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Sabedoria popular no uso de plantas medicinais pelos moradores do bairro do sossego no distrito de Marudá - PA

Folk wisdom in the use of medicinal plants by the residents of the quiet neighborhood in Marudá District - PA.

RESUMO

Na Amazônia as plantas medicinais são um dos principais recursos para o tratamento de diversas doenças, dado o contexto cultural, a falta de proximidade com os locais onde poderiam receber atendimento médico, confiabilidade e baixo custo em comparação aos medicamentos industriais. Nesse contexto, encontra-se o Distrito de Marudá, no Município de Marapanim, a 160 Km da capital Belém, onde é comum o uso de plantas medicinais para o tratamento de agravos à saúde. Este trabalho investigou a sabedoria popular no uso de plantas medicinais pelos moradores do bairro do Sossego no Distrito de Marudá - PA, ilustrando a sua importância em termos culturais, econômicos e ambientais. Para isso utilizou-se um levantamento etnofarmacêutico visando oferecer ferramenta de prospecção destas plantas utilizadas como recurso terapêutico pela população local.

Palavras-chave
Levantamento Etnofarmacêutico; Plantas medicina; Marudá; Grupo de mulheres

ABSTRACT

In the Amazon medicinal plants are a relevant resource for the treatment of several diseases, given the cultural context, access, reliability and low cost compared to industrial medicine. Inside this context, it is located the Marudá District, in the municipality of Marapanim,160 km far from Belém state of Pará, where it is common to use medicinal plants in order to treat health problems. In this sense, this work investigates the popular phytotherapy practice of herbal medicine practiced by the residents of the“Sossego” neighborhood in the District of Marudá-PA, illustrating the importance of medicinal plants for this human group in cultural, economic and environment context. For such purpose, we used a ethnopharmaceutical survey aiming to offer a prospecting tool of these plants employed as a therapeutic resource for the local population.

Keywords
Survey Ethnopharmaceutical; Medicinal plants; Marudá; Woman Grup

INTRODUÇÃO

A nossa história esta intrinsecamente ligada ao ambiente natural, especialmente as plantas, utilizadas para alimentação, confecção de moradia e utensílios, vestuários e remédios. Os registros de utilização de plantas como remédio datam da era paleolítica, pela identificação de pólen de plantas medicinais em sítios arqueológicos. Relatos escritos mais sistematizados foram encontrados na Índia, na China e no Egito e datam de milhares de anos antes da civilização cristã (Saad et al., 2009SAAD, G. A; LÉDA, OLIVEIRA, P. H.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. C. Fitoterapia popular comtemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 1º ed. Elsevier, 2009. p. 402.).

Com a expansão das navegações e descoberta de novos continentes, muitas plantas que eram utilizadas por povos nativos foram descobertas e passaram a ser usadas pelos europeus. No Brasil, os primeiros europeus que chegaram logo se depararam com uma grande variedade de plantas medicinais em uso pelos indígenas que aqui viviam. O conhecimento sobre a flora local com o tempo acabou se fundindo àqueles trazidos da Europa. Os escravos africanos deram sua contribuição com o uso de plantas trazidas da África, muitas delas utilizadas em rituais religiosos, mas também utilizadas por suas propriedades farmacológicas (Lorenzi & Matos, 2008LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. 544 p.).

Até meados do século XX, o Brasil era um país essencialmente rural, com amplo uso da flora medicinal, tanto a nativa quanto a introduzida. Porém, com o início da industrialização e aumento da urbanização no país, o conhecimento tradicional passou a ser posto em segundo plano, devido as pressões econômicas e culturais externas (Lorenzi & Matos, 2008LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. 544 p.).

Plantas medicinais são aquelas que possuem princípios bioativos com propriedades profiláticas ou terapêuticas. O uso de plantas medicinais é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, órgão do Ministério da Saúde, que publica resoluções que regulam quais, quando e como as chamadas ‘drogas vegetais’ devem ser usadas. Mais precisamente, regulamenta o uso de partes das plantas medicinais: folhas, cascas, raízes ou flores, como opção terapêutica, no Sistema Único de Saúde (Brasil, 2006BRASIL, Presidência da República. Decreto 5813 de 22 de junho de 2006 – Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Brasil, 2006.).

Os remédios preparados a partir de vegetais e os medicamentos fitoterápicos, ambos são obtidos de plantas medicinais, porém diferem na elaboração. Os remédios provêm de partes dos vegetais como, por exemplo, folhas frescas ou secas, inteiras ou rasuradas (partidas em pedaços menores), utilizadas nos chás, infusões, tinturas; enquanto que os medicamentos fitoterápicos são produtos tecnicamente mais elaborados e a apresentação final para uso é sob a forma de comprimidos, cápsulas, xaropes (Brasil, 2006BRASIL, Presidência da República. Decreto 5813 de 22 de junho de 2006 – Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Brasil, 2006.).

Segundo Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, (RDC) N0 14 de 31 de março de 2010 são considerados medicamentos fitoterápicos aqueles obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, cuja eficácia e segurança são validadas por meio de levantamentos etnofarmacológicos, de utilização, documentações tecnocientíficas ou evidências clínicas.

É importante frisar sobre o do uso de plantas medicinais na atenção primária à saúde, que nada mais é do que o primeiro recurso dos usuários em relação aos seus agravos de saúde. As plantas medicinais são excelentes opções, pois além do seu baixo custo, contribuem para o resgate do conhecimento popular, na medida em que esse conhecimento sistematizado é incorporado nas normas, e a promoção de seu uso responsável, embasado nos conhecimentos científicos. Assim, torna-se mais do que necessário o investimento em pesquisas nesta área, em nossa flora nativa, sendo a etnobotânica e a etnofarmácia importantes ferramentas para se trabalhar para alcançar estes objetivos.

FIGURA 1
Área de estudo: Localização geográfica do Distrito de Marudá, PA
Fonte: Cortesia do Tecnólogo Ambiental Maicon Silva, IDESP-PA. Em 05/05/2014.

Este trabalho investigou a sabedoria popular no uso de plantas medicinais pelos moradores do bairro do Sossego no Distrito de Marudá - PA, ilustrando a importância das plantas medicinais para este grupo humano em termos culturais, econômicos e ambientais. Dados como: nome popular, hábito, indicação de uso, partes usadas, formas de preparo dos remédios artesanais, entre outros, foram avaliados e plotados. Para isso utilizou-se um levantamento etnofarmacêutico visando oferecer ferramenta de prospecção destas plantas utilizadas como recurso terapêutico pela população local.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado no bairro do Sossego em Marudá, área distrital de Marapanim- Pará (Figura 1), localizada a 161 km da capital Belém no Estado do Pará.

Marudá é uma ilha, localizada no litoral do Município de Marapanim. Limita-se ao norte com a Baía de Marapanim em direção ao Oceano Atlântico; a leste, com a foz do Rio Marapanim; a oeste, com o Igarapé Marudá e ao sul, com o Igarapé Samaúma e partes dos terrenos dos povoados de Bacuriteua, Cafezal e Recreio. Tem uma articulação estreita com aglomerados populacionais que se dispõem geograficamente no seu entorno e onde se destacam as localidades de Araticum Mirim, Recreio, Caju, Porto Alegre, Bacuriteua, Cafezal, Vista Alegre e Retiro (Monteiro, 2011MONTEIRO, M. J. S. Papel das plantas medicinais na questão de gênero dentre as mulheres pescadoras - erveiras do Espaço Erva Vida Sossego/Marudá/Marapanim. 2011. 96p. Dissertação (Mestrado – Área de Concentração em Uso e Aproveitamento dos Recursos Naturais) - Núcleo de Meio Ambiente, Universidade Federal do Pará, Belém.).

Outra abordagem qualitativa utilizando o método de estudo de caso, por meio do uso da técnica de observação participante, que consiste em participar das atividades dos entrevistados de forma a não opinar sobre as mesmas. Neste sentido, foi necessária uma aproximação direta, com observação da forma de trabalho, assim como entrevistas formuladas com base em Albuquerque et al. (2010)ALBUQUERQUE, U. P. et al. Seleção dos participantes da pesquisa. In: Albuquerque UP, Lucena RFP, Cunha LVFC, editores. Métodos e Técnicas na Pesquisa Etnobiológica e Etnoecológica. Recife. Ed. Nupeea, 2010. p. 23-37., possibilitando a compreensão das relações no grupo e obtenção de dados relativos às espécies vegetais, como: nome popular, hábito, indicação de uso, partes usadas, formas de preparo dos remédios artesanais, entre outros.

Foram realizadas entrevistas entre os dias 02 a 16 de julho de 2013, nas residências dos moradores. Foram entrevistados 18 praticantes da fitoterapia popular (pessoas detentoras de conhecimento sobre as plantas medicinais) das quais foram encontrados por indicação da própria comunidade do bairro do Sossego pela técnica da bola-de-neve ou “Snow Ball”, tal como indicado por Amorozo & Gély (1988)AMOROZO, M. C. M.; GÉLY, A. Uso de plantas medicinais por caboclos do baixo Amazonas. Barcarena, PA, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica, v. 4, n. 1, p. 85, 1988.. Assim como, foi apresentado aos entrevistados o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), discutido, aprovado e assinado pelos entrevistados.

Para as entrevistas utilizou-se um questionário para levantar dados como: gênero, idade, escolaridade, membros da família, renda mensal; bem como informações sobre as plantas pelo nome popular, hábito, indicação terapêutica, partes usadas, formas de preparo, uso e obtenção das plantas medicinais. Após cada entrevista foi realizada a coleta do material botânico sempre na companhia dos entrevistados, dando-se preferência ao material fértil e sua conservação em jornal e álcool 700GL ainda em Marudá, para sua posterior herborização definitiva no Laboratório de Biologia do Instituto Federal do Pará (IFPA), Campus de Abaetetuba.

A herborização segundo as técnicas descritas por Fidalgo & Bononi (1989)FIDALGO, O. BONONI, V. L. R. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. 1. Ed. (Série Documentos) São Paulo: Instituto de Botânica, 1989. 62 p. é o processo de preparação do material vegetal coletado, para preservá-lo em uma coleção de amostras vegetais denominadas herbário. Este processo inicia-se primeiramente com a coleta, tomando-se o cuidado em obter plantas que contenham estruturas reprodutivas, como flores, frutos e sementes, o que facilita a identificação.

A identificação botânica foi realizada inicialmente, a partir da análise da morfologia externa do material e também por consulta à literatura especializada. Posteriormente, alguns espécimes férteis foram enviados para identificação para o Herbário da Embrapa Amazônia Oriental IAN sob o Nº do NID: 64/2013 (Dados do Material para Análise) e outros não férteis foram identificados por comparação com exsicatas cuja as imagens estavam disponíveis nos sites do Missouri Botanical Garden e Lista de Espécies da Flora do Brasil 2014.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Foram entrevistadas 18 informantes, onde a faixa etária variou de 26 a 87 anos. As informantes mais idosas com faixa etária entre 64 e 87 anos, foram responsáveis por 50% das citações, aquelas entre 45 a 59 anos por 28% das citações; e os mais jovens com faixa etária entre 25 e 34 anos ficaram com o percentual menos expressivo de 5 %. Ao comparar o número de plantas citadas com idade dos entrevistados, percebe-se que as mulheres com idade entre 64 e 87 anos apresentaram o maior numero de citações, pois se constatou de maneira geral que os mais idosos conhecem uma maior diversidade de plantas úteis, devido ao saber acumulado ao longo de suas vidas.

A escolaridade variou entre aqueles que nunca foram à escola; os que possuíam o ensino fundamental até a 4ª série incompleto; ensino fundamental até a 4ª série completa; Ensino Médio Completo; Superior Incompleto; Superior Completo. Neste estudo, evidenciou-se que quanto menor o grau de instrução, mais intenso é o uso e o conhecimento relativo às espécies medicinais (Tabela 1).

TABELA 1
Distribuição do grau de instrução das entrevistadas.

Em relação à forma de aquisição das plantas, verificou-se que o cultivo em casa apresenta 10 citações correspondendo a 40%, revelando que ainda existe tradicionalismo na forma de se obter os remédios caseiros, seguida pela compra, com sete citações, 28% e a obtenção de vizinhos, com cinco citações ou 20% (Gráfico 1). No trabalho de Negrelle et al. (2007)NEGRELLE, R.R.B. et al. Estudo etnobotânico junto a unidade Saúde da Família Nossa Senhora dos Navegantes: subsídios para o estabelecimento do programa de fitoterápicos na Rede Básica de Saúde do Município de Cascavel (Paraná). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 9, n. 3, p. 6-22, 2007., Brasileiro et. al (2008)BRASILEIRO, G. B. et al. Plantas medicinais utilizadas pela população atendida no “Programa de Saúde da Família”, Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas v. 44, n. 4, 2008. e Pinto (2006)PINTO, E. P. et al. Conhecimento popular sobre plantas medicinais em comunidades rurais da Mata Atlântica em Itacoaré- Bahia. Acta Botanica Brasilica, v. 20, n.4, p. 751-762, 2006. a principal forma de obtenção das plantas medicinais também foi o cultivo em casa com 56% e 77% respectivamente.

A cultura do uso e cultivo de plantas medicinais, em comunidades interioranas, constitui importante recurso local para a saúde e sustentabilidade do meio ambiente rural. Entretanto, é importante a orientação quanto ao cultivo e manejo correto das plantas medicinais, pois a complementação do conhecimento popular e científico sobre a produção e o uso de plantas medicinais é fundamental para sua segurança e eficácia.

As doenças mais frequentes foram: gripe com 15 citações; pressão alta e anemia com 06 citações cada; febre com 05 citações e reumatismo com 04 citações (Tabela 2). Doenças como gripe podem ser causadas pela mudança brusca de tempo, pois em períodos quentes do dia geralmente entrecortados pela queda brusca de temperatura através de temporais na região Amazônica é bastante comum, como relata uma moradora entrevistada.

TABELA 2
Doenças mais frequentes entre a família das entrevistadas

Patologias como a diarreia uma das menos citadas possivelmente são causadas pela falta de saneamento básico na região, já que grande parte das ruas não tem asfalto e o esgoto transita a céu aberto. E doenças como reumatismo, podem estar relacionadas a grande faixa etária que estão incluídas a maioria das informantes, como relata outra entrevistada.

FIGURA 2
Forma de aquisição das plantas
Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Em contraponto, Silva (2002)SILVA, R. B. L. A etnobotânica de plantas medicinais da comunidade Quilombola de Curiaú, Macapá-AP, Brasil. 2002. 172p. Dissertação (Mestrado – Área de Concentração em Biologia Vegetal Tropical) Departamento de Biologia Vegetal, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém. em estudos realizados em Curiau-AP, relatou como doenças mais frequentes a diarreia com 52,38% e gripe 52%. Da mesma forma Pinto (2006)PINTO, E. P. et al. Conhecimento popular sobre plantas medicinais em comunidades rurais da Mata Atlântica em Itacoaré- Bahia. Acta Botanica Brasilica, v. 20, n.4, p. 751-762, 2006. e Scoles (2006)SCOLES, R. Sabiduria popular y plantas medicinais: el ejemplo de la comunidad negra de Itacoã, Acará, Pará, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Ciências Naturais, v. 1, n. 2, p. 79-102, 2006. obtiveram a mesma frequência de citação em comunidades de Igarapé Miri-PA e em Itacoã-PA como doenças mais frequentes a diarreia e gripe respectivamente, diferentemente ao estudo em questão.

Para sanar suas doenças a maioria das entrevistadas relatou que utiliza medicamento caseiro com 16 citações correspondendo a 73%, seguida de remédio da farmácia com quatro citações (18%) e remédio do posto com 2 citações (9%). Essa preferência em utilizar plantas medicinais não é uma exclusividade da região (Gráfico 2). A utilização de plantas medicinais é uma prática comum entre as populações. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 80% da população mundial recorre às medicinas tradicionais para atender suas necessidades primárias de assistência médica (OMS, 1993ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS); UNIÓN MUNDIAL PARA LA NATURELEZA (UICN), WORLD WILDLIFE FUND (WWF). Diretrizes sobre conservación de plantas medicinales. Londres: Media Natura. 1993, 58p.).

Pode-se ressaltar que as espécies medicinais realizam importante papel na prevenção a saúde básica, porque mesmo a medicina convencional permanecendo acessíveis, elas foram citadas como primeira opção para tratamento de doenças.

Em Curiaú-AP, Silva (2002)SILVA, R. B. L. A etnobotânica de plantas medicinais da comunidade Quilombola de Curiaú, Macapá-AP, Brasil. 2002. 172p. Dissertação (Mestrado – Área de Concentração em Biologia Vegetal Tropical) Departamento de Biologia Vegetal, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém. afirma que, quando algum membro da família fica doente, procura-se ajuda no posto médico ou hospital e em casos mais graves busca-se tratamento em outra cidade. Mesmo assim, cerca de 95% dos informantes narraram que além desses processos, fazem tratamento com remédios naturais, usando o poder da natureza.

Plantas medicinais utilizadas em Marudá: diversidade das famílias botânicas

Em Marudá foram citadas 96 etnoespécies com características medicinais segundo as informantes. Desta, foram todas coletadas, sendo 87 espécies identificadas em nível de espécie, 8 em nível de gênero e uma não foi identificada até o presente momento, portanto a mesma não consta nos resultados tabulados deste estudo. Vale ressaltar que das 96 etnoespécies coletadas 41 plantas foram identificadas pelo herbário da Embrapa/Amazônia-Oriental/IAN, pois as mesmas estavam com seu material fértil, enquanto que 54 plantas foram identificadas através de sites especializados.

FIGURA 3
Preferência pelos remédios artesanais em número de citação pelas moradoras do bairro do Sossego, Marudá-PA.
Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

As espécies identificadas distribuem-se em 44 famílias (Gráfico 3) das quais se destacam Lamiaceae com 11 etnoespécies 11,70% e Asteraceae com 7 etnoespécies 7,44%. Silva (2002)SILVA, R. B. L. A etnobotânica de plantas medicinais da comunidade Quilombola de Curiaú, Macapá-AP, Brasil. 2002. 172p. Dissertação (Mestrado – Área de Concentração em Biologia Vegetal Tropical) Departamento de Biologia Vegetal, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém. em Curiaú, Macapá-AP registrou Lamiaceae e Asteraceae com 13 (9,03%) espécies citadas, como a famílias mais representativas. Fuck et al (2005)FUCK, S. B. et al. Plantas medicinais utilizadas na medicina popular por moradores da área urbana de Bandeirantes, Paraná, Brasil. Semina: Ciências Agrárias. 26, n. 3, p. 296, 2005. na área urbana de Bandeirantes-PR registrou 31 plantas, distribuídas em 19 famílias, sendo que Lamiaceae contribuiu com maior número de espécies (26,32%), seguida por Rosaceae, Asteraceae e Euphorbiaceae com 15,79% cada uma.

A família Lamiaceae contém, aproximadamente, 258 gêneros e 7193 espécies. Só o Brasil é detentor de 23 dos 258 gêneros e 232 das 7193 espécies, uma biodiversidade respeitável. São cosmopolitas, podendo se apresentar sob a forma de ervas, arbustos ou árvores. Uma característica marcante desta família vegetal é o aroma que possui. Economicamente, a utilização das Lamiaceas é bastante difundida e importante (Pinto et al., 2006PINTO, E. P. et al. Conhecimento popular sobre plantas medicinais em comunidades rurais da Mata Atlântica em Itacoaré- Bahia. Acta Botanica Brasilica, v. 20, n.4, p. 751-762, 2006.).

Em relação às principais características da família Asteraceae é a diversidade de substâncias químicas, produzidas como sistema de defesa, que inclui a produção de compostos secundários, especialmente os polifrutanos, inulinas e as lactonas sesquiterpênicas, além de óleos voláteis e terpenoides. Talvez esta característica seja a principal responsável pela expressiva importância econômica da família na medicina tradicional (Pinto et al., 2006PINTO, E. P. et al. Conhecimento popular sobre plantas medicinais em comunidades rurais da Mata Atlântica em Itacoaré- Bahia. Acta Botanica Brasilica, v. 20, n.4, p. 751-762, 2006.).

Ferreira (2000)FERREIRA, M. R. C. Identificação e valorização das plantas medicinais de uma comunidade pesqueira do litoral paraense. 2000. 269p. Dissertação (Mestrado – Área de Concentração em Botânica) - Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém., em estudos sobre o levantamento de plantas medicinais em Marudá-PA, registrou 94 (41,22%) espécies herbáceas, 65 (28,50%) arbóreas e 35 (15,35%) arbustivas. Silva & Proença (2008)SILVA, C. S. P.; PROENÇA, C. E. B. Uso e disponibilidade de recursos medicinais no município de Ouro Verde de Goiás, GO, Brasil. Acta Botanica Brasilica. v.22, n.2, p. 481-492, 2008. no município de Ouro Verde de Goiás-GO encontrou como hábito mais frequente o herbáceo (48%), seguido do arbóreo (28,6%), arbustivo (10,2%), dados estes semelhantes aos achados por Silva (2002)SILVA, R. B. L. A etnobotânica de plantas medicinais da comunidade Quilombola de Curiaú, Macapá-AP, Brasil. 2002. 172p. Dissertação (Mestrado – Área de Concentração em Biologia Vegetal Tropical) Departamento de Biologia Vegetal, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém. em uma comunidade quilombola em Curiaú, Macapá-AP.

Evidências atuais corroboram a ampla utilização de espécies herbáceas nos sistemas de cura populares, pois as ervas tendem a investir em compostos secundários de alta atividade biológica, como alcalóides, glicosídeos e terpenóides, ao invés de desenvolver sistemas de defesas estruturais e de alto peso molecular, como taninos e ligninas (Stepp & Moerman 2001STEPP, J. R. MOERMAN, D. The importance of weeds in ethnopharmacology. Journal of Ethnopharmacology, v. 75, p. 19-23, 2001.).

As plantas mais citadas durante a pesquisa foram capim marinho (Cymbopogon densiflorus (Steud.) Stapf) com 14 das citações (5,44%); arruda (Ruta graveolens L.) com 11 citações (4,28%); caju (Anacardium occidentale L.) com 10 citações (3,89%); amor crescido (Portulaca pilosa L.) com nove citações (3,50%) e catinga de mulata (Aeolanthus suaveolens L.) com 8 citações (3,11%) conforme a Tabela 3.

TABELA 3
Plantas medicinais citadas pelas moradoras do bairro do Sossego no Distrito de Marudá-PA, informando o número de citações e suas alegações de uso.

No trabalho Soares et al. (2009)SOARES, M. A. A. et al. Levantamentos etnobotânico das plantas medicinais utilizadas pela população do município de Gurinhém Paraíba. Revista Homem, Espaço e Tempo, v.3, n.2, p. 36-47, 2009. em levantamento no município de Gurinhém-PB, as etnoespecies mais mencionadas foram: capim-santo Cymbopogon citratus Stapf. com 52,27% das citações; hortelã-da-folha-miúda ou hortelã Mentha villosa Huds. com 40,90%; erva cidreira Lippia alba Mill. N.E. Brown com 31,81%. Embora todos os dados encontrados por Soares et al. (2009)SOARES, M. A. A. et al. Levantamentos etnobotânico das plantas medicinais utilizadas pela população do município de Gurinhém Paraíba. Revista Homem, Espaço e Tempo, v.3, n.2, p. 36-47, 2009. não confiram com as principais plantas levantadas neste estudo, a maioria delas foi citada neste trabalho, mas com frequência menor.

FIGURA 4
Distribuição em percentual das famílias botânicas.
Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Nenhum informante relatou a ocorrência de alguma reação adversa que acompanhava o uso de qualquer uma das plantas. A única ressalva realizada foi em relação ao não exagero nas dosagens recomendadas.

As plantas levantadas foram indicadas segundo os informantes para diversas finalidades, desde para o tratamento de uma simples dor de cabeça, a problemas mais sérios como verminoses, pressão alta e baixa, infecções diversas, anemia, problemas ritualísticos entre outros.

Essas doenças foram enquadradas de acordo com a 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como Classificação Internacional de Doenças – CID 10) que é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2000ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD (OMS). Classificação de Doenças. 10ª revisão. São Paulo, USP/OMS/OPAS, FNS–DATASUS, 2000.) e visa padronizar a codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde. A 10ª edição da CID fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças. A cada estado de saúde é atribuída uma categoria única à qual corresponde um código CID 10 (Quadro 1).

Foram levantadas 62 afecções para as 95 etnoespécies medicinais citadas e classificadas que se distribuem em 15 das 22 categorias da Classificação Internacional de Doenças (CID). As categorias mais representativas foram: Categoria VI: Doenças do sistema nervoso com seis doenças; Categoria XVIII: Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte com 16 doenças; Categoria XI: Doenças do sistema digestivo com nove doenças; Categoria X: Doenças do aparelho respiratório com seis doenças.

Trabalhos como os de Ferreira (2000)FERREIRA, M. R. C. Identificação e valorização das plantas medicinais de uma comunidade pesqueira do litoral paraense. 2000. 269p. Dissertação (Mestrado – Área de Concentração em Botânica) - Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém. e Coelho-Ferreira (2008)COELHO-FERREIRA, M. R. Notas etnobotânicas sobre as plantas medicinais. In: JARDIM, M. A. G.; ZOGHBI, M. G. B. (Orgs.). A flora da Resex Chocoaré-Mato Grosso (PA): diversidade e usos. (Ed.). Belém: Museu Paraense Emilio Goeld, 2008. p. 63-89. apresentam certa similaridade com os resultados encontrados neste estudo em relação às categorias de doenças, sendo o primeiro realizado em 2000 em Marudá-PA, apresentando doenças parasitárias e infecciosas, geniturinárias, digestivas, respiratórios e sintomas e sinais mal definidos, como as mais representativas. E o outro no município de Santarém Novo-PA que obteve como categorias predominantes doenças do sistema respiratório com 40 citações, seguido daquelas que acometem o sistema digestivo com 39 e o sistema geniturinário com 32 citações.

TABELA 4
Relação das alegações de uso, de acordo com a CID 10, e das plantas medicinais associadas

Vale ressaltar que, para este estudo em questão foi acrescentado uma classificação especial denominada de uso místico, visto que esta não se enquadra na CID. Os dados referentes a esta classificação especial foram: Feitiço: Vinagreira roxa; Mal olhado: Mucura-caá, vindica, manjericão, chamate-a-mim, alfavacão e alecrim; Panemeira: Alho.

TABELA 5
Frequência relativa de alegação de uso de cada espécie para um dado agravo (FRAPS)

A fim de otimizar os dados referente a importância relativa das espécies mais representativas quanto ao número de informantes que as citaram e à concordância dos usos supracitados (Tabela 4). Vale ressaltar que, para este estudo a importância relativa da espécie é dada pela Frequência relativa de alegação de uso (FRAPS). Dados apresentados de acordo com o método de Amorozo & Gély (1988)AMOROZO, M. C. M.; GÉLY, A. Uso de plantas medicinais por caboclos do baixo Amazonas. Barcarena, PA, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica, v. 4, n. 1, p. 85, 1988..

Observa-se que no bairro do Sossego, para o agravo febre usa-se a planta anador possuindo a maior FRAPS, representando 100% das indicações, assim como para o agravo dor de cabeça usa-se a arruda com 88%. Para estes estudos estas duas plantas possuem um relevante potencial de futuras investigações a cerca do reconhecimento popular para futuros estudos farmacológicos. Segundo Amorozo & Gély (1988)AMOROZO, M. C. M.; GÉLY, A. Uso de plantas medicinais por caboclos do baixo Amazonas. Barcarena, PA, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica, v. 4, n. 1, p. 85, 1988. muitas plantas que são utilizadas pelas populações caboclas já tiveram ação farmacológica comprovada ação farmacológica em estudo de laboratório, como exemplo mucuraca caá (Petiveria alliacea), mastruz (Chenopodium ambrosioides), pião branco e roxo (Jatropha curcas e J. gossypiifolia), o mesmo autor afirma a importância de se estudar outras plantas da sabedoria popular de tais comunidades interioranas.

CONCLUSÕES

A realização deste trabalho permitiu identificar alguns aspectos relevantes sobre o uso e o conhecimento de plantas medicinais pelos moradores do bairro do Sossego no Distrito de Marudá-PA, sendo estas em sua totalidade mulheres de idades medianas moradoras do bairro e algumas que formam o Grupo de Mulheres Erva Vida, porém todas enquadradas como praticantes da Fitoterapia Popular do referido Distrito.

A diversidade de plantas medicinais conhecidas por estas mulheres é bastante abrangente e a forma de obtenção das plantas no próprio bairro sugere uma correlação entre o uso e aproveitamento dos recursos naturais existentes naquele ecossistema.

Todas essas mulheres apresentam uma riqueza de conhecimentos transmitidos através de suas oralidades de maneira a formar uma herança cultural herdada pelos seus antepassados.

A Etnofarmácia, enquanto método de levantamento de recursos terapêuticos próprios de um grupo humano, mostra-se uma ferramenta apropriada para inventariar dados importantes sobre a flora de uma determinada área, assim como traços socioculturais e ambientais, permitindo a obtenção de informações acerca das plantas medicinais usadas em seus agravos, suas mais diversas formas de uso e preparações.

Esta investigação originou conhecimento sobre o acervo de 96 plantas medicinais utilizadas no Distrito de Marudá-PA. O expressivo número de famílias botânicas relacionadas aos vegetais citados neste estudo demonstra a exuberância da flora medicinal desta região praiana, assim como a oralidades do saber popular das mulheres envolvidas. Esse patrimônio cultural deve ser estimulado para que o mesmo não se perca com a renovação das gerações.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos o apoio na construção deste estudo a todas as Mulheres residentes no bairro do Sossego no Distrito de Marudá-PA.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2015

Histórico

  • Recebido
    27 Jun 2014
  • Aceito
    19 Nov 2014
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