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Editorial

EDITORIAL

A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), no final de 2011 iniciou o processo de escolha da nova diretoria biênio 2012/2013. Pela primeira vez em sua história teve duas chapas concorrendo. Isso mostrou a maturidade da profissão e acima de tudo o interesse de diferentes profissionais por essa sociedade que tem grande importância. A chapa vencedora desde o momento que concorreu à eleição mostrou grande interesse em modificar o modelo de funcionamento utilizado desde a fundação da SBFa até esse momento. As mudanças foram explicitadas claramente em sua plataforma, assim como quando compôs, tanto a diretoria executiva como a expandida, com fonoaudiólogos de todo o Brasil os quais pertenciam a Universidades públicas ou não, escolas independentes de formação profissional, a clínicas, a prefeituras a hospitais e outros locais de atuação do fonoaudiólogo. As primeiras ações mostraram o desejo de tornar a SBFa de fato brasileira, por exemplo, ao criar o projeto a SBFA vai até você, que busca levar o conhecimento de grandes mestres para perto do fonoaudiólogo nos diferentes pontos do Brasil. Também evidenciou o desejo de conhecer um pouco mais profundamente o que está sendo produzido nesse imenso país ao solicitar indicações de palestrantes em todas as Universidades brasileiras para compor a grade científica do congresso.

O leitor poderia perguntar a razão desse editorial em uma revista científica. Eu responderia que existe mais de uma razão para isso. A primeira delas é que a ciência não está separada da profissão. Em determinadas profissões, pesquisas bem elaboradas têm suas bases na clínica, ou devem dar suporte para a clínica. Sendo assim, ciência e profissão devem estar amalgamadas. Em uma revista científica, como a que os senhores estão lendo nesse momento, os artigos publicados são o reflexo do pensamento de acadêmicos ou mesmo de pesquisadores clínicos. Clínicos e acadêmicos se reúnem tradicionalmente em congressos para debater e expor suas recentes descobertas ou reflexões. Assim sendo, uma sociedade científica deve ser composta por professores e profissionais de todos os setores refletindo as diferenças existentes. Somente dessa maneira teremos um retrato verdadeiro, seja ele bom ou ruim, do que determinada profissão desenvolve.

As revistas científicas apenas expõem esse retrato, mostrando o grau de maturidade, o grau de conhecimento de uma ciência/profissão. Em congressos, assim como em revistas científicas o grau de abertura para expor o melhor que faz, mas nem sempre esconder aquilo que ainda deve ser melhorado, auxilia o crescimento da ciência/profissão por simples contraste e comparação, além de ensinar também por contraste/comparação. Ao mostrarmos apenas um lado da moeda de uma ciência/profissão, exibindo apenas as pesquisas produzidas nos grandes centros de maior poder econômico, estamos negando àqueles que não têm a oportunidade de estarem engajados nos grandes centros de pesquisa, que melhorem o que produzem e ainda enganando a nós mesmos, como se o todo fosse perfeito. As imperfeições estimulam o pensamento, estimulam os novos estudos, estimulam a competição e melhoram o todo.

Enfim, sociedades científicas, universidades, revistas científicas, clínicas são um todo, e assim devem ser vistas, como diferentes facetas de uma mesma área.

Irene Queiroz Marchesan

Doutor em Educação

Editor Associado da Revista Cefac

Presidente da SBFa biênio 2012/2013

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Maio 2012
  • Data do Fascículo
    Abr 2012
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