Acessibilidade / Reportar erro

Toxicidade de espécies vegetais

Toxicity of plant species

RESUMO

As plantas produzem uma grande variedade de metabólitos secundários que frequentemente são relacionados a mecanismos de proteção da planta contra predadores e patógenos. As espécies tóxicas são aquelas capazes de produzirem compostos que podem causar alterações metabólicas prejudiciais ao homem e aos animais. A toxicidade apresentada por uma espécie vegetal pode estar relacionada a fatores associados ao indivíduo, à planta, ao modo de exposição e a questões ambientais. A intoxicação, aguda ou crônica, causada por plantas é difícil de ser diagnosticada assim como a associação entre os sintomas e o consumo e/ou contato com algumas espécies é difícil de ser estabelecida. No âmbito da saúde pública, as intoxicações causadas por plantas possuem impacto expressivo. No Brasil foram registrados 1026 casos em 2012, sendo que a maior parte deles ocorreu com crianças de 0 a 4 anos, de acordo com os dados do SINITOX. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico de espécies vegetais, brasileiras e exóticas aclimatadas, citadas como tóxicas apesar de serem utilizadas com fins ornamentais e medicinais.

Palavras-chave
Plantas tóxicas; atividades biológicas; plantas medicinais; plantas ornamentais

ABSTRACT

Plants produce a wide variety of secondary metabolites, which are frequently related to a plant’s protective mechanism against predators and pathogens. Toxic species are those capable of producing compounds that can cause metabolic changes harmful to humans and animals. The toxicity of plant species can be associated with aspects related to the individual, the plant, the manner of exposure, and to environmental issues. Acute or chronic intoxication caused by plants is difficult to diagnose and the association between the symptoms and the consumption of and/or contact with plants is hard to establish. In the public health sector, intoxications caused by plants have a wide impact. In Brazil, 1,026 cases were registered in 2012, most of which occurred with children between the ages of 0 to 4 years, according to data reported by SINITOX. The purpose of this study was to perform a bibliographic survey of Brazilian or acclimatized exotic plant species, which have been reported as toxic even though they are used for ornamental or medicinal purposes.

Keywords
toxic plant; biological activities; medicinal plants; ornamental plants

INTRODUÇÃO

As plantas produzem uma grande variedade de substâncias químicas que podem apresentar diversas atividades biológicas e constituem ainda hoje um recurso terapêutico relevante para uma parcela significativa da população mundial que, não tem acesso aos medicamentos industrializados (Tôrres et al., 2005TÔRRES, A.R. et al. Estudo sobre o uso de plantas medicinais em crianças hospitalizadas da cidade de João Pessoa: riscos e benefícios. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.15, n.4, p.373-380, 2005.). Existe uma percepção na população que o uso de plantas no tratamento de doenças é natural, seguro, barato e eficaz, sendo essas, muitas vezes, utilizadas no tratamento de doenças crônicas associadas com medicamentos convencionais (Tovar & Petzel, 2009TOVAR R.T., PETZEL, R.M. Herbal toxicity. Disease-a-month, v.55, n.10, p.592–641, 2009.). No entanto, a utilização de plantas na terapêutica e na alimentação deve ser restrita a plantas conhecidas e/ou corretamente identificadas (Colombo et al., 2010COLOMBO, M.L. et al. Most commonly plant exposures and intoxications from outdoor toxic plants. Journal of Pharmaceutical Sciences and Research, v.2, n.7, p.417-25, 2010.), pois podem ocorrer intoxicações com o uso de espécies vegetais, provocando graves acidentes.

Espécies consideradas tóxicas produzem metabólitos secundários que pela inalação, ingestão ou contato podem causar alterações patológicas em homens e animais e, em alguns casos, pode levar a sérios distúrbios no organismo e até mesmo o óbito (Vasconcelos et al., 2009VASCONCELOS, J. et al. Plantas tóxicas: conhecer para prevenir. Revista Científica da UFPA, v.7, n.1, p.1-10, 2009.; Jesus & Suchara, 2013JESUS, N.A.; SUCHARA, E.A. Cultivo de plantas tóxicas e a ocorrência de intoxicações em domicílios no município de Barra do Graças. Revista Eletrônica da UNIVAR, v.2; n.10, p.89-95, 2013.). Desde épocas remotas as plantas tóxicas são utilizadas pelo homem (Mengue et al., 2001MENGUE, S.S. et al., Uso de plantas medicinais na gravidez. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.11, n.1, p.21-5, 2001.), seja para uso em casos de envenenamentos intencionais, tais como, homicídio e suicídio, uso recreacional, utilização indígena para caça ou ainda, como recurso terapêutico e desenvolvimento de novos fármacos. Embora, exista um número considerável de registros de intoxicações envolvendo animais, o envenenamento humano ocasionado por plantas é menos documentado. Em muitos dos casos os sintomas observados não são associados à utilização ou exposição a uma determinada planta (Monseny et al., 2015MONSENY, A.M. et al. Poisonous plants: an ongoing problem. Anales de Pediatria, v.85, n.2, p.347-353, 2015.).

O estudo das plantas tóxicas vem ganhando importância, pois, além de esclarecer diferentes aspectos dos casos de intoxicações pode ainda fornecer compostos líderes para o desenvolvimento de fármacos (Harvey et al., 1998HARVEY, A.L. et al. What can toxins tell us for drug discovery? Toxicon, v.36, n.11, p. 1635-40, 1998.). Um exemplo da utilização de plantas tóxicas na descoberta de novos medicamentos foi o desenvolvimento dos bloqueadores neuromusculares a partir do curare. Segundo Viegas Junior et al. (2006)VIEGAS JUNIOR, C. et al., Os produtos naturais e a química medicinal moderna. Química Nova, v.29, n.2, p.326-37, 2006., os trabalhos com o curare deram início aos estudos sobre a relação entre estrutura química e atividade biológica (SAR). Os curares são extratos obtidos de diversas espécies de Strychnos e Chondodendron utilizadas pelos índios, para envenenar flechas para caça e pesca (Viegas Junior et al., 2006VIEGAS JUNIOR, C. et al., Os produtos naturais e a química medicinal moderna. Química Nova, v.29, n.2, p.326-37, 2006.).

Para a realização desta pesquisa, foi feito um levantamento bibliográfico utilizando livros e artigos disponíveis nas bases de dados Google acadêmico (palavras chaves: plantas tóxicas), Scielo, PubMed, Science Direct e Lilacs (palavras-chave: poisonous plants + humans). Os idiomas foram restringidos para português, inglês e espanhol e as referências foram escolhidas de acordo com a relevância. Das espécies selecionadas foi feita uma análise dos dados referentes aos princípios ativos associados à toxicidade, o uso popular, os sintomas clínicos de intoxicação. Esses dados foram utilizados como referência para classificar a toxicidade das espécies.

Abordagem geral sobre a toxicidade de espécies vegetais

As plantas podem causar reações diversas, desde alergias na pele e mucosas, até distúrbios cardiovasculares, respiratórios, metabólicos, gastrintestinais, neurológicos e em alguns casos o óbito (Vasconcelos et al., 2009VASCONCELOS, J. et al. Plantas tóxicas: conhecer para prevenir. Revista Científica da UFPA, v.7, n.1, p.1-10, 2009.). Com o objetivo de controlar e documentar a ocorrência de intoxicações por plantas, foi criado em 1998 o Programa Nacional de Informações sobre Plantas Tóxicas, inserido no Sistema Nacional de Informações Toxico-farmacológicas (SINITOX). Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CATs) são responsáveis pelo registro das ocorrências de intoxicação (SINITOX, 2012SINITOX (Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas) [online]. Registros de Intoxicações/ dados nacionais/ 2012 Disponível em <http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=411> (acesso em 30/10/2014).
http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua...
).

O número de intoxicações causadas por plantas no Brasil em 2012 foi de 1026 casos, o que correspondente a 1,2% dos casos de intoxicação humana ocorridos. As plantas ocupam o 13° lugar, em número de casos de intoxicação com 1185 casos registrados (SINITOX, 2012SINITOX (Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas) [online]. Registros de Intoxicações/ dados nacionais/ 2012 Disponível em <http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=411> (acesso em 30/10/2014).
http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua...
). Apesar de intoxicações humanas fatais causadas por plantas serem raras e o número total de ocorrências registradas ser baixo, os dados estatísticos devem ser analisados com cautela, pois muitos casos não são registrados (Oliveira et al., 2003OLIVEIRA, R.B.; GODOY, S.A.P.; COSTA, F.B. Plantas Tóxicas. Conhecimento e Prevenção de Acidentes. 1ª edição. Editora Holos, 2003. 64p.) ou são notificados como exposição a agente tóxico desconhecido (Monseny et al., 2015MONSENY, A.M. et al. Poisonous plants: an ongoing problem. Anales de Pediatria, v.85, n.2, p.347-353, 2015.).

O diagnóstico e a identificação da espécie vegetal que levou a intoxicação podem ser difíceis. Entre os fatores dificultadores podemos citar o não relato pelo paciente do consumo ou contato com determinada planta, a escassez de informações a respeito do potencial tóxico das espécies, e a ausência de profissional adequado para a identificação correta da planta nos pontos de atendimento (Monseny et al., 2015MONSENY, A.M. et al. Poisonous plants: an ongoing problem. Anales de Pediatria, v.85, n.2, p.347-353, 2015.; Peacok et al, 2009PEACOK, B.M. et al. Intoxicaciones por plantas tóxicas atendidas desde un servicio de información toxicológica. Revista Cubana de Plantas Medicinales, v.14, n.2, p.1-8, 2009.). Desta forma, o diagnóstico deve ser baseado na maior quantidade possível de dados, sobretudo naqueles obtidos nos exames clínicos. As análises toxicológicas e os dados epidemiológicos também podem ajudar o diagnóstico de intoxicação ou na identificação de casos de abuso de espécies vegetais. O tratamento nos casos de intoxicação, geralmente é sintomático e de suporte, e o conhecimento das plantas tóxicas da região, em particular as ornamentais, pode ser de grande auxílio (Poppenga, 2010POPPENGA, R.H. Poisonous plants. Molecular, Clinical and Environmental. Toxicology, v.2, p.123-75, 2010.).

Na tabela 2 estão descritos os dados referentes à intoxicações humanas considerando os agentes causadores, a região de domicílio e a faixa etária do paciente. A região Sudeste é responsável pelo maior número de registros, com 544 casos enquanto as regiões Norte e Nordeste registram o menor número de casos, 16 e 83, respectivamente. No entanto, é importante considerar que os Centros de Informação e Assistência Toxicológica estão concentrados no Sudeste, principalmente no estado de São Paulo que conta com 10 centros, o que facilita o registro das ocorrências.

TABELA 2
Números de intoxicações causadas por agentes diversos considerando a região de domicílio e a faixa etária do paciente em 2012

A maneira como ocorre a intoxicação humana varia com a idade. Bebês e crianças de até 4 anos de idade são mais vulneráveis às intoxicações por plantas, com 532 casos registrados em 2012, sendo essa a sexta maior causa de intoxicação nessa faixa etária. Elas acontecem por ingestão ou contato, principalmente nos domicílios, praças, escolas e parques (Pinillos et al., 2003PINILLOS, M.A. et al. Intoxicación por alimentos, plantas y setas. Anales del Sistema Sanitario de Navarra, v.26, n.1, p. 243-263, 2003.). Segundo Tavares et al (2013)TAVARES, E.O. et al . Fatores associados à intoxicação infantil. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v.17, n.1, p.31-37, 2013., o comportamento exploratório e a baixa percepção de risco das crianças favorecem a alta incidência de intoxicação.

Em jovens e adultos (20-59 anos), as intoxicações causadas por plantas são menos frequentes, ocupando a 14º causa de intoxicação nesta faixa etária. Essas intoxicações ocorrem principalmente devido ao contato acidental, ao uso recreacional de algumas espécies, ao uso medicinal, na alimentação e a outras finalidades (Simões et al., 2004SIMÕES, C.M.O. et al. Farmacognosia: Da planta ao medicamento. 5.ed. Florianopolis: Editora UFSC, 2004.1102p.; Beyer et al., 2009BEYER, J. et al. Analysis of toxic alkaloids in body samples. Forensic Science International, v.185, p.1–9, 2009.). Dentre os jovens, a principal faixa etária atingida compreende de 30 a 39 anos, com 67 casos registrados.

Entre os idosos também se observa uma baixa incidência de intoxicações por plantas, ocupando o 12º lugar dentre as causas de intoxicação. No entanto, deve-se considerar que normalmente os idosos utilizam um número elevado de medicamentos de uso prolongado, favorecendo a ocorrência de interações medicamentosas, além de apresentarem menor eficiência no metabolismo de xenobioticos (Marliére et al., 2008MARLIÉRE, L.D. P. et al. Utilização de fitoterápicos por idosos: resultados de um inquérito domiciliar em Belo Horizonte (MG), Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18 (Supl.), p.754-760, 2008.).

O número de casos de intoxicação em área rural corresponde a 19,47 % do total de casos no Brasil (SINITOX, 2012SINITOX (Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas) [online]. Registros de Intoxicações/ dados nacionais/ 2012 Disponível em <http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=411> (acesso em 30/10/2014).
http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua...
). Um dos fatores que contribuem para esse número é o difícil acesso aos centros de saúde, favorecendo a automedicação. Ainda, essa parcela da população está mais exposta a alguns dos agentes responsáveis pelos casos de intoxicação, como os agrotóxicos de uso agrícola (49%), animais peçonhentos (32%) e não peçonhentos (32%), e outros. Considerando as ocorrências de intoxicação causadas pelo uso das plantas em homens e mulheres (SINITOX, 2012SINITOX (Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas) [online]. Registros de Intoxicações/ dados nacionais/ 2012 Disponível em <http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=411> (acesso em 30/10/2014).
http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua...
) não existe uma diferença significativa entre os gêneros, como pode ser observado para outros agentes.

As intoxicações podem ocorrer de modo agudo ou crônico (Oga et al., 2008OGA, S. et al. Fundamentos de toxicologia. 3° edição. São Paulo: Atheneu, 2008, 696p). O primeiro caso geralmente ocorre após contato único. Pode ser acidental, principalmente em crianças, ou intencional como nas tentativas de aborto e suicídio, sendo estes os casos que geralmente aparecem nas estatísticas.

A intoxicação crônica ocorre por contato continuado. Podemos citar como exemplos, o costume da ingestão de certas espécies de Crotalaria na medicina tradicional e na alimentação na Nigéria, levando a problemas hepáticos (Nuhu et al., 2009NUHU, H. et al. Ethnomedical studies of Crotalaria species found in Zaria, northern Nigeria. Nigerian Journal of Pharmaceutical Sciences, v.8, n.2, p.46-53, 2009.), ou ainda em atividades industriais ou agrícolas como no caso da cultura do fumo. Na doença do tabaco verde (GTS – Green Tobacco Sickness), a intoxicação ocorre devido a absorção da nicotina por meio da pele durante a colheita (Arcury et al., 2001ARCURY, T.A. et al. The incidence of green tobacco sickness among Latino farmworkers. Journal of Occupational & Environmental Medicine, v.43, n.7, p.601-9, 2001.; Riquinho & Hennington, 2012RIQUINHO, D.L; HENNINGTON, E.A. Saúde, ambiente e condições de trabalho no cultivo de tabaco: revisão de literatura. Ciência em Saúde Coletiva, v.17, n.6, p.1587-600, 2012.). Outro exemplo é a mandioca. Ela é tradicionalmente utilizada na alimentação em vários países, sendo que as principais espécies consumidas são a mandioca doce (Manihot utilissima Pohl) e a mandioca brava (Manihot esculenta Crantz). No entanto, o consumo da mandioca brava é associado a problemas neurológicos crônicos em alguns países africanos principalmente em pessoas com deficiência de aminoácidos sulfurados (Botha & Penrith, 2008BOTHA, C.J.; PENRITH, M.L. Poisonous plants of veterinary and human importance in southern Africa. Journal of Ethnopharmacology, v.119, p.549–558, 2008.; Sreeja et al., 2003SREEJA, V.G. et al. New aspects in pathogenesis of konzo: neural cell damage directly caused by linamarin contained in cassava (Manihot esculenta Crantz). British Journal of Nutrition, v.90, p.467–72, 2003.). No Brasil a mandioca é largamente usada na alimentação, mas não foi encontrado, na literatura consultada, dados que correlacione o consumo da mandioca a problemas neurológicos.

TABELA 1
Número de intoxicações causadas por agentes diversos em circunstâncias variadas no Brasil em 2012

Muitas vezes a ligação entre o consumo de espécies vegetais e os efeitos tóxicos observados é difícil de ser estabelecida, como o caso dos efeitos teratogênicos e abortivos (Silveira et al., 2008SILVEIRA, P.F. et al. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.4, p.618-26, 2008.). Normalmente esses efeitos aparecem após o uso prolongado e de forma assintomática, podendo levar a um quadro clínico grave e algumas vezes fatal. A utilização crônica de plantas sem orientação médica, tais como em casos de obesidade, constipação, hemorroidas e dor nas articulações, pode acarretar maiores riscos devido à duração do tratamento.

A toxicidade apresentada por uma espécie vegetal pode ser dependente de fatores relacionados às plantas e ao indivíduo. No primeiro caso, fatores como estocagem do material vegetal, a dose utilizada, a forma de uso, as interações entre plantas medicinais utilizadas conjuntamente (Rates, 2001RATES, S.M.K. Plants as source of drugs. Toxicon, v.39, p.603-13, 2001.) e, ainda, problemas relacionados à contaminação das plantas por toxinas fúngicas, pesticidas e metais pesados contribuem para a toxicidade da planta (Efferth & Kaina, 2011EFFERTH, T.; KAINA, B. Toxicities by herbal medicines with emphasis to traditional Chinese medicine. Current Drug Metabolism, v.12, n.10, p.989-96, 2011.).

Um exemplo de uma espécie vegetal que apresenta toxicidade devido a sua estocagem é a batata (Solanum tuberosum L). Apesar do alto consumo, ela possui substâncias tóxicas, os glicoalcaloides, que podem induzir efeitos adversos tais como vômitos, diarreia e dor abdominal (Mensinga et al, 2005MENSINGA, T.T. et al. Potato glycoalkaloids and adverse effects in humans: an ascending dose study. Regulatory Toxicology and Pharmacology, v.41, p.66-72, 2005.; Barceloux, 2009BARCELOUX, D.G. Potatoes, tomatoes and solanine toxicity (Solonum tuberosum L., Solonum lycopersicum L.). Disease-a-Month, v.55, p.391-402, 2009.). No entanto, muitas vezes não se associa o consumo da batata com os sintomas observados. O processamento da batata (cozimento, fritura, congelamento) não é eficaz para a redução dessas substâncias (Mensinga et al, 2005MENSINGA, T.T. et al. Potato glycoalkaloids and adverse effects in humans: an ascending dose study. Regulatory Toxicology and Pharmacology, v.41, p.66-72, 2005.; Barceloux, 2009BARCELOUX, D.G. Potatoes, tomatoes and solanine toxicity (Solonum tuberosum L., Solonum lycopersicum L.). Disease-a-Month, v.55, p.391-402, 2009.). Normalmente, as batatas possuem baixa concentração de glicoalcaloides tóxicos, mas a concentração destas substâncias pode aumentar devido a variabilidade genética e ao processo inadequado de estocagem, como por exemplo estocagem a baixa temperatura (Barceloux, 2009BARCELOUX, D.G. Potatoes, tomatoes and solanine toxicity (Solonum tuberosum L., Solonum lycopersicum L.). Disease-a-Month, v.55, p.391-402, 2009.).

Considerando os fatores relacionados ao indivíduo, a toxicidade pode ser decorrente do uso de plantas medicinais por crianças e idosos, durante a gravidez ou lactação, do estado nutricional do indivíduo, do período de utilização, e da presença de doenças crônicas que interferem no metabolismo (Silveira et al., 2008SILVEIRA, P.F. et al. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.4, p.618-26, 2008.).

Toxicidade de fitoterápicos e interações entre plantas medicinais e medicamentos alopáticos

Infelizmente, a maior parte dos fitoterápicos e das plantas medicinais que são utilizados pela população não tem os seus perfis tóxicológico e farmacodinâmico bem conhecidos (Veiga-Junior, 2008VEIGA-JUNIOR, V. F. Estudo do consumo de plantas medicinais na Região Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro: aceitação pelos profissionais de saúde e modo de uso pela população. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.2, p.308-313, 2008.). Os efeitos adversos associados ao uso de fitoterápicos e plantas medicinais podem ser classificados em intrínsecos e extrínsecos (Silveira et al., 2008SILVEIRA, P.F. et al. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.4, p.618-26, 2008.). As reações intrínsecas são aquelas relacionadas à ação farmacológica do fitoterápico. Podem ser do tipo A, quando houver toxicidade previsível, overdose ou interação com outros fármacos ou tipo B, no caso de reações idiossincráticas (Silveira et al., 2008SILVEIRA, P.F. et al. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.4, p.618-26, 2008.). Estas reações ocorrem quando o paciente reage em excesso ou de forma deficiente a uma substância, sendo geralmente de base genética (Amorim & Cardoso, 2013). Um exemplo de reação intrínseca do tipo A associado ao uso de espécies vegetais é a interação da erva de São João (Hypericum perforatum L.) com alguns medicamentos utilizados na medicina tradicional incluindo a ciclosporina, a sinvastatina, a warfarina e a digoxina. Isto ocorre porque o H. perforatum induz a metabolização dos fármacos pelo citocromo P450. Desta forma, a utilização da erva de São João com drogas metabolizadas por esta enzima pode resultar na redução da biodisponibilidade destes compostos (Cordeiro et al, 2005CORDEIRO, C.H.G. et al., Interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.15, n.3, p.272-278, 2005.; Stickel et al., 2005STICKEL, F. et al. Herbal hepatotoxicity. Journal of Hepatology, v.43, p.901–10, 2005.). Nas reações intrínsecas do tipo B, a relação entre a administração de fármacos e a reação idiossincrática é geralmente difícil de reconhecer, especialmente em casos de pacientes tratados com múltiplos medicamentos (Ferreira et al., 2014FERREIRA, P.G. et al. Pneumonite intersticial e miocardiopatia simultâneas induzidas por venlafaxina. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v.40, n.3, p. 313-8, 2014.). No entanto, alguns pesquisadores têm mostrado que alguns indivíduos com fenótipo do citocromo P450 de metabolização lenta possuem predisposição em desenvolver hepatites com o uso de Kava-Kava (Piper methysticum G. Forst.) (Stickel et al., 2005STICKEL, F. et al. Herbal hepatotoxicity. Journal of Hepatology, v.43, p.901–10, 2005.). Desta forma, o uso concomitante de extratos vegetais deve ser evitado quando da utilização de medicamentos e os médicos responsáveis pelo tratamento devem ser informados do uso.

As reações extrínsecas são aquelas ocasionadas pelas falhas durante o processo de produção, tais como: falta de padronização, contaminação, adulteração, preparação ou estocagem incorreta e/ou rotulagem inapropriada (Silveira et al., 2008SILVEIRA, P.F. et al. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.4, p.618-26, 2008.).

Plantas tóxicas, toxinas e fatores que influenciam a toxicidade das plantas

As substâncias presentes nas plantas que podem apresentar toxicidade variam amplamente em estrutura e propriedades químicas (Simões et al., 2004SIMÕES, C.M.O. et al. Farmacognosia: Da planta ao medicamento. 5.ed. Florianopolis: Editora UFSC, 2004.1102p.). Na Tabela 3 foram apresentadas algumas espécies, brasileiras ou aclimatadas, mais conhecidas por sua toxicidade considerando a família botânica a que pertencem.

TABELA 3
Informações sobre espécies vegetais que causam toxicidade humana

Considerando as espécies tóxicas selecionadas, muitas são utilizadas como ornamentais (36% das espécies selecionadas) e no tratamento de doenças (62% das espécies selecionadas). Apesar da conhecida toxidez de muitas delas não há um conhecimento mais específico sobre os metabólitos secundários responsáveis pela toxicidade.

No Brasil, a notificação dos eventos toxicológicos não é obrigatória, o que favorece a subnotificação. Isto, aliado à heterogeneidade na distribuição dos CATs, dificulta o estabelecimento de um quadro nacional e a definição de ações públicas que possibilitem o desenvolvimento de projetos de prevenção, controle de casos de intoxicações além de dificultar o atendimento (diagnóstico e tratamento) do paciente intoxicado.

As alterações patológicas causadas por uma espécie vegetal podem estar associadas a fatores ligados ao indivíduo e à planta, como citado previamente. Estas alterações podem ocorrer de forma aguda, são as que geralmente são atendidas nos serviços de urgência e que aparecem nas estatísticas, ou de forma crônica. Em ambas as formas de intoxicação o diagnóstico é complexo e a associação entre os sintomas observados e o consumo e/ou contato é difícil de ser estabelecida.

A deficiência de estratégias para o controle, prevenção e tratamento das intoxicações, faz desse um grande desafio para as instituições públicas de saúde. É importante que sejam realizados cada vez mais trabalhos orientando a população sobre os riscos da ingestão de plantas desconhecidas, cuidados com a utilização de plantas como medicamentos e precauções que devem ser tomadas na ornamentação de praças, jardins e no interior das residências. Além dos trabalhos de difusão de informações sobre plantas tóxicas, é essencial que se desenvolvam projetos interdisciplinares visando ampliar o conhecimento sobre espécies vegetais da biodiversidade brasileira nas interfaces químico - e tóxico - farmacológicas.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPQ pela bolsa concedida a V. L. Almeida (processo 249299/2013-5), a FAPEMIG pela bolsa de iniciação científica concedida a S. C. Campos e ao Professor Dr. Júlio César Dias Lopes.

REFERÊNCIAS

  • ALÉ, S.I. et al. Allergic Contact Dermatitis Caused by Lithraea molleoides and Lithraea brasiliensis: Identification and characterization of the responsible allergens. American Journal of Contact Dermatitis, v.8, n.3, p.144-9, 1997.
  • ANITHA, S.; KUMARI, B.D.R. Stimulation of reserpine biosynthesis in the callus of Rauvolfia tetraphylla L. by precursor feeding. African Journal of Biotechnology, v.5, n.8, p.659-61, 2006.
  • ARCURY, T.A. et al. The incidence of green tobacco sickness among Latino farmworkers. Journal of Occupational & Environmental Medicine, v.43, n.7, p.601-9, 2001.
  • BARCELOUX, D.G. Potatoes, tomatoes and solanine toxicity (Solonum tuberosum L., Solonum lycopersicum L.). Disease-a-Month, v.55, p.391-402, 2009.
  • BEYER, J. et al. Analysis of toxic alkaloids in body samples. Forensic Science International, v.185, p.1–9, 2009.
  • BOSCOLO, O.H.; VALLE, L.S. Plantas de uso medicinal em Quissamã, Rio de Janeiro, Brasil. IHERINGIA. Série Botânica, v.63, n.2, p.263-277, 2008.
  • BOTHA, C.J.; PENRITH, M.L. Poisonous plants of veterinary and human importance in southern Africa. Journal of Ethnopharmacology, v.119, p.549–558, 2008.
  • CHU; E.P.; FIGUEIREDO-RIBEIRO, R.C.L. Native and Exotic Species of Dioscorea Used as Food in Brazil. Economic Botany, v.45, n.4, p.467-479, 1991.
  • COLOMBO, M.L. et al. Most commonly plant exposures and intoxications from outdoor toxic plants. Journal of Pharmaceutical Sciences and Research, v.2, n.7, p.417-25, 2010.
  • CORDEIRO, C.H.G. et al., Interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum Revista Brasileira de Farmacognosia, v.15, n.3, p.272-278, 2005.
  • CRUZ, G.D.; BRACARENSE, A.P.F.R.L. Toxicidade da samambaia (Pteridium aquilinum (L.) Kuhn) para a saúde animal e humana. Semina. Ciências Agrárias, v.25, n.3, p.249-58, 2004.
  • DIAS, N.S. et al. Estudo dos efeitos mutagênicos e citotóxicos do confrei (Symphytum officinale) no ciclo celular de Allium cepa. Revista Eletrônica de Farmácia, v.10, n.3, p.20-9, 2013.
  • EFFERTH, T.; KAINA, B. Toxicities by herbal medicines with emphasis to traditional Chinese medicine. Current Drug Metabolism, v.12, n.10, p.989-96, 2011.
  • FENNER, R. et al. Plantas utilizadas na medicina popular brasileira com potencial atividade antifúngica. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v.42, n.3, 2006.
  • FERREIRA, P.G. et al. Pneumonite intersticial e miocardiopatia simultâneas induzidas por venlafaxina. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v.40, n.3, p. 313-8, 2014.
  • FLORES J.S. et al. Plantas de la flora yucatanense que provocan alguna toxicidad en el humano. Revista Biomédica, v.12, n.2, p. 86-96, 2001.
  • FURER, V. et al. Nicotiana glauca (Tree Tobacco) Intoxication-Two Cases in One Family. Journal Medical Toxicology, v.7, n.1, p.47–51, 2011.
  • GHISALBERTIU, E.L. Lantana camara L. Verbenaceae. Fitoterapia, v.1, p.467-86, 2000.
  • HADDAD JUNIOR, V. Identificação de enfermidades agudas causadas por animais e plantas em ambientes rurais e litorâneos: auxílio à prática dermatológica. Anais Brasileiros de Dermatologia, v.84, n.4, p.343-8, 2009.
  • HARVEY, A.L. et al. What can toxins tell us for drug discovery? Toxicon, v.36, n.11, p. 1635-40, 1998.
  • IBANEZ, M.D. et al. Asthma induced by latex from ‘Christmas flower’ (Euphorbia pulcherrima). Allergy, v.59, p.1127–37 2004.
  • ITAKURA Y. et al. Tannins occurring in the toxic brazilian plant Thiloa glaucocarpa Toxicon, v.25, n.12, p.1291-300, 1987.
  • JESUS, N.A.; SUCHARA, E.A. Cultivo de plantas tóxicas e a ocorrência de intoxicações em domicílios no município de Barra do Graças. Revista Eletrônica da UNIVAR, v.2; n.10, p.89-95, 2013.
  • KAWAHARA, N. et al. Two New Cucurbitacin Glucosides, Opercurins A and B, from the Brazilian Folk Medicine “Buchinha” (Luffa operculata). Chemical & Pharmaceutical Bulletin, v.52, n.8, p.1018-20, 2004.
  • KIM, Y. et al. Intoxication by angel’s trumpet: case report and literature review. BMC Research notes, 7:553, 2014.
  • LIGGIERI, C. et al. Biochemical analysis of a papain-like protease isolated from the latex of Asclepias curassavica L. Acta Biochimica et Biophysica Sinica, p.154–62, 2009.
  • LOPES, R.K. et al. Atividades biológicas e toxicidade das plantas ornamentais no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Biociências, v.7, n.3, p. 305-15, 2009.
  • LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa: Plantarum, 2008. 544p.
  • MARLIÉRE, L.D. P. et al. Utilização de fitoterápicos por idosos: resultados de um inquérito domiciliar em Belo Horizonte (MG), Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18 (Supl.), p.754-760, 2008.
  • MARTINS, A.G. et al. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais, alimentares e tóxicas da Ilha do Combu, Município de Belém, Estado do Pará, Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.86, n.1, p.21-30, 2005.
  • MASSMANIAN, A. Contact dermatitis due to Euphorbia pulcherrima Wild, simulating a phototoxic reaction. Contact Dermatitis, n.38, p.113–4, 1998.
  • MATOS, F.J.A. et al. Plantas Tóxicas: Estudo de Fitotoxicologia Química de Plantas Brasileiras Nova Odessa: Plantarum, Flora, 2011. 256p.
  • MENGUE, S.S. et al., Uso de plantas medicinais na gravidez. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.11, n.1, p.21-5, 2001.
  • MENSINGA, T.T. et al. Potato glycoalkaloids and adverse effects in humans: an ascending dose study. Regulatory Toxicology and Pharmacology, v.41, p.66-72, 2005.
  • MFOTIE, N.E. et al. In vitro genotoxic and mutagenic evaluation of the aqueous extract of Codiaeum variegatum and its amoebicidal sub-fraction. Journal of Ethnopharmacology, v.155, n.1, p.823-9, 2014.
  • MONSENY, A.M. et al. Poisonous plants: an ongoing problem. Anales de Pediatria, v.85, n.2, p.347-353, 2015.
  • NASIB, A. et al. In vitro propagation of croton (Codiaeum variegatum). Pakistan Journal of Botany, v.40, n.1, p.99-104, 2008.
  • NOGUE, S. et al. Datura Stramonium Poisoning. Identification of tropane alkaloids in urine by gas chromatography-mass spectrometry. The Journal of International Medical Research, v.23, p.132 -137, 1995.
  • NUHU, H. et al. Ethnomedical studies of Crotalaria species found in Zaria, northern Nigeria. Nigerian Journal of Pharmaceutical Sciences, v.8, n.2, p.46-53, 2009.
  • OGA, S. et al. Fundamentos de toxicologia 3° edição. São Paulo: Atheneu, 2008, 696p
  • OLIVEIRA, R.B.; GODOY, S.A.P.; COSTA, F.B. Plantas Tóxicas. Conhecimento e Prevenção de Acidentes 1ª edição. Editora Holos, 2003. 64p.
  • OLIVER, F. et al. Contact urticaria due to the common stinging nettle (Urtica dioica)—histological, ultrastructural and pharmacological studies. Clinical and Experimental Dermatology, v.16, p.1-7, 1991.
  • PALOCCI C. et al. Lipolytic isoenzymes from Euphorbia lactea Plant Science, v.165, n.3, p.577-82, 2003;
  • PATHAK, S. et al. An extract of Nerium oleander, induces cell death in human but not murine cancer cells. Anticancer Drugs, v.11, p.455-63, 2000.
  • PEACOK, B.M. et al. Intoxicaciones por plantas tóxicas atendidas desde un servicio de información toxicológica. Revista Cubana de Plantas Medicinales, v.14, n.2, p.1-8, 2009.
  • PINILLOS, M.A. et al. Intoxicación por alimentos, plantas y setas. Anales del Sistema Sanitario de Navarra, v.26, n.1, p. 243-263, 2003.
  • POPPENGA, R.H. Poisonous plants. Molecular, Clinical and Environmental. Toxicology, v.2, p.123-75, 2010.
  • RADEMAKER, M.; DERRAIK, J.G.B. Phytophotodermatitis caused by Ficus pumila Contact Dermatitis, v.67, n.1, p.53-6, 2012.
  • RATES, S.M.K. Plants as source of drugs. Toxicon, v.39, p.603-13, 2001.
  • RIQUINHO, D.L; HENNINGTON, E.A. Saúde, ambiente e condições de trabalho no cultivo de tabaco: revisão de literatura. Ciência em Saúde Coletiva, v.17, n.6, p.1587-600, 2012.
  • SANTOS, A.C.B. et al. Levantamento etnobotânico, químico e farmacológico de espécies de Apocynaceae Juss ocorrentes no Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.15, n.3, p.442-58, 2013.
  • SHARMA, O.P. et al. A review of the hepatotoxic plant Lantana camara. Critical Reviews in Toxicology, v.37, n.4, p.313-52, 2007.
  • SILVA, A.F. Flor-de-coral. EPAMIG. Circular Técnica, n.214, p.1-5, 2015. Disponível em http://www.epamig.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=68&dir=DESC&order=date&limit=10&limitstart=10 acessado em 1/abr/2016.
    » http://www.epamig.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=68&dir=DESC&order=date&limit=10&limitstart=10
  • SILVEIRA, P.F. et al. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.4, p.618-26, 2008.
  • SIMÕES, C.M.O. et al. Farmacognosia: Da planta ao medicamento 5.ed. Florianopolis: Editora UFSC, 2004.1102p.
  • SINITOX (Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas) [online]. Registros de Intoxicações/ dados nacionais/ 2012 Disponível em <http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=411> (acesso em 30/10/2014).
    » http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=411
  • SMITH E.A. et al. Scopolamine Poisoning From Homemade ‘Moon Flower’ Wine. Journal of Analytical Toxicology, v.15, p.216-9, 1991.
  • SREEJA, V.G. et al. New aspects in pathogenesis of konzo: neural cell damage directly caused by linamarin contained in cassava (Manihot esculenta Crantz). British Journal of Nutrition, v.90, p.467–72, 2003.
  • STICKEL, F. et al. Herbal hepatotoxicity. Journal of Hepatology, v.43, p.901–10, 2005.
  • TAVARES, E.O. et al . Fatores associados à intoxicação infantil. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v.17, n.1, p.31-37, 2013.
  • TÉDONG, L. et al. Acute and subchronic toxicity of Anacardium occidentale Linn (Anacardiaceae) leaves hexane extract in mice. African Journal of Traditional, Complementary and Alternative Medicines, v.4, n.2, p.140-7. 2006.
  • TÔRRES, A.R. et al. Estudo sobre o uso de plantas medicinais em crianças hospitalizadas da cidade de João Pessoa: riscos e benefícios. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.15, n.4, p.373-380, 2005.
  • TOVAR R.T., PETZEL, R.M. Herbal toxicity. Disease-a-month, v.55, n.10, p.592–641, 2009.
  • TURAK, A. et al. Dimeric guaianolides from Artemisia absinthium Phytochemistry, v.105, p.109-14, 2014.
  • UPADHYAY, R.R.; HECKER, E. Diterpene esters of the irritant and cocarcinogenic latex of Euphorbia lactea Phytochemistry, v.14, n.11, p.2514-2516, 1975.
  • VALLE, T.L. et al. Conteúdo cianogênico em progênies de mandioca originadas do cruzamento de variedades mansas e bravas. Bragantia, v.63, n.2, p.221-6, 2004.
  • VARRICCHIO, M.C.B.N. et al. Euphorbia tirucalli: análise qualitativa do desenvolvimento vegetal durante o cultivo in vitro Revista de Biologia e Farmácia, v.3, n.1, p.53-65, 2008.
  • VASCONCELOS, J. et al. Plantas tóxicas: conhecer para prevenir. Revista Científica da UFPA, v.7, n.1, p.1-10, 2009.
  • VEIGA-JUNIOR, V. F. Estudo do consumo de plantas medicinais na Região Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro: aceitação pelos profissionais de saúde e modo de uso pela população. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.2, p.308-313, 2008.
  • VEIGA-JUNIOR, V. F. et al. Plantas medicinais: cura segura? Química Nova, v.28, n.3, p.519-528, 2005.
  • VIEGAS JUNIOR, C. et al., Os produtos naturais e a química medicinal moderna. Química Nova, v.29, n.2, p.326-37, 2006.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2016

Histórico

  • Recebido
    27 Mar 2015
  • Aceito
    04 Jan 2016
Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais, Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Farmácia, Bloco T22, Avenida Colombo, 5790, 87020-900 - Maringá - PR, Tel: +55-44-3011-4627 - Botucatu - SP - Brazil
E-mail: revista@sbpmed.org.br