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EDITORIAL

Caros leitores, com essa edição abrimos o décimo-terceiro ano de publicação da RAC – Revista de Administração Contemporânea, que coincide com o terceiro da RAC – Eletrônica. Esse novo ano marca uma mudança significativa na mídia da Revista de Administração Contemporânea, já que esta se tornará, também, uma revista totalmente eletrônica, de forma a atender os princípios de acessibilidade irrestrita que vem regendo a publicação científica em nossa área no Brasil.

A RAC – Revista de Administração Contemporânea e a RAC – Eletrônica são, ainda hoje, publicações com sutis diferenças em suas linhas editoriais - disponíveis em suas respectivas páginas na internet. A semelhança entre as publicações foi necessária a uma mais rápida qualificação da RAC-Eletrônica junto ao Qualis da CAPES, mas agora é tempo de cortar seu "laço umbilical" com a RAC e buscar uma linha editorial mais diferenciada.

Assim sendo, por um lado, a RAC – Eletrônica precisa encontrar seus próprios rumos e, provavelmente, passar por uma mudança de nome que evite confusões decorrentes do fato da Revista de Administração Contemporânea tornar-se, agora, 100% eletrônica. Por outro lado, esta última deverá confirmar sua missão e linha editorial com apenas eventuais ajustes que venham a facilitar uma diferenciação entre as publicações. Sejam quais forem as soluções a serem encontradas, teremos muitas novidades ao longo desse ano, ou seja, ano novo, vida nova!

Apresentadas as questões acima, podemos apresentar os artigos dessa edição: o primeiro artigo, de autoria de Alexandre de Pádua Carrieri, Alfredo Rodrigues Leite da Silva e Thiago Duarte Pimentel tem como título O Tema da Proteção Ambiental Incorporado nos Discursos da Responsabilidade Social Corporativa. Trata-se evidentemente de uma questão bastante atual. O objetivo desse estudo é evidenciar e discutir a configuração dos discursos sobre a responsabilidade social nas organizações e sua incorporação da temática ambiental. Para os autores, as ambigüidades inerentes à inserção desses temas nas organizações levam a um discurso fragmentado que traduz práticas "de abertura e de dissimulação". Os dados foram coletados por meio de pesquisa documental e entrevistas, utilizando o método da Análise do Discurso.

O trabalho seguinte é intitulado Influências Sociais nas Atitudes dos 'Top' Executivos em face da Aposentadoria: um Estudo Transcultural de Lucia Helena de Freitas Pinho França. Nesse interessante texto se examina a influência dos preditores sociais nas atitudes em face da aposentadoria de 517 executivos de primeiro escalão no Brasil e na Nova Zelândia. Esses preditores foram representados por quatro medidas: a escala de percepção do trabalho, o índice da diversidade na alocação de tempo para as atividades/relacionamentos, a escala da influência da família e amigos na decisão da aposentadoria e a escala de percepção da qualidade de vida nos países.

No artigo seguinte, Lilian Aparecida Pasquini Miguel e Maria Luisa Mendes Teixeira nos trazem a discussão de Valores Organizacionais e Criação do Conhecimento Organizacional Inovador. É mais um tema de largo interesse para a comunidade. Para as autoras a inovação é fonte de vantagem competitiva fundamentada na criação de conhecimento organizacional, para a qual contribui o aprendizado individual. "A aprendizagem individual tradicional/comportamentalista e construtivista pode ser entendida, por extensão, como aprendizagem organizacional".

O quarto artigo desta edição é denominado Cultura e Orientação Empreendedora: uma Pesquisa Comparativa entre Empreendedores em Incubadoras no Brasil e em Portugal, tendo autoria de Marco Antonio Oliveira Monteiro da Silva, Luiz Flavio Autran Monteiro Gomes e Manuela Faia Correia. Esse trabalho de pesquisa teve como objetivo identificar semelhanças e diferenças de características entre empreendedores em incubadoras de empresas no Brasil e em Portugal, tendo sido fundamentado nos modelos de dimensões culturais de Hofstede e de orientação empreendedora de Lumpkin e Dess. Para os autores os empreendedores brasileiros, "curiosamente, revelam maior rejeição a incertezas futuras; mas, concomitantemente, demonstram maior propensão para assumir riscos e se expor a incertezas, desde que remunerados como forma de compensação por essa exposição".

A seguir Marco Tulio F. Zanini, Edward J. Lusk e Birgitta Wolff nos trazem a leitura de seu trabalho de título Confiança dentro das Organizações da Nova Economia: uma Análise Empírica sobre as Conseqüências da Incerteza Institucional. "Este estudo investiga os efeitos de diferentes arcabouços institucionais sobre os níveis de confiança interpessoal dentro de hierarquias. Seguindo as tendências apresentadas por estudiosos da Nova Economia e por relatórios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que apontam significativas mudanças no modelo de contrato de trabalho, este estudo investiga possíveis diferenças nos níveis de confiança entre dois paradigmas: a Velha Economia e a Nova Economia".

No artigo seguinte, Atividades Marcárias na Vida Cotidiana dos Consumidores: Descoberta de uma Nova Forma de se Pensar as Marcas? André Luiz Maranhão de Souza Leão e Sérgio Carvalho Benício de Mello nos levam à área do marketing com um estudo exploratório que tem o objetivo de identificar o que os consumidores dizem sobre as marcas quando interagem entre si. Os autores assumem que "nas interações sociais as impressões de uns interferem nos juízos dos outros" e explicam que seu estudo conduziu "à identificação de 38 aspectos das marcas, os quais nomeamos de atividades marcárias, com base na noção de atividades de fala".

O penúltimo artigo deste número é intitulado Similaridade e Dissimilaridade entre Superiores e Subordinados e suas Implicações para a Qualidade da Relação Diádica, de Nereida Salette Paulo da Silveira e Darcy Mitiko Mori Hanashiro. Para Nereida e Darcy, "embora a literatura advogue as vantagens da diversidade da força de trabalho, estudos baseados no Paradigma da Similaridade-Atração indicam uma predisposição das pessoas por sentirem atração por seus semelhantes". As autoras fizeram esta pesquisa por meio de um estudo de campo com 89 díades buscando investigar os efeitos da similaridade percebida na qualidade de relações superiores – subordinados.

O último artigo, Oportunidades de Qualificação Profissional no Brasil: Reflexões a partir de um Panorama Quantitativo de autoria de Luciana Mourão tem como objetivo mapear as oportunidades de qualificação profissional e as organizações que mais investem nesse tipo de ação no Brasil. Essa pesquisa foi feita por meio de uma survey com 1.150 instituições em 115 municípios e 23 unidades federadas. "A análise de variância (ANOVA) apontou diferenças significativas entre as regiões brasileiras e entre as organizações públicas e privadas".

Na seção Casos de Ensino em Administração temos um trabalho intitulado Restaurante Sabor de Casa de Patrícia Whebber Souza de Oliveira, Nilda Maria de Clodoaldo Pinto Guerra Leone e Tereza de Souza. Já a seção Resenhas Bibliográficas apresenta os livros Competências e Desempenho Organizacional - O Que Há além do Balanced Scorcard e Liderança Radical - Como Renovar seu Entusiasmo pelo Trabalho e Dar um Salto em sua Carreira.

Por fim, na seção Notas Bibliográficas, encontramos as obras: Gestão da Empresa Familiar: Conceitos, Casos e Soluções e Organizações Familiares: um Mosaico Brasileiro de autoria de nosso Editor Associado Alexandre de Pádua Carrieri.

Boa leitura!

Rogério H. Quintella

Editor Geral

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Fev 2009
  • Data do Fascículo
    Mar 2009
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