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Crescimento da base craniana nos diferentes tipos faciais nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I, II e III: Parte 2 (Crescimento médio de Ba-Na, CC-Na e CC-Ba)

Cranial base growth in different facial types in Class I, II and III orthopedic maxillomandibular relationship: Part 2 (Mean growth of Ba-Na, CC-Na and CC-Ba)

Resumos

OBJETIVO: este estudo retrospectivo avaliou o crescimento médio da base craniana nos diferentes tipos faciais e de relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos.METODOLOGIA: uma amostra aleatória de 300 pacientes brasileiros leucodermas (131 do gênero masculino, 169 do gênero feminino), com idade média inicial de 10 anos e 2 meses (dentadura mista) e final de 14 anos e 8 meses (segundos molares em oclusão) e tempo médio de observação de 4 anos e 5 meses, foi selecionada em uma clínica particular, em São Paulo, Brasil. Havia 118 Classe I, 151 Classe II e 31 Classe III. Todas as 600 radiografias cefalométricas laterais foram obtidas no mesmo aparelho de raios-x. As análises de Ricketts e Schwarz modificadas por Faltin foram usadas. As medidas lineares (Ba-Na, CC-Na e CC-Ba) foram feitas manualmente pelo mesmo examinador em T1 e T2. Os relacionamentos foram estudados juntos e separadamente, considerando tipo facial e gênero. O teste t-pareado e ANOVA foram aplicados. RESULTADOS E CONCLUSÕES: o tipo facial retrovertido cresceu significantemente mais em CC-Na na Classe II, sendo a sua correção desfavorável no gênero feminino; com tendência favorável na Classe III e crescimento dentro do esperado na Classe I. O neutrovertido cresceu significantemente mais em CC-Na nas Classes I e II, sendo desfavorável na Classe II; com crescimento eqüitativo de CC-Na e CC-Ba na Classe III e levemente acima do esperado na Classe I. O provertido teve crescimento eqüitativo em todas as Classes, sendo significantemente favorável na Classe II mandibular; com tendência favorável na Classe III e crescimento médio acima do esperado na Classe I.

Base craniana; Tipos faciais; Relacionamento maxilomandibular ortopédico


AIM: This retrospective study evaluated the cranial base mean growth in different facial types and orthopedic maxillomandibular relationship. METHODS: A random sample of 300 Brazilian Caucasian patients (131 males, 169 females), initial and final mean age (10 years 2 months-mixed dentition; 14 years 8 months-second molar occlusion) and mean observation time (4 years 5 months) was selected at a private clinic in São Paulo. There were 118 Class I; 151 Class II and 31 Class III. All 600 lateral cephalometric radiographs were taken using the same x-rays equipment. Ricketts and Schwarz analyses modified by Faltin were used. The same examiner performed manually the linear measures (Ba-Na, CC-Na and CC-Ba) in T1 and T2. All Classes were studied together and separately considering facial type and gender. Paired t-test and ANOVA were carried out. RESULTS AND CONCLUSIONS: The retroversion facial type grew significantly more in CC-Na in Class II, being unfavorable to Class II correction in females; with favorable tendency in Class III and an expecting growth in Class I. Neutroversion grew significantly more in CC-Na in Class I and II, being unfavorable in Class II; it had equitable growth of CC-Na and CC-Ba in Class III and it had considerably greater mean growth than the retroversion in Class I. Proversion had CC-Na and CC-Ba equitable growth in all Classes, it was significantly favorable in mandibular Class II; favorable tendency in mandibular Class III and it had the greatest mean growth in Class I.

Cranial base; Facial types; Orthopedic maxillomandibular relationship


ARTIGO INÉDITO

Crescimento da base craniana nos diferentes tipos faciais nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I, II e III. Parte 2 (Crescimento médio de Ba-Na, CC-Na e CC-Ba)

Cranial base growth in different facial types in Class I, II and III orthopedic maxillomandibular relationship. Part 2 (Mean growth of Ba-Na, CC-Na and CC-Ba)

Lucelma Vilela PieriI; Kurt Faltin JuniorII; Cristina Lúcia Feijó OrtolaniIII; Rolf Marçon FaltinIV; Márcia Aparecida Alves de AlmeidaV

IEspecialista em Ortodontia-Ortopedia Facial (APCD S.J. Rio Preto). Mestre em Ortodontia (UNIP-SP)

IIEspecialista em Ortodontia-Ortopedia Facial. Pós-graduado e Doutorado em Ortopedia Maxilar pela Universidade de Bonn, Alemanha. Professor Titular do Curso de Especialização e Mestrado em Ortodontia-Ortopedia Facial (UNIP-SP). Professor convidado do Departamento de Ortopedia Facial da Universidade de Ulm, Alemanha

IIIEspecialista em Ortodontia-Ortopedia Facial (UNIP-SP). Mestre e Doutora em Diagnóstico Bucal (FOUSP-SP). Professora de Graduação, Especialização e Mestrado em Ortodontia-Ortopedia Facial da UNIP (Campinas/São Paulo)

IVEspecialista em Ortodontia-Ortopedia Facial. Mestre em Biologia Celular e Tecidual pela FOUSP-SP. Doutor em Ortopedia Maxilar pela Universidade de Ulm-Alemanha. Professor Adjunto do Departamento de Ortodontia-Ortopedia Facial (UNIP-SP)

VEspecialista e Mestranda em Ortodontia-Ortopedia Facial (UNIP-SP). Professora Assistente do Curso de Especialização em Ortodontia-Ortopedia Facial (UNIP-SP)

Endereço de correspondência Endereço de correspondência: Lucelma Vilela Pieri Rua Franklin Martins, 1643 CEP: 14.400-210 - Franca/SP E-mail: lucelmapieri@ortodontista.com.br

RESUMO

OBJETIVO: este estudo retrospectivo avaliou o crescimento médio da base craniana nos diferentes tipos faciais e de relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos.

METODOLOGIA: uma amostra aleatória de 300 pacientes brasileiros leucodermas (131 do gênero masculino, 169 do gênero feminino), com idade média inicial de 10 anos e 2 meses (dentadura mista) e final de 14 anos e 8 meses (segundos molares em oclusão) e tempo médio de observação de 4 anos e 5 meses, foi selecionada em uma clínica particular, em São Paulo, Brasil. Havia 118 Classe I, 151 Classe II e 31 Classe III. Todas as 600 radiografias cefalométricas laterais foram obtidas no mesmo aparelho de raios-x. As análises de Ricketts e Schwarz modificadas por Faltin foram usadas. As medidas lineares (Ba-Na, CC-Na e CC-Ba) foram feitas manualmente pelo mesmo examinador em T1 e T2. Os relacionamentos foram estudados juntos e separadamente, considerando tipo facial e gênero. O teste t-pareado e ANOVA foram aplicados.

RESULTADOS E CONCLUSÕES: o tipo facial retrovertido cresceu significantemente mais em CC-Na na Classe II, sendo a sua correção desfavorável no gênero feminino; com tendência favorável na Classe III e crescimento dentro do esperado na Classe I. O neutrovertido cresceu significantemente mais em CC-Na nas Classes I e II, sendo desfavorável na Classe II; com crescimento eqüitativo de CC-Na e CC-Ba na Classe III e levemente acima do esperado na Classe I. O provertido teve crescimento eqüitativo em todas as Classes, sendo significantemente favorável na Classe II mandibular; com tendência favorável na Classe III e crescimento médio acima do esperado na Classe I.

Palavras-chave: Base craniana, crescimento. Tipos faciais. Relacionamento maxilomandibular ortopédico.

ABSTRACT

AIM: This retrospective study evaluated the cranial base mean growth in different facial types and orthopedic maxillomandibular relationship.

METHODS: A random sample of 300 Brazilian Caucasian patients (131 males, 169 females), initial and final mean age (10 years 2 months-mixed dentition; 14 years 8 months-second molar occlusion) and mean observation time (4 years 5 months) was selected at a private clinic in São Paulo. There were 118 Class I; 151 Class II and 31 Class III. All 600 lateral cephalometric radiographs were taken using the same x-rays equipment. Ricketts and Schwarz analyses modified by Faltin were used. The same examiner performed manually the linear measures (Ba-Na, CC-Na and CC-Ba) in T1 and T2. All Classes were studied together and separately considering facial type and gender. Paired t-test and ANOVA were carried out.

RESULTS AND CONCLUSIONS: The retroversion facial type grew significantly more in CC-Na in Class II, being unfavorable to Class II correction in females; with favorable tendency in Class III and an expecting growth in Class I. Neutroversion grew significantly more in CC-Na in Class I and II, being unfavorable in Class II; it had equitable growth of CC-Na and CC-Ba in Class III and it had considerably greater mean growth than the retroversion in Class I. Proversion had CC-Na and CC-Ba equitable growth in all Classes, it was significantly favorable in mandibular Class II; favorable tendency in mandibular Class III and it had the greatest mean growth in Class I.

Key words: Cranial base, growth. Facial types. Orthopedic maxillomandibular relationship.

INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA

A base craniana, no seu crescimento, afeta ambas as regiões da cabeça, o crânio e a face, com a sincondrose esfenoccipital sendo um centro importante de crescimento, exercendo influência no crescimento da maxila e da mandíbula. Tem influência, portanto, sobre o grau de prognatismo total da face, no estabelecimento da relação ântero-posterior da maxila com a mandíbula e sobre a oclusão.

Uma vez que o crescimento e o desenvolvimento da base craniana e da face estão intimamente relacionados, a base craniana tem sido de interesse para muitos pesquisadores.

Segundo Björk1, a base craniana é essencialmente desenvolvida do condrocrânio e a sua forma durante o período de desenvolvimento tardio do estágio pré-natal pode variar consideravelmente, com uma tendência para tornar-se plana, que vai até a época do nascimento. Depois, durante os primeiros anos da infância, ocorre uma flexão gradual, que continua até aproximadamente os 10 anos de idade, quando normalmente ela já alcançou sua forma definitiva e a abóbada craniana já atingiu praticamente o seu volume total. Em 1958, Scott25 afirmou que ela cresce mais rapidamente da décima quarta à trigésima segunda semana de vida fetal, com um período de crescimento menos rápido durante os últimos dois meses, com um segundo surto durante os primeiros anos após o nascimento e uma queda gradual após o sétimo ano. Segundo Ford6, a base craniana tem, como um todo, uma taxa de crescimento intermediária entre as taxas esquelética geral e neural, porém, regionalmente, do násio ao forame cego e da sela túrsica ao básio, tem uma taxa de crescimento esquelética geral. Enquanto, do forame cego à sela e da margem anterior à margem posterior do forame magno, tem uma taxa de crescimento neural. Stramrud26 relatou que, o crescimento da base craniana anterior em comprimento, na sua porção externa da sela ao násio, mostra um aumento relativamente marcado até 7 anos de idade e depois um aumento quase linear até a idade adulta, com o násio se movendo para anterior. Porém, individualmente, o násio pode subir ou descer durante o crescimento, movendo-se para cima quando há deflexão extensiva da base craniana interna e para baixo quando ela se torna plana.

Já em 1955, Ricketts18 relatou que a área da base craniana tem uma influência importante sobre o prognatismo facial total e no estabelecimento da relação ântero-posterior da maxila com a mandíbula.

James10 e Hopkin et al.9 afirmaram haver um aumento significativo e progressivo para todas as dimensões da base craniana da má oclusão de Classe III para a de Classe I (controle) e para a de Classe II.

Segundo Melsen13; Thilander, Ingervall27 e Nakamura et al.16,17, o fechamento da sincondrose occipital ocorre até os 20 anos de idade. Segundo Krogman (1930, apud MELSEN13, 1969), no período entre a erupção dos segundos e terceiros molares permanentes. Para Melsen13, após a erupção de todos os caninos permanentes, pré-molares e segundos molares permanentes.

Roche e Lewis23 acharam que o alongamento total médio de Ba-Na dos 9,5 aos 17,5 anos de idade foi maior para indivíduos do gênero masculino do que para o feminino. Henneberke e Prahl-Andersen8 afirmaram que as médias para o gênero masculino foram significativamente maiores que as para o feminino. Segundo Lewis et al.12, o primeiro pico da puberdade tendeu a ocorrer aproximadamente um ano e meio antes para indivíduos do gênero feminino do que para os do gênero masculino. Uma vez que, segundo Ricketts20, a Classe II piora com a idade, Franchi et al.7 mostraram que mudanças maiores no crescimento mandibular em correspondência de um estágio específico de maturação vertebral cervical (estágio 3 ao 4) representam o período mais favorável para a correção de deficiências mandibulares, porque ele inclui a porção ascendente da aceleração do crescimento da puberdade com maior resposta biológica da cartilagem mandibular.

Em 1991, Moyers15 afirmou que o crescimento da base craniana é obtido por meio de um equilíbrio complexo entre o crescimento sutural, o alongamento das sincondroses, um extensivo deslizamento cortical e remodelação com o crescimento do assoalho craniano, tendo efeito direto no posicionamento da mandíbula e região média da face, sendo esta a mais estável de todas as partes do esqueleto craniofacial e a menos afetada por influências externas, tais como função neuromuscular alterada e tratamento ortodôntico. Portanto, dispondo do menor crescimento compensatório relativo ao crânio visceral do que outras estruturas craniofaciais.

Em 1975, Ricketts19 admitiu que seu grande erro foi ter aceitado a base craniana anterior como referência para ambos, descrição morfológica e crescimento, uma vez que a mandíbula não é diretamente relacionada com a base craniana anterior (S-Na). Depois, voltou para o plano Horizontal de Frankfurt e plano Básio-Násio para orientação interpretativa mais sensata. Posteriormente, em 1989, Ricketts21 afirmou que o plano Básio-Násio era confiável, já que o crescimento da base craniana continuava praticamente normal, mantendo suas proporções, mesmo naqueles casos de síndromes. Em 2000, Jünger et al.11 mostraram que a base craniana relacionada com parâmetros ântero-posteriores não reflete necessariamente a anomalia dentofacial, pois os ângulos SNA e SNB nunca descrevem com certeza a relação entre as bases da maxila e mandíbula, representando um espectro de variações do normal. Assim, o plano horizontal de Frankfurt (FH) não pode ser substituído pela base craniana anterior (S-Na) como uma linha de referência nas medidas ântero-posteriores. Em 2001, Rothstein e Phan24 acharam que medidas angulares envolvendo S, Na, ponto A, ponto B e Pg (pogônio) são úteis somente quando a posição de Na é conhecida.

Em 1993, Enlow3 afirmou que o que acontece na base do crânio afeta, e muito, a estrutura, a dimensão, os ângulos e o posicionamento das várias partes da face, isto devido ao crânio ser a base sobre a qual a face se desenvolve. Assim, a natureza básica entre (1) a forma do cérebro, (2) o perfil facial, e (3) o tipo oclusal causa uma predisposição para os tipos faciais e para as más oclusões características entre diferentes tipos de populações.

Segundo Faltin Jr.4, no sentido vertical, a harmonia facial individual, respeitando os tipos faciais básicos de Ricketts, é realizada através da relação inversa existente entre o ângulo do eixo facial (90 ± 3º) e os ângulos da altura facial total (60 ± 3º) e da altura da dentição (45 ± 3º). A Ortodontia-Ortopedia Facial atual não aceita mais valores absolutos de normalidade ou padrões considerados normais, já que cada indivíduo apresenta uma arquitetura facial própria, sendo estes procedimentos especialmente necessários na população brasileira, em que existe uma grande miscigenação racial. Ainda, segundo Faltin Jr.4, a harmonia facial é expressa por uma combinação de normas flutuantes de ângulos e proporções. Cotrim-Ferreira2, avaliando S-Na em pacientes de 5 a 9 anos, achou que o tipo facial braquifacial tem maior potencial de crescimento que o tipo facial dolicofacial. As médias dos dolicofaciais foram menores do que as dos normofaciais e estas menores que as dos braquifaciais, sendo estatisticamente significantes somente para indivíduos do gênero feminino.

James10 e Hopkin et al.9 afirmaram haver um aumento significativo e progressivo para todas as dimensões da base craniana da má oclusão Classe III para a Classe I (controle) e para a Classe II. Wilhelm et al.28 afirmaram que os padrões de crescimento da base craniana são similares para indivíduos com más oclusões esqueléticas de Classe I e Classe II.

Este estudo retrospectivo teve como objetivo avaliar o crescimento médio da base craniana nos diferentes tipos faciais nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I, II e III através das medidas lineares Ba-Na, CC-Na e CC-Ba com a amostragem total e subdividida por gênero.

MATERIAL E MÉTODOS

A amostra de 300 pacientes leucodermas brasileiros (131 do gênero masculino, 169 do gênero feminino), com relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos (118 Classe I, 151 Classe II e 31 Classe III), idade média inicial de 10 anos e 2 meses e final de 14 anos e 8 meses, com tempo médio de observação de 4 anos e 5 meses, os quais se apresentavam em T1 na dentadura mista, período esse visualizado na radiografia panorâmica, e em T2 na dentadura permanente com os segundos molares permanentes em oclusão, visualizado na telerradiografia obtida em norma lateral na posição de máxima intercuspidação dentária, foi selecionada aleatoriamente de 1.400 pacientes, que fazem parte do arquivo da clínica particular de um dos autores na cidade de São Paulo-Brasil (Tab. 1).

Todas as 600 radiografias cefalométricas laterais foram obtidas a partir do mesmo aparelho de raios-x e com magnificação de 10%. As análises cefalométricas de Ricketts22 e Schwarz, as quais foram modificadas por Faltin, Faltin et al.5, através de suas linhas e planos (Fig. 1), determinaram os tipos faciais (Retrovertido, neutrovertido e provertido) (Fig. 2) e de relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos no sentido ântero-posterior (Classe I, II e III) (Fig. 3), respectivamente.




A determinação dos tipos faciais e de relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos, assim como as medidas lineares Ba-Na, CC-Na e CC-Ba (Fig. 4) foram feitas, manualmente, pelo mesmo examinador uma única vez, em T1 e T2. Depois, estas medidas lineares foram submetidas a um tratamento estatístico.


Análise estatística

Para verificar a diferença entre o crescimento médio de CC-Na e CC-Ba por tipo facial e de relacionamento maxilomandibular ortopédico, as médias e os desvios-padrão foram feitos para as duas medidas e também para a diferença entre elas, utilizando-se um Intervalo de Confiança (IC) com 95% para as médias. Foi verificado se existia diferença significativa entre o crescimento médio de CC-Na e CC-Ba pelo teste t-pareado, o qual leva em consideração que as duas medidas (T2 e T1) foram feitas no mesmo paciente.

Nas demais análises, o teste de Levene foi utilizado para testar a homogeneidade das variâncias dos grupos.

Existiu homogeneidade quanto à idade média inicial e final dos grupos: 10 anos e 2 meses e 14 anos e 7 meses para o gênero masculino, respectivamente, e 10 anos e 3 meses e 14 anos e 8 meses para o feminino, respectivamente. O mesmo ocorreu com o tempo médio de observação, que foi de 4 anos e 4 meses e de 4 anos e 7 meses, respectivamente, para os gêneros masculino e feminino.

Depois utilizou-se a ANOVA para verificar se existia diferença significante entre as médias (crescimento médio) de Ba-Na, CC-Na e CC-Ba. As Comparações Múltiplas pelo Método de Tukey foram usadas para verificar se existia diferença significante entre os tipos faciais e gênero.

RESULTADOS

Diferença entre o crescimento médio de CC-Na e CC-Ba por tipo facial e de relacionamento maxilomandibular ortopédico

No tipo facial retrovertido, apenas no relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe II, pelo teste t-pareado (p = 0,009), existiu diferença significante entre o crescimento médio de CC-Na e CC-Ba, no qual CC-Na cresceu 1 ± 2,5mm mais que CC-Ba; o que não ocorreu nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I (p = 0,110) e III (p = 0,115) (Tab. 2, Gráf. 1, 2, 3).




No tipo facial neutrovertido, apenas nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I (p = 0,048) e II (p = 0,009), pelo teste t-pareado, existiu diferença significante entre o crescimento médio de CC-Na e CC-Ba, nos quais CC-Na cresceu 0,7 ± 2,5mm e 0,9 ± 2,3mm mais que CC-Ba, respectivamente. O relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe III obteve p = 0,965 (Tab. 3, 4, Gráf. 4, 5, 6).




Para o tipo facial provertido, nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I (p = 1, ou seja, médias de CC-Na e CC-Ba foram exatamente iguais), Classe II (p = 0,054) e Classe III (p = 0,533) não houve diferença significante entre o crescimento médio de CC-Na e CC-Ba pelo teste t-pareado. (Gráf. 7, 8, 9).




Análise dos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos junto com a amostragem subdividida em tipos faciais

Para Ba-Na, CC-Na e CC-Ba, pelo teste de Levene, o nível descritivo foi 0,057; 0,747 e 0,372, respectivamente. Portanto, não existiu diferença significante entre a variabilidade (desvios-padrão) dos diversos grupos.

Para Ba-Na, CC-Na e CC-Ba, pela Análise de Variância, não existiram diferenças significantes entre os tipos de relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos e nem entre os tipos faciais. Não existiu interação significante entre os fatores Classe e Tipo Facial, ou seja, a diferença entre a média das três Classes de relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos foi igual nos três tipos faciais.

Análise por Classe de relacionamento maxilomandibular ortopédico com a amostragem subdividida em tipos faciais

Não existiram diferenças significantes entre as variabilidades (desvios-padrão) dos diversos grupos, para o nível descritivo de Ba-Na (Classe I = 0,300, Classe II = 0,613 e Classe III = 0,080); CC-Na (Classe I = 0,479, Classe II = 0,701 e Classe III = 0,227) e CC-Ba (Classe I = 0,944, Classe II = 0,943 e Classe III = 0,083).

Não existiram diferenças significantes entre as médias dos tipos faciais em nenhum relacionamento maxilomandibular ortopédico para as medidas lineares Ba-Na na Classe I (p = 0,096), Classe II (p = 0,075) e Classe III (p = 0,302); CC-Na na Classe I (p = 0,132), Classe II (p = 0,724) e Classe III (p = 0,832); e CC-Ba na Classe I (p = 0,121), Classe II (p = 0,195) e Classe III (p = 0,105).

Análise por Classe de relacionamento maxilomandibular ortopédico correlacionando gênero e tipo facial

No nível descritivo para Ba-Na (Classe I = 0,346, Classe II = 0,020 e Classe III = 0,443); CC-Na (Classe I = 0,508, Classe II = 0,093 e Classe III = 0,583) e CC-Ba (Classe I = 0,221, Classe II = 0,597 e Classe III = 0,180) não existiram diferenças significantes entre as variabilidades (desvios-padrão) dos diversos grupos, ou seja, a diferença entre as médias dos dois gêneros foi igual nos três tipos faciais, isto em cada relacionamento maxilomandibular ortopédico (Classe I, II e III).

Ba-Na (Base craniana total)

Tipo facial - existiu diferença significante entre os tipos faciais somente no relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe I, neste a média do grupo provertido (6,8 ± 3,8mm) foi significantemente maior que as dos grupos neutrovertido (5,3 ± 2,9mm) e retrovertido (5,2 ± 2,8mm), isto comprovado pelas Comparações Múltiplas pelo método de Tukey ao nível descritivo de 0,0497 e 0,0248, respectivamente (Tab. 5).

Gênero e tipo facial - existiu interação destes fatores somente no relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe II, neste a média do grupo masculino/provertido (7,7 ± 2,5mm) foi significantemente maior que as dos grupos feminino/retrovertido (4,3 ± 1,7mm) ao nível descritivo de 0,0005 e feminino/provertido (5,1 ± 1,9mm) de 0,0178 pelas Comparações Múltiplas pelo método de Tukey (Tab. 6, Gráf. 10).


Gênero - pela Análise de Variância, existiu diferença significante entre os gêneros somente nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classes I e II, nestes as médias para o gênero masculino (7,3 ± 3,3mm; 4,6 ± 2,5mm) foram significantemente maiores que as do feminino (6,6 ± 3,1mm; 5,1 ± 2,0mm) ao nível descritivo de 0,000 e 0,003, p < 0,05, respectivamente.

CC-Na (Base craniana anterior)

Tipo facial - não existiu diferença significante entre as médias dos tipos faciais em nenhum dos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos. No relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe I, a média de CC-Na para o tipo facial provertido (3,2 ± 2,1mm) foi maior que a do retrovertido (2,3 ± 1,7mm), porém não foi uma diferença significante (p = 0,0537).

Gênero e tipo facial - não existiu interação destes fatores em nenhum dos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos.

Gênero - existiu diferença significante entre os gêneros somente nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I e II, nestes as médias para o gênero masculino (3,8 ± 1,9mm; 4 ± 2,5mm) foram significantemente maiores que as para o feminino (2,2 ± 1,5mm; 2,9 ± 1,6mm) ao nível descritivo de 0,000 e 0,007, p < 0,05, respectivamente.

CC-Ba (Base craniana posterior)

Tipo facial - não existiu diferença significante entre as médias de CC-Ba para os tipos faciais em nenhum dos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos quando este fator foi considerado sozinho.

Gênero e tipo facial - existiu interação significante destes fatores somente no relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe II, neste o grupo masculino/provertido (3,4 ± 1,3mm) obteve média significantemente maior que o grupo feminino/retrovertido (1,8 ± 1,3mm), ao nível descritivo de 0,0057, p < 0,05 (Tab. 7, Gráf. 11).


Gênero - existiu diferença significante entre os gêneros somente nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I e II, nestes as médias para o gênero masculino (3,2 ± 2,2mm; 2,7 ± 1,6mm) foram significantemente maiores que para o feminino (2,4 ± 1,6mm; 2,2 ± 1,5mm) ao nível descritivo de 0,025 e 0,031, p < 0,05, respectivamente.

O crescimento médio da base craniana (T2-T1) pode ser observado nas superposições dos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I, II e III em cada tipo facial sobre o plano Ba-Na em CC (Fig. 5) e também considerando-se o gênero (Fig. 6). As médias e desvios-padrão para CC-Na e CC-Ba encontram-se nas tabelas 8 e 9.



O crescimento médio esperado (médias de crescimento esperadas) no tempo médio de observação de 4 anos e 5 meses, baseado no crescimento médio anual (média de variação anual para CC-Na, CC-Ba e Ba-Na) para os 300 pacientes foi:

1) CC-Na (2,3mm total, 4mm para o gênero masculino e 2,7mm para o feminino).

2) CC-Ba (2,9mm total, 3,4mm para o gênero masculino e 2,4mm para o feminino).

3) Ba-Na (6,3mm total, 7,8mm para o gênero masculino e 5,1mm para o feminino).

Estas médias de crescimento esperadas podem ser comparadas com os valores medidos apresentados nas tabelas 8 e 9.

DISCUSSÃO

A idade mínima em T1 foi de 7,1 anos para os dois gêneros. Na segunda observação desta pesquisa, T2, a idade média final dos pacientes foi de 14 anos e 8 meses, tendo idade máxima de 17,8 para o gênero feminino e 17,9 anos para o masculino, com os segundos molares permanentes em oclusão. Portanto, segundo Melsen14; Thilander, Ingervall27; Nakamura et al.16,17; Krogman (1930, apud MELSEN13, 1969) e Melsen13, significa que o crescimento craniofacial destes pacientes, na sua maior parte, já tinha ocorrido.

Segundo Ricketts22, o plano Básio-Násio era confiável, já que o crescimento da base craniana continuava praticamente normal, mantendo suas proporções, mesmo naqueles casos de síndromes. Daí a razão para o uso do plano Básio-Násio como representação da base craniana nesta pesquisa.

Moyers15 afirmou que a base craniana era a mais estável de todas as partes do esqueleto craniofacial e a menos afetada por influências externas, tais como função neuromuscular alterada e tratamento ortodôntico. Por isto, na seleção da amostra desta pesquisa não importava o tipo de tratamento dos pacientes, uma vez que o tratamento não interfere no crescimento da mesma.

Esta pesquisa investigou o crescimento médio da base craniana nos diferentes tipos faciais nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I, II e III.

Diferença entre o crescimento médio de CC-Na e CC-Ba por tipo facial e de relacionamento maxilomandibular ortopédico

O tipo facial retrovertido mostrou-se significativamente desfavorável à correção do relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe II (retrognatismo mandibular e/ou prognatismo da maxila); tendência favorável para a correção do relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe III e crescimento eqüitativo e dentro do esperado no de Classe I.

O tipo facial neutrovertido mostrou-se desfavorável à correção do relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe II; com crescimento eqüitativo de CC-Na e CC-Ba na Classe III, com tendência favorável à correção de retrognatismo da maxila e crescimento levemente acima do esperado na Classe I.

No tipo facial provertido, nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I, II e III, não existiram diferenças significativas entre o crescimento médio de CC-Na e CC-Ba, chegando a ser exatamente iguais no de Classe III, portanto, tendo bom potencial de crescimento.

Análise dos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos junto com a amostragem subdividida em tipos faciais

Para Ba-Na, CC-Na e CC-Ba não existiu diferença significativa entre os tipos de relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos e nem entre os tipos faciais. Este achado discorda de James10 e Hopkin et al.9, que afirmaram haver um aumento significativo e progressivo para todas as dimensões da base craniana da má oclusão de Classe III para a de Classe I (controle) e para a de Classe II.

Análise por Classe de relacionamento maxilomandibular ortopédico com a amostragem subdividida em tipos faciais

Para Ba-Na, CC-Na e CC-Ba não existiu diferença significativa entre os tipos de relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos e nem entre os tipos faciais.

Análise por Classe de relacionamento maxilomandibular ortopédico correlacionando gênero e tipo facial

Ba-Na (Base craniana total)

Tipo facial - o provertido cresceu significantemente mais que os grupos neutrovertido e retrovertido no relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe I, mostrando o grande potencial de crescimento deste tipo facial no relacionamento de Classe I.

Os relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I e II, considerando os três tipos faciais juntos, cresceram exatamente iguais (5,7mm), portanto, concorda com Wilhelm et al.28, que afirmaram que os padrões de crescimento da base craniana são similares para indivíduos com más oclusões esqueléticas de Classe I e Classe II.

Tipo facial e gênero - o grupo masculino/provertido cresceu significantemente mais que os grupos feminino/provertido e feminino/retrovertido no relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe II. Concorda com Cotrim-Ferreira2, avaliando S-Na, que o tipo facial braquifacial tem maior potencial de crescimento que o tipo facial dolicofacial. Portanto, os indivíduos do gênero masculino com o tipo facial provertido tendo um bom potencial de crescimento têm um prognóstico favorável à correção do relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe II mandibular e de Classe III maxilar, o inverso é válido para os do gênero feminino com o tipo facial retrovertido.

Gênero - indivíduos do gênero masculino obtiveram médias significantemente maiores que o feminino nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I e II. Concorda com os achados de Roche e Lewis23, que afirmaram que o alongamento total médio de Ba-Na dos 9,5 aos 17,5 anos de idade foi maior para o gênero masculino do que para o feminino. Também concorda com Henneberke e Prahl-Andersen8, cujas médias para o gênero masculino foram significativamente maiores que as para o feminino.

CC-Na (Base craniana anterior)

Tipo facial – no relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe I, o provertido mostrou o seu maior potencial de crescimento em relação ao retrovertido, embora a diferença não seja significante.

Gênero e tipo facial - em nenhum relacionamento maxilomandibular ortopédico existiu interação dos fatores gênero e tipo facial, ou seja não houve diferenças significativas entre o crescimento médio considerando o gênero e tipo facial quando os grupos foram comparados dois a dois em cada tipo de relacionamento maxilomandibular ortopédico.

Gênero - indivíduos do gênero masculino obtiveram médias significantemente maiores que o feminino nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I e II. Similarmente, Roche e Lewis22, Henneberke e Prahl-Andersen8, usando S-Na como base craniana anterior, também encontraram médias maiores para o gênero masculino. Discorda de Cotrim-Ferreira2 que, medindo similarmente S-Na em telerradiografias em norma lateral, em pacientes de 5 a 9 anos, achou que as médias dos dolicofaciais foram menores que as dos normofaciais e estes menores que as dos braquifaciais, sendo estatisticamente significantes somente para indivíduos do gênero feminino. Sugere que o gênero feminino está mais propenso ao relacionamento maxilomandibular de Classe II maxilar, que concorda com Cotrim-Ferreira2.

Embora, não existisse diferença significativa entre os gêneros no relacionamento maxilomandibular de Classe III, este mostrou tendência favorável à correção do relacionamento maxilomandibular de Classe III maxilar apenas para indivíduos do gênero feminino, que crescem menos por menos tempo.

CC-Ba (Base craniana posterior)

Tipo facial - não existiu diferença significante entre os tipos faciais em nenhum dos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos quando este fator foi considerado sozinho.

Gênero e tipo facial - o grupo masculino/provertido cresceu significantemente mais que o grupo feminino/retrovertido no relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe II, porém o feminino/retrovertido teve seu crescimento médio esperado. É preocupante para o grupo feminino/retrovertido com retrognatismo mandibular, uma vez que indivíduos do gênero feminino crescem menos e por um período de tempo menor, pois segundo Lewis et al.12 o primeiro pico da puberdade tendeu a ocorrer aproximadamente um ano e meio antes para os indivíduos do gênero feminino do que para os do masculino. Segundo Ricketts20 a Classe II piora com a idade. Mas Franchi et al.7 mostraram que mudanças maiores no crescimento mandibular em correspondência de um estágio específico de maturação vertebral cervical (estágio 3 ao 4) representam o período mais favorável para a correção de deficiências mandibulares, porque ele inclui a porção ascendente da aceleração do crescimento da puberdade com maior resposta biológica da cartilagem mandibular. Portanto, é necessário fazer um bom diagnóstico e tratar as deficiências mandibulares na curva ascendente para a puberdade, e estar atento aos pacientes do gênero feminino com tipo facial retrovertido, para não perderem este período precioso e único para a sua correção. Contrariamente, o masculino/provertido tem um bom prognóstico para a correção de relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe II mandibular.

Gênero - indivíduos do gênero masculino obtiveram médias significantemente maiores que o feminino nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I e II, que concorda com os achados de Roche, Lewis23; Henneberke e Prahl-Andersen8, usando S-Ba como base craniana posterior.

CONCLUSÕES

1) O tipo facial retrovertido cresceu significantemente mais em CC-Na no relacionamento maxilomandibular ortopédico de Classe II, mostrou-se significantemente desfavorável à correção de Classe II maxilar e mandibular, principalmente para o gênero feminino. Porém, neste gênero, obteve o crescimento médio de CC-Ba praticamente dentro do esperado. No de Classe III, mostrou tendência favorável à correção de Classe III maxilar e mandibular apenas para o feminino. No de Classe I, obteve o crescimento médio dentro do esperado.

2) O tipo facial neutrovertido, cresceu significantemente mais em CC-Na nos relacionamentos maxilomandibulares ortopédicos de Classe I e II, mostrou-se significantemente desfavorável à correção de Classe II, tendência desfavorável à correção de Classe II maxilar e favorável à de Classe II mandibular somente para o gênero feminino. No de Classe III, mostrou crescimento eqüitativo de CC-Na e CC-Ba e tendência favorável à correção de Classe III maxilar apenas para o feminino. No de Classe I, obteve crescimento médio levemente superior ao esperado.

3) O tipo facial provertido mostrou crescimento eqüitativo de CC-Na e CC-Ba. Mostrou-se significantemente favorável à correção da Classe II mandibular para o gênero masculino e tendência favorável para o feminino. No de Classe III, mostrou tendência favorável à correção de Classe III mandibular. Ainda, mostrou tendência favorável à correção de Classe III maxilar apenas para o gênero feminino. No de Classe I, obteve o crescimento médio superior ao esperado.

Enviado em: setembro de 2004

Revisado e aceito: maio de 2005

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  • Endereço de correspondência:

    Lucelma Vilela Pieri
    Rua Franklin Martins, 1643
    CEP: 14.400-210 - Franca/SP
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      26 Abr 2007
    • Data do Fascículo
      Abr 2007

    Histórico

    • Aceito
      Maio 2005
    • Recebido
      Set 2004
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