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Relação entre disfunção temporomandibular e alterações auditivas

The relationship among temporomandibular dysfunction and hearing alterations

Resumos

TEMA: o equilíbrio das estruturas e funções do sistema estomatognático depende do adequado funcionamento da Articulação Temporomandibular, e esta, por sua vez, precisa da oclusão dental correta para a realização das funções ao movimentar a mandíbula. O desequilíbrio muscular ou estrutural da Articulação Temporomandibular poderá acarretar em uma disfunção dessa articulação e causar sinais e sintomas diversos como manifestações auditivas do tipo zumbido e otalgia. OBJETIVO: realizou-se a revisão de literatura das áreas de fonoaudiologia, otorrinolaringologia e odontologia com pesquisas em bases de dados, artigos e livros, sendo selecionadas as literaturas de 1992 a 2008 relacionadas ao tema do trabalho, a fim de associar sintomas audiológicos com a Disfunção Temporomandibular e apontar a importância da atuação multiprofissional, dando ênfase à atuação fonoaudiológica, em tal disfunção. CONCLUSÃO: várias são as hipóteses que tentam explicar a relação existente entre a Disfunção Temporomandibular e as alterações auditivas. Verificamos que há um vínculo entre o sistema estomatognático e o sistema auditivo. Contudo, mais importante que somente associar os sistemas estomatognático e auditivo, a equipe multiprofissional envolvida na assistência à pacientes com Disfunção Temporomandibular, precisa ter conhecimento a respeito da anatomia e fisiologia da Articulação Temporomandibular, de suas disfunções, causas e consequências, sendo capaz de distinguir a terapêutica eficiente para cada disfunção e, por fim, analisar a conduta com encaminhamentos adequados para a evolução do caso.

Articulação Temporomandibular; Audiologia; Otorrinolaringologia


BACKGROUND: the balance referring to the structures and functions of the stomatognatic system depends on the appropriate functioning of the Temporomandibular Joint, and this one, needs the correct teeth occlusion for accomplishing the functional needs when moving the jaw. The muscle or structural unbalance of the Temporomandibular Joint may result in a dysfunction of this joint and cause diverse signs and symptoms such as hearing manifestations, namely: tinnitus and ear pain. PURPOSE: literature review in the areas of audiology, otolaryngology and dentistry aiming at associating them with Temporomandibular Dysfunction and show the importance of multidisciplinary activities, emphasizing the speech action in such dysfunction. CONCLUSION: many hypotheses try to explain the existent relationship among the Temporomandibular Dysfunction and hearing alterations. We verified that there is a link between the stomatognatic system and the hearing system. However, most important than just associating the stomatognatic and hearing systems, the team has been involved in the assistance to the patients, including the speech therapy professional that must have knowledge about anatomy and physiology of the Temporomandibular Joint and related disorders, causes and consequences. The said professional should be capable to distinguish the effective therapy for each disorder and evaluate the indications and contra-indications of each one, and, finally, examine the conduct with referrals being appropriate for the case evolution.

Temporomandibular Joint; Audiology; Otolaryngology


Relação entre disfunção temporomandibular e alterações auditivas

The relationship among temporomandibular dysfunction and hearing alterations

Daniela de Campos BarretoI; Ana Rita Campos BarbosaII; Ana Claudia Figueiredo FrizzoIII

IFonoaudióloga graduada em Fonoaudiologia pela Universidade de Uberaba, Uniube, Uberaba, Minas Gerais, Brasil

IIFonoaudióloga; Docente do curso de graduação em Fonoaudiologia da Universidade de Uberaba, Uniube, Uberaba, Minas Gerais, Brasil; Mestre em Fonoaudiologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP, São Paulo, Brasil

IIIFonoaudióloga; Docente do curso de graduação em Fonoaudiologia da Universidade de Uberaba, Uniube, Uberaba, Minas Gerais, Brasil; Mestre em Neurociências pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP, Ribeirão Preto-SP, Brasil; Doutoranda em Neurociências pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP, Ribeirão Preto-SP, Brasil

Endereco para correspondência Endereco para correspondência: Daniela de Campos Barreto Rua José Primo de Melo, nº 20 Centro Araxá MG CEP 38184042 Email: danielacbarreto@gmail.com

RESUMO

TEMA: o equilíbrio das estruturas e funções do sistema estomatognático depende do adequado funcionamento da Articulação Temporomandibular, e esta, por sua vez, precisa da oclusão dental correta para a realização das funções ao movimentar a mandíbula. O desequilíbrio muscular ou estrutural da Articulação Temporomandibular poderá acarretar em uma disfunção dessa articulação e causar sinais e sintomas diversos como manifestações auditivas do tipo zumbido e otalgia.

OBJETIVO: realizou-se a revisão de literatura das áreas de fonoaudiologia, otorrinolaringologia e odontologia com pesquisas em bases de dados, artigos e livros, sendo selecionadas as literaturas de 1992 a 2008 relacionadas ao tema do trabalho, a fim de associar sintomas audiológicos com a Disfunção Temporomandibular e apontar a importância da atuação multiprofissional, dando ênfase à atuação fonoaudiológica, em tal disfunção.

CONCLUSÃO: várias são as hipóteses que tentam explicar a relação existente entre a Disfunção Temporomandibular e as alterações auditivas. Verificamos que há um vínculo entre o sistema estomatognático e o sistema auditivo. Contudo, mais importante que somente associar os sistemas estomatognático e auditivo, a equipe multiprofissional envolvida na assistência à pacientes com Disfunção Temporomandibular, precisa ter conhecimento a respeito da anatomia e fisiologia da Articulação Temporomandibular, de suas disfunções, causas e consequências, sendo capaz de distinguir a terapêutica eficiente para cada disfunção e, por fim, analisar a conduta com encaminhamentos adequados para a evolução do caso.

Descritores: Articulação Temporomandibular; Audiologia; Otorrinolaringologia.

ABSTRACT

BACKGROUND: the balance referring to the structures and functions of the stomatognatic system depends on the appropriate functioning of the Temporomandibular Joint, and this one, needs the correct teeth occlusion for accomplishing the functional needs when moving the jaw. The muscle or structural unbalance of the Temporomandibular Joint may result in a dysfunction of this joint and cause diverse signs and symptoms such as hearing manifestations, namely: tinnitus and ear pain.

PURPOSE: literature review in the areas of audiology, otolaryngology and dentistry aiming at associating them with Temporomandibular Dysfunction and show the importance of multidisciplinary activities, emphasizing the speech action in such dysfunction.

CONCLUSION: many hypotheses try to explain the existent relationship among the Temporomandibular Dysfunction and hearing alterations. We verified that there is a link between the stomatognatic system and the hearing system. However, most important than just associating the stomatognatic and hearing systems, the team has been involved in the assistance to the patients, including the speech therapy professional that must have knowledge about anatomy and physiology of the Temporomandibular Joint and related disorders, causes and consequences. The said professional should be capable to distinguish the effective therapy for each disorder and evaluate the indications and contra-indications of each one, and, finally, examine the conduct with referrals being appropriate for the case evolution.

Keywords: Temporomandibular Joint; Audiology; Otolaryngology.

INTRODUÇÃO

Em sua atuação, o Fonoaudiólogo preocupa-se com o equilíbrio dos órgãos fonoarticulatórios, das funções estomatognáticas, bem como da musculatura associada, que constitui um sistema miofuncional. O trabalho harmônico deste sistema favorece o equilíbrio neuromuscular e oclusal, e o funcionamento adequado da ATM1.

As possíveis alterações das estruturas da ATM também são preocupação do fonoaudiólogo, pois afetam diretamente o sistema estomatognático (SE) e suas funções, prejudicando principalmente as funções de mastigação e a articulação da fala, além de trazer associada, muitas vezes, sintomatologia auditiva2,3.

A DTM pode ocorrer por vários fatores, dentre eles estão os hábitos orais nocivos - de acordo com a literatura pesquisada, hábitos parafuncionais e hábitos orais nocivos são considerados sinônimos, porém, neste trabalho, será adotada a terminologia hábitos orais nocivos -, desequilíbrios musculares, má oclusão dentária, questões emocionais e traumas1.

Desordens nos músculos mastigatórios decorrentes da DTM podem causar, portanto, como consequência, disfunção da tuba auditiva, pressão nos ouvidos, desequilíbrio e perda da audição, otalgia, zumbido e cefaléia2. Este fato se deve à grande proximidade anatômica e funcional entre os componentes da orelha e a ATM, incluindo a inervação e vascularização4.

Há vários estudos na área de Motricidade Orofacial referentes exclusivamente à ATM, porém há uma quantidade restrita de estudos que enfatizam a sintomatologia auditiva nas DTMs. Logo, faz-se necessária a realização de estudos que mostrem a importância de se relacionar sintomatologia auditiva e DTM e a atuação integral do profissional fonoaudiólogo nesta disfunção e a importância da atuação multiprofissional, o qual é objetivo deste estudo.

MÉTODOS

Este estudo foi realizado por meio de revisão da literatura referente às áreas de motricidade orofacial e audiologia, especificamente sobre os assuntos Disfunção Temporomandibular e sua relação com as sintomatologias auditivas (articulação temporomandibular, audiologia, otorrinolaringologia; temporomandibular joint, audiology, otolaryngology).

A proposta foi realizar a pesquisa em bases de dados, artigos e livros, sendo selecionadas as literaturas de 1992 a 2008 relacionadas ao tema do trabalho.

A interpretação dos materiais pesquisados foram feitas por meio de análise de conteúdo para fins de discussão do trabalho.

Foi realizada uma revisão sobre a anatomia e fisiologia do sistema estomatognático, sobre a DTM, seus sinais e sintomas, etiologias e consequências para fundamentar o estudo e procurar estabelecer relações.

REVISÃO DA LITERATURA

O SE é constituído por várias estruturas, incluindo língua, dentes, lábios, bochechas, palato mole e duro, o osso mandibular e a ATM, sendo esta última de importância notável e complexa. A manutenção do equilíbrio das funções deste sistema depende da eficiência e saúde da ATM para que haja uma perfeita realização de seu trabalho, já que esta efetua movimentos específicos e complexos1.

A ligação estabelecida entre oclusão e ATM se refere ao formato e desenvolvimento desta última, vinculados ao alinhamento dental, sua estabilidade e posicionamento5.

A ATM tem a necessidade de adaptar-se a alterações musculares, oclusais e cervicais. No entanto, se a articulação não obtiver tolerância aos desequilíbrios existentes, poderá ocorrer limitações, sintomas e manifestações6.

Os desequilíbrios musculares ou estruturais da ATM podem gerar uma disfunção, tendo como consequências as sintomatologias auditivas3,7. Neste sentido, o presente estudo buscou relacionar as DTMs com as sintomatologias auditivas provocadas por elas.

Os músculos mastigatórios, o ouvido, a ATM, os dentes, a boca e a cabeça são os locais onde geralmente se manifestam os sinais e sintomas da DTM4. E as DTMs podem apresentar etiologia multifatorial8. Portanto, não há somente um único fator, mas um conjunto de fatores que podem desencadear ou agravar a disfunção9.

A DTM é uma afecção crônica e progressiva, podendo ter seu diagnóstico dificultado ou retardado devido aos sinais e sintomas não recorrentes, e de acordo com a faixa etária, uma vez que tais sinais e sintomas se apresentam de forma variada em adultos e crianças10.

Com relação à incidência, notou-se que há concordância, na literatura, sobre a predominância no sexo feminino11-17.

As DTMs podem ser subdivididas em intra-articulares e em musculares ou extra-articulares. As disfunções intra-articulares acometem o interior da ATM, relacionadas a lesões e deslocamentos de disco articular. As disfunções musculares são alterações na musculatura, principalmente na mastigatória18.

Os sinais e sintomas são gerados por uma série de fatores, sendo estes distúrbios da oclusão e traumas que sobrecarregam a ATM1, 6, 19, 20, e hábitos orais nocivos1,6, 19-21, também citados como causas da DTM.

Além destes, há as alterações musculares, problemas degenerativos, alterações funcionais, problemas emocionais e estresse6,20. Ainda foram citados prótese mal adaptada ou restauração, e a falta de dentes como causas da DTM4. Outros fatores mencionados são apertamento dos dentes22,23, bocejar, má oclusão durante a mastigação, trauma, mordida brusca de substância dura, abertura de boca demorada22.

Em uma pesquisa realizada, observou-se que pacientes que apresentam DTM possuem maior predisposição a doenças causadas por fatores psicossociais, como estresse emocional ou eventos da vida, estando estes, possivelmente relacionados à DTM8.

Hábitos orais nocivos e posturais, doenças genéticas, tensão e estresse (com hipertensão da musculatura da região cervical, espáduas, braços e dos músculos mastigatórios), emoções negativas, meio ambiente e distúrbios cognitivos auxiliam na duração da doença20.

Pode-se observar que há outro consenso na literatura pesquisada, que os principais fatores que geram os sinais e sintomas de DTM são os distúrbios da oclusão, traumas1, 6, 19, 20 e hábitos orais nocivos1,6,19-21, pois estes sobrecarregam a ATM. Foi verificado que, dentre as literaturas pesquisadas, somente uma autora20 referiu meio ambiente e distúrbios cognitivos como fatores agravantes da DTM.

Haverá variação dos sintomas clínicos, de acordo com o caso, podendo atingir diferentes regiões, com características e extensões diversificadas. Os sintomas podem surgir gradualmente ou de forma espontânea22.

Há, na literatura, a citação de inquietação durante o sono24, depressão e ansiedade24,25. Os sinais e sintomas mais comuns de distúrbios articulares que imputam responsabilidade a má oclusão são :

• Deslocamento de disco: em geral causado por fatores neuromusculares ou estruturais, podendo ser acompanhado de redução de abertura bucal. Ocorre com redução quando há alteração da ligação entre o disco e o côndilo com a boca ocluída, regressando à normalidade ao abrir completamente a boca. Já no caso de deslocamento do disco sem redução (luxação) não há o retorno da posição habitual do disco quando a boca se abre, permanecendo desarticulada durante a movimentação, e se desviando e se limitando em direção ao lado lesionado. Ocasionalmente, há a possibilidade de aparecimento da artrose da ATM26, 27.

• Estalo: geralmente é o ruído articular mais frequente28. A percepção de sons durante movimentos de ATM geralmente ocorrem na conversação22,29 ou alimentação22,30. Os estalidos podem decorrer de degeneração na parte mais superficial das articulações ou desarranjo entre o côndilo e o disco31.

• Diminuição da dimensão vertical: quanto maior a severidade da DTM, mais compensações são realizadas ao executar a mastigação e fala, por exemplo32, que exigem abertura bucal adequada27. Estas compensações geralmente contribuem para o agravamento da DTM32 e a diminuição da dimensão vertical20, com dificuldade de abertura de boca32,33.

• Alterações na fala e/ou na mastigação: são caracterizadas por desvios mandibulares laterais ou anteriores, causando ininteligibilidade de fala e, em alguns casos, projeção anterior de língua. Também podem ser decorrentes de limitação de movimentos, alterações na oclusão e presença de dor34.

• Dor: um dos sintomas mais comuns em pacientes com DTM é a dor22, 1,4,14,27,28,35-37. Há ainda o espasmo muscular, dor intra-articular, dor espalhada na área do temporal, infraorbital ou masseteriana, dor no fechamento e abertura de mandíbula4. Também foram citadas as dores nos músculos mastigatórios3 e dores pré-auriculares3,15,22,27 , além de cabeça crônica4 e a cefaléia23,36. Sugere-se que a dor, independente de sua intensidade, define a diminuição da amplitude na abertura e da velocidade do fechamento dos movimentos da mandíbula realizados durante a fala37.

• Sintomas auditivos: podem-se relacionar à DTM e/ou às patologias auditivas, confirmando a possibilidade de coexistir comprometimentos auditivos associados, trazendo a necessidade de definir as condições audiológicas dos indivíduos com DTM38. São estes otalgia, plenitude auricular e zumbido2,4,17, além de redução da sensação de redução da acuidade auditiva2,17. A otalgia, sintoma mais comum entre os pacientes com DTM 7,11,18,22,35,36,39, em geral, se relaciona com o movimento de abertura e fechamento de boca e a dificuldade para falar39. O zumbido, bilateral ou com predomínio único40, outra consequência audiológica da DTM7,12,18,22,25,41,42, pode aparecer sem apresentar relação com a perda auditiva, podendo haver a comprovação desta dissociação em exames audiométricos40. Outros sintomas audiológicos são a vertigem2 e a tontura2,25,42, perda de equilíbrio17,43, o que por vezes exige a realização de exames otoneurológicos39.

Portanto, por haver presença de sintomas auditivos em muitos sujeitos com DTM, a avaliação otorrinolaringológica e a investigação audiológica são necessárias.

Foi observada uma concordância entre os autores1,4,14, 22,27,28,35-37 que referem ser a dor a queixa mais habitualmente relatada pelos indivíduos portadores de DTM.

Como os sinais e sintomas presentes em pacientes com DTM podem ser ocasionados por diversos fatores, dentre eles por alteração em estruturas da ATM e do sistema auditivo (SA), e sabendo que a musculatura auditiva pode estar vinculada às estruturas da articulação temporomandibular, é necessário mencionar as principais estruturas e músculos daquele sistema.

O ouvido tem como principais funções, a audição e o equilíbrio. As vias auditivas e as orelhas interna (OI), média (OM) e externa (OE) compõem o SA44.

De acordo com o mesmo autor44, um dos componentes da OM é a tuba auditiva, sendo a via de ligação entre a rinofaringe e a OM, o que favorece a aeração dessa cavidade. Os músculos responsáveis pela abertura da tuba são: levantador do véu palatino, tensor do véu palatino e salpingofaríngeo45. As conexões entre os ossículos (martelo, bigorna e estribo) e as paredes que cercam a cavidade da orelha média são os músculos tensor do tímpano e estapédio46.

Quanto à musculatura, se relacionam aos ossículos e sua conexão às paredes da OM, o músculo tensor do tímpano e músculo do estapédio46. O músculo tensor do tímpano realiza a tração sobre o ossículo martelo para permitir a passagem das vibrações do som. Com relação à abertura da tuba auditiva para admitir o ingresso de ar à OM, os músculos responsáveis são levantador do véu palatino, tensor do véu palatino e salpingofaríngeo45.

As estruturas da ATM e do ouvido são originadas, embriologicamente, da mesma fissura (cartilagem de Meckel)47. Com relação à sua anatomia, a ATM se situa próxima ao meato acústico externo (MAE), e estão correlacionados as suas porções vascular, arterial e de inervação. Sendo assim, caso haja alteração fisiológica ou oclusal, poderá causar um deslocamento e prejudicará os componentes anatômicos vizinhos, gerando variadas consequências4. Entretanto, não se sabe exatamente como uma alteração patológica da ATM afeta o OM e OI47.

Várias hipóteses têm sido relatadas para explicar a associação entre DTM e sintomas auditivos.

De acordo com a literatura47, Pinto, em 1962, foi o primeiro a referir que o processo anterior do martelo se originava no ligamento maleolar anterior para se inserir no disco e cápsula da ATM. Segundo o autor, o movimento do ligamento capsular e disco oscilavam a membrana timpânica (MT) e a cadeia de ossículos. Tal mecanismo pode gerar os sintomas otológicos (sendo um deles o zumbido), se relacionando à DTM.

Outros autores, como Watanabe, Kumagami e Tsuda, em 1974, citados na literatura47, referiram que a hipercontração do músculo estapedial está relacionada ao zumbido e que este pode ser eliminado por meio do rompimento do tendão estapedial.

Outra teoria abordada foi a que, ao entrar em espasmo, o músculo tensor do véu palatino atrapalha a abertura da tuba auditiva, acarretando em uma disfunção tubária. Como resultado, o paciente pode referir plenitude auricular, perda da audição, zumbido, otalgia e cefaléia27.

Portanto, pode-se constatar que há realmente uma correlação entre os componentes auditivos e estomatognáticos. Tal ligação poderia desencadear a sintomatologia auditiva em indivíduos portadores de DTM.

Mesmo tendo autores que referem a associação entre sistema auditivo e DTM, na literatura pesquisada, há divergências quanto à explicação de como uma DTM afeta a parte auditiva. Na literatura47, há relatos de que não se tem conhecimento exato acerca de como uma DTM pode comprometer a OM e OI. Por outro lado, os autores47,27 citados no estudo conseguem esclarecer tal associação. A primeira explicação se refere ao zumbido que é determinado pela hipercontração do músculo estapedial47, enquanto a outra justificativa seria a de que o espasmo do músculo tensor do véu palatino pode originar uma disfunção tubária devido à diminuição de aeração na OM e, com isso, pode ser encontrada queixa de plenitude auricular, zumbido, perda de audição, dentre outros27.

Após as exposições acima, percebe-se que há diversos autores que tentam esclarecer a relação evidente entre DTM e presença de sinais e sintomas auditivos; porém mais importante que somente o fato de explanar tal associação, o fonoaudiólogo deve estar ciente da ocorrência da sintomatologia auditiva e realizar os procedimentos necessários para um diagnóstico e encaminhamentos adequados.

O objetivo desse trabalho foi o de realizar a associação entre sintomas audiológicos e a DTM e o de mostrar a importância da atuação multiprofissional, enfocando a atuação fonoaudiológica, com base na literatura. Entretanto, uma vez que essa disfunção pode acometer o sistema auditivo, fica evidente na literatura pesquisada, poucas divulgações no que se refere à atuação específica do otorrinolaringologista em DTM.

Visto que as alterações relacionadas ao sistema auditivo, são de competência deste médico e, apesar da carência de estudos com esta comunidade, ainda assim tais queixas são desse âmbito, justificando-se aqui a necessidade de estudos ressaltando a atuação do otorrinolaringologista nas alterações decorrentes da DTM.

Além disso, o exame clínico médico verifica as condições auditivas39. O trabalho enfatizou que, em casos de sintomatologia auditiva, deve-se suspeitar e investigar possível presença de DTM e que os sintomas auditivos podem modificar conforme o caso, apesar da variabilidade de sintomatologia auditiva nessa população48.

Com relação ao componente auditivo, de acordo com os autores pesquisados11,13,39,47,48, na audiometria, os limiares auditivos de indivíduos portadores de DTM sugerem normalidade.

Ao desenvolver pesquisas13,39 em épocas diferentes, obtiveram resultados semelhantes ao efetuar audiometria em pacientes com DTM. Na via aérea e via óssea, os resultados estiveram dentro da normalidade para a maioria dos sujeitos pesquisados. Quanto à logoaudiometria e timpanometria (curva tipo A) todos os indivíduos da pesquisa apresentaram resultado normal. Os reflexos acústicos ipsi e contralaterais estiveram presentes13,39. Não houve indícios de recrutamento na maioria dos sujeitos da pesquisa2,13.

A DTM pode alterar os limiares tonais de via aérea e o reconhecimento de fala, entretanto ocorre de forma não significativa e leve27.

No entanto, há autores2,13 que constataram alteração nos limiares audiométricos em pesquisas com pacientes portadores de DTM e verificaram piora nos limiares auditivos nas altas frequências.

Da mesma forma, há estudos24 que sugerem alteração do sistema vestibular em pacientes portadores de DTM. Há um grande número de indivíduos com disfunção que, além dos sintomas otológicos, podem possuir alteração do sistema vestibular, observado em exame labiríntico ou otoneurológico25,24. Em uma pesquisa realizada com pacientes portadores de DTM para verificação de alteração no sistema vestibular, notou-se anormalidade somente na prova calórica, estando os demais exames sem indícios de alteração, na maioria dos sujeitos pesquisados24.

Os autores não explicam a existência de alteração ou normalidade nestes exames e sua correlação com a DTM, e uma vez que há presença de sinais e sintomas auditivos em grande parte dos diagnósticos da disfunção. Assim, ressalta-se aqui a necessidade de estudos que correlacionem a alteração do sistema audiovestibular em indivíduos com DTM.

Com relação à atuação clínica do fonoaudiólogo, é importante analisar cada caso, pois é possível encontrar variabilidade de sinais e sintomas, para direcionar adequadamente a terapia.

Inicia-se com uma anamnese detalhada a respeito da sintomatologia para obter o diagnóstico clínico49. Quanto à queixa, esta deve ser caracterizada quanto à época de surgimento da queixa, fatos que podem se relacionar à sua aparição e épocas de melhora também devem ser definidos. Ao paciente devem ser levantadas questões sobre problemas com a movimentação mandibular ou mastigação, hábitos orais nocivos, dores nas costas ou no pescoço, ou travamento anterior de dentes. Da mesma forma, devem ser questionados itens referentes ao tipo de dor, a localização, a duração e a intensidade, concomitância de sintomas independentes, diagnóstico de enxaqueca ou cefaléia do tipo tensional50.

Uma avaliação deve ser realizada pelo fonoaudiólogo para constatar as alterações no SE que o paciente possa ter. Além disso, o modo como o indivíduo supera as dificuldades e enfrenta os problemas do cotidiano pode afetar o SE e suas funções, inclusive, a ATM.

Geralmente as queixas dos indivíduos são subjetivas, podendo haver relatos variados28. É necessário verificar a presença de fatores de risco para perda auditiva39. A atuação fonoaudiológica na parte audiológica deve possibilitar os encaminhamentos necessários para diagnóstico e tratamento adequados, mesmo quando não há perda auditiva, mas considerando-se os altos índices de queixas auditivas em pacientes com DTM; e quando o indivíduo com DTM possuir perda auditiva, sendo esta principalmente do tipo neurossensorial, deve ser indicada a avaliação do otorrinolaringologista para verificar a etiologia48.

Por apresentar etiologia multifatorial e devido às suas diversas manifestações, a DTM deve ser tratada por vários profissionais, envolvendo equipe multiprofissional49,51. A necessidade do trabalho conjugado e a inter-relação das profissões se devem à conscientização das limitações e possibilidades da especialidade de cada profissional e, assim, a busca por auxílio determina o melhor tratamento ao paciente52.

Os profissionais da saúde que possuem ligação são o cirurgião-dentista51, ortodontista53-54, fonoaudiólogo4,51,53,54,, neurologista8,51, psicólogo8,49,51, fisioterapeuta e o otorrinolaringologista4,51.

Por ser alta a incidência de DTM, tal disfunção está sendo mais bem estudada pela especialidade DTM e Dor Orofacial e é ressaltada a relevância de sua inserção nos cursos de graduação para maior relação e conexão teórico-prático55.

O Fonoaudiólogo é um dos profissionais que estudam a DTM, em função das alterações otológicas no sistema estomatognático2,13. A especialidade da Fonoaudiologia que pode auxiliar a atuação odontológica é a Motricidade Orofacial, pois há grande parte da intervenção interdisciplinar relacionada aos distúrbios do sistema estomatognático52.

Como há vários sinais e sintomas auditivos encontrados em pacientes com DTM, o fonoaudiólogo deve estar atento para realizar o diagnóstico e tratamento adequados, atuando juntamente com o cirurgião dentista e o médico otorrinolaringologista48.

Após o tratamento odontológico concluído, ou mesmo concomitante a este, dependendo do caso, inicia-se o trabalho fonoaudiológico, reorganizando as funções alteradas pela disfunção. Utilizam-se exercícios musculares para dar estabilidade e melhorá-las, enquanto o ortodontista adequa a oclusão. É necessário que o fonoaudiólogo saiba a conduta de tratamento do outro profissional para haver melhor condução do caso e minimizar os erros possíveis56.

Com relação à atuação do médico neurologista, não foram encontradas literaturas referentes ao tratamento em pacientes que apresentam DTM. É de fundamental importância a realização de maiores estudos que possam ressaltar elementos importantes do trabalho deste profissional, especificamente nas alterações da ATM, visto que o sintoma principal dos indivíduos se refere à dor orofacial e tal profissional é um dos habilitados em queixas envolvendo a cabeça.

Diversos tratamentos multiprofissionais foram mencionados no levantamento bibliográfico realizado; grande parte destes tem como objetivos relaxar a musculatura, diminuir a sobrecarga e reposicionar a articulação.

Dentre eles, o tratamento medicamentoso, geralmente indicado pelo especialista em dor orofacial, é recomendado para aliviar o desconforto, controlar o processo inflamatório e possibilitar a realização de procedimentos odontológicos, em casos de dor e limitação funcional. É importante verificar os benefícios dos medicamentos e suas contra-indicações.

Outra estratégia para o tratamento é a aplicação da placa interoclusal. Há vários modelos de aparelhos oclusais. O especialista em dor orofacial irá aconselhar o modelo ideal de acordo com a etiologia desencadeante da DTM, o que fará o aparelho agir no sistema de modo específico57.

A placa é indicada em casos de disfunção muscular, intra-articulares e nos hábitos orais nocivos. Estabelece a oclusão ideal entre os dentes, gerando relaxamento muscular, diminuição da sobrecarga da articulação, proteção dos dentes e estruturas contra os hábitos orais nocivos e reposicionamento da articulação. Há o alívio da dor dias ou semanas após o início do tratamento18.

A utilização da Placa Miorrelaxante Anterior nos casos de diagnóstico de DTM, de acordo com suas limitações, produz bons resultados principalmente no que diz respeito ao sintoma dor58.

Segundo pesquisas realizadas27, com a utilização de placa oclusal para tratamento, há melhora dos limiares auditivos de todas as frequências, mesmo em indivíduos com audição dentro da normalidade. Sendo assim, o tratamento de DTM com a utilização da placa oclusal determina a redução significativa da sintomatologia auditiva59, como o zumbido12.

Por isso é necessário verificar a presença de sintomatologia auditiva nos indivíduos com DTM. Entretanto, os autores não justificam a relação deste tratamento com a redução dos sintomas. Portanto, sugerimos maiores estudos que possam explicar essa modificação nas alterações auditivas.

Para o alívio da dor, pode-se utilizar diversas terapias, como medicamentosa, fisioterapêutica, psicoterapia, laserterapia e acupuntura60.

Os profissionais envolvidos no caso devem estar cientes de que alterações comportamentais ou psicológicas, nos pacientes com DTM, podem influenciar no tratamento8.

Além disso, apesar da escassa literatura encontrada, o acompanhamento com o otorrinolaringologista é de grande importância devido à sintomatologia auditiva encontrada em pacientes com DTM.

O exame clínico otorrinolaringológico verifica as reais condições das orelhas, uma vez que os sintomas otológicos não refletem tais condições39. Além disso, nos casos de sintomatologia auditiva em que não há o diagnóstico de DTM, deve-se realizar a investigação acerca de possíveis desordens da articulação, realizando os encaminhamentos adequados48.

Assim, é importante destacar que o papel do fonoaudiólogo em casos de DTM é o de detalhar a sintomatologia apresentada pelo indivíduo, analisar seu estado emocional, aliviar a dor e desconfortos, reduzir o trabalho do sistema estomatognático, proporcionar a harmonia da articulação, minimizar as limitações e os hábitos orais nocivos, realizar massagens, termoterapia ou crioterapia e exercícios de acordo com a alteração, e cumprir os encaminhamentos necessários para se alcançar a reabilitação significativa da articulação. Deste modo, o fonoaudiólogo deve ter conhecimento dos diversos tratamentos que envolvem outras áreas e outros profissionais para verificar a necessidade do paciente e, além dos encaminhamentos adequados, ter a capacidade de distinguir a terapêutica eficiente para cada caso.

Os profissionais devem analisar cada terapêutica de acordo com a alteração em questão, observando presença de desconforto, dor, limitação funcional e devem ser analisadas as indicações e contra-indicações antes de recomendar um tratamento. É importante ficar atento caso haja pacientes com alterações psicológicas para realizar o devido encaminhamento.

CONCLUSÃO

Verificou-se neste trabalho que há um vínculo entre o SE e o SA, também observado nas causas e consequências da DTM que abrangem desde alterações auditivas a alterações musculares e funcionais.

Acredita-se que o presente estudo poderá ser útil, de alguma forma, para profissionais fonoaudiólogos e outros de áreas afins, visto que neste trabalho foram ressaltados elementos importantes com relação à DTM e suas consequências auditivas, além de ter mostrado a atuação fonoaudiológica e multiprofissional.

A atuação interdisciplinar em uma equipe multiprofissional, principalmente entre fonoaudiólogos, cirurgiões-dentistas especialistas em dor orofacial e otorrinolaringologistas, é essencial para a condução e evolução do caso.

Com relação aos tratamentos, são evidentes os benefícios destes em pacientes com DTM, uma vez que os mesmos podem acarretar em melhoria funcional e diminuição de sintomatologia auditiva, mas devem ser analisados para aplicação correta e eficiente de acordo com a disfunção.

Apesar de o presente estudo ter confirmado a relação entre a DTM e as sintomatologias auditivas, ficou restringido quanto à descrição da atuação dos médicos otorrinolaringologista e neurologista em DTM, devido à escassez de estudos mostrando sua importância em tratamentos desta disfunção. Deste modo, constata-se a necessidade de novos trabalhos acerca da atuação de tais médicos nas DTMs e, dessa forma, haverá a contribuição para um tratamento adequado de pacientes com a referida disfunção.

RECEBIDO EM: 02/03/2010

ACEITO EM: 01/07/2010

Conflito de interesses: inexistente

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  • Endereco para correspondência:

    Daniela de Campos Barreto
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    Araxá MG CEP 38184042
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      08 Set 2010
    • Data do Fascículo
      Dez 2010

    Histórico

    • Aceito
      01 Jul 2010
    • Recebido
      02 Mar 2010
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