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Os Papéis dos Agentes de Suporte a Empresas de Base Tecnológica

The Roles of Innovation Agents in New Technology-Based Firms

Resumo

O principal papel dos agentes de suporte à inovação (ASIs) é apoiar o desenvolvimento de empresas de base tecnológica (EBTs). Entre estes agentes destacam-se aceleradoras de empresas (AEs), incubadoras de empresas (IEs) e parques tecnológicos (PTecs). Ainda são recentes na literatura artigos que abordam estes três tipos de agentes em conjunto, o que indica que este é um tema que atualmente começa a se desenvolver, sendo, todavia, promissor em vista da importância econômica do desenvolvimento de EBTs e de ambientes de inovação. Com efeito, o objetivo deste artigo é analisar os papéis, os pontos comuns e as diferenças entre estes três tipos de ASIs, no que tange ao seu apoio ao desenvolvimento de EBTs. A abordagem utilizada é a qualitativa, em que foram obtidos dados de um total de vinte e três agentes, distribuídos entre AEs, IEs, PTecs e EBTs, localizados no Brasil, ou em Portugal. Como resultado, apresenta-se uma visão sistemática e abrangente destes três tipos de ASIs, baseada nos construtos: espaço físico e serviços básicos, gerencial, aculturação e redes de relações sociais. Adicionalmente, como implicação prática, conclui-se que este artigo pode ser utilizado como fonte de referência para o desenvolvimento, tanto de ASIs quanto de EBTs.

Palavras-chave:
incubadoras de empresas; aceleradoras de empresas; parques tecnológicos; empresas de base tecnológica; agentes de suporte à inovação

Abstract

The main role of innovation agents (IAs) is to provide support for the development of new technology-based firms (NTBFs). These agents include business accelerators (BAs), business incubators (BIs), and science parks (SPs). Studies addressing these three types of agents all together are relatively recent in the literature. This indicates that this is a new but promising topic due to the economic importance of NTBFs and innovation environments. Therefore, the purpose of this article is to examine the roles, similarities, and differences among these three types of IAs, concerning their support for the NTBFs' development. The qualitative research method was used to investigate and collect data from a sample of twenty-three agents consisting of BAs, BIs, SPs, and NTBFs, located in Brazil or in Portugal. As a result, a comprehensive and systematic view of these three types of IAs is presented based on the following constructs: physical space, basic and managerial services, acculturation, and social networks. Furthermore, as a practical implication, this article can be used as a reference source for the development of IAs and NTBFs.

Key words:
business incubators; business accelerators; science parks; new technology-based firms; innovation agents

Introdução

A inovação tecnológica é um elemento primordial no desenvolvimento econômico e social de uma nação (Carayannis & Zedtwitz, 2005Carayannis, E. G., & Zedtwitz, M. (2005). Architecting gloCal (global-local), real-virtual incubator networks (G=RVINs) as catalysts and acclerators of entrepreneuship in transitioning and developing economies: Lessons learned and best practices from current development and business incubation practices. Technovation, 25(2), 95-110. http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)00072-5
http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)...
; Dosi, 2006Dosi, G. (2006). Mudança técnica e transformação industrial: A teoria e uma aplicação à indústria dos semicondutores. Campinas: Editora Unicamp.; Freman & Soete, 2008Freman, C., & Soete, L. (2008). A economia da inovação industrial. Campinas: Editora Unicamp.; McAdam & McAdam, 2008McAdam, M., & McAdam, R. (2008). High tech start-ups in university science parks incubators: The relationship between the star-up’s lifecycle progression and use of the incubator’s resources. Technovation, 28(5), 277-290. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2007.07.012
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). Entre os vários atores do contexto de inovação, merecem destaque as empresas de base tecnológica (EBTs). Em sua maioria, elas enfrentam uma grande gama de dificuldades nas suas fases iniciais de desenvolvimento, tais como a escassez de recursos financeiros (Antolín-López, Céspedes-Lorente, García-de-Frutos, Martínez-del-Río, & Pérez-Valls, 2015Antolín-López, R., Céspedes-Lorente, J., García-de-Frutos, N., Martínez-del-Río, J., & Pérez-Valls, M. (2015). Fostering product innovation: Differences between new ventures and established firms. Technovation, 41-42, 25-37. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.02.0027
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Bertoni, Massimo, & Grilli, 2011Bertoni, F., Massimo, G., & Grilli, L. (2011). Venture capital financing and the growth of high-tech start-ups: Disentangling treatment from selection effects. Research Policy, 40(7), 1028-1043. http://dx.doi.org/10.1016/j.respol.2011.03.008
http://dx.doi.org/10.1016/j.respol.2011....
; Costa & Torkomian, 2008Costa, L. B. C., & Torkomian, A. L. V. (2008). Um estudo exploratório sobre um novo tipo de empreendimento: Os spin-offs acadêmico. Revista de Administração Contemporânea, 12(2), 395-427. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552008000200006
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552008...
; Heuven & Groen, 2012Heuven, J., & Groen, A. (2012). The role of social networks in financing technology-based ventures: An empirical exploration. Venture Capital, 14(2/3), 131-149. http://dx.doi.org/10.1080/13691066.2012.659473
http://dx.doi.org/10.1080/13691066.2012....
; Lockett & Wright, 2005Lockett, A., & Wright, M. (2005). Resources, capabilities, risk capital and the creation of university spin-out companies. Research Policy, 34(7), 1043-1057. http://dx.doi.org/10.1016/j.respol.2005.05.006
http://dx.doi.org/10.1016/j.respol.2005....
), a dificuldade de acesso a estes recursos (Hueske, Endrikat, & Guenther, 2015Hueske, A., Endrikat, J., & Guenther, E. (2015). External environment, the innovating organization, and its individuals: A multilevel model for identifying innovation barriers accounting for social uncertainties. Journal of Engineering and Technology Management, 35, 45-70. http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2014.10.001
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), uma rede fraca de relações sociais (Carayannis & Zedtwitz, 2005Carayannis, E. G., & Zedtwitz, M. (2005). Architecting gloCal (global-local), real-virtual incubator networks (G=RVINs) as catalysts and acclerators of entrepreneuship in transitioning and developing economies: Lessons learned and best practices from current development and business incubation practices. Technovation, 25(2), 95-110. http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)00072-5
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; Soetanto & Jack, 2013Soetanto, D. P., & Jack, S. L. (2013). Business incubators and the networks of technology-based firms. Journal of Technology Transfer, 38(4), 432-453. http://dx.doi.org/10.1007/s10961-011-9237-4
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; Vandenbroucke, Knockaert, & Ucbasaran, 2016Vandenbroucke, E., Knockaert, M., & Ucbasaran, D. (2016). Outside board human capital and early stage high-tech firm performance. Entrepreneurship Theory and Practice, 40(4), 759-779. http://dx.doi.org/10.1111/etap.12141
http://dx.doi.org/10.1111/etap.12141...
) e o pouco conhecimento gerencial por parte de seus fundadores (Barbalho, Amaral, Kerbinchler, Ricther, & Torres, 2009Barbalho, S. C. M., Amaral, D. C., Kerbinchler, T. S., Ricther, E. H., & Torres, L. (2009). Rompendo obstáculos para a implantação de escritório de projetos em empresa de base tecnológica. Gestão & Produção, 16(3), 435-449. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2009000300010
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2009...
; Perussi & Escrivão, 2012Perussi, S., Filho, & Escrivão, E., Filho (2012). Processo de criação de estratégia em pequenas empresas de base tecnológicas: Um modelo de fases evolutivas para o setor médico-odontológico. Gestão & Produção, 19(1), 173-188. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2012000100012
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).

Para aumentar as chances de sobrevivência de EBTs, agentes como governos, universidades e entidades setoriais têm apoiado o desenvolvimento de ambientes cujo papel é dar suporte ao desenvolvimento destas empresas (Colombo, Cumming, & Vismara, 2016Colombo, M. G., Cumming, D. J., & Vismara, S. (2016). Governmental venture capital for innovative young firms. Journal of Technology Transfer, 41(1), 10-24. http://dx.doi.org/10.1007/s10961-014-9380-9
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; Colyvas et al., 2002Colyvas, J., Crow, M., Gelijns, A., Mazzoleni, R., Nelson, R. R., Rosenberg, N., & Sampat, B. N. (2002). How do university inventions get into practice? Management Science, 48(1), 61-72. http://dx.doi.org/10.1287/mnsc.48.1.61.14272
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; Franco & Haase, 2015Franco, M., & Haase, H. (2015). University-industry cooperation: Researchers’ motivations and interaction channels. Journal of Engineering and Technology Management, 36, 41-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2015.05.002
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; Liu, Simon, Sun, & Cao, 2011Liu, F., Simon, D. F., Sun, Y., & Cao, C. (2011). China’s innovation policies: Evolution, institutional structure, and trajectory. Research Policy, 40(7), 917-931. http://dx.doi.org/10.1016/j.respol.2011.05.005
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). Destacam-se, neste caso, três tipos de agentes, doravante denominados agentes de suporte à inovação (ASIs), a saber, as aceleradoras de empresas (AEs), as incubadoras de empresas (IEs) e os parques tecnológicos (PTecs) (Mian, Lamine, & Fayolle, 2016Mian, S., Lamine, W., & Fayolle, A. (2016). Technology business incubation: On overview of the state of knowledge. Technovation, 50-51, 1-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2016.02.005
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). Em relação a estes três tipos de ASIs, a literatura sobre IEs e PTecs se encontra razoavelmente desenvolvida, enquanto são ainda recentes estudos sobre AEs (ex.: Malek, Maine, & McCarthy, 2014Malek, K., Maine, E., & McCarthy, I. P. (2014). A typology of clean technology commercialization accelerators. Journal of Engineering and Technology Management, 32, 26-39. http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2013.10.006
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; Pauwels, Clarysse, Wight, & Hove, 2016Pauwels, C., Clarysse, B., Wight, M., & Hove, J. van (2016). Understanding a new generation incubation model: The accelerator. Technovation, 50-51, 13-26. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.003
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).

Grosso modo, a literatura sobre ASIs defende que o principal papel destes agentes é dar suporte às EBTs, no que tange: (a) – à oferta de estrutura física e serviços básicos (Bollingtoft, 2012Bollingtoft, A. (2012). The bottom-up business incubator: Leverage to networking and cooperation practices in a self-generated, entrepreneurial-enable environment. Technovation, 32(5), 304-315. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2011.11.005
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Chan & Lau, 2005Chan, K. F., & Lau, T. (2005). Assessing technology incubator programs in the science park: The good, the bad and the ugly. Technovation, 25(10), 1215-1228. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2004.03.010
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Iacono, Almeida, & Nagano, 2011Iacono, A., Almeida, C. A. S. de, & Nagano, M. S. (2011). Interação e cooperação de empresas incubadas de base tecnológica: Uma análise diante do novo paradigma da inovação. Revista de Administração Pública, 45(5), 1485-1516. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122011000500011
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; J. M. Silva, Silva, & Batista, 2012Silva, J. M. da, Silva, C. E. S. da, Batista, G. D. M., & Bittencourt, M. P. (2012). Impacto das funções desempenhadas pelos gerentes nos resultados da incubadora: Survey realizada na rede mineira de inovação. Produção, 22(4), 718-733. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132011005000067
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132011...
; Raupp & Beuren, 2011Raupp, F. M., & Beuren, I. M. (2011). Perfil do suporte oferecido pelas incubadoras brasileiras às empresas incubadas. Revista Eletrônica de Administração, 17(2), 330-359. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-23112011000200002
http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.p...
; Vanderstraeten & Matthyssens, 2012Vanderstraeten, J., & Mathyssens, P. (2012). Service-based differentiation strategies for business incubators: Exploring external and internal alignment. Technovation, 32(12), 656-670. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2012.09.002
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); (b) – à oferta de atividades gerenciais básicas; (c) – à aculturação (Bollingtoft, 2012Bollingtoft, A. (2012). The bottom-up business incubator: Leverage to networking and cooperation practices in a self-generated, entrepreneurial-enable environment. Technovation, 32(5), 304-315. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2011.11.005
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; Pauwels et al., 2016Pauwels, C., Clarysse, B., Wight, M., & Hove, J. van (2016). Understanding a new generation incubation model: The accelerator. Technovation, 50-51, 13-26. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.003
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); (d) – ao acesso a redes de relações sociais (Bollingtoft, 2012Bollingtoft, A. (2012). The bottom-up business incubator: Leverage to networking and cooperation practices in a self-generated, entrepreneurial-enable environment. Technovation, 32(5), 304-315. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2011.11.005
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; Franco & Haase, 2015Franco, M., & Haase, H. (2015). University-industry cooperation: Researchers’ motivations and interaction channels. Journal of Engineering and Technology Management, 36, 41-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2015.05.002
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; Hughes, Ireland, & Morgan, 2007Hughes, M., Ireland, R. E., & Morgan, R. E. (2007). Stimulating dynamic value: Social capital and business incubation as a pathway to competitive success. Long Range Planning, 40(2), 154-177. http://dx.doi.org/10.1016/j.lrp.2007.03.008
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; McAdam & McAdam, 2008McAdam, M., & McAdam, R. (2008). High tech start-ups in university science parks incubators: The relationship between the star-up’s lifecycle progression and use of the incubator’s resources. Technovation, 28(5), 277-290. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2007.07.012
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; Paradkar, Knight, & Hansen, 2015Paradkar, A., Knight, J., & Hansen, P. (2015). Innovation in start-ups: Ideas filling the void or ideas devoid of resources and capabilities? Technovation, 41-42, 1-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.03.004
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; Schwartz & Hornych, 2008Schwartz, M., & Hornych, C. (2008). Specialization as strategy for business incubadors: An assessement of the central German multimedia center. Technovation, 28(7), 436-449. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2008.02.003
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; Soetanto & Jack, 2013Soetanto, D. P., & Jack, S. L. (2013). Business incubators and the networks of technology-based firms. Journal of Technology Transfer, 38(4), 432-453. http://dx.doi.org/10.1007/s10961-011-9237-4
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; Vanderstraeten & Matthyssensens, 2012Vanderstraeten, J., & Mathyssens, P. (2012). Service-based differentiation strategies for business incubators: Exploring external and internal alignment. Technovation, 32(12), 656-670. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2012.09.002
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).

Ademais, são ainda recentes estudos que realizam análises comparativas entre estes três tipos de agentes. Por exemplo, Mian, Lamine e Fayolle (2016)Mian, S., Lamine, W., & Fayolle, A. (2016). Technology business incubation: On overview of the state of knowledge. Technovation, 50-51, 1-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2016.02.005
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, ao analisarem simultaneamente AEs, IEs, PTecs e centros de inovação, concluem que estes agentes devem prover infraestrutura às EBTs em termos de serviços e formação de uma rede de relações sociais, mas não abordam os pontos comuns e as especificidades destes agentes. De igual modo, embora tenha sido realizado amplo levantamento bibliográfico, não foi encontrado na literatura nenhum trabalho que analise em profundidade os papéis destes três tipos de ASIs, nem que identifique pontos comuns e peculiaridades entres eles. Adicionalmente, uma análise da literatura internacional indica que poucos textos abordam ASIs atuantes na América do Sul (ex.: Carayannis & Zedtwitz, 2005Carayannis, E. G., & Zedtwitz, M. (2005). Architecting gloCal (global-local), real-virtual incubator networks (G=RVINs) as catalysts and acclerators of entrepreneuship in transitioning and developing economies: Lessons learned and best practices from current development and business incubation practices. Technovation, 25(2), 95-110. http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)00072-5
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). Não obstante, Vanderstraeten e Matthyssensens (2012)Vanderstraeten, J., & Mathyssens, P. (2012). Service-based differentiation strategies for business incubators: Exploring external and internal alignment. Technovation, 32(12), 656-670. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2012.09.002
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sinalizam a necessidade de aprofundamento destes estudos nesta área geográfica.

Tendo em vista esta oportunidade de contribuição à literatura, este artigo tem como objetivo analisar os papéis, os pontos comuns e as diferenças entre estes três tipos de ASIs, no que tange ao seu apoio ao desenvolvimento de EBTs. Este objetivo é orientado pela seguinte questão de pesquisa: Quais são os papéis, os pontos comuns e as diferenças existentes entre AEs, IEs e PTecs na sua função de apoio ao desenvolvimento de EBTs?

Com efeito, é apresentada uma visão comparada dos respectivos papéis com o intuito de identificar os pontos comuns e específicos de cada tipo de ASI à luz da abordagem qualitativa de caráter indutivo. A coleta de dados se baseou em entrevistas semiestruturadas, visitas e consulta a documentos obtidos de duas AEs, três IEs e cinco PEs, sendo quatro destes agentes localizados em Portugal e os restantes no Brasil, e treze EBTs localizadas no Brasil. Os principais resultados são: uma visão detalhada da atuação dos ASIs em quatro áreas (espaço físico e serviços básicos; gerencial; aculturação; relações sociais) utilizadas como referência; e a identificação de pontos comuns e diferenças inerentes a cada tipo de ASI nestas respectivas áreas.

Referencial Teórico

Nesta seção, primeiramente serão apresentados os três tipos de ASIs estudados (AEs; IEs; PTecs). Em seguida, serão discutidos estudos da literatura que apresentam quais são as funções destes agentes no suporte ao desenvolvimento de EBTs.

Os agentes de suporte à inovação

De modo simplificado, pode-se delimitar duas fases no desenvolvimento de uma EBT: o início do seu ciclo de vida e a maturidade (Ndonzuau, Pirnay, & Surlemont, 2002Ndonzuau, F. N., Pirnay, F., & Surlemont, B. (2002). A stage model of academic spin-off creation. Technovation, 22(5), 281-289. http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(01)00019-0
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; Perussi & Escrivão, 2012Perussi, S., Filho, & Escrivão, E., Filho (2012). Processo de criação de estratégia em pequenas empresas de base tecnológicas: Um modelo de fases evolutivas para o setor médico-odontológico. Gestão & Produção, 19(1), 173-188. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2012000100012
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; S. E. Silva & Reis, 2015Silva, S. E., & Reis, L. P. (2015). O processo de estruturação de recursos no contexto de uma empresa de base tecnológica de origem acadêmica (EBTA). Revista de Administração e Inovação, 12(2), 153-179. http://dx.doi.org/10.11606/rai.v12i2.100337
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). A primeira normalmente é marcada por questões como: o desenvolvimento do conceito do produto, o início do processo de fabricação e comercialização e a estruturação da empresa. Na maturidade, espera-se que a EBT experimente o crescimento no volume de atividades e no faturamento, bem como a maior estruturação organizacional (Perussi & Escrivão, 2012Perussi, S., Filho, & Escrivão, E., Filho (2012). Processo de criação de estratégia em pequenas empresas de base tecnológicas: Um modelo de fases evolutivas para o setor médico-odontológico. Gestão & Produção, 19(1), 173-188. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2012000100012
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).

A análise da literatura sugere que são as AEs, IEs e PTecs os principais tipos de ASIs (Campanella, Peruta, & Giudice, 2014Campanella, F., Peruta, M. R. D., & Giudice, M. D. (2014). Creating conditions for innovative performance of science parks in Europe. How manage the intellectual capital for converting knowledge into organizational action. Journal of Intellectual Capital, 15(4), 576-596. http://dx.doi.org/10.1108/JIC-07-2014-0085
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; Chan & Lau, 2005Chan, K. F., & Lau, T. (2005). Assessing technology incubator programs in the science park: The good, the bad and the ugly. Technovation, 25(10), 1215-1228. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2004.03.010
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; Iacono et al., 2011Iacono, A., Almeida, C. A. S. de, & Nagano, M. S. (2011). Interação e cooperação de empresas incubadas de base tecnológica: Uma análise diante do novo paradigma da inovação. Revista de Administração Pública, 45(5), 1485-1516. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122011000500011
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122011...
; Pauwels et al., 2016Pauwels, C., Clarysse, B., Wight, M., & Hove, J. van (2016). Understanding a new generation incubation model: The accelerator. Technovation, 50-51, 13-26. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Ribeiro, Oliveira, & Borini, 2012Ribeiro, F. F., Oliveira, M. M., Jr., & Borini, F. M. (2012). Internacionalização acelerada de empresas de base tecnológica: O caso das Born Globals brasileiras. Revista de Administração Contemporânea, 16(6), 866-888. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/rac/v16n6/a07v16n6.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552012000600007
http://www.scielo.br/pdf/rac/v16n6/a07v1...
; Sofouli & Vonortas, 2007Sofouli, E., & Vonortas, N. (2007). S&T parks and business incubators in middle-sized countries: The case of Greece. Journal of Technology Transfer, 32(5), 525-544. http://dx.doi.org/10.1007/s10961-005-6031-1
http://dx.doi.org/10.1007/s10961-005-603...
).

Cabe às AEs e IEs dar suporte ao desenvolvimento de EBTs no início do seu ciclo de vida (Bruneel, Ratinho, Clarysse, & Groen, 2012Bruneel, J., Ratinho, T., Clarysse, B., & Groen, A. (2012). The evolution of business incubators: Comparing demand and supply of business incubation services across different incubator generations. Technovation, 32(2), 110-121. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2011.11.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; M. A. O. Silva, Gomes, & Correia, 2009Silva, M. A. O., Gomes, L. F. A., & Correia, M. F. (2009). Cultura e orientação empreendedora: Uma pesquisa comparativa entre empreendedores em incubadoras no Brasil e em Portugal. Revista de Administração Contemporânea, 13(1), 57-71. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/rac/v13n1/a05v13n1.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552009000100005
http://www.scielo.br/pdf/rac/v13n1/a05v1...
; Mian et al., 2016Mian, S., Lamine, W., & Fayolle, A. (2016). Technology business incubation: On overview of the state of knowledge. Technovation, 50-51, 1-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2016.02.005
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Pauwels et al., 2016Pauwels, C., Clarysse, B., Wight, M., & Hove, J. van (2016). Understanding a new generation incubation model: The accelerator. Technovation, 50-51, 13-26. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Rubin, Aas, & Stead, 2015Rubin, T. H., Aas, T. H., & Stead, A. (2015). Knowledege flow in technological business incubators: Evidence from Australia and Israel. Technovation, 41-42, 11-24. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.03.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Soetanto & Jack, 2013Soetanto, D. P., & Jack, S. L. (2013). Business incubators and the networks of technology-based firms. Journal of Technology Transfer, 38(4), 432-453. http://dx.doi.org/10.1007/s10961-011-9237-4
http://dx.doi.org/10.1007/s10961-011-923...
). Por seu turno, os PTecs consistem em estruturas mais desenvolvidas do que estes dois primeiros tipos de agentes (Gaino & Pamplona, 2014Gaino, A. A. P., & Pamplona, J. B. (2014.) Abordagem teórica dos condicionantes da formação e consolidação dos parques tecnológicos. Produção, 24(1), 177-187. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132014000100014
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132014...
; Vial & Montoro-Sanches, 2016Vial, I. D., & Montoro-Sanches, A. (2016). How knowledge links with universities may foster innovation: The case of a science park. Technovation, 50-51, 41-52. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.001
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
), e seu papel é apoiar as EBTs na sua fase de maturidade (Bigliardi, Dormio, Nosella, & Petroni, 2006Bigliardi, B., Dormio, A. I., Nosella, A., & Petroni, G. (2006). Assessing science parks’s performance: directions from selected Italian case studies. Technovation, 26(4), 489-505. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2005.01.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
). Eles têm o propósito de formar, o que é conhecido como ecossistema de inovação (Campanella et al., 2014Campanella, F., Peruta, M. R. D., & Giudice, M. D. (2014). Creating conditions for innovative performance of science parks in Europe. How manage the intellectual capital for converting knowledge into organizational action. Journal of Intellectual Capital, 15(4), 576-596. http://dx.doi.org/10.1108/JIC-07-2014-0085
http://dx.doi.org/10.1108/JIC-07-2014-00...
; Hansson, Husted, & Vestergaard, 2005Hansson, F., Husted, K., & Vestergaard, J. (2005). Second generation science parks: From structural holes jockeys to social capital catalystis of the knowledge society. Technovation, 25(9), 1039-1049. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2004.03.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Ratinho & Henriques, 2010Ratinho, T., & Henriques, E. (2010). The role of science parks and business incubators in covering countries: Evidence from Portugal. Technovation, 30(4), 278-290. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2009.09.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Scillitoe & Chakrabarti, 2010Scillitoe, J. L., & Chakrabarti, A. K. (2010). The role of incubator interactions in assisting new ventures. Technovation, 30(3), 155-167. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2009.12.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
), agregando EBTs e outros agentes do ambiente de inovação. No Brasil, grande parte das IEs se encontra associada a universidades, que as desenvolvem para que elas possam apoiar o desenvolvimento de EBTs criadas por pesquisadores e/ou estudantes (S. E. Silva & Reis, 2015Silva, S. E., & Reis, L. P. (2015). O processo de estruturação de recursos no contexto de uma empresa de base tecnológica de origem acadêmica (EBTA). Revista de Administração e Inovação, 12(2), 153-179. http://dx.doi.org/10.11606/rai.v12i2.100337
http://dx.doi.org/10.11606/rai.v12i2.100...
). Tanto as IEs quanto as AEs devem dar apoio às EBTs em questões como: cessão do espaço físico e infraestrutura, formação gerencial, auxílio na concepção do produto, formação do capital social e captação de recursos (Audretsch, Lehmann, Paleari, & Vismara, 2016Audretsch, D. B., Lehmann, E. E., Paleari, S., & Vismara, S. (2016). Entrepreneurial finance and technology transfer. Journal of Technology Transfer, 41(1), 1-9. https://doi.org/10.1007/s10961-014-9381-8
https://doi.org/10.1007/s10961-014-9381-...
; Iacono et al., 2011Iacono, A., Almeida, C. A. S. de, & Nagano, M. S. (2011). Interação e cooperação de empresas incubadas de base tecnológica: Uma análise diante do novo paradigma da inovação. Revista de Administração Pública, 45(5), 1485-1516. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122011000500011
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122011...
; Pauwels et al., 2016Pauwels, C., Clarysse, B., Wight, M., & Hove, J. van (2016). Understanding a new generation incubation model: The accelerator. Technovation, 50-51, 13-26. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Rubin et al., 2015Rubin, T. H., Aas, T. H., & Stead, A. (2015). Knowledege flow in technological business incubators: Evidence from Australia and Israel. Technovation, 41-42, 11-24. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.03.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
).

As AEs normalmente darão apoio ao desenvolvimento de uma EBT em troca de uma parcela de seu capital (Pauwels et al., 2016Pauwels, C., Clarysse, B., Wight, M., & Hove, J. van (2016). Understanding a new generation incubation model: The accelerator. Technovation, 50-51, 13-26. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; S. E. Silva & Reis, 2015Silva, S. E., & Reis, L. P. (2015). O processo de estruturação de recursos no contexto de uma empresa de base tecnológica de origem acadêmica (EBTA). Revista de Administração e Inovação, 12(2), 153-179. http://dx.doi.org/10.11606/rai.v12i2.100337
http://dx.doi.org/10.11606/rai.v12i2.100...
), agindo, portanto, sob a expectativa de que esta empresa cresça e se desenvolva no longo prazo. Por possuírem caráter privado, as AEs normalmente desempenham um papel mais ativo no desenvolvimento de suas EBTs em questões como o aporte de recursos, a procura por investidores e o direcionamento das atividades (Malek et al., 2014Malek, K., Maine, E., & McCarthy, I. P. (2014). A typology of clean technology commercialization accelerators. Journal of Engineering and Technology Management, 32, 26-39. http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2013.10.006
http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2...
; Mian et al., 2016Mian, S., Lamine, W., & Fayolle, A. (2016). Technology business incubation: On overview of the state of knowledge. Technovation, 50-51, 1-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2016.02.005
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Pauwels et al., 2016Pauwels, C., Clarysse, B., Wight, M., & Hove, J. van (2016). Understanding a new generation incubation model: The accelerator. Technovation, 50-51, 13-26. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
).

Os papéis dos agentes de suporte à inovação

Carayannis e Zedtwitz (2005)Carayannis, E. G., & Zedtwitz, M. (2005). Architecting gloCal (global-local), real-virtual incubator networks (G=RVINs) as catalysts and acclerators of entrepreneuship in transitioning and developing economies: Lessons learned and best practices from current development and business incubation practices. Technovation, 25(2), 95-110. http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)00072-5
http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)...
destacam cinco tipos de serviços providos por IEs às suas EBTs: (a) – acesso a recursos físicos e serviços básicos; (b) – suporte de escritório; (c) – acesso a recursos financeiros; (d) – suporte ao empreendedor; e (e) – acesso a redes de contato. Estes elementos também podem ser considerados no âmbito dos outros dois tipos de ASIs contemplados nesta pesquisa (AEs e PTecs). À luz deste modelo serão consideradas quatro categorias para avaliar os serviços ofertados por ASIs às EBTs: (a) – a oferta de estrutura física e serviços básicos; (b) – a oferta de serviços gerenciais complementares; (c) – a aculturação; (d) – o acesso a redes de relações sociais.

Ao se pensar no apoio de ASIs às EBTs, tem-se a cessão do espaço físico, a oferta de comunicação e serviços básicos (Bollingtoft, 2012Bollingtoft, A. (2012). The bottom-up business incubator: Leverage to networking and cooperation practices in a self-generated, entrepreneurial-enable environment. Technovation, 32(5), 304-315. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2011.11.005
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Chan & Lau, 2005Chan, K. F., & Lau, T. (2005). Assessing technology incubator programs in the science park: The good, the bad and the ugly. Technovation, 25(10), 1215-1228. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2004.03.010
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Iacono et al., 2011Iacono, A., Almeida, C. A. S. de, & Nagano, M. S. (2011). Interação e cooperação de empresas incubadas de base tecnológica: Uma análise diante do novo paradigma da inovação. Revista de Administração Pública, 45(5), 1485-1516. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122011000500011
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122011...
; J. M. Silva et al., 2012Silva, J. M. da, Silva, C. E. S. da, Batista, G. D. M., & Bittencourt, M. P. (2012). Impacto das funções desempenhadas pelos gerentes nos resultados da incubadora: Survey realizada na rede mineira de inovação. Produção, 22(4), 718-733. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132011005000067
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132011...
; Raupp & Beuren, 2011Raupp, F. M., & Beuren, I. M. (2011). Perfil do suporte oferecido pelas incubadoras brasileiras às empresas incubadas. Revista Eletrônica de Administração, 17(2), 330-359. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-23112011000200002
http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.p...
; Vanderstraeten & Matthyssensens, 2012Vanderstraeten, J., & Mathyssens, P. (2012). Service-based differentiation strategies for business incubators: Exploring external and internal alignment. Technovation, 32(12), 656-670. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2012.09.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
). Os ASIs também podem ofertar serviços gerenciais complementares, tais como suporte contábil, jurídico, orientação gerencial e orientação de vendas, aspecto este mais presente em AEs e IEs do que em PTecs (Carayannis & Zedtwitz, 2005Carayannis, E. G., & Zedtwitz, M. (2005). Architecting gloCal (global-local), real-virtual incubator networks (G=RVINs) as catalysts and acclerators of entrepreneuship in transitioning and developing economies: Lessons learned and best practices from current development and business incubation practices. Technovation, 25(2), 95-110. http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)00072-5
http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)...
; McAdam & McAdam, 2008McAdam, M., & McAdam, R. (2008). High tech start-ups in university science parks incubators: The relationship between the star-up’s lifecycle progression and use of the incubator’s resources. Technovation, 28(5), 277-290. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2007.07.012
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Raupp & Beuren, 2011Raupp, F. M., & Beuren, I. M. (2011). Perfil do suporte oferecido pelas incubadoras brasileiras às empresas incubadas. Revista Eletrônica de Administração, 17(2), 330-359. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-23112011000200002
http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.p...
; Ribeiro et al., 2012Ribeiro, F. F., Oliveira, M. M., Jr., & Borini, F. M. (2012). Internacionalização acelerada de empresas de base tecnológica: O caso das Born Globals brasileiras. Revista de Administração Contemporânea, 16(6), 866-888. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/rac/v16n6/a07v16n6.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552012000600007
http://www.scielo.br/pdf/rac/v16n6/a07v1...
).

Em sua maioria, as EBTs são formadas por empreendedores cujo principal conhecimento é o técnico, proveniente da área da ciência em que atuam (Barbalho et al., 2009Barbalho, S. C. M., Amaral, D. C., Kerbinchler, T. S., Ricther, E. H., & Torres, L. (2009). Rompendo obstáculos para a implantação de escritório de projetos em empresa de base tecnológica. Gestão & Produção, 16(3), 435-449. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2009000300010
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2009...
; S. E. Perussi & Escrivão, 2012Perussi, S., Filho, & Escrivão, E., Filho (2012). Processo de criação de estratégia em pequenas empresas de base tecnológicas: Um modelo de fases evolutivas para o setor médico-odontológico. Gestão & Produção, 19(1), 173-188. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2012000100012
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2012...
; S. E. Silva & Reis, 2015Silva, S. E., & Reis, L. P. (2015). O processo de estruturação de recursos no contexto de uma empresa de base tecnológica de origem acadêmica (EBTA). Revista de Administração e Inovação, 12(2), 153-179. http://dx.doi.org/10.11606/rai.v12i2.100337
http://dx.doi.org/10.11606/rai.v12i2.100...
). Ao instalarem suas EBTs no interior de uma AE ou IE, os empreendedores normalmente passarão pela aculturação, que envolve a participação de cursos de natureza gerencial, o desenvolvimento do plano de negócios e a incorporação de processos de gestão (Andrade, 2014Andrade, P. P., Jr. (2014). Modelo de avaliação e superação das dificuldades de empresas de base tecnológica em incubadoras. Produção, 24(4), 809-819. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132013005000085
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132013...
; Bollingtoft, 2012Bollingtoft, A. (2012). The bottom-up business incubator: Leverage to networking and cooperation practices in a self-generated, entrepreneurial-enable environment. Technovation, 32(5), 304-315. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2011.11.005
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Mian et al., 2016Mian, S., Lamine, W., & Fayolle, A. (2016). Technology business incubation: On overview of the state of knowledge. Technovation, 50-51, 1-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2016.02.005
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Rubin et al., 2015Rubin, T. H., Aas, T. H., & Stead, A. (2015). Knowledege flow in technological business incubators: Evidence from Australia and Israel. Technovation, 41-42, 11-24. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.03.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; S. E. Silva & Reis, 2015Silva, S. E., & Reis, L. P. (2015). O processo de estruturação de recursos no contexto de uma empresa de base tecnológica de origem acadêmica (EBTA). Revista de Administração e Inovação, 12(2), 153-179. http://dx.doi.org/10.11606/rai.v12i2.100337
http://dx.doi.org/10.11606/rai.v12i2.100...
).

Outro aspecto relevante no desenvolvimento de toda empresa é a estruturação de uma rede de relações sociais (Alvarez, Marin, & Fonfria, 2009Alvarez, I., Marin, R., & Fonfria, A. (2009). The role of networking in the competitiveness of firms. Technological Forecasting & Social Change, 76(3), 410-421. http://dx.doi.org/10.1016/j.techfore.2008.10.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.techfore.200...
; Andrade, 2014Andrade, P. P., Jr. (2014). Modelo de avaliação e superação das dificuldades de empresas de base tecnológica em incubadoras. Produção, 24(4), 809-819. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132013005000085
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132013...
), sendo este um dos principais benefícios que os ASIs podem oferecer a seus hóspedes (Mian et al., 2016Mian, S., Lamine, W., & Fayolle, A. (2016). Technology business incubation: On overview of the state of knowledge. Technovation, 50-51, 1-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2016.02.005
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Paradkar et al., 2015Paradkar, A., Knight, J., & Hansen, P. (2015). Innovation in start-ups: Ideas filling the void or ideas devoid of resources and capabilities? Technovation, 41-42, 1-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.03.004
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Pauwels et al., 2016Pauwels, C., Clarysse, B., Wight, M., & Hove, J. van (2016). Understanding a new generation incubation model: The accelerator. Technovation, 50-51, 13-26. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Villareal & Calvo, 2015Villareal, O., & Calvo, N. (2015). From the triple helix model to the global open innovation model: A case study based on international cooperation for innovation in Dominican Republic. Journal of Engineering and Technology Management, 35, 71-92. http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2014.10.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2...
). As relações sociais são importantes por permitirem que as EBTs troquem informações, estabeleçam alianças, aprendam mutuamente (Caiazza, Richardson, & Audretsch, 2015Caiazza, R., Richardson, A., & Audretsch, D. (2015). Knowledge effects on competitiveness: From firms to regional advantage. Journal of Technology Transfer, 40(6), 899-909. http://dx.doi.org/10.1007/s10961-015-9425-8
http://dx.doi.org/10.1007/s10961-015-942...
; Coradi, Heinzen, & Boutellier, 2015Coradi, A., Heinzen, M., & Boutellier, R. (2015). A longitudinal study of workspace design for knowledge exploration and exploration in the research and development process. Creativity and Innovation Management, 24(1), 55-71. http://dx.doi.org/10.1111/caim.12099
http://dx.doi.org/10.1111/caim.12099...
; Nagano, Stefanovitz, & Vick, 2014Nagano, M. S., Stefanovitz, J. P., & Vick, T. E. (2014). Innovation management processes, their internal organizational elements and contextual factors: An investigation in Brazil. Journal of Engineering and Technology Management, 33, 63-92. http://dx.doi.org/10.1016/jjengtecman.2014.02.004
http://dx.doi.org/10.1016/jjengtecman.20...
; Saunila & Ukko, 2014Saunila, M., & Ukko, J. (2014). Intangible aspects of innovation capability in SMEs: Impacts of size and industry. Journal of Engineering and Technology Management, 33, 32-46. http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2014.02.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2...
) e tenham acesso a recursos disponíveis no ambiente externo (Caiazza et al., 2015Caiazza, R., Richardson, A., & Audretsch, D. (2015). Knowledge effects on competitiveness: From firms to regional advantage. Journal of Technology Transfer, 40(6), 899-909. http://dx.doi.org/10.1007/s10961-015-9425-8
http://dx.doi.org/10.1007/s10961-015-942...
; Cesi & Lubatti, 2012Cesi, F., & Lubatti, D. (2012). Personal relationships and innovation diffusion in SME networks: A content analysis approach. Research Policy, 41(3), 565-579. http://dx.doi.org/10.1016/j.respol.2011.10.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.respol.2011....
; Paradkar et al., 2015Paradkar, A., Knight, J., & Hansen, P. (2015). Innovation in start-ups: Ideas filling the void or ideas devoid of resources and capabilities? Technovation, 41-42, 1-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.03.004
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Rubin et al., 2015Rubin, T. H., Aas, T. H., & Stead, A. (2015). Knowledege flow in technological business incubators: Evidence from Australia and Israel. Technovation, 41-42, 11-24. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.03.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Saunila & Ukko, 2014Saunila, M., & Ukko, J. (2014). Intangible aspects of innovation capability in SMEs: Impacts of size and industry. Journal of Engineering and Technology Management, 33, 32-46. http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2014.02.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2...
).

As relações sociais das EBTs com agentes do contexto dos ASIs são classificadas em dois tipos (Soetanto & Jack, 2013Soetanto, D. P., & Jack, S. L. (2013). Business incubators and the networks of technology-based firms. Journal of Technology Transfer, 38(4), 432-453. http://dx.doi.org/10.1007/s10961-011-9237-4
http://dx.doi.org/10.1007/s10961-011-923...
): as internas, que consistem nas relações entre as EBTs e outros agentes hospedados em um ASI, fomentadas pelo próprio compartilhamento do espaço físico (Bollingtoft, 2012Bollingtoft, A. (2012). The bottom-up business incubator: Leverage to networking and cooperation practices in a self-generated, entrepreneurial-enable environment. Technovation, 32(5), 304-315. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2011.11.005
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Schwartz & Hornych, 2008Schwartz, M., & Hornych, C. (2008). Specialization as strategy for business incubadors: An assessement of the central German multimedia center. Technovation, 28(7), 436-449. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2008.02.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Vanderstraeten & Matthyssensens, 2012Vanderstraeten, J., & Mathyssens, P. (2012). Service-based differentiation strategies for business incubators: Exploring external and internal alignment. Technovation, 32(12), 656-670. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2012.09.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
), e as externas, que consistem nas relações com agentes do ambiente de inovação externos ao ASI. Neste sentido, a associação de uma EBT a um ASI pode ser de grande valia, à medida que ela pode se beneficiar da reputação do ASI e, assim, ter acesso facilitado a diversos agentes do mercado (Chan & Lau, 2005Chan, K. F., & Lau, T. (2005). Assessing technology incubator programs in the science park: The good, the bad and the ugly. Technovation, 25(10), 1215-1228. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2004.03.010
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Vial & Montoro-Sanches, 2016Vial, I. D., & Montoro-Sanches, A. (2016). How knowledge links with universities may foster innovation: The case of a science park. Technovation, 50-51, 41-52. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.001
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
).

São diversos os tipos de agentes do ambiente externo ao ASI com os quais as EBTs terão algum tipo de contato, em que o ASI poderá desempenhar o papel de mediador. Entre estes agentes, destacam-se universidades, agentes financeiros e mentores. A relação de EBTs com universidades se mostra relevante por causa de questões como o acesso à mão de obra, a conhecimentos técnicos específicos e a laboratórios de pesquisa (Iacono et al., 2011Iacono, A., Almeida, C. A. S. de, & Nagano, M. S. (2011). Interação e cooperação de empresas incubadas de base tecnológica: Uma análise diante do novo paradigma da inovação. Revista de Administração Pública, 45(5), 1485-1516. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122011000500011
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122011...
; Nicolaou & Birley, 2003Nicolaou, N., & Birley, S. (2003). Social networks in organizational emergence: The university spinout phenomenon. Management Science, 49(12), 1702-1725. http://dx.doi.org/10.1287/mnsc.49.12.1702.25116
http://dx.doi.org/10.1287/mnsc.49.12.170...
; Raupp & Beuren, 2011Raupp, F. M., & Beuren, I. M. (2011). Perfil do suporte oferecido pelas incubadoras brasileiras às empresas incubadas. Revista Eletrônica de Administração, 17(2), 330-359. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-23112011000200002
http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.p...
). Todavia, esta relação dependerá das relações informais e formais previamente estabelecidas com universidades (Vial & Montoro-Sanches, 2016Vial, I. D., & Montoro-Sanches, A. (2016). How knowledge links with universities may foster innovation: The case of a science park. Technovation, 50-51, 41-52. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.001
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
). Os ASIs também podem facilitar o acesso de EBTs a agentes financeiros para a captação de investimentos (Antolín-López et al., 2015Antolín-López, R., Céspedes-Lorente, J., García-de-Frutos, N., Martínez-del-Río, J., & Pérez-Valls, M. (2015). Fostering product innovation: Differences between new ventures and established firms. Technovation, 41-42, 25-37. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.02.0027
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Audretsch et al., 2016Audretsch, D. B., Lehmann, E. E., Paleari, S., & Vismara, S. (2016). Entrepreneurial finance and technology transfer. Journal of Technology Transfer, 41(1), 1-9. https://doi.org/10.1007/s10961-014-9381-8
https://doi.org/10.1007/s10961-014-9381-...
; Bertoni et al., 2011Bertoni, F., Massimo, G., & Grilli, L. (2011). Venture capital financing and the growth of high-tech start-ups: Disentangling treatment from selection effects. Research Policy, 40(7), 1028-1043. http://dx.doi.org/10.1016/j.respol.2011.03.008
http://dx.doi.org/10.1016/j.respol.2011....
; Lindstrom & Olofsson, 2001Lindstrom, G., & Olofsson, C. (2001). Early stage financing of NTBF-s: An analysis of contributions from support actors. Venture Capital, 3(2), 151-168. http://dx.doi.org/10.1080/13691060110042754
http://dx.doi.org/10.1080/13691060110042...
; McAdam & McAdam, 2008McAdam, M., & McAdam, R. (2008). High tech start-ups in university science parks incubators: The relationship between the star-up’s lifecycle progression and use of the incubator’s resources. Technovation, 28(5), 277-290. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2007.07.012
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Raupp & Beuren, 2011Raupp, F. M., & Beuren, I. M. (2011). Perfil do suporte oferecido pelas incubadoras brasileiras às empresas incubadas. Revista Eletrônica de Administração, 17(2), 330-359. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-23112011000200002
http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.p...
). Outro tipo de relação externa apontado na literatura é o contato de EBTs com mentores (Mian et al., 2016Mian, S., Lamine, W., & Fayolle, A. (2016). Technology business incubation: On overview of the state of knowledge. Technovation, 50-51, 1-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2016.02.005
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Pauwels et al., 2016Pauwels, C., Clarysse, B., Wight, M., & Hove, J. van (2016). Understanding a new generation incubation model: The accelerator. Technovation, 50-51, 13-26. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Vanderstraeten & Matthyssens, 2012Vanderstraeten, J., & Mathyssens, P. (2012). Service-based differentiation strategies for business incubators: Exploring external and internal alignment. Technovation, 32(12), 656-670. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2012.09.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
), que são profissionais com ampla experiência de mercado e que podem assessorar as EBTs em questões de ordem estratégica e mercadológica.

Método

Considerando que a questão de pesquisa apresentada na introdução deste artigo é do tipo qual, os pesquisadores julgaram mais adequado adotar a abordagem qualitativa com o uso do estudo de caso para a condução desta pesquisa (Einsenhardt, 1989Einsenhardt, K. M. (1989). Building theories from case study research. The Academy of Management Review, 14(4), 532-550. http://dx.doi.org/10.5465/AMR.1989.4308385
http://dx.doi.org/10.5465/AMR.1989.43083...
; McAdam & McAdam, 2008McAdam, M., & McAdam, R. (2008). High tech start-ups in university science parks incubators: The relationship between the star-up’s lifecycle progression and use of the incubator’s resources. Technovation, 28(5), 277-290. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2007.07.012
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Suddaby, Bruton, & Si, 2015Suddaby, R., & Bruton, G. D., & Si, S. X. (2015). Entrepreneurship through a qualitative lens: Insights on the construction and/or discovery of entrepreneurial opportunity. Journal of Business Venturing, 30(1), 1-10. http://dx.doi.org/10.1016/jjbusvent.2014.09.003
http://dx.doi.org/10.1016/jjbusvent.2014...
; Yin, 1994Yin, R. K. (1994). Case study research: Design and methods (2nd ed). Thousands Oaks: Sage Publications.). A maior adequação desta abordagem a esta pesquisa ocorre devido à natureza da questão de pesquisa; pelo fato que o entendimento dos papéis dos três tipos de ASIs estudados, seus pontos comuns e diferenças exigiam alto nível de contato do pesquisador com o contexto do estudo (Godoy, 1995Godoy, A. S. (1995). A pesquisa qualitativa e sua utilização em administração de empresas. Revista de Administração de Empresas, 35(4), 65-71. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-75901995000400008
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-75901995...
, 2010Godoy, A. S. (2010). Estudo de caso qualitativo. In C. K. Godoi, R. B. Mello, & A. Silva (Orgs.), Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: Paradigmas, estratégias e métodos (pp.115-143). São Paulo: Editora Saraiva.); e pelo fato de os limites entre o fenômeno estudado (que consiste no papel dos ASIs como agentes de apoio a EBTs) e o contexto do estudo (qual seja, os ASIs e os agentes de seu ambiente social) não estarem claramente delimitados (Yin, 1994Yin, R. K. (1994). Case study research: Design and methods (2nd ed). Thousands Oaks: Sage Publications.).

Foram realizados múltiplos casos (Yin, 1994Yin, R. K. (1994). Case study research: Design and methods (2nd ed). Thousands Oaks: Sage Publications.) cujo propósito é o aprimoramento da teoria existente sobre ASIs (Einsenhardt, 1989Einsenhardt, K. M. (1989). Building theories from case study research. The Academy of Management Review, 14(4), 532-550. http://dx.doi.org/10.5465/AMR.1989.4308385
http://dx.doi.org/10.5465/AMR.1989.43083...
; Shepherd & Suddaby, 2016Shepherd, D., & Suddaby, R. (2016). Theory building: A review and integration. Journal of Management, 43(1), 1-28. http://dx.doi.org/10.1177/0149206316647102
http://dx.doi.org/10.1177/01492063166471...
). Segundo Yin (1994)Yin, R. K. (1994). Case study research: Design and methods (2nd ed). Thousands Oaks: Sage Publications., o uso de múltiplos casos tem como propósito a obtenção de validade externa dos resultados, para que estes possam ser passíveis de generalização analítica. Esta abordagem também permite uma visão comparativa de diferentes objetos da mesma natureza (ex.: Jaskiewicz, Heinrichs, Rau, & Reay, 2016Jaskiewicz, P., Heinrichs, K., Rau, S. B., & Reay, T. (2016). To be or not to be: How family firms manage family and comercial logics in sucession. Entrepreneurship, Theory and Practice, 40(4), 781-813. http://dx.doi.org/10.1111/etap.12146
http://dx.doi.org/10.1111/etap.12146...
; McAdam & McAdam, 2008McAdam, M., & McAdam, R. (2008). High tech start-ups in university science parks incubators: The relationship between the star-up’s lifecycle progression and use of the incubator’s resources. Technovation, 28(5), 277-290. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2007.07.012
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Robbins & Gorman, 2015Robbins, P., & Gorman, C. O. (2015). Innovating the innovation process: An organizational experiment in global pharma pursuing radical innovation. R&D Management, 45(1), 76-93. http://dx.doi.org/10.1111/radm.12054
http://dx.doi.org/10.1111/radm.12054...
; Tenzer & Pudelko, 2015Tenzer, H., & Pudelko, M. (2015). Leading across language barriers: language-induced emotions in multinational teams. The Leadership Quarterly, 26(4), 606-625. http://dx.doi.org/10.1016/j.leaqua.2015.05.006
http://dx.doi.org/10.1016/j.leaqua.2015....
). Com efeito, o seu uso possibilitou comparar AEs, IEs e PTecs na sua função de apoio ao desenvolvimento de EBTs, em dois contextos diferentes, Brasil e Portugal.

Os elementos conceituais identificados consistem em generalizações analíticas (Einsenhardt, 1989Einsenhardt, K. M. (1989). Building theories from case study research. The Academy of Management Review, 14(4), 532-550. http://dx.doi.org/10.5465/AMR.1989.4308385
http://dx.doi.org/10.5465/AMR.1989.43083...
; Offord & Gill, 2014; Yin, 1994Yin, R. K. (1994). Case study research: Design and methods (2nd ed). Thousands Oaks: Sage Publications.), ou seja, caracterizam-se como elementos que poderão ser analisados em toda a classe de ASIs, configurando o caráter indutivo deste estudo.

A pesquisa que suscitou este artigo foi realizada segundo as etapas e o modelo conceitual apresentados a seguir. Primeiramente, foi realizada uma ampla revisão de literatura, em que se procurou identificar artigos que tratavam dos três tipos de ASIs (AEs, IEs e PTecs), objetos desta pesquisa. Para isso foram pesquisados periódicos internacionais com alto fator de impacto e que possuíam como tema principal a inovação. O mesmo procedimento foi realizado na busca de artigos em periódicos nacionais com alto nível de classificação no Sistema Qualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

A partir dos artigos, foram identificados os principais papéis de apoio dos ASIs às EBTs. Este procedimento permitiu identificar a lacuna teórica que motivou o artigo, relatada na introdução. Em face da lacuna teórica e da própria revisão da literatura, foi elaborado o roteiro de pesquisa (ver Apêndice), apresentado ao final deste artigo, sob a luz dos parâmetros: (a) – oferta de estrutura fĭsica e serviços básicos; (b) – oferta de serviços gerenciais complementares; (c) – aculturação; (d) – acesso a redes de relações sociais, baseados em Carayannis e Zedtwitz (2005)Carayannis, E. G., & Zedtwitz, M. (2005). Architecting gloCal (global-local), real-virtual incubator networks (G=RVINs) as catalysts and acclerators of entrepreneuship in transitioning and developing economies: Lessons learned and best practices from current development and business incubation practices. Technovation, 25(2), 95-110. http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)00072-5
http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)...
. Estes quatro construtos permitiram o posicionamento dos demais elementos conceituais, identificados nos demais textos da revisão de literatura, no roteiro de pesquisa.

O formato do roteiro de pesquisa baseado nos quatro construtos apresentados acima facilitou a posterior análise comparativa dos dados dos diferentes tipos de ASIs, em que foi possível identificar pontos comuns e especificidades relativas a cada uma das classes de ASIs, bem como a cada ASI individualmente. De resto, a análise dos dados foi realizada de modo sistemático à luz de diversos textos da literatura, com vistas a verificar se eles permitiam corroborá-la, refutá-la, bem como identificar novos conhecimentos sobre o papel de ASIs no apoio a EBTs.

Coleta de dados

Foram obtidos dados de ASIs radicados no Brasil ou em Portugal, além de serem coletados dados também de EBTs, conforme descrito na introdução deste artigo e detalhados na Tabela 1. O estudo de ASIs de um lado e de EBTs do outro ocorreu no sentido de realizar a triangulação dos dados e aumentar a confiabilidade da pesquisa (Franco & Haase, 2015Franco, M., & Haase, H. (2015). University-industry cooperation: Researchers’ motivations and interaction channels. Journal of Engineering and Technology Management, 36, 41-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2015.05.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2...
; Jennings, Edwards, Jennings, & Delbridge, 2015Jennings, J. E., Edwards, T., Jennings, P. D., & Delbridge, R. (2015). Emotional arousal and entrepreneurial outcomes: Combining qualitative methods to elaborate theory. Journal of Business Venturing, 30(1), 113-130. http://dx.doi.org/10.1016/jjbusvent.2014.06.005
http://dx.doi.org/10.1016/jjbusvent.2014...
; McAdam & McAdam, 2008McAdam, M., & McAdam, R. (2008). High tech start-ups in university science parks incubators: The relationship between the star-up’s lifecycle progression and use of the incubator’s resources. Technovation, 28(5), 277-290. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2007.07.012
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Vanderstraeten & Matthyssens, 2012Vanderstraeten, J., & Mathyssens, P. (2012). Service-based differentiation strategies for business incubators: Exploring external and internal alignment. Technovation, 32(12), 656-670. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2012.09.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Villareal & Calvo, 2015Villareal, O., & Calvo, N. (2015). From the triple helix model to the global open innovation model: A case study based on international cooperation for innovation in Dominican Republic. Journal of Engineering and Technology Management, 35, 71-92. http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2014.10.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2...
; Tenzer & Pudelko, 2015Tenzer, H., & Pudelko, M. (2015). Leading across language barriers: language-induced emotions in multinational teams. The Leadership Quarterly, 26(4), 606-625. http://dx.doi.org/10.1016/j.leaqua.2015.05.006
http://dx.doi.org/10.1016/j.leaqua.2015....
).

Tabela 1
ASIs e EBTs Visitados

A coleta de dados em ASIs localizados no Brasil e em Portugal ocorreu pelas seguintes razões: pela predisposição de cooperação entre pesquisadores destes dois países, o que possibilitou enriquecer a pesquisa ao trazer uma visão a partir de diferentes pontos de vista; pela necessidade de estudos desta natureza em países em desenvolvimento, como apontado na introdução; pelo fato de que uma pesquisa realizada em dois ambientes econômicos, sociais e institucionais distintos poderia trazer resultados mais ricos e maior robustez à pesquisa.

A escolha dos agentes pesquisados ocorreu devido à facilidade de acesso, aliado ao fato de que estes deveriam oferecer dados relevantes à pesquisa. Com efeito, os pesquisadores buscaram também realizar o estudo em agentes que possuíssem representatividade dentro de sua subcategoria (AE, IE ou PTec).

O contato com os ASIs e EBTs foi feito primeiramente por meio telefônico e, posteriormente, pela troca de e-mails, com a apresentação da pesquisa e a solicitação de entrevista. Todos os agentes contatados aceitaram participar da pesquisa.

As entrevistas semiestruturadas (ex.: Tenzer & Pudelko, 2015Tenzer, H., & Pudelko, M. (2015). Leading across language barriers: language-induced emotions in multinational teams. The Leadership Quarterly, 26(4), 606-625. http://dx.doi.org/10.1016/j.leaqua.2015.05.006
http://dx.doi.org/10.1016/j.leaqua.2015....
) foram conduzidas com o auxílio de um roteiro elaborado a partir do referencial teórico. As questões presentes no roteiro foram organizadas em torno dos construtos: estrutura física e serviços básicos; aculturação; e rede de relações sociais. O acesso a documentos de pesquisa ocorreu por meio da visita aos websites dos agentes pesquisados e pela cessão, por parte de alguns entrevistados, de documentos associados às suas atividades.

Tratamento e análise dos dados

As entrevistas foram gravadas, com a permissão dos entrevistados, e codificadas minuto a minuto, sendo atribuídos códigos que rementem ao significado dos assuntos tratados nos respectivos períodos de gravação. Estes procedimentos se enquadram nos procedimentos conhecidos como codificação aberta e codificação axial (ex.: Jennings et al., 2015Jennings, J. E., Edwards, T., Jennings, P. D., & Delbridge, R. (2015). Emotional arousal and entrepreneurial outcomes: Combining qualitative methods to elaborate theory. Journal of Business Venturing, 30(1), 113-130. http://dx.doi.org/10.1016/jjbusvent.2014.06.005
http://dx.doi.org/10.1016/jjbusvent.2014...
; Offord & Gill, 2014; Tenzer & Pudelko, 2015Tenzer, H., & Pudelko, M. (2015). Leading across language barriers: language-induced emotions in multinational teams. The Leadership Quarterly, 26(4), 606-625. http://dx.doi.org/10.1016/j.leaqua.2015.05.006
http://dx.doi.org/10.1016/j.leaqua.2015....
).

A análise dos dados foi realizada em três fases: na primeira, os pesquisadores buscaram identificar os pontos comuns entre os três tipos de ASIs, quanto ao seu papel de suporte às EBTs; na segunda, foram identificadas as particularidades de cada tipo de ASI nesta atividade; por último, foram compiladas as semelhanças e diferenças entre os diferentes tipos de ASIs.

Apresentação e Análise dos Resultados

São apresentados, a seguir, os dados coletados nos ASIs e EBTs, seguidos de sua análise, organizados conforme os construtos: estrutura física, serviços básicos, aculturação e relações sociais.

A cessão do espaço físico e o seu papel

Na Tabela 2, são apresentados os dados básicos do espaço físico dos ASIs visitados, o seu ano de fundação, a área total aproximada disponibilizada aos ASIs e a sua localização. É possível observar que os ASIs portugueses possuem tempo de fundação maior que os ASIs brasileiros. Sobretudo os PTecs brasileiros foram fundados na presente década e estão em um nível mais recente de desenvolvimento se comparados com seus pares portugueses.

Tabela 2
Estrutura Física dos ASIs e sua Fundação

É também possível notar que as áreas destinadas aos PTecs são bem superiores às áreas destinadas a AEs e IEs. Todavia, com exceção do PTec 4, que ocupa um prédio único com área de 3.100m2, as áreas dos demais PTecs consistem em grandes espaços não construídos. Não obstante, a visita permitiu verificar que todos os PTecs possuem áreas construídas superiores às áreas das AEs e IEs visitadas, o que corrobora a literatura que indica um maior nível de desenvolvimento dos PTecs em relação aos outros tipos de ASIs (Gaino & Pamplona, 2014Gaino, A. A. P., & Pamplona, J. B. (2014.) Abordagem teórica dos condicionantes da formação e consolidação dos parques tecnológicos. Produção, 24(1), 177-187. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132014000100014
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132014...
).

A forma de ocupação dos espaços pelas EBTs nos ASIs é apresentada na Tabela 3. Foram encontradas duas situações: aquela em que o ASI dá suporte somente às EBTs instaladas em suas dependências, e aquela em que este suporte também é dado às EBTs instaladas fora de suas dependências, situação denominada associação virtual. A razão apontada para esta última abordagem é a limitação de espaço físico nos ASIs. A associação virtual permite à EBT acesso aos mesmos benefícios oferecidos às EBTs instaladas nestes agentes, conforme o relato a seguir:

Tabela 3
Oferta de Estrutura Física pelos ASIs

“A gente criou esta figura de empresa não residente para empresas que, já que o espaço acabou, está limitado, para empresas que queiram manter este vínculo, participar dos eventos, participar destas oportunidades, obter informações … porque o vínculo com o parque pode dar uma chancela para algumas coisas (PTec1, Brasil)”.

Salvo a situação do PTec2, que está instalado em um prédio, que não foi inicialmente projetado para a finalidade de abrigá-lo, todos os outros PTecs foram concebidos por meio de um projeto arquitetônico, contemplando espaços de convivência, para abrigar EBTs e ambientes de convenções. Esta situação denota que os PTecs, em sua maior parte, apresentam espaços mais adequados à instalação de EBTs do que as AEs e IEs, uma vez que estes últimos são abrigados em prédios adaptados e não previamente criados para a sua atividade.

No que tange ao espaço específico utilizado pelas EBTs, verificou-se três situações. Em duas IEs, foi encontrado o uso compartilhado de espaço, em que duas EBTs ocupam uma mesma sala. A segunda abordagem foi o uso do espaço comum, que foi encontrado nas AEs. Neste caso, todas as EBTs utilizam o mesmo espaço, não havendo divisórias entre elas. Por fim, em uma IE e nos PTecs, cada EBT ocupa uma sala individualmente. A maior flexibilidade no uso do espaço físico e o menor espaço ocupado por EBTs hospedadas em AEs e IEs, se comparados com seus pares hospedados em PTecs, resultam de seu menor desenvolvimento, o que corrobora vários textos da literatura (Antolín-López et al., 2015Antolín-López, R., Céspedes-Lorente, J., García-de-Frutos, N., Martínez-del-Río, J., & Pérez-Valls, M. (2015). Fostering product innovation: Differences between new ventures and established firms. Technovation, 41-42, 25-37. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.02.0027
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Lockett & Wright, 2005Lockett, A., & Wright, M. (2005). Resources, capabilities, risk capital and the creation of university spin-out companies. Research Policy, 34(7), 1043-1057. http://dx.doi.org/10.1016/j.respol.2005.05.006
http://dx.doi.org/10.1016/j.respol.2005....
; Perussi & Escrivão, 2012Perussi, S., Filho, & Escrivão, E., Filho (2012). Processo de criação de estratégia em pequenas empresas de base tecnológicas: Um modelo de fases evolutivas para o setor médico-odontológico. Gestão & Produção, 19(1), 173-188. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2012000100012
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2012...
).

Quanto à sustentação econômica, foram verificadas três situações: na primeira, é feita a cessão gratuita do espaço físico; na segunda, o ASI não cobra aluguel pelo espaço, mas, em contrapartida, é proprietário de parte das cotas da EBT; e, na terceira, ocorre a cobrança de aluguel. Nota-se que a menor capacidade financeira das EBTs hospedadas em AEs e IEs faz com que elas procurem espaços gratuitos para se instalarem, ou a cessão de direitos de seu capital a quem lhes cede o espaço. Todavia, a forma de cessão do espaço físico para EBTs em seu ciclo inicial de desenvolvimento depende também de aspectos culturais e institucionais, uma vez que a IE3 radicada em Portugal cobra aluguel de suas EBTs.

Fazendo a comparação da estrutura física dos ASIs brasileiros com os portugueses, não foram observadas diferenças significativas entre as IEs visitadas. Quanto à estrutura física dos PTecs portugueses e brasileiros, foi observado um maior desenvolvimento da estrutura física dos primeiros, o que se deve principalmente ao fato de estes terem sido fundados anteriormente. Na Tabela 4 é apresentada uma breve análise acerca dos resultados sobre a ocupação do espaço físico pelas EBTs no contexto dos ASIs e sua relação com a literatura.

Tabela 4
Principais Aspectos Relativos ao Espaço Físico

A oferta de serviços básicos

Em todos os ASIs visitados, as EBTs têm acesso a serviços como telefone, internet, serviço postal, secretaria, entre outros. Uma síntese dos serviços oferecidos é apresentada na Tabela 5. Destaca-se um importante aspecto que é também a difusão da informação. Tendo em vista que IEs, AEs e PTecs são filiados a entidades do ambiente de inovação, eles recebem frequentemente informações do ambiente externo via internet, que são repassadas às EBTs hospedadas. A este respeito são apresentados os seguintes relatos:

Tabela 5
Oferta de Serviços Básicos pelos ASIs

“A partir do momento em que a empresa é cadastrada aqui, tudo que a gente recebe sobre inovação, palestra, oficina, curso é repassado [às EBTs hospedadas] (IE2, Brasil)”.

“Então o que nós fazemos é tratar internamente a informação e depois selecionamos quem é que parece ser os mais interessado[s] naquela oportunidade (PTec4, Portugal)”.

Também a este respeito, o gestor entrevistado em um parque tecnológico revela a vantagem da instalação de EBTs neste parque, que a seu ver ocorre da seguinte maneira:

“Nós não temos só espaço, nós prestamos um serviço. A pessoa chega, tem interfone, tem internet, tem espaço de copa, tem impressora central. Quer dizer, a pessoa chega e está em condições de começar a trabalhar, sem precisar fazer mais contrato nenhum (PTec3, Portugal).”

No que tange ao acesso a outros serviços complementares, a IE1oferece serviço jurídico aos seus hóspedes, enquanto as duas aceleradoras oferecem serviço jurídico e contábil.

Embora todos os ASIs ofereçam infraestrutura e serviços básicos aos seus hóspedes, nota-se que AEs e IEs, que são ASIs cujo papel é dar suporte às EBTs em ciclos iniciais de desenvolvimento, oferecem uma gama maior de serviços de apoio (Carayannis & Zedtwitz, 2005Carayannis, E. G., & Zedtwitz, M. (2005). Architecting gloCal (global-local), real-virtual incubator networks (G=RVINs) as catalysts and acclerators of entrepreneuship in transitioning and developing economies: Lessons learned and best practices from current development and business incubation practices. Technovation, 25(2), 95-110. http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)00072-5
http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)...
; McAdam & McAdam, 2008McAdam, M., & McAdam, R. (2008). High tech start-ups in university science parks incubators: The relationship between the star-up’s lifecycle progression and use of the incubator’s resources. Technovation, 28(5), 277-290. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2007.07.012
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Raupp & Beuren, 2011Raupp, F. M., & Beuren, I. M. (2011). Perfil do suporte oferecido pelas incubadoras brasileiras às empresas incubadas. Revista Eletrônica de Administração, 17(2), 330-359. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-23112011000200002
http://www.scielo.br/pdf/read/v17n2/02.p...
; Vanderstraeten & Matthyssens, 2012Vanderstraeten, J., & Mathyssens, P. (2012). Service-based differentiation strategies for business incubators: Exploring external and internal alignment. Technovation, 32(12), 656-670. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2012.09.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
). Por seu turno, a não oferta destes serviços por algumas IEs estudadas denota sua deficiência neste aspecto. Já a ausência de serviços gerenciais de apoio em PTecs se dá pelo fato de suas EBTs já serem suficientemente desenvolvidas e fazerem uso destes serviços no mercado. Na Tabela 6 é apresentada uma análise acerca do papel dos ASIs na oferta de serviços às suas EBTs.

Tabela 6
Principais Aspectos Relativos aos Serviços Ofertados pelos ASIs

Aculturação e desenvolvimento estratégico da empresa

Os principais aspectos relativos ao processo de aculturação de EBTs no contexto dos ASIs são apresentados na Tabela 7. Um ponto relevante na aculturação consiste na implantação do planejamento e controle das atividades na EBT. Elementos de aculturação podem ser vistos na seguinte fala de um dos entrevistados:

Tabela 7
Processo de Aculturação de EBTs nos ASIs

“Eles [os empreendedores das EBTs] sabem muito tecnicamente do produto, do serviço deles, mas não têm noção de negócios, não têm planejamento estratégico, não têm o próprio modelo de negócios …. Além de estabelecer estes limites institucionais, visão, missão, valores, estas coisas mais subjetivas para as pessoas terem um norte, a gente ajuda a gerenciar os processos internos da empresa (IE1, Brasil).”

Foi verificado que enquanto IEs e AEs normalmente interferem diretamente nas atividades gerenciais das EBTs, os PTecs normalmente apenas verificaram se a EBT mantém compromisso em desenvolver tecnologia, uma vez que este aspecto está diretamente relacionado à razão de existir dos PTecs. Com efeito, a maior intervenção de IEs e AEs corrobora a teoria que considera a maior necessidade de apoio a EBTs que estão em seu ciclo inicial de desenvolvimento e, como consequência, precisam de mais apoio dos ASIs (Bruneel et al., 2012Bruneel, J., Ratinho, T., Clarysse, B., & Groen, A. (2012). The evolution of business incubators: Comparing demand and supply of business incubation services across different incubator generations. Technovation, 32(2), 110-121. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2011.11.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; M. A. O. Silva et al., 2009Silva, M. A. O., Gomes, L. F. A., & Correia, M. F. (2009). Cultura e orientação empreendedora: Uma pesquisa comparativa entre empreendedores em incubadoras no Brasil e em Portugal. Revista de Administração Contemporânea, 13(1), 57-71. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/rac/v13n1/a05v13n1.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552009000100005
http://www.scielo.br/pdf/rac/v13n1/a05v1...
; Mian et al., 2016Mian, S., Lamine, W., & Fayolle, A. (2016). Technology business incubation: On overview of the state of knowledge. Technovation, 50-51, 1-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2016.02.005
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Pauwels et al., 2016Pauwels, C., Clarysse, B., Wight, M., & Hove, J. van (2016). Understanding a new generation incubation model: The accelerator. Technovation, 50-51, 13-26. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Rubin et al., 2015Rubin, T. H., Aas, T. H., & Stead, A. (2015). Knowledege flow in technological business incubators: Evidence from Australia and Israel. Technovation, 41-42, 11-24. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.03.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Soetanto & Jack, 2013Soetanto, D. P., & Jack, S. L. (2013). Business incubators and the networks of technology-based firms. Journal of Technology Transfer, 38(4), 432-453. http://dx.doi.org/10.1007/s10961-011-9237-4
http://dx.doi.org/10.1007/s10961-011-923...
).

Quanto ao nível de acompanhamento pelo ASI das atividades da EBT, nas AEs e em uma IE ele é feito diariamente, em duas IEs o acompanhamento é mensal e nos PTecs é feita apenas a verificação das atividades das EBTs com menor frequência, de modo a garantir que elas se mantenham como empresas que trabalham com alta tecnologia.

Foi também observado o suporte de mentores nas duas AEs e em uma IE. Estes profissionais assessoram as EBTs em aspectos mercadológicos e no acesso à rede de contatos. Como consequência da maior interação das AEs e IEs com suas EBTs, foi observado que elas possuem um importante papel na formação de sua visão estratégica. Esta visão consiste na forma com que o empreendedor compreende o ramo em que atua e como pretende agir neste ramo (Mintzberg, Lampel, Quinn, & Goshal, 2006Mintzberg, H., Lampel, J., Quinn, J. B., & Goshal, S. (2006). O processo de estratégia: Conceitos contextos e casos selecionados. Porto Alegre: Bookman.). Na Tabela 8 são apresentados os principais aspectos relativos ao processo de aculturação das EBTs nos diversos tipos de ASIs.

Tabela 8
Principais Aspectos Relativos ao Processo de Aculturação das EBTs

Acesso a redes de relações sociais

Formação de um ambiente social interno

Os principais aspectos do papel dos ASIs como agentes de fomento à interação social de suas EBTs são sumarizados na Tabela 9. Como exemplo de processo de estímulo à formação de um ambiente social interno, tem-se o relato de um evento frequentemente realizado por um dos parques tecnológicos visitados:

Tabela 9
Suporte dos ASIs à Interação Social de suas EBTs

“Temos as sessões de café da manhã * [tradução nossa do termo breakfast sessions], que ocorrem uma vez por mês, em que trazemos alguém de uma área qualquer, e promovemos uma manhã em que alguém vem falar e são convidados todos os outros [agentes do parque] (PTec5, Portugal)”.

Ademais, foi observado que o espaço físico é predisponente natural para a interação entre as EBTs, se este permite proximidade física. Evidência desta questão pode ser vista no seguinte relato de uma das incubadoras:

“Em termos de incubadora, como as pessoas estão próximas fisicamente, há, de fato, oportunidade[s] de mercado[s] que são atingidas pela junção de duas ou mais empresas. (….) As empresas criam parcerias para levar determinado produto ao mercado (IE3, Portugal)”.

A AE2 é o ASI que possui a estrutura que mais fomenta esta interação, posto que todas as EBTs se encontram agrupadas em dois grandes espaços comuns, ou seja, sem paredes. Foi também verificada considerável proximidade física nas AEs, IEs e em dois PTecs (PTec2 e PTec4), em que as EBTs se encontram hospedadas em um mesmo piso, todavia separadas por paredes. Já no caso dos demais PTecs, a sua estrutura física maior faz com que as EBTs fiquem mais distantes umas das outras, o que pode dificultar a sua interação.

De modo geral, é consenso entre os entrevistados que a interação entre os membros de diferentes EBTs hospedadas em um ASI gera a troca de informações e conhecimentos. Adicionalmente, muitas EBTs buscam se instalar em ASIs justamente pela possibilidade de interagir com outras EBTs, conforme o relato do gestor de uma EBT, transcrito a seguir:

“Eu estou num parque tecnológico, eu busco um parque tecnológico acreditando que a relação entre as empresas consegue desenvolver todas elas (PTec2-EBT1, Brasil)”.

A Tabela 10 apresenta a análise sucinta dos principais aspectos relativos à formação de um ambiente social interno nos ASIs.

Tabela 10
Principais Aspectos Relativos à Formação de um Ambiente Social Interno nos ASIs

Formação de um ambiente social externo

No que tange ao papel do ASI na relação de suas EBTs com o meio externo, foram analisadas as interações com os seguintes tipos de agentes: financeiros, universidades e ambiente de inovação. As interações se encontram sumarizadas na Tabela 11.

Tabela 11
Suporte dos ASIs à Interação Social de suas EBTs com Agentes Externos

A relação com agentes financeiros se mostrou mais ativa nas duas AEs visitadas em comparação com os demais ASIs. Esta situação é considerada desta maneira porque estes agentes fazem o efetivo agenciamento de investidores para as suas EBTs, o que ocorre no nível individual (ad hoc). Como pode ser visto no relato abaixo, a política da AE1 é não só procurar investidores anjo para suas EBTs, mas investidores que, além de disponibilizarem capital, tenham conhecimento e experiência no ramo de atividade das EBTs: “Trazer um investidor qualquer ou eu trazer um investidor da área é algo que coloca a pessoa que tem uma rede de contatos na área na frente daquela que não tem. E aquilo ali acaba promovendo a aceleração do negócio, faz sair mais rápido (AE1, Brasil)”.

Por seu turno, nos PTecs do Brasil e de Portugal foram observados esforços de captação de recursos de agentes públicos, na forma de linhas de financiamento destinadas às EBTs instaladas nestes agentes.

A universidade se mostra um elemento presente na maioria dos ASIs pesquisados. Foram identificados três tipos de relações entre estes agentes e as universidades: (a) – a situação em que o ASI intermedia a relação entre uma EBT e algum agente da universidade, ou seja, o acesso a algum serviço, laboratório de pesquisa, ou suporte de um pesquisador; (b) – a relação institucional, em que o ASI efetivamente está incorporado ao organograma de uma universidade, ou a universidade é um agente chave no seu controle; (c) – a relação do ASI com pesquisadores da universidade, normalmente para o aprimoramento de técnicas gerenciais do ASI. Tem-se, abaixo, o relato do gestor entrevistado no PTec2, em que este parque obrigatoriamente intermedia toda relação de suas EBTs e a universidade à qual pertence:

“Eles não podem fazer direto [contato com entes da universidade]. O parque tem que intermediar [este contato] (PTec2, Brasil)”.

No que se refere à relação com agentes do ambiente de inovação, é importante considerar a relação de EBTs com mentores, graças ao intermédio de seus respectivos ASIs, como pode ser visto no seguinte relato:

“Então a gente vai buscar entre os mentores quem é que tem esta permeabilidade no mercado, para facilitar a apresentação e a validação da venda. … Este é o principal diferencial da aceleradora. Se você não tem quem te apresente, você é qualquer outro vendedor batendo à porta. Quando você tem alguém de peso, quando você tem uma [executiva amplamente conhecida] ligando para o presidente da empresa, e dizendo: - Receba, porque eu confio. É totalmente diferente (AE2, Brasil)”.

Na Tabela 12 é apresentada uma análise dos principais aspectos relativos ao papel dos ASIs na formação do ambiente social externo das EBTs.

Tabela 12
Principais Aspectos Relativos À Formação De Um Ambiente Social Externo nos ASIs

Considerações Finais

Este artigo apresenta uma análise detalhada do papel de AEs, IEs e PTecs no apoio ao desenvolvimento de EBTs. A este respeito, foi possível identificar como estes agentes dão apoio às EBTs em aspectos relativos ao espaço físico e serviços básicos, às práticas gerenciais, à aculturação e à construção de redes de relações sociais, aprofundando os conhecimentos vigentes sobre estes três tipos de agentes (ex.: Bollingtoft, 2012Bollingtoft, A. (2012). The bottom-up business incubator: Leverage to networking and cooperation practices in a self-generated, entrepreneurial-enable environment. Technovation, 32(5), 304-315. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2011.11.005
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Carayannis & Zedtwitz, 2005Carayannis, E. G., & Zedtwitz, M. (2005). Architecting gloCal (global-local), real-virtual incubator networks (G=RVINs) as catalysts and acclerators of entrepreneuship in transitioning and developing economies: Lessons learned and best practices from current development and business incubation practices. Technovation, 25(2), 95-110. http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)00072-5
http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(03)...
; Paradkar et al., 2015Paradkar, A., Knight, J., & Hansen, P. (2015). Innovation in start-ups: Ideas filling the void or ideas devoid of resources and capabilities? Technovation, 41-42, 1-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.03.004
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Pauwels et al., 2016Pauwels, C., Clarysse, B., Wight, M., & Hove, J. van (2016). Understanding a new generation incubation model: The accelerator. Technovation, 50-51, 13-26. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
; Vanderstraeten & Matthyssens, 2012Vanderstraeten, J., & Mathyssens, P. (2012). Service-based differentiation strategies for business incubators: Exploring external and internal alignment. Technovation, 32(12), 656-670. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2012.09.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation...
).

Com efeito, a resposta para a questão de pesquisa apresentada na introdução deste artigo foi racionalizada e discutida na seção anterior.

Como contribuição, este artigo apresenta uma visão abrangente e integradora do papel dos ASIs em diversos aspectos do desenvolvimento de EBTs, que vai além das visões até então apresentadas na literatura, que normalmente se mostram concentradas em aspectos específicos relativos aos ASIs. São também delineadas semelhanças e diferenças entre os três tipos de ASIs pesquisados, no que diz respeito ao seu papel em apoiar EBTs, aprimorando a literatura. Da perspectiva teórica, foi possível identificar especificidades em cada tipo de ASI, no que tange ao seu apoio ao desenvolvimento de EBTs.

Quanto às suas implicações para a prática, este artigo pode servir como ponto de referência para novos empreendedores, no sentido de que estes entendam melhor os papéis e serviços que podem ser providos em cada tipo de ASI e possam elaborar uma lista de pontos (um checklist) de elementos relevantes para o desenvolvimento de suas empresas. Paralelamente, este artigo pode ser utilizado por gestores de ASIs como elemento de referência para a avaliação do seu estado atual, enquanto provedores de serviços para EBTs, assim como para o seu desenvolvimento futuro, no sentido de expandirem seus serviços e atenderem cada vez melhor estas empresas.

Embora este estudo possa apresentar uma visão abrangente do papel dos ASIs no desenvolvimento das EBTs, posto que seu escopo se encontra baseado nos quatro construtos mencionados ao longo do texto, ele é limitado conceitualmente por estes mesmos construtos.

Não obstante, como sugestão de estudos futuros que permitam entender o comportamento de toda a população de ASIs, sugere-se o uso de toda a estrutura de construtos ora apresentada para a elaboração de estudos com caráter quantitativo para aplicação em todo o território brasileiro e português, para então se ter um panorama do comportamento dos ASIs na totalidade destes dois países. Outra sugestão é o uso de abordagens epistemológicas alternativas para a construção de teoria, como a Grounded Theory, entre outras (ex.: Charmaz, 2014Charmaz, K. (2014). Grounded theory in global perspective: Reviews by international researchers. Qualitative Inquiry, 20(9), 1074-1084. http://dx.doi.org/10.1177/1077800414545235
http://dx.doi.org/10.1177/10778004145452...
; Mello & Cunha, 2010Mello, R. B., & Cunha, C. J. C. A. (2010). Grounded theory. In C. K. Godoi, R. B. Mello, & A. Silva (Orgs.), Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: Paradigmas, estratégias e métodos (pp. 241-258). São Paulo: Editora Saraiva.; Shah & Corley, 2006Shah, S. K., & Corley, K. G. (2006). Buiding better theory by bridging the quantitative – qualitative divide. Journal of Management Studies, 43(8), 1821-1835. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.2006.00662.x
http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.20...
; Shepherd & Suddaby, 2016Shepherd, D., & Suddaby, R. (2016). Theory building: A review and integration. Journal of Management, 43(1), 1-28. http://dx.doi.org/10.1177/0149206316647102
http://dx.doi.org/10.1177/01492063166471...
), no sentido de se entender melhor o papel dos ASIs, a partir de uma abordagem que procure identificar novos construtos, tendo como pressuposto fundamental o contato do pesquisador com a realidade vivida pelos ASIs e EBTs, prescindindo inicialmente de qualquer viés teórico, visando, com isso, possibilitar o surgimento de perspectivas teóricas alternativas para este assunto.

Referências

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  • Tenzer, H., & Pudelko, M. (2015). Leading across language barriers: language-induced emotions in multinational teams. The Leadership Quarterly, 26(4), 606-625. http://dx.doi.org/10.1016/j.leaqua.2015.05.006
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  • Vandenbroucke, E., Knockaert, M., & Ucbasaran, D. (2016). Outside board human capital and early stage high-tech firm performance. Entrepreneurship Theory and Practice, 40(4), 759-779. http://dx.doi.org/10.1111/etap.12141
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  • Vial, I. D., & Montoro-Sanches, A. (2016). How knowledge links with universities may foster innovation: The case of a science park. Technovation, 50-51, 41-52. http://dx.doi.org/10.1016/j.technovation.2015.09.001
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  • Villareal, O., & Calvo, N. (2015). From the triple helix model to the global open innovation model: A case study based on international cooperation for innovation in Dominican Republic. Journal of Engineering and Technology Management, 35, 71-92. http://dx.doi.org/10.1016/j.jengtecman.2014.10.002
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  • Yin, R. K. (1994). Case study research: Design and methods (2nd ed). Thousands Oaks: Sage Publications.

APÊNDICE

Roteiro de Pesquisa

Questões sobre o entrevistado:

Nome:

Formação:

Função:

Idade:

Questões Relativas ao ASI:

  1. Espaço físico
    • 1.1. Qual é a área destinada ao ASI?

    • 1.2. Como as EBTs estão alocadas no presente espaço físico? Explique.

    • 1.3. É permitida a associação apenas a empresas localizadas no agente? Explique.

    • 1.4. Como é feita a cessão do espaço, sob a perspectiva econômica? Como as firmas retribuem o uso do espaço (aluguel, cessão pública, etc.)? Explique.

    • 1.5. Que tipos de serviços estão presentes no espaço físico?

    • 1.6. Como foi concebido o espaço físico deste ASI?

  2. Serviços
    • 2.1. Fale sobre os serviços de infraestrutura oferecidos às EBTs.

    • 2.2. Que serviços adicionais são oferecidos às EBTs?

    • 2.3. Fale sobre os mecanismos de assessoria, suporte e controle das EBTs hospedadas:

  3. Aculturação
    • 3.1. O ASI oferece algum tipo de treinamento gerencial? Se sim, que ferramentas são vistas?

    • 3.2. O ASI oferece suporte de consultores internos?

    • 3.3. O ASI oferece suporte de tutores?

  4. Sistema social
    • 4.1. Como é a interação com outras EBTs?

    • 4.2. O ASI promove a interação interna? Como?

    • 4.3. Como o ASI interage com as EBTs que hospeda?

    • 4.4. O ASI promove a interação com agentes externos?

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Mar-Apr 2018

Histórico

  • Recebido
    10 Fev 2017
  • Revisado
    23 Jul 2017
  • Aceito
    11 Out 2017
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