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Relação de escolaridade, faixa etária e profissão de mães com a oferta de chupeta e mamadeira a seus filhos

Relationship of schooling level, age group and mother profession with offer of pacifier and baby's bottles to your children

Resumos

OBJETIVO: avaliar a relação do grau de escolaridade, faixa etária e a profissão das mães com a oferta de chupeta e mamadeira a seus filhos MÉTODO: participaram deste estudo 190 mães de crianças entre 0 e 10 anos de idade, com idades de 20 a 45 anos que responderam a um questionário com questões fechadas a respeito de profissão, nível de escolaridade e uso de chupeta e mamadeira de seus filhos RESULTADOS: não foi observada diferença significante entre o grau de escolaridade quanto ao uso de chupeta (p= 0,915). O uso de mamadeira foi significantemente maior nos filhos de mães com ensino superior (p= 0,0124). Não houve diferença significante quanto à faixa etária das mães e a presença desses hábitos nos filhos (chupeta: p=0,427; mamadeira: p=0,427); e, entre mães que trabalham em casa e que trabalham fora de casa (chupeta: p=0,061; mamadeira: p=0,798). Não houve diferença entre mães que trabalham na área da saúde e em outras áreas (chupeta: p=0,339; mamadeira: p=0,455) CONCLUSÃO: as mães com nível superior de escolaridade oferecem significantemente mais mamadeira aos seus filhos, o que não ocorreu quanto ao uso de chupeta. Não foi observada diferença significante quanto ao uso de chupeta e mamadeira em relação à faixa etária e profissão de mães.

Hábitos; Escolaridade; Idade Materna; Mães


PURPOSE: to evaluate the relationships among schooling level, age group and mother profession with offer of pacifier and baby's bottles to your children. METHOD: 190 mothers with ages varying from 20 to 45 having children from 0 to 10 took part in this study. Mothers answered a questionnaire with questions regarding profession, schooling level and use of nipples and baby's bottles by their children. RESULTS: no significant differences were found between mothers having primary or secondary education and mothers with higher education regarding the use of nipples (p= 0.915). On the other hand, baby's bottle use was significantly higher among children of mothers with higher education (p= 0.0124). No significant difference regarding age group of mothers and the presence of these habits in children or between mothers who work in the house and those who work outside as regards the use of nipples (p=0.427; p=0.061) and baby's bottles (p=0.427; p=0.798). We also observed no difference among mothers who work in the health area and those working in other fields (nipples: p=0.339; baby's bottles: p=0.455). CONCLUSION: mothers with higher education offer significantly more baby's bottles to their children, but not nipples. No significant difference was observed as for the use of nipples and baby's bottles as related to age group and mothers' profession.

Habits; Education Status; Maternal Age; Mothers


Relação de escolaridade, faixa etária e profissão de mães com a oferta de chupeta e mamadeira a seus filhos

Relationship of schooling level, age group and mother profession with offer of pacifier and baby's bottles to your children

Kelly Cristina Alves SilvérioI; Ana Paula Silva FerreiraII; Cinthia Mara JohannsII; Aline WolfIII; Ana Maria FurkimIV; Jair Mendes MarquesV

IFonoaudióloga; Docente do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, Bauru - FOB/USP, Bauru, SP, Brasil; Doutora em Ciências pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas - FOP/UNICAMP

IIFonoaudióloga; Mestre em Distúrbios da Comunicação pela Universidade Tuiuti do Paraná, UTP, Curitiba, PR, Brasil

IIIFonoaudióloga; Docente do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia, Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto - FMRP/USP, Ribeirão Preto, SP, Brasil; Doutora em Ciências Biomédicas pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

IVFonoaudióloga; Professora Adjunto do Curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, PR, Brasil; Doutora em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

VMatemático; Docente do Programa de Mestrado e Doutorado em Distúrbios da Comunicação da Universidade Tuiuti do Paraná,UTP, Curitiba, PR, Brasil; Doutor em Ciências Geodésicas pela Universidade Federal do Paraná

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Kelly C. A. Silverio Al. Dr. Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75 CEP: 17012-101 Bauru - SP E-mail: kcsilver@terra.com.br, kellysilverio@usp.br

RESUMO

OBJETIVO: avaliar a relação do grau de escolaridade, faixa etária e a profissão das mães com a oferta de chupeta e mamadeira a seus filhos

MÉTODO: participaram deste estudo 190 mães de crianças entre 0 e 10 anos de idade, com idades de 20 a 45 anos que responderam a um questionário com questões fechadas a respeito de profissão, nível de escolaridade e uso de chupeta e mamadeira de seus filhos

RESULTADOS: não foi observada diferença significante entre o grau de escolaridade quanto ao uso de chupeta (p= 0,915). O uso de mamadeira foi significantemente maior nos filhos de mães com ensino superior (p= 0,0124). Não houve diferença significante quanto à faixa etária das mães e a presença desses hábitos nos filhos (chupeta: p=0,427; mamadeira: p=0,427); e, entre mães que trabalham em casa e que trabalham fora de casa (chupeta: p=0,061; mamadeira: p=0,798). Não houve diferença entre mães que trabalham na área da saúde e em outras áreas (chupeta: p=0,339; mamadeira: p=0,455)

CONCLUSÃO: as mães com nível superior de escolaridade oferecem significantemente mais mamadeira aos seus filhos, o que não ocorreu quanto ao uso de chupeta. Não foi observada diferença significante quanto ao uso de chupeta e mamadeira em relação à faixa etária e profissão de mães.

Descritores: Hábitos; Escolaridade; Idade Materna, Mães

ABSTRACT

PURPOSE: to evaluate the relationships among schooling level, age group and mother profession with offer of pacifier and baby's bottles to your children.

METHOD: 190 mothers with ages varying from 20 to 45 having children from 0 to 10 took part in this study. Mothers answered a questionnaire with questions regarding profession, schooling level and use of nipples and baby's bottles by their children.

RESULTS: no significant differences were found between mothers having primary or secondary education and mothers with higher education regarding the use of nipples (p= 0.915). On the other hand, baby's bottle use was significantly higher among children of mothers with higher education (p= 0.0124). No significant difference regarding age group of mothers and the presence of these habits in children or between mothers who work in the house and those who work outside as regards the use of nipples (p=0.427; p=0.061) and baby's bottles (p=0.427; p=0.798). We also observed no difference among mothers who work in the health area and those working in other fields (nipples: p=0.339; baby's bottles: p=0.455).

CONCLUSION: mothers with higher education offer significantly more baby's bottles to their children, but not nipples. No significant difference was observed as for the use of nipples and baby's bottles as related to age group and mothers' profession.

Keywords: Habits; Education Status; Maternal Age; Mothers

INTRODUÇÃO

Os hábitos são padrões de contração muscular aprendidos, de natureza complexa, que se diferenciam dos hábitos orais anormais e deletérios por interferirem no padrão regular do crescimento facial1. Tal crescimento ocorre de acordo com as características genéticas de cada indivíduo, tendo como fatores determinantes a hereditariedade, desnutrição, doenças e clima2.

Os hábitos orais deletérios são comumente definidos como padrões neuromusculares atípicos que podem determinar, entre outras coisas, o desenvolvimento das más oclusões, devido aos prejuízos que ocasionam, principalmente, na posição dos dentes, desencadeando alterações, também, no sistema estomatognático, pois introduzem forças estranhas a esse. As pesquisas realizadas nesta área relatam teorias que buscam explicar a etiologia dos hábitos deletérios referentes à sucção não nutritiva, hábitos de morder e hábitos funcionais. Esses podem ser de origem fisiológica, emocional ou aprendida3 e seus prejuízos serão determinados, em especial, pela freqüência, intensidade, duração e característica do objeto utilizado, bem como, a idade do sujeito na época de instalação dos hábitos4-8.

Geralmente, só são notados no ambiente familiar quando trazem algum dano estético e/ou de fala 9. Têm início na primeira infância por meio de hábitos anormais como: sucção não nutritiva (sucção digital, sucção de chupeta e de mamadeira), morder - objetos, sucção e mordida do lábio, onicofagia, bruxismo; hábitos funcionais - deglutição atípica, interposição lingual, respiração oral, má postura durante o sono, bruxismo diurno e noturno, deslocamento mandibular lateral por contatos prematuros10,11.

Alguns estudos12-15 pesquisaram sobre a utilização da chupeta e relataram que a mesma é utilizada pelos pais para acalmar a criança principalmente na hora do choro. Além disso, os autores constataram que a maioria das mães já possui a chupeta antes mesmo de ir à maternidade, pois consideram os hábitos de chupeta e mamadeira normais, fazendo parte da rotina da criança8,16, talvez pela falta de conhecimento sobre as possíveis alterações que podem ser ocasionadas por esses hábitos17,18. Outro fator relevante, em relação ao uso da chupeta, é a maior incidência deste hábito em crianças cujas mães têm baixa escolaridade1,16.

Em pesquisa realizada com mães que apresentaram hábitos orais deletérios14 os autores constataram que a mãe que possui o mesmo hábito que o filho, torna mais difícil a eliminação do mesmo, ficando mais condescendente.

Diversos estudos têm sido realizados em relação aos hábitos orais deletérios da infância e suas possíveis conseqüências no equilíbrio do sistema estomatognático,5,19-25 porém, pouco descrevem sobre o perfil das mães de crianças que possuem estes hábitos.

Frente ao exposto, este estudo teve como objetivo avaliar a relação do grau de escolaridade, faixa etária e a profissão de mães com a oferta de chupeta e mamadeira a seus filhos.

MÉTODO

Participaram desta pesquisa, 190 mães de crianças com idades entre zero e 10 anos, advindas de cidades do Estado do Paraná, com idades de 18 a 45 anos (média = 32,5 anos; Desvio Padrão = 5,5). Foram incluídas mães cujas crianças tinham desenvolvimento neuropsicomotor normal, ausência de alterações genéticas, síndromes ou malformações e que não tinham passado por intervenção cirúrgica na região craniofacial. Nenhum critério em relação à idade das mães foi estabelecido.

Todas as mães selecionadas receberam um questionário que continha questões fechadas sobre: 1. grau de escolaridade - ensino fundamental, médio, superior ou pós-graduação; 2. idade; 3. profissão: a mãe deveria declarar a profissão, caso trabalhasse fora de casa ou declarar "do lar", caso não trabalhasse fora de casa; 4. declarar se ofereceu chupeta e mamadeira ao seu filho. As mães que declararam ter mais de um filho, responderam ao questionário apenas uma vez, escolhendo sobre qual filho estaria relatando as informações. Os pesquisadores não controlaram essa variável.

Este estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Tuiuti do Paraná, sob número de protocolo 00067/2008. Depois de esclarecidos todos os detalhes da pesquisa, todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Após a coleta, os dados foram organizados para tratamento estatístico e comparação entre as variáveis, separando as mães por: a) escolaridade: ensino fundamental e médio (65 mães), ensino superior e pós-graduação (125 mães); b) faixa etária: 18 a 30 anos (66 mães), 31 a 40 anos (103 mães) e mais de 40 anos (21 mães); c) profissão: área da saúde - médica, fonoaudióloga, fisioterapeuta, enfermeira, nutricionista, dentista (25 mães) -, outras áreas - engenheira, arquiteta, secretária, advogada, vendedora (145 mães) - e "do lar" (20 mães). Na área da saúde, compararam-se também as mães "fonoaudiólogas" (13 mães) com as mães das demais áreas da saúde (12 mães).

A Figura a seguir revela o número de mães, segundo as categorias de análise propostas:


Os dados foram tratados estatisticamente, comparando-se a escolaridade das mães com o uso de chupeta e mamadeira; faixa etária das mães com o uso de chupeta e mamadeira de seus filhos; profissão das mães com o uso de chupeta e mamadeira. Para estas análises foi aplicado o Teste estatístico de diferenças de proporções, com nível de significância de 0,05.

RESULTADOS

Os resultados encontram-se nas tabelas de 1 a 4.

 

A tabela 1 traz os resultados da comparação do nível de escolaridade das mães de acordo com uso de chupeta e mamadeira de seus filhos. Foi possível observar que mães de nível de escolaridade superior e pós-graduação oferecem significantemente mais mamadeira a seus filhos do que mães com nível de escolaridade fundamental e médio.

A tabela 2 compara a faixa etária das mães de acordo com o uso de chupeta e mamadeira de seus filhos e não evidenciou diferença significante quando comparadas as diferentes faixas etárias: 20 a 30 anos e 31 a 40 anos, 20 a 30 e mais de 40 anos, 31 a 40 e mais de 40 anos.

A tabela 3 evidencia os dados da comparação da profissão das mães de acordo com o uso de chupeta e mamadeira de seus filhos. Não houve diferença significante entre as mães profissionais da área da saúde e mães denominadas "do lar", mães da área da saúde e de outras áreas e quando comparadas mães "do lar" e de outras áreas que não a saúde.

A tabela 4 traz a comparação da profissão de mães de outras áreas da saúde e Fonoaudiologia, de acordo com o uso de chupeta e mamadeira dos filhos e evidencia que não houve diferença significante entre os dados.

DISCUSSÃO

Em relação ao uso de chupeta foi possível observar que 60% das mães de nível escolar fundamental e médio e aproximadamente 60% do nível superior ou pós-graduação declararam ter oferecido chupeta a seus filhos. Quando comparados os níveis de escolaridade das mães, verificou-se que não houve diferença significante (p=0,9153) - tabela 1. Segundo alguns autores12,15 a chupeta é um bem acessível à população devido ao baixo custo. A utilização da chupeta é estimulada pelos pais com o objetivo de confortar a criança, principalmente na hora do choro, porém não há registros sobre a origem e a multiplicação deste hábito no meio social. Alguns autores 12,13 ao pesquisarem sobre as possíveis causas e conseqüências da utilização da chupeta relataram que a freqüência de uso de chupetas em crianças brasileiras é bastante elevada e que a maioria das mães já possui a chupeta antes mesmo de ir à maternidade. Desta forma, o nível de escolaridade das mães parece não influenciar no uso de chupeta de seus filhos uma vez que as mães parecem assumir o uso da chupeta como algo natural e necessário para confortar a criança.

Em relação ao uso de mamadeira, foi possível observar que foi significantemente maior entre as mães com ensino superior ou pós-graduação (p= 0,0124) - tabela 1, sendo que 94,4% das mães com nível de escolaridade superior ou com pós-graduação relataram oferecer mamadeira aos seus filhos, enquanto que 83,1% das mães com nível de escolaridade menor relataram o mesmo fato. Constata-se, portanto, que o nível de escolaridade não é fonte de conhecimento de fatores prejudiciais do uso da mamadeira, nem tão pouco pode ser considerado responsável pela não instalação desse hábito, pois seria esperado que quem apresentasse maior escolaridade supostamente saberia mais sobre os prejuízos que causa o uso da mamadeira. Outros fatores podem influenciar esta escolha: comodidade, praticidade e menor tempo para alimentar a criança.

Em uma pesquisa sobre a família e os hábitos orais na infância7 os autores relataram que a maioria das mães pesquisadas considera os hábitos de chupeta e mamadeira normais. O uso da mamadeira por um período prolongado, como visto em outro estudo16, pode ser explicado pela falta de conhecimento dos pais sobre os malefícios que ela traz, como por exemplo, na oclusão dentária3,5-10,13,19,21, alimentação15-17 e até mesmo na fala23. Além disso, o fato de cada vez mais, a mulher estar envolvida com o trabalho, o tempo disponível com os filhos torna-se menor. Alguns autores25 relataram que os hábitos orais podem ser influenciados, assim como outros comportamentos, por alguns fatores sociais, como emprego da mãe que colabora na renda familiar de forma parcial ou total.

Quanto à faixa etária, não houve diferença significante entre as mães e os hábitos de chupeta e mamadeira de seus filhos quando comparadas as diferentes faixas etárias - Tabela 2. Entretanto, observa-se uma tendência à significância (p=0,0566) das mães com mais de 40 anos oferecerem chupeta a seus filhos quando comparadas às mães da faixa etária de 31 a 40 anos. Segundo estudo17 que objetivou observar os cuidados populares adotados por mães adolescentes na assistência aos filhos nos seis primeiros meses de vida, as mães adolescentes apesar de receberem orientações de profissionais da saúde com relação à mamadeira, acabam a utilizando devido a influência de suas mães, ao contrário do uso da chupeta onde as adolescentes relataram que nem sempre levam em conta os conselhos e as experiências de suas mães.

Em relação à profissão, não houve diferença significante entre as mães profissionais da área da saúde, outras áreas e mães "do lar" e os hábitos de chupeta e mamadeira de seus filhos - Tabela 3. Entretanto, observou-se uma tendência à significância (p=0,0616) quando comparadas mães de outras profissões com mães "do lar", ou seja, mais mães de outras profissões parecem oferecer chupeta a seus filhos do que mães consideradas "do lar". Seria esperado que mães que trabalham em casa apresentassem menor incidência de relatos quanto ao uso de chupeta e mamadeira de seus filhos, por terem maior disponibilidade de tempo com as crianças e com possibilidade de freqüentar programas de aleitamento materno que estimulam a diminuição do uso de chupeta e mamadeira, prevenindo possíveis alterações no sistema estomatognático, o que não ocorreu no presente estudo. Porém, autores1 relataram que algumas variáveis como a renda familiar, escolaridade materna, trabalhomaternoeocupaçãodospaispodem estar relacionados a condições de saúde infantil. Os autores ressaltaram a necessidade de se obter dados estatísticos para caracterizar o perfil das crianças e dos pais cujos filhos utilizaram chupeta e mamadeira.

Interessante observar também que quando comparadas mães da área da saúde e fonoaudiólogas que seriam supostamente consideradas os profissionais mais críticos em relação à oferta de chupeta e mamadeira para seus filhos, não foi observada diferença significante para ambos (p=0,8432 e p=0,0790, respectivamente). Embora esta diferença não tenha ocorrido de forma significante, surpreendentemente, 61,53% das mães fonoaudiólogas oferecem mamadeira a seus filhos, enquanto que apenas 25% das mães ligadas a demais áreas da saúde o fazem, observando-se uma tendência à significância (p=0,0790), ou seja, mais mães fonoaudiólogas oferecem mamadeira a seus filhos quando comparadas às mães de outras profissões da área da saúde. Talvez o baixo número de sujeitos da amostra relacionada às profissões da área da saúde e fonoaudiologia não tenha tornado possível observar diferença significante.

CONCLUSÃO

Os dados do presente estudo permitiram concluir que mães com nível superior de escolaridade oferecem significantemente mais mamadeira aos seus filhos, o que não ocorreu quanto ao uso de chupeta. Não foi observada diferença significante quanto ao uso de chupeta e mamadeira em relação à faixa etária e profissão de mães.

Recebido em: 22/12/2010

Aceito em: 21/04/2011

Conflito de interesses: inexistente

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  • Endereço para correspondência:

    Kelly C. A. Silverio
    Al. Dr. Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75
    CEP: 17012-101 Bauru - SP
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Out 2011
    • Data do Fascículo
      Ago 2012
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