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Avaliação clínica e radiográfica da influência do fenobarbital (Gardenal®) na movimentação ortodôntica: estudo em coelhos

Clinical and radiographic evaluation of phenobarbital (Gardenal®) influence on orthodontic movement: a study in rabbits

Resumos

OBJETIVO: Deste estudo foi avaliar clínica e radiograficamente a influência do Fenobarbital na movimentação ortodôntica. METODOLOGIA: Foram utilizados 22 coelhos da raça Nova Zelândia (Oryctolagus cuniculus), distribuídos em três grupos: normal (N), controle (C) e experimental (E). O grupo N (n=2) não foi tratado, apenas certificada a condição de normalidade. Nos grupos C (n=10) e E (n=10), foi montado aparelho ortodôntico entre os primeiros molares e incisivos inferiores para promover a movimentação para mesial dos molares. No grupo E, foi administrado conjuntamente à movimentação dentária induzida, o medicamento Fenobarbial. Após os períodos de 7 e 14 dias os animais foram sacrificados para análise clínica e radiográfica. CONCLUSÕES: Os resultados demonstraram não haver diferenças na extensão do movimento nem alterações radiográficas entre os animais do grupo controle e experimental.

Movimentação dentária; Medicamentos; Ortodontia


The objective of the present study was to evaluate the clinical and radiographic phenobarbital influence on orthodontic movement. 22 New Zealand rabbits (Oryctolagus cuniculus) have been used for study, all divided into three groups: N = normal rabbits; C = control rabbits; and E = experimental rabbits. No procedure was performed in Group N (n = 2), except a certification of the normal condition. In Groups C (n = 10) and E (n = 10), orthodontic device was placed between the lower first molars and the lower incisors in order to promote a mesial molar movement. In Group E, phenobarbital was administered together the treatment. Following the periods of 7 and 14 days, the animals were sacrificed for clinical and radiographic analysis. By comparing the control animals with the experimental ones, the results showed no difference on the rate of orthodontic tooth moment as well no radiographic change.

Tooth movement; Drug; Orthodontic


ARTIGO INÉDITO

Avaliação clínica e radiográfica da influência do fenobarbital (Gardenal®) na movimentação ortodôntica: estudo em coelhos

Clinical and radiographic evaluation of phenobarbital (Gardenal®) influence on orthodontic movement: a study in rabbits

Matheus Melo PithonI; Antônio Carlos de Oliveira RuellasII

IEspecialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas-Unifal, Mestrando em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ

IIDoutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ, Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da Universidade Federal de Alfenas-Unifal

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Matheus Melo Pithon Rua México, 78. Recreio CEP: 45.020-390 - Vitória da Conquista / BA E-mail: matheuspithon@bol.com.br

RESUMO

OBJETIVO: Deste estudo foi avaliar clínica e radiograficamente a influência do Fenobarbital na movimentação ortodôntica.

METODOLOGIA: Foram utilizados 22 coelhos da raça Nova Zelândia (Oryctolagus cuniculus), distribuídos em três grupos: normal (N), controle (C) e experimental (E). O grupo N (n=2) não foi tratado, apenas certificada a condição de normalidade. Nos grupos C (n=10) e E (n=10), foi montado aparelho ortodôntico entre os primeiros molares e incisivos inferiores para promover a movimentação para mesial dos molares. No grupo E, foi administrado conjuntamente à movimentação dentária induzida, o medicamento Fenobarbial. Após os períodos de 7 e 14 dias os animais foram sacrificados para análise clínica e radiográfica.

CONCLUSÕES: Os resultados demonstraram não haver diferenças na extensão do movimento nem alterações radiográficas entre os animais do grupo controle e experimental.

Palavras-chave: Movimentação dentária. Medicamentos. Ortodontia.

ABSTRACT

The objective of the present study was to evaluate the clinical and radiographic phenobarbital influence on orthodontic movement. 22 New Zealand rabbits (Oryctolagus cuniculus) have been used for study, all divided into three groups: N = normal rabbits; C = control rabbits; and E = experimental rabbits. No procedure was performed in Group N (n = 2), except a certification of the normal condition. In Groups C (n = 10) and E (n = 10), orthodontic device was placed between the lower first molars and the lower incisors in order to promote a mesial molar movement. In Group E, phenobarbital was administered together the treatment. Following the periods of 7 and 14 days, the animals were sacrificed for clinical and radiographic analysis. By comparing the control animals with the experimental ones, the results showed no difference on the rate of orthodontic tooth moment as well no radiographic change.

Key words: Tooth movement. Drug. Orthodontic.

INTRODUÇÃO

Com relativa freqüência, observa-se grande número de pessoas que utilizam medicamentos10, muitos dos quais decorrentes de auto-medicação, efeito contraceptivo, tratamento de doenças crônicas ou uso crônico por pacientes idosos42. Desta forma torna-se imperioso o conhecimento do mecanismo de ação destas substâncias por parte do Cirurgião-Dentista, bem como as possíveis interações que podem ocorrer, de forma a beneficiar o tratamento ou ajustá-lo aos efeitos sobre o sistema estomatognático.

O sucesso do tratamento ortodôntico depende, entre outros fatores, da remodelação óssea. A remodelação óssea bem sucedida durante o movimento dentário, apresentava vantagem de promover menor dano histológico, menor dor e movimento dentário mais rápido, resultando em menor período de tratamento24.

O movimento dentário ortodôntico ocorre quando forças são aplicadas sobre os dentes40 e são transmitidas ao periodonto de suporte29, fazendo com que modifiquem sua posição em relação às estruturas que os rodeiam40 pelo mecanismo de remodelamento do osso alveolar36. Ou seja, aposição óssea na área tracionada e absorção óssea na área pressionada14,21,26,29,36,40.

Além do conhecimento profundo sobre movimentação dentária, o ortodontista deve estar ciente da possível associação das drogas com a quantidade de movimento dentário12,27.

Vários medicamentos foram estudados quanto à possibilidade de interferência no movimento dentário ortodôntico. Entre eles, estão os estudos com ácido acetilsalicílico8,30,44, indometacina3,8,43,45,48,50, anticoncepcionais25,35, corticosteróides2,9,41, diazepam23 e dipirona34.

Agentes ansiolíticos e anticonvulsivantes afetam o remodelamento ósseo, também podendo afetar os procedimentos ortodônticos devido à alteração da reação tissular e, conseqüentemente, o movimento dentário7,11,18,32,39,45,47. Acredita-se que essas drogas interfiram no metabolismo da vitamina D pelas enzimas hepáticas microssomiais4, acelerando-o, além de prejudicarem diretamente o metabolismo ósseo pela inibição da enzima fosfatase alcalina e pela diminuição da quantidade disponível de mineral para a formação óssea. Assim, devido à deficiência da vitamina D e pelo prejuízo à osteogênese, ocorre depleção dos níveis plasmáticos de cálcio e diminuição da massa óssea4,13. Sugere-se também que as drogas ansiolíticas e anticonvulsivantes possam exercer efeito duplo sobre o metabolismo do osso e do cálcio, afetando não apenas o metabolismo da vitamina D, como também a ação do hormônio da paratireóide, indispensável para o remodelamento ósseo e para o desenvolvimento dentário. Esses efeitos dependem da dose e do tempo de uso desses medicamentos19,38.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar se o uso de Fenobarbital (Gardenal®) interfere na movimentação dentária induzida, comparando três grupos de animais (normal, controle e experimental) quanto ao aspecto clínico e radiográfico.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados nesta pesquisa 22 coelhos da raça Nova Zelândia (Oryctolagus cuniculus), sendo destes 11 machos e 11 fêmeas distribuídos nos grupos normal, controle e experimental, saudáveis, com idades entre 10 e 14 meses, correspondente à faixa de adulto jovem, possuindo, em média, massa de 3Kg, cedidos e mantidos durante o experimento pelo biotério do Laboratório de Fitofármacos do Instituto de Farmácia e Nutrição da Universidade José do Rosário Velano - Unifenas. O projeto de pesquisa foi submetido ao comitê de ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alfenas-Unifal, recebendo parecer favorável, com protocolo de aprovação com número 05-174.

Os animais foram divididos, em cinco grupos, assim denominados e caracterizados:

- Grupo Normal: representado pelos animais N1 e N2, os quais não passaram por procedimento ortodôntico nem por administração de Fenobarbital, servindo como parâmetro de comparação com os demais animais, sendo os mesmo sacrificados no primeiro dia do experimento;

- Grupo Controle 7 dias: representado pelos animais C1, C2, C3, C4 e C5, que tiveram os dentes submetidos ao movimento ortodôntico proposto, mas não receberam administração de Fenobarbital e foram sacrificados após sete dias de movimentação dentária;

- Grupo Controle 14 dias: representado pelos animais C6, C7, C8, C9 e C10, que tiveram os dentes submetidos ao movimento ortodôntico proposto, mas não receberam administração de Fenobarbital e foram sacrificados após 14 dias de movimentação dentária;

- Grupo Experimental 7 dias: representado pelos animais E1, E2, E3, E4 e E5, que além do movimento ortodôntico proposto, receberam Fenobarbital, e foram sacrificados após sete dias de movimentação dentária;

- Grupo Experimental 14 dias: representado pelos animais E6, E7, E8, E9 e E10, que além do movimento ortodôntico proposto, receberam Fenobarbital, e foram sacrificados após 14 dias de movimentação dentária.

Nos animais do Grupo Experimental o medicamento foi administrado por via oral uma vez ao dia. Cada animal recebeu 30 Unidades Internacionais de medicamento por quilo de peso, em média cada animal recebeu 90 Unidades Internacionais por dia.

O aparelho utilizado para promover a movimentação dentária foi similar ao descrito por Ruellas35, e consistiu de mola fechada pré-fabricada de aço inoxidável (Morelli, Sorocaba, Brasil), distendida entre os primeiros molares permanentes e incisivos inferiores de ambos os lados. O movimento dentário foi realizado nos primeiros molares permanentes inferiores dos hemiarcos direito e esquerdo, sob aplicação de força de 80 cN (centiNewton) ±5cN, mensuradas com o auxílio de um Tensiômetro (Ormco, Glendora, EUA).

Os animais foram sacrificados nos períodos descritos anteriormente com injeção intracardíaca de 2ml de cloreto de potássio à 10%. Após o sacrifício os animais foram decaptados, as mandíbulas com os respectivos tecidos moles foram devidamente separados para, em seguida, proceder-se à obtenção das radiografias, fotografias e medições.

Avaliação Clínica

A avaliação clínica foi realizada pela inspeção e mensuração do espaço entre as faces distais dos primeiros molares e mesiais dos segundos molares permanentes inferiores. Esta medida foi realizada no ponto médio da face proximal, no sentido mésio-distal, próximo à borda oclusal. A mensuração foi feita nas peças anatômicas obtidas após o sacrifício dos animais, com paquímetro de pontas finas (Odim, Frankfurt, Alemanha). Após obtenção das medidas aplicou-se o Teste t de Student, ao nível de significância de 5%, para verificar se ocorreram diferenças estatísticas entre os grupos controle e experimental.

Avaliação Radiográfica

Após o sacrifício dos animais, os hemiarcos inferiores devidamente identificados foram radiografados em filmes radiográficos número 2 (Kodak, Ektaspeed plus EP-21P, São Paulo, Brasil), usando-se aparelho de raios X Spectrum II com 10 mA e 60 KV (Dabi Atlante, Ribeirão Preto, Brasil) da disciplina de Endodontia do Instituto de Odontologia da Universidade José do Rosário Velano, com tempo de exposição de 0,8 segundos. As tomadas radiográficas foram executadas com incidência ortogonal, com feixe de raios X em direção vestíbulo-lingual e o filme posicionado por lingual dos dentes com distância de 20cm do cone localizador do aparelho.

As radiografias foram processadas em câmera escura com lâmpada de segurança (Kodak, São Paulo, Brasil) preparadas segundo especificações do fabricante.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Clinicamente, verificou-se em todos os animais a presença de cinco molares em cada hemiarcada inferior, com pontos de contatos proximais estabelecidos entre todos eles antes do aparelho ser instalado e ativado. A gengiva apresentou-se sadia, sem sinais clínicos de inflamação e com coloração rósea. O primeiro, segundo, terceiro e quarto molares apresentaram coroas clínicas de tamanhos similares e o quinto molar com coroa clínica de tamanho reduzido (Fig. 1).


Nos animais sacrificados após 7 dias, praticamente, não houve diferença entre as médias das distâncias entre os primeiros e segundos molares dos grupos controle e experimental, ambos apresentando ligeira separação no ponto de contato em média, 0,41mm no grupo controle (7dias) e 0,46mm no grupo experimental (7 dias), conforme Gráfico 1. Aplicando o Teste t de Student, ao nível de significância de 5%, pode-se afirmar que não houve diferença estatisticamente significante (p=0,3172) entre os grupos C (7dias) e E (7dias).


Segundo Roberts31, em 1994, o movimento dentário consiste de três fases: compressão dos tecidos, hialinização e movimento propriamente dito17. A fase de hialinização é de duração variada e corresponde ao período onde não há movimentação dentária. As três fases em conjunto tem duração média de 14 a 21 dias, intervalo este recomendado para reativação do aparelho. Este movimento é de 0,4 a 0,9mm em 1 semana31, o que corrobora com os achados desta pesquisa. Nessa fase inicial, o movimento dentário corresponde apenas à espessura propriamente dita do ligamento periodontal22,29.

A segunda fase corresponde ao período de retardo do movimento dentário devido à hialinização do ligamento peridontal28,31. Tanto no grupo controle (0,70mm) quanto no experimental (0,68mm) com 14 dias de movimentação (Gráf. 2), o movimento ocorreu com intensidade reduzida, o que está de acordo com a literatura28,31. Aplicando o Teste t de Student, ao nível de significância de 5%, pode-se afirmar que não houve diferença estatística significante entre as médias do grupo controle observado com 14 dias e do grupo experimental observado com 14 dias (p=0,4810). Essa ausência de diferença na taxa de movimentação tanto no grupo com 7 quanto de 14 dias, está de acordo com os resultados encontrados por Bertoz3 e Thilander44, quando da utilização de ácido acetil salicílico, Ruellas et al.34 testando dipirona e Pereira25 e Ruellas35 testando anticoncepcionais.


No entanto quando da utilização de prostaglandinas3,5,6,20,33,37,43,46,47,49 , corticosteróides2,9,41, hormônio da paratireóide9e diazepam23, foi encontrado um aumento significativo na taxa de movimentação dentária dos grupos experimentais quando comparados aos grupos controle que não receberam a aplicação dessas substâncias. Efeito de diminuição da taxa de movimentação foi conseguido quando da administração de indometacina3,16,50; acetato de cortisona41, bifosfanatos1,15.

No presente estudo, utilizou-se a avaliação após 14 dias de movimentação o que possibilita a comparação com resultados da literatura tendo em vista que a maioria dos estudos de curta duração com animais são totalmente comparáveis com as feitas em seres humanos29.

Ao exame radiográfico de tamanho número 2 das hemiarcadas direita e esquerda dos animais do grupo normal representados por N1 e N2, verificou-se a presença de cinco dentes molares e a porção terminal da raiz do incisivo inferior (Fig. 2).


Os primeiros molares, dentes que iriam ser movimentados, apresentaram-se birradiculados, possuindo uma raiz mesial e outra distal, recobertas por esmalte, daí a radiopacidade verificada nas radiografias (Fig. 2).

Internamente à raiz, observou-se a presença de dois canais radiolúcidos que divergiam apicalmente e terminavam abertos em uma área radiolúcida bem definida. As porções laterais dessa área que se caracterizavam por radiopacidade, eram contínuas com a lâmina dura mesial e distal, que caracterizavam-se por serem, radiopacas, uniformes e equidistantes das raízes dentárias.

O espaço correspondente ao ligamento periodontal apresentava-se radiolúcido, estreito e uniforme, nas faces mesiais e distais das raizes dos dentes, demonstrando o caráter de normalidade radiografica.

Nas radiografias dos animais do grupo Controle sacrificados após 7 dias de movimentação dentária (Fig. 3), verificou-se ausência de separação no ponto de contato dos animais C3 (lado esquerdo) e C4 (lados direito e esquerdo). Nos animais C1 e C5, discreta separação (< que 0,3mm) dos pontos de contato foi notada. Leve separação (> 0,3mm) foi observada em C2 e C3 (lado direito). Nas radiografias dos animais sacrificados com 14 dias (Fig. 3), ausência de separação foi notada nos animais C6 (lado esquerdo) e C10 (lado direito). Discreta separação foi observada em C7, C8, C9 e C10 ambas no lado esquerdo, no lado direito desses verificou-se leve separação com exceção do C10 (lado direito) que não apresentou separação. E apenas no C6 (lado direito) é que observou-se grande separação (> 0,9mm).


Nas radiografias dos animais do Grupo Experimental sacrificados após 7 dias de movimentação dentária (Fig. 4), verificou-se discreta separação dos pontos de contato nos animais E1 (lado direito), E2 e E3 (ambos os lados). Leve separação foi observada em E1 (lado esquerdo), E4 e E5 (ambos os lados). Nas radiografias dos animais sacrificados com 14 dias foi notada ausência de separação nos animais E6 e E10 (lado direito). Discreta separação foi observada em E7, E8, E9 e E10 (lado esquerdo).


Os dados radiográficos estão de acordo com os achados clínicos, demonstrando em média ligeira separação dos pontos de contato entre os animais com 7 dias, e pequeno aumento nos animais de 14 dias, tanto para o grupo controle (C), como para o experimental (E).

Com relação a lâmina dura, a mesma apresentou-se nítida, radiopaca e uniforme em todos animais do grupo controle e nos animais E1, E2, E3 e E4 do grupo experimental. Nos demais animais desse grupo a mesma não estava bem definida, apresentando-se rarefeita.

O espaçamento do ligamento periodontal apresentou-se alargado na região cervical da face distal e na região apical da face mesial do primeiro molar. Essa observação específica ficou mais nítida nos animais do Grupo de 7 dias de movimentação, tanto nos animais do grupo controle como experimental (Fig. 4), demonstrando a compressão inicial dos tecidos como relatada por King e Fischlschweiger17 e por Roberts31. Nos animais dos grupos com de 14 dias foi verificado espaçamento na distal e mesial de forma mais uniforme, demonstrando acomodação maior dos dentes à força ortodôntica, representando a terceira fase de movimentação como descrita por Reitan28 e Roberts31.

As demais características radiográficas tanto do grupo controle quanto experimental são semelhantes às dos animais N1 e N2, descritas anteriormente.

CONCLUSÃO

Com base na metodologia empregada e na análise dos dados, parece lícito concluir que o Fenobarbital não interferiu no movimento dentário ortodôntico, não havendo diferença entre os Grupos Controle e Experimental, uma vez que:

1) Clinicamente, não houve diferença na extensão do movimento;

2) radiograficamente, o espaço do ligamento periodontal apresentou-se diminuído no lado de pressão tanto nos grupos de 7 como de 14 dias, mas sem diferenças evidentes.

Enviado em: janeiro de 2006

Revisado e aceito: setembro de 2006

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  • Endereço para correspondência:
    Matheus Melo Pithon
    Rua México, 78. Recreio
    CEP: 45.020-390 - Vitória da Conquista / BA
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Mar 2008
    • Data do Fascículo
      Fev 2008

    Histórico

    • Recebido
      Jan 2006
    • Aceito
      Out 2006
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