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Editorial

Editorial

José da Rocha Carvalheiro

O Editor

Neste número da Revista Brasileira de Epidemiologia, incluímos apenas artigos espontaneamente encaminhados pelos autores. Todos submetidos à apreciação por pares, procedimento editorial sempre mantido com todo o rigor, mesmo nos números temáticos editados recentemente. Há, no entanto, uma diferença essencial: a extrema diversidade temática, metodológica e de filiação institucional dos autores, quando um número é composto, como este, por artigos que fluem naturalmente pelo sistema da Revista. É inevitável nos números "induzidos", além de uma compreensível monotonia temática, maior concentração institucional dos autores e uma intencionalmente forçada diversidade metodológica. Os números temáticos obedecem a uma opção editorial que, em nosso caso, além do Conselho de Editores, passa por consultas regulares à Comissão de Epidemiologia da Abrasco. Já os números compostos pelo processo normal do sistema editorial expressam o resultado de um complexo processo que envolve, na sua origem, decisões próprias da comunidade científica da área. O perfil da Revista torna-se mais conforme às tendências da pesquisa no âmbito profissional e institucional que ela atinge.

Neste número apresentamos sete trabalhos, provenientes de diversos Estados e distintas instituições. Nenhum é de autoria singular, variando entre 2 e 6, sendo a média de autores 3,4. Três artigos são de autores filiados à Faculdade de Saúde Pública da USP. Um deles, analisa uma coorte de nascidos num hospital universitário, quanto à persistência do aleitamento materno (misto) após a introdução de outros leites, em função da época em que essa introdução se dá. Quanto mais tardia a introdução do "outro", mais tempo persiste o aleitamento materno, caracterizando uma clara intenção de prolongar a amamentação por parte de algumas mães, não de todas. Os outros dois são de autoria de um dos grupos mais experientes no Brasil em questões de mortalidade. Analisam problemas com o Sistema de Informações sobre Mortalidade e propõem soluções. Um dos artigos refere-se a causas naturais e o outro a causas externas. Nestas últimas, acidentais e violentas, a informação é substancialmente melhor mas, em ambos os grupos, um procedimento simples de resgate/ recuperação melhora a qualidade da informação da Declaração de Óbito. Esse procedimento consiste em realizar entrevistas em domicílios, hospitais, Instituto Médico Legal e Delegacias de Polícia.

Dois artigos empregam, para analisar temas distintos, o mesmo procedimento transversal de amostragem domiciliar com entrevistas. Um, utiliza questionário padronizado para determinar a prevalência de "distúrbios psiquiátricos menores" na cidade de Pelotas, com autores da Universidade Federal de Pelotas e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Outro, na cidade do Rio de Janeiro, além das entrevistas realizou medidas antropométricas buscando associação entre o índice de massa corporal e a relação cintura/ quadril com a ocorrência de hospitalizações. Seus autores pertencem ao Instituto de Medicina Social da UERJ.

Um estudo, com autores do Rio de Janeiro, da UFRJ e do IMS/ UERJ, discute estratégias de criação de blocos lógicos ("blocagem") para o relacionamento probabilístico de grandes bases de dados (de mortalidade, no exemplo analisado).

Finalmente, um trabalho analisa a prevalência de distúrbios respiratórios e avalia a vacinação contra a gripe numa Clínica de Saúde Ocupacional na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Foi empregado um delineamento transversal entre trabalhadores da indústria. É promissor que pesquisadores de serviços como este se incluam entre os autores da Revista.

Como prevíramos em Editorial anterior, a diversidade de origem institucional dos autores é uma das características mais importantes de nossa Revista, quando se juntam os artigos que fluem espontaneamente pelo sistema editorial.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Nov 2005
  • Data do Fascículo
    Ago 2002
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