadores da área, ainda que haja uma maioria de procedimentos adequados aos métodos pressupostos.

Brasil; Consumo de alimentos; Questionários


This review aimed to analyze and discuss the methodological procedures employed in the Food Frequency Questionnaires made in Brazil. The following databases were searched: PubMed, SciELO, Lilacs, IBECS, MedLine and the Cochrane Library. Twenty-two Food Frequency Questionnaires designed for Brazilian populations were found. Among the Food Frequency Questionnaires, 50% of them (n=11) were based on 24-hour recalls, 27.27% (n=6) were preexisting FFQ, 13.63% (n=3) were food records and 9.09% (n=2) were other types; 72.72% (n=16) had lists containing 50 to 100 items, an ideal number. Almost half the FFQ (45.45%, n=10) were quantitative, 45.45% (n=10) were semi-quantitative and 9.09% (n=2) were qualitative. Only 27.27% (n=6) were tested in a pilot study and only 36.36% (n=8) of the Food Frequency Questionnaires had a specific target audience, whether children, adolescents or adults. The Brazilian Southeast, especially the state of São Paulo, developed the largest number of Food Frequency Questionnaires (54.54%, n=12). The literature review helped to identify the Food Frequency Questionnaires prepared for the Brazilian population, their respective methodologies, target audience, as well as their regional distribution. Although most Food Frequency Questionnaires have been prepared following the methodological guidelines discussed here, researchers should give more attention to the criteria used for Food Frequency Questionnaires development.

Brazil; Food consumption; Questionnaires


REVISÃO | REVIEW

Procedimentos metodológicos empregados em questionários de frequência alimentar elaborados no Brasil: uma revisão sistemática1 1 Artigo elaborado a partir da dissertação de TA SILVA, intitulada "Elaboração, validação e reprodutibilidade de um questionário de frequência alimentar para hipertensos e/ou diabéticos". Universidade Federal de Alagoas; 2012.

Methodological procedures used in food frequency questionnaires made in Brazil: a systematic review

Thays de Ataide e SilvaI; Sandra Mary Lima VasconcelosI

IUniversidade Federal de Alagoas, Faculdade de Nutrição, Laboratório de Nutrição em Cardiologia. Av. Lourival de Melo Mota, s/n., Campus A.C. Simões, 57072-970, Tabuleiro do Martins, Maceió, AL, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: SML VASCONCELOS, E-mail: sandra-mary@hotmail.com

RESUMO

Esta revisão teve como objetivo analisar e discutir os procedimentos metodológicos empregados nos Questionários de Frequência Alimentar elaborados no Brasil. Foram consultadas as bases de dados PubMed, SciELO, Lilacs, IBECS, MedLine e Cochrane Library, e encontrados vinte e dois Questionários de Frequência Alimentar elaborados para populações brasileiras. Entre os Questionários de Frequência Alimentar encontrados 50% deles (n=11) foram elaborados a partir de recordatório de 24 horas, 27,27% (n=6) de Questionários de Frequência Alimentar pré-existentes, 13,63% (n=3) de registro alimentar e 9,09% (n=2) de outras fontes; 72,72% (n=16) apresentaram listas com 50 a 100 itens, número ideal. Quanto ao tipo, 45,45% (n=10) eram quantitativos, 45,45% (n=10) semiquantitativos e 9,09% (n=2) qualitativos. Apenas 27,27% (n=6) relataram teste em estudo-piloto e apenas 45,45% (n=10) referiram teste de validação ou validação e reprodutibilidade. Quanto à faixa etária, apenas 36,36% (n=8) dos Questionários de Frequência Alimentar apresentavam público—alvo específico: crianças, adolescentes ou adultos. O maior número de Questionários de Frequência Alimentar (54,54%; n=12) foi desenvolvido na região Sudeste, especialmente no estado de São Paulo. A revisão da literatura permitiu conhecer os Questionários de Frequência Alimentar elaborados para a população brasileira e suas respectivas metodologias, público-alvo, bem como sua distribuição em termos de região do País. Embora exista uma orientação em termos de proposta metodológica de elaboração aqui discutida, há algum distanciamento em relação ao recomendado que deve ser observado pelos pesquisadores da área, ainda que haja uma maioria de procedimentos adequados aos métodos pressupostos.

Termos de indexação: Brasil. Consumo de alimentos. Questionários.

ABSTRACT

This review aimed to analyze and discuss the methodological procedures employed in the Food Frequency Questionnaires made in Brazil. The following databases were searched: PubMed, SciELO, Lilacs, IBECS, MedLine and the Cochrane Library. Twenty-two Food Frequency Questionnaires designed for Brazilian populations were found. Among the Food Frequency Questionnaires, 50% of them (n=11) were based on 24-hour recalls, 27.27% (n=6) were preexisting FFQ, 13.63% (n=3) were food records and 9.09% (n=2) were other types; 72.72% (n=16) had lists containing 50 to 100 items, an ideal number. Almost half the FFQ (45.45%, n=10) were quantitative, 45.45% (n=10) were semi-quantitative and 9.09% (n=2) were qualitative. Only 27.27% (n=6) were tested in a pilot study and only 36.36% (n=8) of the Food Frequency Questionnaires had a specific target audience, whether children, adolescents or adults. The Brazilian Southeast, especially the state of São Paulo, developed the largest number of Food Frequency Questionnaires (54.54%, n=12). The literature review helped to identify the Food Frequency Questionnaires prepared for the Brazilian population, their respective methodologies, target audience, as well as their regional distribution. Although most Food Frequency Questionnaires have been prepared following the methodological guidelines discussed here, researchers should give more attention to the criteria used for Food Frequency Questionnaires development.

Indexing terms: Brazil. Food consumption. Questionnaires.

INTRODUÇÃO

A fundamentação teórica da epidemiologia nutricional como campo de investigação, cujo foco inclui medir a exposição à dieta, à frequência, à distribuição das doenças e à exposição a outros fatores que poderiam confundir essa associação1,2, deixa clara a importância desse campo da ciência da nutrição. Tendo em vista que as práticas alimentares têm sido frequentemente relacionadas à ocorrência de diversas Doenças Crônicas Não- -Transmissíveis (DCNT) e ciente de que a forma de se alimentar sofre influência de fatores como cultura, sazonalidade, condições socioeconômicas, entre outros, é na dieta como fator de exposição que reside um dos grande desafios da epidemiologia nutricional, uma vez que ela é muito difícil de ser avaliada, especialmente no que concerne à ingestão usual dos indivíduos2. Os estudos de consumo alimentar requerem um protocolo de investigação e a utilização de instrumentos dietéticos adequados3 com base na sua finalidade. Dessa forma, ressalta-se a necessidade de instrumentos confiáveis para se avaliar o consumo alimentar dos indivíduos e capazes de identificar associações entre doença e dieta4.

As técnicas para estimar a ingestão dietética podem ser (a) prospectivas, utilizadas para avaliar o consumo atual (registro dietético); e (b) retrospectivas, frequentemente utilizadas para avaliar a ingestão habitual de grupos específicos de alimentos e para verificar associação entre consumo alimentar e doença, em um passado imediato - Recordatório de 24 horas (R24H) ou em médio e longo prazo - Questionário de Frequência Alimentar (QFA)5-7.

Nesse sentido, o método mais utilizado para verificar a associação entre dieta e DCNT tem sido o QFA, que consiste de uma lista de alimentos acompanhada das opções de frequência de consumo, podendo ser do tipo qualitativo (sem adição do tamanho das porções), semiquantitativo (inclui a porção de referência do alimento em questão: um copo, uma concha etc.) ou quantitativo (inclui o tamanho da porção de referência: pequena, média e grande; um copo pequeno, médio ou grande, por exemplo)5,8.

Partindo da premissa de que diferentes populações exigem diferentes formas de abordagem, o QFA precisa ser desenvolvido ou adaptado para cada estudo, considerando uma série de aspectos, principalmente a especificidade dos hábitos alimentares da população-alvo. Nesse contexto, estudos de avaliação do consumo alimentar de diferentes regiões brasileiras requerem QFA distintos, que sejam sensíveis à variedade cultural/regional, de modo a retratar com maior fidedignidade o consumo alimentar de cada localidade.

O presente estudo apresenta uma revisão sistemática da literatura e tem como objetivo apresentar os procedimentos metodológicos empregados nos QFA elaborados para populações brasileiras e apontar as possibilidades de sua aplicação, bem como as possíveis lacunas existentes, no sentido de estimular estudos nessa área.

MÉTODOS

Foram consultadas as bases de dados eletrônicas: PubMed, SciELO, Lilacs, IBECS, MedLine e Cochrane Library, sendo as quatro últimas pela Biblioteca Virtual em Saúde.

A busca foi dividida em quatro etapas:

1) Levantamento de artigos e a busca em todo o texto das palavras-chave, questionário (questionnaire), combinadas com o operador lógico "and" a alimento (food) e Brasil (Brazil), cadastradas nos descritores em ciência da saúde. Nenhum limite de busca foi ativado, sendo encontrados 664 artigos: 325 na PubMed, 112 na SciELO, 84 na Lilacs, 0 no IBECS, 139 na MedLine e 4 na Cochrane Library;

2) Leitura dos títulos dos estudos encontrados, seleção dos artigos potencialmente elegíveis para esta revisão e descarte daqueles considerados inadequados ao objetivo;

3) Identificação de duplicidade de artigos nas bases de dados, sendo descartados aqueles que se repetiam, chegando a um total de 64 artigos;

4) Leitura dos 64 artigos, sendo excluídos aqueles que não traziam QFA elaborado pelos autores.

Dessa forma, chegou-se a um total de 22 artigos considerados adequados a esta revisão, que foram publicados entre os anos de 1998 e 2010. Nesses artigos, foram verificados os seguintes procedimentos metodológicos empregados na elaboração dos QFA: fontes para elaboração da lista de alimentos, número de itens da lista, forma de organização/estruturação da lista, tipo de QFA, unidades de tempo da frequência de consumo, determinação das porções, teste prévio do QFA em estudo-piloto, avaliação de precisão do QFA, características do público-alvo, forma de aplicação, objetivo e local de origem/aplicação do QFA no Brasil.

RESULTADOS

Os vinte e dois Questionários de Frequência Alimentar elaborados para populações brasileiras encontrados neste estudo foram divididos em três grupos segundo público-alvo e discutidos a seguir, em sequência cronológica.

Sichieri & Everhart9 foram os primeiros a elaborar um QFA destinado a uma população do Brasil, no caso de adultos, e desenvolvido a partir do clássico Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que revela como é recente esse instrumento no Brasil. Apenas dois anos mais tarde começaram a surgir os outros QFA, como o de Cardoso & Stocco10, cuja lista foi elaborada a partir de registro alimentar de três dias de uma amostra de 166 mulheres de ascendência japonesa residentes no Brasil, selecionadas aleatoriamente.

Ribeiro & Cardoso11 desenvolveram um questionário a partir do QFA de Cardoso & Stocco10, do qual foram excluídos os alimentos de origem japonesa; dessa forma, eles chegaram a uma versão reduzida11 para ser testada com funcionários públicos de São Paulo.

Fornés et al.12 desenvolveram um QFA organizado em 11 grupos alimentares (laticínios; leguminosas; carnes e ovos; grãos e cereais; massas doces e salgadas; frutas e sucos naturais; vegetais; gorduras; doces; álcool e bebidas não alcoólicas; e condimentos e especiarias), destinado a trabalhadores de baixa renda, alfabetizados, sendo uma primeira versão testada em uma população com nível de instrução e classe social similar. A lista de alimentos foi elaborada a partir de 104 R24H aplicados em pesquisa com trabalhadores de baixa renda da mesma localidade. Após pré-teste, alguns alimentos regionais foram adicionados.

Furlan-Viebig & Pastor-Valero13 desenvolveram um QFA com o intuito de investigar possíveis relações entre dieta e DCNT. Foram coletados R24H de 200 adultos atendidos no ambulatório geral de um hospital cardiológico de São Paulo. A lista obtida foi comparada às informações da Pesquisa Nacional de Orçamento Familiar 1995/1996 - (POF) para a Região Metropolitana de São Paulo, com o objetivo de detectar alimentos que não tivessem sido relatados nos recordatórios, que fossem componentes importantes do padrão dietético da população estudada. Os autores concluíram que, uma vez adaptado e validado, o QFA poderá ser utilizado em estudos epidemiológicos em populações adultas.

Ribeiro et al.14 aplicaram o QFA pioneiro de Sichieri & Everhart9 em 50 clientes de restaurantes industriais de dois órgãos públicos de Brasília (DF), como estudo-piloto. A partir daí, foi elaborado um QFA ordenado em sete grupos alimentares - cereais e leguminosas; óleos e gorduras; sobremesas e petiscos; carnes e ovos; leites e derivados; hortaliças e frutas; e bebidas; incluindo refrigerante e sucos industrializados -, para ser aplicado à população do Distrito Federal.

Fisberg et al.15 desenvolveram três QFA para aplicação por sexo (feminino, masculino e outro para ambos), baseados nos R24H obtidos de estudo de base populacional dos 1.477 indivíduos, de amostra probabilística do município de São Paulo. Os QFA foram desenhados para testar hipóteses epidemiológicas e nutricionais em estudos de questões específicas por sexo, e, segundo os autores, foram os primeiros QFA desenvolvidos no Brasil com essas características.

Um Questionários de Frequência Alimentar online para a avaliação de ingestão de cálcio e ferro foi desenvolvido por Galante & Colli16, que o justificaram em função da dificuldade de se atender a ingestão dietética de referência Dietary References Intake´s (DRI) para esses nutrientes. O site de acesso à pesquisa foi o jornal eletrônico Folha Online. Trinta internautas, de ambos os sexos, residentes no estado de São Paulo, foram selecionados e orientados para que em dois meses consecutivos preenchessem oito Registros Alimentares (RA), sendo quatro a cada mês, dos quais um em final de semana. O resultado desses registros foi usado para elaborar a lista de alimentos do QFA online.

Zanolla et al.17 elaboraram um QFA para a população adulta da Região Metropolitana de Porto Alegre (RS); a lista de alimentos foi elaborada a partir de R24H de 1.726 adultos, avaliados em um inquérito domiciliar realizado com adultos residentes em Niterói (RJ).

Recentemente, Ferreira et al.18 elaboraram um QFA para estudos de consumo alimentar de adultos de Cuiabá (MT). A lista de alimentos foi obtida de 104 R24H, aplicados em residentes de dois bairros de classe média-baixa e média-alta, sendo excluídos bairros de muito baixa renda por subentender uma menor disponibilidade financeira para a compra de alimentos, o que, segundo os autores, limitaria a variedade no consumo alimentar, interferindo na seleção dos itens do QFA (Tabela 1).

Voltados para grupos de portadores de DCNT, foram encontrados QFAs para adultos com excesso de peso7, portadores de Câncer (CA)19,20,21 ou osteoporose22. O primeiro7 foi elaborado a partir da análise de R24H descrito em prontuários de pacientes obesos, atendidos em uma clínica de nutrição de uma instituição privada de ensino superior de São Paulo. Voltado para portadores de CA, o QFA de Lima et al.19 foi elaborado a partir de R24H de 100 mulheres portadoras de CA, testado em estudo-piloto e destinado a um estudo caso-controle sobre dieta e câncer de mama em João Pessoa (PB).

Já Matarazzo et al.20 aplicaram o QFA utilizado no Estudo Latino-Americano sobre Câncer Oral e de Laringe em 502 pacientes e em 442 controles procedentes de sete hospitais públicos, dos quais foram selecionados 99 indivíduos (10%) para compor a amostra, devido à alta letalidade dos tumores orais e de laringe; contudo, apenas 35 pacientes completaram todas as entrevistas. Por fim, o QFA desenvolvido por Sharma et al.21 foi elaborado para avaliar a ingestão de determinados alimentos, nutrientes e Aminas Aromáticas Heterocíclicas (AAH) em um estudo caso—controle de adenoma colorretal, em pacientes japoneses de um hospital de São Paulo. A lista de alimentos para o QFA foi obtida de 60 R24H e apresentada em 15 grupos de alimentos, com ênfase aos que contem AAH, divididos em: arroz e massas; pães; frutas; vegetais; carnes; aves; peixes; alternativa a carne; sopas; pizzas ou tortas; bolo, biscoitos, sobremesa ou doces; leite; snack foods; bebidas alcoólicas; bebidas.

Pereira et al.22 desenvolveram um QFA para mulheres idosas portadoras de osteoporose e referem que ele fora montado a partir de alimentos/preparações mais consumidos por mulheres idosas brasileiras, para verificar o consumo de alimentos/nutrientes ao longo de seis meses (Tabela 2).

O QFA de Carvalho et al.23 foi elaborado para investigar o consumo alimentar de adolescentes matriculados em colégio particular, e foi estruturado de acordo com a classificação dos alimentos em construtores, reguladores e energéticos. Já Slater et al.8 desenvolveram um QFA para adolescentes pertencentes à escola pública; a lista de alimentos foi obtida a partir de dois dias de RA de 200 adolescentes, e os autores referem que os alimentos foram agrupados de acordo com suas características físicas e valor nutricional.

Colucci et al.24 desenvolveram um QFA para crianças de 2 a 5 anos de idade, residentes no município de São Paulo, a partir de 207 R24H oriundos de estudo epidemiológico com esse grupo etário. O QFA era dividido em 10 grupos alimentares (arroz, pão, massa e batata; feijão; verduras e legumes; frutas; carnes e ovos; leite, queijo e iogurte; açúcares, doces e salgadinhos; salgados e preparações; bebidas; e outros) (Tabela 3).

Chiara et al.25 desenvolveram um QFA com a lista de alimentos reduzida, a partir do QFA da Pesquisa de Nutrição e Saúde, desenvolvida no Rio de Janeiro (RJ) (PNS/RJ). Para isso foram selecionados os QFA de 224 adolescentes da PNS/RJ e a lista de 80 itens alimentares reduzida para 40 itens, empregando-se as seguintes estratégias: regressão linear múltipla, listagem e composição nutricional dos alimentos. Esses critérios estabelecidos foram apropriados uma vez que foi mantida a capacidade de predição e de avaliação do consumo alimentar dos componentes investigados para o grupo populacional investigado.

Fumagalli et al.26 desenvolveram um QFA para avaliar o consumo alimentar de crianças, a partir de um QFA previamente desenvolvido para adultos11 e validado para uma população de japoneses27. Para tanto, a lista de alimentos original sofreu algumas adaptações, como a exclusão de alimentos e receitas japonesas e a inclusão de alimentos habituais das crianças.

Além de Carvalho et al.23 e Slater et al.8, Araújo et al.28 também desenvolveram QFA para adolescentes, no caso da região metropolitana do Rio de Janeiro. Para a seleção dos itens alimentares foram utilizados dados de três dias de RA obtidos em uma amostra de 430 estudantes, de 12 a 19 anos. Através desses registros, foram listados 306 alimentos, dos quais 249 foram incluídos no questionário, isoladamente ou agrupados em itens similares, como, por exemplo: biscoitos de amido de milho, de milho, de fécula de batata, de leite e de coco foram agrupados no item alimentar "biscoito doce simples" (Tabela 3).

No estudo de Sales et al.29, foi desenvolvido um QFA semiquantitativo para a avaliação da ingestão alimentar de grupos populacionais; os alimentos e as preparações mais consumidos foram definidos segundo os autores a partir de fontes secundárias (dados não publicados). Já o tamanho das porções foi estabelecido através de informações obtidas de R24H de 119 pessoas de 1 a 80 anos da cidade de Viçosa (MG) estratificada por estágios de vida e sexo, proporcionalmente à pirâmide etária da cidade. Os alimentos relatados nos R24H, quando disponíveis, foram quantificados mediante pesagem direta, e, quando não disponíveis, foram quantificados com o auxílio de álbum fotográfico de alimentos. O QFA foi submetido a estudo-piloto em uma subamostra de 34 pessoas que responderam ao R24H, com 65 itens alimentares e frequência de consumo de "1 a 7 vezes/semana", "2 a 3 vezes/mês" e "raramente". Os autores não referiram o período de avaliação do consumo, nem se foi realizado estudo de validação e reprodutibilidade para esse QFA.

Considerações metodológicas acerca dos Questionários de Frequência Alimentar elaborados no Brasil apresentados nesta revisão

Para a elaboração da lista de alimentos contidos em um QFA, diferentes estratégias podem ser utilizadas. A mais simples, entretanto com maior limitação, é selecionar os alimentos que aportam os nutrientes de interesse. Outra abordagem corresponde à utilização de informações epidemiológicas que constatem a existência de associações entre o consumo dietético e a presença de doença. A estratégia proposta por Block et al.30 é considerada a mais apropriada, e consiste na elaboração de uma lista não restrita de alimentos, gerada a partir da aplicação de vários RA diários ou R24H na população-alvo, seguida de uma ponderação estatística, levando-se em consideração a contribuição do alimento para o total consumido, bem como as diferenças inter-pessoais naquela população31. Segundo Willett32, os itens alimentares referidos em RA e R24H que correspondem a 90% da ingestão energética referida pelos indivíduos devem ser incluídos na lista do QFA.

Os questionários aqui estudados foram elaborados com maior frequência a partir de R24H (50,00%; n=11 QFA), seguidos pelos elaborados de QFAs pré-existentes (27,27%; n=6 QFA), de RA (13,63%; n=3 QFA) e outras fontes (9,09%; n=2 QFA).

Questionários de Frequência Alimentar com listas alimentares curtas (<50 itens) tendem a subestimar a ingestão enquanto listas extensas (>100 itens) além de superestimar, comprometem as vantagens de rapidez e simplicidade do instrumento5,33,34. O número de itens alimentares considerado adequado de modo a não se tornar cansativo e, ao mesmo tempo, ser capaz de mensurar o que o QFA se propõe é de 50 a 100 alimentos. Dentre os QFA analisados nesta revisão, apresentaram listas com menos de 50 itens 9,09% (n=2); entre 50 e 100 itens, 72,72% (n=16); e com mais de 100 itens, 18,18% (n=4), revelando que a maioria atendeu à recomendação nesse quesito, o que diminui a possibilidade de subestimação ou supe-restimação de ingestão de energia e nutrientes. Quando o objetivo da pesquisa é analisar nutrientes específicos, a lista pode ser elaborada a partir da identificação dos alimentos com maior conteúdo do nutriente em questão35,36, como foi o caso de Galante & Colli16, cujo objetivo foi avaliar cálcio e ferro.

Quanto à estruturação da lista, em oito QFA (36,36%) ela foi organizada em categorias ou grupos alimentares. Essa estratégia visa reunir os alimentos com perfil semelhante em uma seção do questionário, que, muitas vezes, é formado por grupos de guias alimentares, na perspectiva de avaliar também a frequência de ingestão de grupos alimentares. No entanto, não há uma padronização desses grupos alimentares nos QFA, o que dificulta comparações, muito embora reflita a necessidade de agrupar os alimentos de acordo com os objetivos do QFA.

Dentre os Questionários de Frequência Alimentar encontrados nesta revisão, 45,45% (n=10) foram do tipo quantitativo, 45,45% (n=10) semiquantitativo e 9,09% (n=2) qualitativo.

A frequência de consumo do QFA é registrada em unidades de tempo: dias, semanas, meses, semestres ou ano, podendo contemplar ou não fracionamento dessas unidades. O formato mais utilizado é o de perguntas simples e respostas fechadas, tendo de cinco a dez opções. Esse leque de opções produz uma grande e detalhada escala de frequência, o que é importante, pois os alimentos consumidos menos de uma vez por semana podem ter pouca representatividade no total de nutrientes consumidos, porém podem ser importantes para discriminar as categorias de indivíduos8. Dentre os estudos avaliados, onze descrevem que a frequência de consumo do QFA elaborado variou entre "diário", "semanal", "mensal" e "anual". Em alguns casos, as opções se restringiram a "semanal" e "mensal", e as opções de frequência variaram entre "zero" a "mais de doze vezes". Apenas dois artigos não informaram a frequência de consumo.

Quanto ao método de determinação das porções dos itens alimentares dos artigos revisados, oito (36,36%) aplicaram o método de Block30, cujas opções são "pequena", "média", "grande" e "extragrande", sendo a porção média considerada a porção de referência, estabelecida através da análise das opções de porções descritas nos inquéritos aplicados. Nesse aspecto, nove (40,90%) autores adotaram a porção média de consumo referida nos inquéritos, três (13,63%) utilizaram porções específicas para cada item alimentar, e dois (9,09%) não informaram o método utilizado.

Após a elaboração da lista, é recomendado que o instrumento seja testado em estudo-piloto para descartar os alimentos menos frequentes. Tal procedimento foi relatado em apenas 27,27% (n=6) dos artigos. Vale salientar que, se esse procedimento não for adequadamente conduzido, ele pode levar à exclusão de alimentos importantes devido ao fato de ignorar os alimentos com alta variabilidade interpessoal20. Nesse sentido, Willett32 sugere o desenvolvimento de uma lista longa de alimentos que são potenciais fontes de nutrientes para ser aplicada em estudo-piloto e só então a partir daí reduzi-la sistematicamente. Dentre os artigos que descreveram ter testado o QFA elaborado em estudo-piloto, três (50,00%) relataram necessidade de modificações, seja por exclusão, seja por inclusão de alguns itens.

Após elaboração do QFA, é recomendado que ele seja avaliado quanto a sua precisão através dos testes de validade e reprodutibilidade, porém dentre os 22 artigos analisados, apenas dez (45,45%) referiram ter testado a validade e/ou reprodutibilidade do QFA elaborado: cinco testaram a validade e a reprodutibilidade e os cinco restantes testaram apenas a validade.

A delimitação de idade do público-alvo ao qual o QFA se destina é um fator relevante a ser considerado, devido às diferenças de necessidades nutricionais existentes entre as faixas etárias, o que não foi observado em cinco (22,72%) QFA, uma vez que apresentaram faixas de idades muito amplas, incluindo crianças e/ou adultos e idosos: 1 a 80 anos29, 20 a 101 anos15, 20 a 75 anos19, 37 a 81 anos20 e 45 a 70 anos10. Ainda nesse aspecto, nove (40,90%) artigos não referiram a faixa de idade do público-alvo ou apenas citaram a idade média, e oito QFA (36,36%) foram destinados a uma população específica: crianças24,26, adolescentes23,25,28 e adultos12,16,18.

Quanto à aplicação dos questionários, pode ocorrer pessoalmente, como na grande maioria dos casos (20 QFA; 90,90%); por telefone, como descrito em Matarazzo et al.20; ou por e-mail, como realizado por Galante & Colli16. Os dois últimos casos, apesar de serem uma alternativa para redução de custos34, apresentam a limitação quanto à estimativa das porções5, o que também acontece com os QFA autoadministrados, como o elaborado por Galante & Colli16. Essa limitação é minimizada mediante entrevista, principalmente quando aplicada por um entrevistador treinado.

No que se refere ao período em o QFA se propõe a avaliar o consumo alimentar, apenas nove artigos (40,90%) descreveram-no: cinco (55,55%) avaliaram o consumo alimentar referente aos seis meses anteriores à entrevista, três (33,33%) avaliaram o período de um ano anterior à aplicação do QFA e um (11,11%) avaliou o mês anterior.

No que concerne ao público-alvo, 68,18% (n=15) dos QFA selecionados foram desenvolvidos para adultos e idosos: 45,45% (n=10) para esses indivíduos saudáveis e 22,72% (n=5) para portadores de doenças crônicas (excesso de peso, câncer ou osteoporose) desse grupo etário. Além daqueles voltados para adultos e idosos (68,18%), 27,27% (n=6) foram desenvolvidos para adolescentes e crianças saudáveis e 4,54% (n=1) para indivíduos de 1 a 80 anos, o que inclui todos os grupos etários.

Em se tratando de local de origem/aplicação, comparando-se as regiões que apresentaram QFA para suas populações, destacou-se a Região Sudeste (77,27%; n=17), com o estado de São Paulo com o maior número de QFA (54,54%; n=12) para diferentes populações. No outro extremo, destacou-se a Região Sul, a que menos apresentou QFA destinados a sua população, com apenas um exemplar (4,54% dos QFA do Brasil).

Os dados levantados nesta revisão revelaram que os a maioria dos QFA respeitaram critérios metodológicos para sua elaboração no que concerne à fonte para elaboração da lista (dados primários) e ao número de itens alimentares (entre 50 e 100). Por outro lado, poucos testaram o QFA em estudo-piloto, bem como poucos referiram teste de validação e/ou reprodutibilidade, além de ampla faixa etária do público-alvo do QFA, o que configura inadequação.

Aspectos como categorização da lista do questionário em termos de grupos alimentares, tipo de QFA e, consequentemente, frequência e tamanho das porções dependem do objetivo do estudo.

CONCLUSÃO

A revisão da literatura permitiu conhecer os QFA elaborados para a população brasileira e suas respectivas metodologias, público-alvo, bem como sua distribuição regional. Embora exista uma orientação em termos de proposta metodológica de elaboração aqui discutida, há ainda algum distanciamento em relação ao recomendado que deve ser observado pelos pesquisadores da área, mesmo com uma maioria de procedimentos aplicados em adequação aos métodos pressupostos.

Considerando o fato de que o Brasil é um país de grande extensão territorial e que, inclusive por isso, o padrão alimentar brasileiro é muito heterogêneo, devido às peculiaridades de cada região, o número de QFA encontrado é insuficiente. Esta conclusão torna-se ainda mais apropriada se aliada à demanda, às especificidades relativas à faixa etária, ao estado fisiológico e ao próprio objetivo do estudo. Portanto, trata-se de um aspecto de extrema relevância, cujo estudo deve ser incentivado pelas instituições de fomento à pesquisa.

AGRADECIMENTOS

A Coordenação de Aperfeiçoameno de Pessoal de Nível Superior pela concessão da bolsa de mestrado.

COLABORADORES

TA SILVA elaborou a ideia do artigo e o desenvolvimento da metodologia, realizou a revisão sistemática da literatura e participou efetivamente da redação do artigo. SML VASCONCELOS participou do desenvolvimento da ideia do artigo e da análise crítica da literatura, contribuiu significativamente com o modelo teórico definiu a estrutura do artigo e orientou o trabalho.

Recebido em: 8/2/2012

Versão final em: 26/7/2012

Aprovado em: 5/9/2012

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    Artigo elaborado a partir da dissertação de TA SILVA, intitulada "Elaboração, validação e reprodutibilidade de um questionário de frequência alimentar para hipertensos e/ou diabéticos". Universidade Federal de Alagoas; 2012.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Dez 2012
    • Data do Fascículo
      Dez 2012

    Histórico

    • Recebido
      08 Fev 2012
    • Aceito
      05 Set 2012
    • Revisado
      26 Jul 2012
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