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Diversidade de angiospermas e espécies medicinais de uma área de Cerrado

Angiosperm diversity and medicinal species of Cerrado area

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo conhecer a diversidade vegetal de uma área de Cerrado em Prudente de Morais, MG, bem como suas indicações medicinais. Foram feitas nove excursões à reserva da Fazenda Experimental Santa Rita da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (FESR/EPAMIG) (19°26’20”’ S e 44°09’15”’ W). O material vegetal coletado foi herborizado, identificado e incorporado ao acervo do Herbário PAMG/EPAMIG. O sistema de classificação utilizado foi o APG III. Após a identificação, realizou-se uma pesquisa bibliográfica buscando dados sobre a utilização medicinal das espécies. Coletaram-se 108 espécies pertencentes a 47 famílias. As famílias mais representativas foram: Fabaceae, com 16 espécies, Myrtaceae com sete espécies, Asteraceae e Rubiaceae com seis espécies cada, Malpighiaceae e Solanaceae com cinco espécies cada, Erythroxylaceae, Euphorbiaceae e Vochysiaceae, com quatro espécies cada, Anacardiaceae, Apocynaceae, Lamiaceae e Sapindaceae com três espécies cada, Annonaceae, Arecaceae, Bignoniaceae, Celastraceae e Primulaceae com duas espécies cada. Vinte e nove famílias foram monoespecíficas. Das 108 espécies, 39 são árvores (36%), 43 arbustos (40%), seis subarbustos (5,5%), 14 lianas (13%) e seis são ervas (5,5%). Sessenta e seis (61%) espécies pertencentes a 39 famílias (83%) são utilizadas popularmente, para o tratamento de alguma doença. As famílias com maior número de espécies medicinais foram: Fabaceae com oito espécies; Rubiaceae com cinco espécies e Solanaceae com quatro espécies. As espécies que apresentaram mais finalidades terapêuticas foram: Brosimum gaudichaudii Trécul (Moraceae), Caryocar brasiliense Cambess. (Caryocaraceae), Cochlospermum regium (Mart. ex Schrank) Pilg. (Bixaceae), Croton urucurana Bail. (Euphorbiaceae), Gomphrena officinalis Mart. (Amaranthaceae), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (Fabaceae), Lithrea molleoides (Vell.) Engl. (Anacardiaceae), Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) e Randia. armata (Sw.) DC. (Rubiaceae). As finalidades terapêuticas que apresentaram maior número de espécies foram: tônico (15 spp., 22,7%), afecções do aparelho respiratório (13 spp., 19,6%), afecções da pele (12 spp., 18%) e febres (12 spp., 18%). O conhecimento tradicional sobre as plantas medicinais do cerrado deve ser mais investigado para que seja preservado, valorizado, e para que medidas conservacionistas sejam tomadas evitando que essas plantas desapareçam antes que sua utilização tradicional seja corroborada pela ciência.

Palavras-chave
Plantas medicinais; diversidade vegetal; etnofarmacologia

ABSTRACT

This study aimed to investigate the plant diversity of a Cerrado area in Prudente de Morais, MG, and its medicinal indications. Nine field trips were made to the reserve of Fazenda Experimental Santa Rita of the Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (FESR/EPAMIG) (19°26’20” S and 44°09’15” W). The plant material collected was herborized, identified and incorporated into the collection of the Herbarium PAMG/EPAMIG. The classification system used was the APG III. After identification, we carried out a literature search to find data about the medical use of the species. 108 species were collected, belonging to 47 families. The most representative families were Fabaceae, with 16 species, Myrtaceae with seven species, Asteraceae and Rubiaceae with six species each, Malpighiaceae and Solanaceae with five species each, Erythroxylaceae, Euphorbiaceae and Vochysiaceae, with four species each, Anacardiaceae, Apocynaceae, Lamiaceae and Sapindaceae with three species each, Annonaceae, Arecaceae, Bignoniaceae, Celastraceae and Primulaceae with two species each. Twenty-nine families were monoespecific. From the 108 species, 39 are trees (36%), 43 are shrubs (40%), six are subshrubs (5.5%), 14 are climbing (13%) and six are herbs (5.5%). Sixty-six (61%) species belonging to 39 families (83%) are commonly used for the treatment of diseases. The families with the highest number of medicinal species were the Fabaceae with eight species; the Rubiaceae with five species and the Solanaceae with four species. The species showing more therapeutic purposes were: Brosimum gaudichaudii Trécul (Moraceae), Caryocar brasiliense Cambess. (Caryocaraceae), Cochlospermum regium (Mart. Ex Schrank) Pilg. (Bixaceae), Croton urucurana Bail. (Euphorbiaceae), Gomphrena officinalis Mart. (Amaranthaceae), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (Fabaceae), Lithrea molleoides (Vell.) Engl. (Anacardiaceae), Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) and Randia. armata (Sw.) DC. (Rubiaceae). The therapeutic purposes indicated by the highest number of species were: tonic (15 spp., 22.7%), diseases of the respiratory system (13 spp., 19.6%), skin affections (12 spp., 18%) and fever (12 spp., 18%). The traditional knowledge of medicinal plants of the Cerrado should be investigated further in order to be preserved and enhanced. In that sense, conservation measures should be taken for these plants do not disappear before their traditional use is supported by science.

Keywords
Medicinal plants; plant diversity; ethnopharmacology

INTRODUÇÃO

São reconhecidas 45986 espécies para a flora brasileira, sendo 4733 de Algas, 32771 de Angiospermas, 1524 de Briófitas, 5675 de Fungos, 30 de Gimnospermas e 1253 de Samambaias e Licófitas (Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 2 mar. 2015.
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), das 264 a 279 mil espécies vegetais conhecidas e catalogadas para o mundo (Peixoto & Morim, 2003PEIXOTO, A.L.; MORIM, M.P. Coleções botânicas: documentação da biodiversidade brasileira. Ciência e Cultura, v.55, n.3, p.21-24, 2003.; Giulietti et al., 2005GIULIETTI, A.M. et al. Biodiversidade e conservação das plantas no Brasil. Megadiversidade, v.1, n.1, p.52-61, 2005.). Ocorrendo 41 famílias e 8.016 espécies incluídas em 669 gêneros de monocotiledôneas, representando 14% do total mundial. Dessas espécies, 3.557 são endêmicas ao Brasil. Quanto às dicotiledôneas, Shepherd (2003)SHEPHERD, G.J. Avaliação do estado do conhecimento da diversidade biológica do Brasil: plantas terrestres – versão preliminar. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2003. 60p. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/plantas1>. Acesso em: 28 abr. 2014.
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afirma que existam cerca de 21 mil espécies no Brasil, o que representa 11,3% da flora do mundo. As famílias Fabaceae (s. l.), Asteraceae, Euphorbiaceae, Myrtaceae e Rubiaceae são as mais famílias diversas em número de espécies no país (Giulietti et al., 2005GIULIETTI, A.M. et al. Biodiversidade e conservação das plantas no Brasil. Megadiversidade, v.1, n.1, p.52-61, 2005.).

Em termos sociais, o Brasil possui uma sociodiversidade riquíssima, englobando 220 etnias indígenas, além de comunidades locais como quilombolas, seringueiros, caiçaras, etc. que detêm importantes conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade (Brasil, 2014BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho de Gestão do Patrimônio Genético. Brasília, [2014]. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/patrimonio-genetico/conselho-de-gestao-do-patrimonio-genetico>. Acesso em: 29 abr. 2014.
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).

A diversidade biológica de qualquer nação tem que ser tratada como um recurso global, para ser registrada, usada e, acima de tudo, preservada (Wilson, 1997WILSON, E.O. A situação atual da diversidade biológica. In: WILSON, E.O. (Org.). Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997, p.3-24.). Essa afirmativa toma um caráter urgente, considerando que o crescimento explosivo das populações humanas está desgastando o meio ambiente de forma acelerada, a ciência está descobrindo novas utilizações para a diversidade biológica e grande parte desta está se perdendo irreversivelmente pela destruição de habitat naturais (Ehrlich, 1997EHRLICH, P.R. A perda da diversidade: causas e conseqüências. In: WILSON, E.O. (Org.). Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. p.27-35.; Wilson, 1997WILSON, E.O. A situação atual da diversidade biológica. In: WILSON, E.O. (Org.). Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997, p.3-24.; Calixto, 2000CALIXTO, J.B. Biopirataria: A diversidade biológica na mira da indústria farmacêutica. Ciência Hoje, v.28, n.167, p.36-43, 2000.).

Minas Gerais ocupa cerca de 7% do território nacional (Drummond et al., 2005DRUMMOND, G.M. et al. (Org.). Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. 2.ed. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 2005. 222p.). Possui relevo variado e fortemente acidentado em algumas porções, destacando-se elevações expressivas como as serras da Mantiqueira, do Espinhaço e do Caparaó (Martins, 2000MARTINS, C.S. Caracterização física e fitogeográfica de Minas Gerais. In: MENDONÇA, M.P.; LINS, L.V. Lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção da flora de Minas Gerais. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte, p.35-43, 2000.). A vasta superfície, o clima, a diversidade de relevos, os recursos hídricos, além das características do solo, garantem paisagens diferenciadas, com ambientes específicos e uma rica cobertura vegetal, que pode ser dividida em três biomas: Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga (Drummond et al., 2005DRUMMOND, G.M. et al. (Org.). Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. 2.ed. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 2005. 222p.). Em termos de diversidade vegetal, Minas Gerais possui 11575 espécies de 195 famílias de angiospermas distribuídas por esses biomas (Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 2 mar. 2015.
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).

O Cerrado é um complexo vegetacional, onde inclui-se: campo limpo, campo sujo, campo cerrado, cerrado propriamente dito e o cerradão (Floresta Mesófila Esclerófila), além das inclusões de mata ciliar, mata seca (Floresta Mesófila Estacional), veredas ou buritizais e campos rupestres (Mendonça et al., 1998MENDONÇA, R.C. et al. Flora vascular do cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. (Eds.). Cerrado: Ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA/CPAC. cap.7, p.289-539. 1998.; Brandão et al., 2001BRANDÃO, M. et al. Guia ilustrado de plantas do cerrado de Minas Gerais: caracterização, floração, frutificação, propagação e utilização de 30 plantas do Cerrado brasileiro. São Paulo: Nobel, 2001. 96p.). Este bioma, é o segundo maior do país em área, só perdendo para a Amazônia (Ratter et al., 1997RATTER, J.A. et al. The Brazilian cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Annals of Botany, v.80, p.223-230, 1997.; Klink & Machado, 2005KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v.1, n.1, p.147-155, 2005.). Somente 2,2% do bioma estão legalmente protegidos e estimativas indicam que pelo menos 20% das espécies endêmicas e ameaçadas permanecem fora dos parques e reservas existentes (Klink & Machado, 2005KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v.1, n.1, p.147-155, 2005.). Segundo Ratter et al. (1997)RATTER, J.A. et al. The Brazilian cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Annals of Botany, v.80, p.223-230, 1997., o Cerrado é um dos biomas mais ameaçados pelo avanço das atividades agropecuárias. No período de 1978 a 1988, o desmatamento médio no Cerrado foi de 40.000 km2 por ano (Klink & Moreira, 2002KLINK, C.A.; MOREIRA, A.G. Past and current human occupation and land-use. In: OLIVEIRA, P.S.; MARQUIS, R.J. (Eds.) The Cerrado of Brazil. Ecology and natural history of a neotropical savanna. New York: Columbia University Press. 2002. p.69-88.). Assim, o Cerrado é considerado um hotspot, ou seja, está entre as regiões do mundo com a biodiversidade mais ameaçada de extinção (Henriques, 2003HENRIQUES, R.P.B. O futuro ameaçado do Cerrado brasileiro. Ciência Hoje, v.33, n.195, p.34-39, 2003.; Klink & Machado, 2005KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v.1, n.1, p.147-155, 2005.).

As transformações ocorridas no Cerrado trouxeram grandes danos ambientais: fragmentação de habitat, extinção da biodiversidade, invasão de espécies exóticas, erosão dos solos, poluição de aquíferos, degradação de ecossistemas, alterações nos regimes de queimadas, desequilíbrios no ciclo do carbono e modificações climáticas regionais (Klink & Moreira, 2002KLINK, C.A.; MOREIRA, A.G. Past and current human occupation and land-use. In: OLIVEIRA, P.S.; MARQUIS, R.J. (Eds.) The Cerrado of Brazil. Ecology and natural history of a neotropical savanna. New York: Columbia University Press. 2002. p.69-88.).

Tendo em vista a grande biodiversidade do país, especialmente de Minas Gerais, as pressões sofridas pelos biomas e pelas comunidades tradicionais, seja pela modernização ou pelas mudanças no estilo de vida tradicional para mais contemporâneo, há uma necessidade urgente, de conhecer espécies da flora e seu uso na medicina tradicional, principalmente o relacionado à utilização de plantas selvagens. Sendo assim, neste trabalho buscou-se ampliar o conhecimento sobre a diversidade florística do Cerrado de Minas Gerais, obtendo-se informações sobre as utilizações medicinais das espécies.

MATERIAL E MÉTODO

A área de Cerrado desse estudo está localizada no município de Prudente de Morais (MG), entre as coordenadas geográficas de 19°26’20” de Latitude Sul e 44°09’15” de Longitude Oeste e altitude média de 699m. Pertence à Fazenda Experimental Santa Rita (FESR), que faz parte do Centro Tecnológico do Centro Oeste (CTCO) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). A Fazenda possui área de 604ha, dos quais, 120ha compõem sua reserva biológica.

Foram feitas nove excursões à reserva da FESR, onde se percorreram trilhas aleatórias pré-existentes, e foram coletados exemplares da flora fanerogâmica que se apresentavam em estádio reprodutivo, visando facilitar a identificação. As plantas foram georreferenciadas, utilizando-se um aparelho de GPS, possibitando a recoleta. Os espécimes foram herborizados segundo técnicas descritas por Fidalgo & Bononi (1984)FIDALGO, O.; BONONI, V.L. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. São Paulo: Instituto de Botânica, Série Documentos, 1984, 62p.. As plantas foram identificadas utilizando-se bibliografia específica; por meio de comparação com exemplares existentes no acervo do Herbário PAMG da EPAMIG e do Herbário BHCB da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e, por consultas a taxonomistas especialistas nas diversas famílias botânicas. As espécies foram classificadas quanto ao hábito, seguindo as definições propostas por Vidal & Vidal (1986)VIDAL, W.N.; VIDAL, M.R.R. Botânica - Organografia. 3. ed. Viçosa: UFV, 1986, 114p.. O sistema de classificação utilizado foi o “Angiosperm Phylogeny Group III (APG III, 2009) (Souza & Lorenzi, 2012SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III. 3.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2012, 768p.). A nomenclatura foi conferida seguindo a Lista de Espécies da Flora do Brasil (Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 2 mar. 2015.
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).

As plantas foram fotografadas no local da coleta e as exsicatas produzidas foram registradas e incorporadas ao acervo do Herbário PAMG/EPAMIG.

Após a identificação das plantas coletadas foi realizada uma revisão bibliográfica referente à utilização medicinal de cada uma das espécies. Nessa revisão foram utilizados dicionários de plantas medicinais como Corrêa (1984)CORRÊA, P.C. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1984, 6v., levantamentos florísticos de espécies vegetais úteis do Cerrado como Almeida et al. (1998)ALMEIDA, S.P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA/CPAC, 1998, 464p. e de plantas medicinais como Brandão (1991)BRANDÃO, M. Plantas medicamentosas do cerrado mineiro. Informe Agropecuário, v.15, n.168, p.15-20, 1991., Vieira & Martins (2000)VIEIRA, R.F.; MARTINS, M.V.M. Resursos genéticos de plantas medicinais do cerrado: uma compilação de dados. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.3, n.1, p13-36, 2000., Rodrigues & Carvalho (2001)RODRIGUES, V.E.G.; CARVALHO, D.A. Plantas medicinais no domínio dos cerrados. Lavras: UFLA, 2001, 180p., Rodrigues & Carvalho (2010)RODRIGUES, V.E.G.; CARVALHO, D.A. Plantas medicinais nas florestas semideciduais. Lavras: UFLA, 2010, 128p., entre outros.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Diversidade

Foram feitas nove excursões à Reserva da Fazenda Experimental Santa Rita em Prudente de Morais, onde foram coletadas 108 espécies vegetais pertencentes 47 famílias (Tabela 1). As famílias mais representativas foram: Fabaceae, com 16 espécies, Myrtaceae com sete espécies, Asteraceae e Rubiaceae com seis espécies cada, Malpighiaceae e Solanaceae, com cinco espécies cada, Erythroxylaceae, Euphorbiaceae e Vochysiaceae, com quatro espécies cada, Anacardiaceae, Apocynaceae, Lamiaceae e Sapindaceae com três espécies cada, Annonaceae, Arecaceae, Bignoniaceae, Celastraceae e Primulaceae com duas espécies cada, as famílias Amaranthaceae, Araliaceae, Bixaceae, Calophyllaceae, Cannabaceae, Caryocaraceae, Cleomaceae, Combretaceae, Connaraceae, Convolvulaceae, Cyperaceae, Dilleniaceae, Haloragaceae, Loranthaceae, Lythraceae, Malvaceae, Meliaceae, Moraceae, Nyctaginaceae, Orchidaceae, Poaceae, Proteaceae, Santalaceae, Sapotaceae, Smilacaceae, Styracaceae, Verbernaceae e Vitaceae foram monoespecíficas. Somente um táxon foi identificado apenas ao nível de gênero (Diplopterys sp. - Família Malpighiaceae) (Tabela 1).

TABELA 1
Distribuição das espécies coletadas por família, na área de Cerrado da Fazenda Experimental Santa Rita (FESR), Prudente de Morais, MG, com seus respectivos hábitos e números de registro no Herbário PAMG/EPAMIG

Os dados das famílias mais diversas da área estão de acordo com os levantamentos florísticos feitos para o mesmo bioma. Segundo Giulietti et al. (2005)GIULIETTI, A.M. et al. Biodiversidade e conservação das plantas no Brasil. Megadiversidade, v.1, n.1, p.52-61, 2005., as famílias Fabaceae (3200 spp.), Asteraceae (1900 spp.), Euphorbiaceae (1100 spp.), Myrtaceae (1038 spp.) e Rubiaceae (1000 spp.) são as maiores famílias, em número de espécies no Brasil. No bioma Cerrado, a famílias Fabaceae (777 spp.), Asteraceae (557 spp.), Rubiaceae (250 spp.), Melastomataceae (231 spp.) e Myrtaceae (211 spp.) são as mais diversas (Mendonça et al., 1998MENDONÇA, R.C. et al. Flora vascular do cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. (Eds.). Cerrado: Ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA/CPAC. cap.7, p.289-539. 1998.). Euphorbiaceae, Lauraceae, Melastomataceae, Myrsinaceae e Rubiaceae, aparecem entre as dez famílias de maior número de espécies em estudos em áreas de florestas de galerias em Minas Gerais (Oliveira Filho et al., 1995OLIVEIRA-FILHO, A.T. et al. Estudos florísticos e fitossociológicos em remanescentes de matas ciliares do Alto e Médio Rio Grande. Belo Horizonte: CEMIG, 1995. (Boletim técnico 11. 106-MA/PA-013).).

Todas as plantas foram herborizadas e registradas (Tabela 1), sendo produzidas aproximadamente, 180 exsicatas.

Dentre as espécies encontradas na área de Cerrado em estudo, 39 são árvores (36%), 43 arbustos (40%), seis são subarbustos (5,5%), 14 lianas (13%) e seis são ervas (5,5%) (Tabela 1). Segundo Castro et al. (1999)CASTRO, A.A.J.F. et al. How rich is the flora of Brasilian Cerrados? Annals of the Missouri Botanical Garden, Saint Louis, v.86, n.1, p.192-224, 1999., o Cerrado abriga cerca de 2.000 espécies arbóreas e 5.250 espécies herbáceas e ou subarbustivas. O maior número de arbóreas encontradas pode estar relacionado com a ocorrência frequente de incêndios, que suprime as espécies herbáceas, mais sensíveis à queimadas constantes. Num levantamento sobre recursos medicinais do cerrado de Mato Grosso, Guarim Neto & Morais (2003)GUARIM NETO, G. MORAIS, R.G. Recursos medicinais de espécies do Cerrado de Mato Grosso: um estudo bibliográfico. Acta Botanica Brasilica, v.17, n.4, p.561-584, 2003. encontram a maioria de espécies arbóreas (31%), seguido pelo hábito herbáceo (24%), arbustivo (17%), subarbustivo (12%) e trepadeira (9%).

Espécies medicinais

Dentre as 108 espécies coletadas e identificadas, 66 (61%) são utilizadas popularmente, para o tratamento de alguma enfermidade (Tabela 2). Segundo Matteucci et al. (1995)MATTEUCCI, M.B.A. et al. A flora do cerrado e suas formas de aproveitamento. Anais da Escola de Agronomia e Veterinária, v.25, n.1, p.13-30, 1995., muitas espécies do Cerrado, são potencialmente comestíveis, medicinais, ornamentais, fornecedoras de madeira e outras matérias-primas para a indústria.

TABELA 2
Espécies coletadas na área de Cerrado da Fazenda Experimental Santa Rita (FESR), Prudente de Morais, MG, com nome (s) popular (es) e indicação na medicina tradicional

Das 47 famílias encontradas na reserva da FESR, 39 (83%) apresentaram pelo menos uma espécie com indicação de uso na medicina popular. As famílias mais representativas foram: Fabaceae com oito espécies; Rubiaceae com cinco espécies; Solanaceae com quatro espécies; Anacardiaceae, Erythroxylaceae, Euphorbiaceae e Myrtaceae com três espécies cada; Annonaceae, Apocynaceae, Asteraceae, Bignoniaceae e Primulaceae com duas espécies cada; e 27 famílias apresentaram uma espécie medicinal, cada. Segundo Rodrigues & Carvalho (2010)RODRIGUES, V.E.G.; CARVALHO, D.A. Plantas medicinais nas florestas semideciduais. Lavras: UFLA, 2010, 128p., as famílias Fabaceae e Asteraceae estão entre as mais representativas na maioria dos levantamentos sobre plantas medicinais. Deve-se levar em consideração que estas duas famílias, são as mais diversas das Angiospermas (Souza & Lorenzi, 2012SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III. 3.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2012, 768p.). A família Fabaceae possui grande número de espécies que são alimentícias, medicinais, ornamentais, madeireiras, etc. (Di Stasi et al., 2002DI STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A. Rubiabales medicinais. In: DI STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2 ed. São Paulo: UNESP, 2002. cap.29, p.492-495.). Espécies de Fabaceae, do gênero Bauhinia se destacam pelas suas propriedades medicinais, sendo utilizadas como fitoterápicas para o tratamento de várias enfermidades, principalmente diabetes, processos dolorosos e infecções (Teske & Trentini, 1995TESKE, M.; TRENTINI, A.M.M. Compêndio de fitoterapia. Curitiba: Herbarium Laboratório Botânico, 1995, 317p.). No entanto, para B. brevipes Vogel, espécie encontrada na FESR, não há citações de uso medicinal. Dentre as leguminosas medicinais, quatro (D. mollis Benth., H. stigonocarpa Mart ex Hayne, I. vera subsp. affinis (DC.) T.D.Penn. e L. leucocephala (Lam.) de Wit) são indicadas como cicatrizante, adstringente e ou antinflamatório, o que pode indicar a presença de taninos, compostos responsáveis pelas adstringência e atividades farmacológicas (Santos & Mello, 2004SANTOS, S.C.; MELLO, J.C.P. Taninos. In: SIMÕES, C.M.O. et al. (Org.). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5 ed. Porto Alegre: UFRGS, Florianópolis: UFSC. cap. 24, p.615-656, 2004.). Dentre as seis espécies de Rubiaceae encontradas na Reserva, cinco são utilizadas como medicamento. Segundo Di Stasi & Hiruma Lima (2002)DI STASI, L.C. et al. Fabales medicinais. In: DI STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2 ed. São Paulo: UNESP, 2002. cap.18, p.276-320., essa família possui muitos gêneros que incluem espécies de valor medicinal, entre eles destacam-se Coffea e Cinchona, fontes de substâncias como a cafeína e o quinino, respectivamente, de amplo uso terapêutico. Espécies de Palicourea e Psychotria, ambos, gêneros de Rubiaceae, são conhecidas popularmente como “mata-ratos”, sendo consideradas venenosas (Coelho et al., 2006COELHO, V.P.M. et al. Estudo farmacobotânico das folhas de Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. (Rubiaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v.16, n.2, p.170-177, 2006.).

As espécies que apresentaram mais finalidades terapêuticas (Tabela 2) foram: B. gaudichaudii Trécul, C. brasiliense Cambess., C. regium (Mart. ex Schrank) Pilg., C. urucurana Bail., G. officinalis Mart., H. stigonocarpa Mart. ex Hayne, L. molleoides (Vell.) Engl., M. urundeuva Allemão e R. armata (Sw.) DC. o que sugerem a existência de um rico metabolismo secundário, podendo haver princípios ativos de diferentes classes químicas em cada espécie. B. gaudichaudii tem sido usada em escala industrial para a obtenção de medicamentos. Segundo Palhares & Silveira (2007)PALHARES, D.; SILVEIRA, C.E.S. Aspectos morfológicos de plantas jovens de Brosimum gaudichaudii Tréc. (Moraceae) produzidas em condições alternativas de cultivo. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.9, n.1, p.93-96, 2007., o uso medicinal da espécie é consequência do grande acúmulo, nas raízes, de furanocumarinas, como o bergapteno e o psolareno. Pozetti (2005)POZETTI, G.L. Brosimum gaudichaudii Trecul (Moraceae): da planta ao medicamento. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v.26, n.3, p.159-166, 2005 comenta que B. gaudichaudii é uma dádiva da natureza que devemos aproveitar antes que tenhamos que pagar royalties por um produto oriundo dela, mas desenvolvido por outro país. C. brasiliense tem grande quantidade de carotenóides (Azevedo-Meleiro & Rodriguez-Amaya, 2004AZEVEDO-MELEIRO, C.H.; RODRIGUEZ-AMAYA, D.B. Confirmation of the identity of the carotenoids of tropical fruits by HPLC-DAD and HPLC-MS. Journal of food Composition and Analysis, v.17, n.3-4, p.385-396, 2004.) e possui atividade antifúngica sobre Cryptococcus neoformans (Passos et al., 2002PASSOS, X.S. et al. Atividade antifúngica de Caryocar brasiliensis (Caryocaraceae) sobre Cryptococcus neoformans. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.35, n.6, p.623-627, 2002.).

A espécie C. regium deve ser utilizada com cautela como medicamento, até que se obtenham mais dados sobre sua toxicidade, sendo necessários mais estudos tecnológicos para sua utilização segura (Sólon et al., 2009SÓLON, S. et al. O gênero Cochlospermum Kunth com ênfase nos aspectos etnobotânicos, farmacológicos, toxicológicos e químicos de Cochlospernum regium (Mart. et Schr.) Pilger. Revista Eletrônica de Farmácia, v.4, n.3, p.1-22, 2009.). O látex de C. urucurana possui saponinas, esteróides, alcalóides, antocianidinas e catequinas. Algumas destas substâncias podem exercer efeito anti-diarréico, uma vez que estes compostos precipitam proteínas dos enterócitos e reduzem os movimentos peristálticos (Okuda et al., 1989OKUDA, T. et al. New methods of analyzing tannins. Journal of Natural Products, v.52, n.1, p.1-31, 1989.; Gabriel et al., 1999GABRIEL, S.E. et al. A novel plant-derived inhibitor of cAMP-mediated fluid and chloride secretion. American Journal of Physiology, v.276, n.1, part 1, G58-63, 1999.). Segundo estudos fitoquímicos, os principais constituintes químicos desta planta têm atividade antioxidante como os taninos e lignanas, além do alcaloide taspina, que atua como antinflamatório (Perdue et al, 1979PERDUE, G.P. South American plants II: taspine isolation and anti-inflammatory activity. Journal of Pharmaceutical Science, v.68, n.1, p.124-126, 1979.; Vaisberg et al., 1989VAISBERG, A.J. et al. Taspine is the cicatrizant principle ins Sangre de Grado extracted from Croton lechleri. Planta Medica, v.55, n.2, p.140-143, 1989.), corroborando sua utilização na medicina popular. Nos xilopódios de G. officinalis há saponinas e ecdisterona (Young et al., 1992YOUNG, M.C.M. et al. Ecdysterone and saponins from tuberous roots of Gomphrena officinalis Mart. (Amaranthaceae). Revista Latinoamericana de Química, v.23, p.41-44, 1992.). A ecdisterona é utilizada pela indústria farmacêutica para a produção de fitoterápicos e suplementos alimentares (Magalhães, 2000MAGALHÃES, P.M. Agrotecnologia para el cultivo de fáfia o gingeng brasileiro. In: MARTINEZ, J.V. et al. (Eds.). Fundamentos de agrotencología de cultivo de plantas medicinales iberoamericanas. Santafé de Bogotá: Convênio Andrés Bello/CYTED, 2000, p.323-332.). Segundo Rodrigues et al. (2012)RODRIGUES, O.P. et al. Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne: a brazilian medicinal plant with gastric and duodenal anti-ulcer and antodiarrheal effects in experinental rodent models. Journal of Ethnopharmacology, v.143, n.1, p.81-90, 2012., as indicações medicinais de H. stigonocarpa podem estar associados com o efeito antioxidante de taninos condensados e flavonóides, assim como os efeitos antinflamatórios e anti-ulcerativos de M. urundeuva estão relacionados com os taninos presentes nas cascas do caule (Souza et al., 2007SOUZA, S.M. et al. Antiinflammatory and antiulcer properties of tannins from Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) in rodents. Phytotherapy Research, v.21, n.3, p.220-225, 2007). As propriedades antinflamatórias de L. molleoides, foram confirmadas por estudos realizados com ratos (Gorzalczany et al., 2011GORZALCZANY, S. et al. Anti-inflammatory effect of Lithrea molleoides extracts and isolates active compounds. Journal of Ethnopharmacology, v.133, n.3, p.994-998, 2011.). Em R. armata foram identificadas catequinas, esteróides, flavonas, taninos catéquicos e xantonas que estão relacionados com a atividade antioxidante (Vieira et al., 2005VIEIRA, M.G.S. et al. Estudo fitoquímico e atividade antioxidante dos extratos de plantas do Parque Botânico do Ceará. In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 57, 2005, Fortaleza. Anais eletrônicos... Fortaleza: SBPC, 2005. Disponível em: <http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/SENIOR/RESUMOS/resumo_3492.html>. Acesso em: 9 mar.2015.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/pro...
).

As indicações terapêuticas citadas foram: tônico, incluindo tônico para o coração e para o estômago, fortificante, enérgico e para tratamento da debilidade geral do organismo (15 spp., 22,7%); de afecções do aparelho respiratório, incluindo tosse, gripe, resfriado, bronquites e asma (13 spp., 19,6%); de afecções da pele, incluindo manchas, dermatites, dermatoses, eczemas, queimaduras e vitiligo (12 spp., 18%); de febres (12 spp.); como antinflamatório, incluindo inflamações intestinais, uterinas, dos ovários, trompas e inflamações externas (11 spp., 16%), tratamento e limpeza de feridas e úlceras, como antisséptico (11 spp.); antisséptico e cicatrizante (2 spp., 3%); cicatrizante (4 spp., 6%); antisséptico (2 spp.); diurético (9 spp., 13,6%); depurativo (8 spp., 12%); tratamento de diarréias, incluindo anti-disentéricas (8 spp.); anti-reumáticas (7 spp.); adstringentes (7 spp., 10,6%); analgésico, incluindo as utilizadas para tratar dores de cabeça, de dente, no corpo e por quedas (5 spp., 7,6%); tratamento de hemorróidas (5 spp.); antissifilítica (4 spp.); purgante (4 spp); laxante (4 spp.); tratamento de doenças renais e das vias urinárias (4 spp.); de problemas intestinais, incluindo colites e enterites (4 spp.); má digestão (4 spp.); colagogo (1 sp.); tratamento dos problemas de fígado, incluindo inchaço e hepatite (4 spp.); calmante (3 spp., 4,5%); tratamento de picadas de cobra (3 spp.); de tumores (3 spp.); inseticidas e ou insetífugas (3 spp.); estimulante do apetite (3 spp.); tratamento de alergias (2 spp.); amenorréia (2 spp.); gonorréia (2 spp.); aftas (2 spp.); e antiespasmódicas (2 spp.). As indicações de tratamento da hipercolesterolemia, cardiopatia, varizes, má circulação do sangue, gastrite, oftalmia, leucorréia, amebíase, linfatismo, orquites, sinusite, problemas da próstrata, edemas dos membros inferiores, tuberculose mesentérica, furúnculos e lepra; remoção de verrugas, leishmaniose, anestésico, antiviral, estimulante do sistema nervoso central, causadora de contrações uterinas, carminativo e piolhicida também foram citadas para pelo menos uma espécie.

O conhecimento da medicina tradicional, principalmente relacionado ao uso de plantas silvestres está desaparecendo rapidamente devido à modernização e mudanças nos estilos de vida (Agra et al., 2007AGRA, M. et al. Synopsis of the plants known as medicinal and poisonous in Northeast of Brazil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.17, n.1, p.114-140, 2007.) e às transfomações ocorridas no Cerrado (Klink & Moreira, 2002KLINK, C.A.; MOREIRA, A.G. Past and current human occupation and land-use. In: OLIVEIRA, P.S.; MARQUIS, R.J. (Eds.) The Cerrado of Brazil. Ecology and natural history of a neotropical savanna. New York: Columbia University Press. 2002. p.69-88.; Henriques, 2003HENRIQUES, R.P.B. O futuro ameaçado do Cerrado brasileiro. Ciência Hoje, v.33, n.195, p.34-39, 2003.; Klink & Machado, 2005KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v.1, n.1, p.147-155, 2005.), por isso há uma necessidade urgente de se conhecer os usos de plantas nativas como remédios, incentivando a conservação e verificação científica de plantas medicinais raras e menos conhecidas (Maroni et al., 2006MARONI, B. C.; et al. Plantas medicinais do cerrado de Botucatu: guia ilustrado. São Paulo: UNESP, 2006. 194p.; Agra et al., 2007AGRA, M. et al. Synopsis of the plants known as medicinal and poisonous in Northeast of Brazil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.17, n.1, p.114-140, 2007.).

Quanto ao estado de conservação, Chresta sphaerocephala (Asteraceae) e Myhracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae), ambas coletadas na área, encontram-se na lista das espécies da flora ameaçadas de extinção, em Minas Gerais, incluídas na categoria vulnerável (Drummond et al., 2008DRUMMOND, G.M. et al. (Ed.). Listas Vermelhas das Espécies da Fauna e da Flora Ameaçada de Extinção em Minas Gerais. 2.ed. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 2008. (CD Rom).).

AGRADECIMENTO

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo financiamento do projeto APQ-03738-10 e pelas bolsas concedidas às autoras.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2015

Histórico

  • Recebido
    15 Set 2014
  • Aceito
    15 Abr 2015
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