Acessibilidade / Reportar erro

Contributos para a construção de um texto foneticamente equilibrado para o Português-Europeu

Resumos

OBJECTIVO: o objectivo deste estudo consiste na criação de um Texto Foneticamente Equilibrado para o Português-Europeu (PE) designado "O Sol". MÉTODO: quatro sujeitos da região de Setúbal, entre [21-49] anos (dois do sexo feminino e dois do masculino) leram em voz alta o texto "O Sol". As gravações realizadas com Olympus (VN- 240PC e VN- 2100PC com microfones integrados) serviram para a contabilização dos fonemas produzidos. Os procedimentos foram: 1) a comparação entre as frequências relativas dos fonemas do "O Sol" e as frequências relativas descritas no PF_fone, através do coeficiente de correlação de Pearson e do teste de Mann-Whitney; 2) a comparação entre a transcrição larga e a estreita, verificando-se os fenómenos de coarticulação; e 3) a análise dos formatos silábicos. RESULTADOS: a análise estatística demonstrou que as frequências relativas de ocorrência dos fonemas do texto "O Sol" têm uma correlação forte com as do PF_fone (r = 0,924). As medianas das frequências relativas de ocorrência dos fonemas do texto foram significativamente iguais das do PF_fone (p<.05). CONCLUSÃO: o texto "O Sol" está próximo de um texto foneticamente equilibrado ideal, uma vez que se verificaram os pressupostos pré-definidos. Fonologicamente, apresenta os formatos silábicos mais frequentes no PE, verificou-se ainda uma diminuição na frequência relativa de fonemas na transcrição estreita, devido a fenómenos de coarticulação. Futuros trabalhos incidirão no aumento da amostra.

Voz; Qualidade da Voz; Fala; Leitura


PURPOSE: the aim of this study is to elaborate a Phonetically Balanced Text for the European-Portuguese (EP) called "O Sol" (The Sun). METHOD: four subjects (two females and two males) with [21-49] year-old read aloud the text. Recordings were obtained with Olympus (VN-240PC and VN-2100PC) and were used to account the produced phonemes. The procedures were: 1) the comparison between the relative frequency of the phonemes of "O Sol" and the relative frequency described in PF_fone through the correlation coefficient of Pearson and the Mann-Whitney, 2) the comparison between the large and short transcriptions in order to analyze the co-articulation phenomenon 3) the analysis of the syllabic formats. RESULTS: statistical analysis showed that relative frequency occurrence of phonemes of the text "O Sol" have a strong correlation with those of PF_fone (r = 0,924). The median values of the relative frequency occurrence of phonemes of "O Sol" were significantly equal to the PF_fone (p<.05). CONCLUSION: the text "O Sol (The Sun)" is close to an ideal phonetically balanced text, since it achieved the predefined assumptions. Phonologically, it shows the most common formats syllable in the EP. We verified a decrease in relative frequency of phonemes in the close transcription, due to co-articulation phenomenon. Future work will focus on increasing said sample.

Voice; Voice Quality; Speech; Reading


Contributos para a construção de um texto foneticamente equilibrado para o Português-Europeu

Ana Paula MendesI; Alexandra Nunes da CostaII; Alexandra Delgado MartinsIII; André Filipe Oliveira FernandesIV; Sara Margarida Dias do Rosário VicenteV; Tânia Carina Samouco FreitasVI

IProfessora de Ensino Superior, Professor Adjunto, Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, ESS-IPS, Setúbal, Portugal; Doutoramento em Speech Sciences na University of Florida

IITerapeuta da Fala, Agrupamento de Escolas da Sertã, AES, Sertã, Portugal; Licenciatura em Terapia da Fala pela Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal

IIITerapeuta da Fala, Cruz Vermelha Portuguesa, CVP, Lisboa, Portugal; Licenciatura em Terapia da Fala pela Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal

IVTerapeuta da Fala, Esfera Saúde Clínica Fisiátrica de Guimarães, Guimarães, Portugal; Licenciatura em Terapia da Fala pela Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal

VTerapeuta da Fala, Laboratório da Fala, LAB FALA LDA, Póvoa de Santa Iria, Portugal; Licenciatura em Terapia da Fala pela Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal

VITerapeuta da Fala, Câmara Municipal da Sertã, CMS, Sertã, Portugal; Licenciatura em Terapia da Fala pela Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Alexandra Nunes da Costa Av. General Humberto Delgado nº 141 1º esq 2840-254 Seixal - Portugal E-mail: tf.alexandracosta@gmail.com

RESUMO

OBJECTIVO: o objectivo deste estudo consiste na criação de um Texto Foneticamente Equilibrado para o Português-Europeu (PE) designado "O Sol".

MÉTODO: quatro sujeitos da região de Setúbal, entre [21-49] anos (dois do sexo feminino e dois do masculino) leram em voz alta o texto "O Sol". As gravações realizadas com Olympus (VN- 240PC e VN- 2100PC com microfones integrados) serviram para a contabilização dos fonemas produzidos. Os procedimentos foram: 1) a comparação entre as frequências relativas dos fonemas do "O Sol" e as frequências relativas descritas no PF_fone, através do coeficiente de correlação de Pearson e do teste de Mann-Whitney; 2) a comparação entre a transcrição larga e a estreita, verificando-se os fenómenos de coarticulação; e 3) a análise dos formatos silábicos.

RESULTADOS: a análise estatística demonstrou que as frequências relativas de ocorrência dos fonemas do texto "O Sol" têm uma correlação forte com as do PF_fone (r = 0,924). As medianas das frequências relativas de ocorrência dos fonemas do texto foram significativamente iguais das do PF_fone (p<.05).

CONCLUSÃO: o texto "O Sol" está próximo de um texto foneticamente equilibrado ideal, uma vez que se verificaram os pressupostos pré-definidos. Fonologicamente, apresenta os formatos silábicos mais frequentes no PE, verificou-se ainda uma diminuição na frequência relativa de fonemas na transcrição estreita, devido a fenómenos de coarticulação. Futuros trabalhos incidirão no aumento da amostra.

Descritores: Voz; Qualidade da Voz; Fala; Leitura

INTRODUÇÃO

A leitura-em-voz-alta é uma tarefa fonatória frequentemente utilizada pelo Terapeuta da Fala na avaliação formal e informal da produção de fala (eg., articulação, voz, ressonância, fluência, débito verbal, inteligibilidade do discurso, uso de processos fonológicos). Esta tarefa fonatória tem exigências fisiológicas e consequentemente padrões acústicos e áudio-perceptuais semelhantes aos do discurso espontâneo1,2. O material literário utilizado vai desde o uso de um texto de jornal diário a um Texto Foneticamente Equilibrado (TFE).

Para uma avaliação e análise válida e fiável, deve utilizar-se um TFE, visto ser um texto representativo de uma língua padrão, i.e., deverá ter todos os fonemas e os formatos silábicos que a compõem, e assim, distinguir e destacar aqueles que ocorrem com maior e menor frequência no discurso comummente utilizado pelos falantes3.

Actualmente existem TFEs em várias línguas, no entanto, para o Português-Europeu (PE), não existe material estandardizado 4-9 (Ver Tabela 1).

Para a elaboração de um TFE foi necessário estabelecer os seguintes pressupostos:

1. Conter todos os fonemas da língua, neste caso do PE;

2. Ter todos fonemas com a mesma frequência relativa de ocorrência do discurso espontâneo;

3. Conter todos os formatos silábicos;

4. Apresentar coesão textual;

5. Ter um tema apelativo, sem características infantis ou científicas;

6. Ser escrito numa linguagem acessível, de forma a facilitar a sua compreensão, facilitando a tarefa de leitura-em-voz-alta e

7. Ser sucinto de forma a evitar aspectos como a fadiga10.

Para o PE padrão existe um Corpus denominado PF_Fone, o qual contêm a frequência relativa de ocorrência (Fr) dos fonemas e foi construído a partir do Corpus de Frequência do Português Fundamental (PF), que é composto pelo vocabulário indispensável a uma efectiva capacidade de comunicação em situações de vida corrente. Este Corpus foi elaborado com o intuito de seleccionar vocabulário e gramática assente em bases científicas e efectuadas com objectivos pedagógico - didácticos11.

A pertinência de um TFE prende-se com o auxílio que este material pode prestar aos Terapeutas da Fala (TF) na identificação de possíveis alterações articulatórias, vocais, ressonância, débito verbal, inteligibilidade do discurso e uso de processos fonológicos, não saturando o utente com várias tarefas.

Um TFE estandardizado pode ser utilizado na avaliação áudio-perceptual, acústica e/ou fisiológica. Mais ainda, pode contribuir para a realização de comparações válidas e fiáveis em comparações intra e inter-sujeitos. Pode ainda ser aplicado em estudos clínicos (ie. casos com diagnosticado identificado) ou ainda em estudos normativos (ie., em populações normo-falantes e livres de patologias).

O objectivo deste estudo consiste na criação de um Texto Foneticamente Equilibrado para o Português-Europeu (PE) designado "O Sol"12 (Figura 1). Este texto visa contribuir para uma tarefa de leitura-em-voz-alta com a qual os TFs possam avaliar de forma rápida, eficiente e estandardizada as áreas da fala, voz e fluência.


MÉTODO

Sujeitos

Neste estudo piloto participaram 4 sujeitos, 2 do sexo masculino e 2 do sexo feminino do distrito de Setúbal, com uma média de idades de 35 anos, desvio padrão14, e intervalo de [21-49] anos. O grau de literacia abrangia desde o 4º ano até ao nível universitário. A caracterização da amostra vem descrita na Tabela 2.

A amostra seleccionada obedeceu a critérios de inclusão: 1) domínio do PE; 2) saúde física robusta; 3) ausência de medicação; 4) ausência de hábitos tabágicos e alcoólicos, 5) ausência de problemas ao nível da fala, linguagem e comunicação, e 6) sem constipações ou problemas respiratórios nos dias de gravação.

Os sujeitos seleccionados preencheram o formulário de consentimento informado e o questionário sobre saúde física e vocal.

Procedimentos

Os sujeitos leram em voz alta do texto "O Sol" (versão 2009)12 em posição em pé com uma voz confortável.

As gravações áudio do texto foram realizadas com Olympus (VN-240PC e VN- 2100PC), com microfones incorporados. As amostras de fala foram recolhidas em formato wav.

O estudo foi constituído por duas fases distintas. O procedimento delineado para a primeira fase do projecto consistiu em: 1) análise do texto "O Sol" (versão 2007)13; 2) alteração do texto "O Sol" (versão 2007)13; 3) transcrição fonética larga do texto "O Sol" (versão 2009)12 e respectiva contagem dos fonemas; 4) comparação das frequências dos fonemas com as frequências relativas do PF_fone; e 5) análise dos formatos silábicos do texto "O Sol" (versão 2009) 12.

A segunda fase do projecto teve como procedimentos: 1) gravações da leitura-em-voz-alta do texto "O Sol" (versão 2009)12 realizadas pelos quatro sujeitos; 2) transcrição fonética estreita da leitura-em-voz-alta (contagem dos fonemas e cálculo da média das frequências relativas, e comparação da média das frequências relativas dos fonemas presentes no texto "O Sol" (versão 2009) 12 com os do texto "O Sol" (versão 2007)13 e com os valores do PF_fone); 3) comparação da média das fre-quências relativas das transcrições estreitas com as da transcrição larga, de modo a verificar fenómenos de coarticulação; 4) análise e contagem das palavras do texto "O Sol" (versão 2009)12 pertencentes ao PF e respectiva comparação com os resultados do texto "O Sol" (versão 2007)13; e 5) cálculo do débito verbal e do índice de inteligibilidade obtido na leitura-em-voz-alta do texto "O Sol" (versão 2009) 12.

O tratamento estatístico foi realizado a partir da aplicação dos seguintes testes: Correlação de Pearson e Mann-Whitney. O valor α considerado para a significância foi de 0,05, com um intervalo de confianças de 95%.

A Comissão Especializada de Ética para a Investigação (CEEI) da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal foi criado em 12-4-2011, data posterior à realização do estudo. Contudo, todos os sujeitos preencheram e assinaram o formulário de consentimento (segue em anexo no e-mail enviado). Mais ainda, o investigador principal do projecto TFE é membro da CEEI.

RESULTADOS

O texto "O Sol" (versão 2009)12 apresentou todos os fonemas do PE e apresentou uma média de frequência relativa de ocorrência de fonemas semelhante ao do discurso espontâneo referido no PF_fone, como se observa na Tabela 3. De acordo com o Figura 2, as médias das frequências relativas (Fr), obtidas na transcrição estreita, acompanharam o comportamento das Fr do discurso espontâneo. O coeficiente de Pearson, r = 0,924, revelou uma correlação forte entre as frequências relativas de ocorrência dos fonemas do PF_fone e do texto "O Sol" (versão 2009)12. A comparação das medianas das Fr dos fonemas do PF_fone e as do texto "O Sol" (versão 2009) 12 efectuou-se através do teste estatístico Mann-Whitney, alcançando-se um valor p = 0,763 para um p> 0,05.


No que concerne aos fenómenos de coarticulação verifica-se que 10,52 % dos fonemas sofrem alterações, sendo eles os fonemas /ɨ/, /p/, /ʃ/, /ɾ/.

A análise da estrutura silábica foi efectuada com base na comparação dos formatos silábicos existentes na versão 2009 do texto "O Sol" e o Corpus FreP14. O texto conteve os todos formatos silábicos do PE, sendo o formato CV (consoante + vogal) o mais frequente. Ver Tabela 4.

A percentagem de palavras pertencentes ao PF do texto "O Sol" versão 2009 12 foi de 82,5%, comparativamente com a versão 200713 que apresentou 78,52%. Isto é, 17/18 palavras introduzidas na versão 2009 (94,4 %) faziam parte do PF. Ver Figura 3.


O índice de inteligibilidade da fala foi de 100% e o débito verbal foi de 114,54-168 palavras/minuto. Ver Tabela 5

DISCUSSÃO

O coeficiente de Pearson (r = 0,924) obtido foi indicador de uma correlação forte entre os resultados das Fr dos fonemas do discurso espontâneo e do texto "O Sol" (versão 2009)12. O valor obtido com o teste de Mann-Whitney (p = 0,763), demonstra que as medianas das Fr dos fonemas do texto "O Sol" (versão 2009)12 são significativamente iguais às Fr dos fonemas do discurso espontâneo.

Os resultados obtidos através da análise descritiva e inferencial permitem verificar que o texto "O Sol" (versão 2009)12 apresentou todos os fonemas existentes no PE e que a Fr destes no texto foi semelhante às do discurso espontâneo, conforme observado na comparação com o Corpus do PF_fone.

Os fenómenos de coarticulação observados aquando a leitura-em-voz-alta do texto "O Sol" (versão 2009)12, foram semelhantes aos do discurso espontâneo. Tal como se observou na leitura-em-voz-alta do texto, os fonemas /ʃ/ e /ɨ/ sofreram fenómenos de coarticluação, o que acontece normalmente no discurso espontâneo do PE15. O fonema /ɨ/ foi omitido e o fonema /ʃ/ assimilado. Foram também observadas diferenças nos fonemas /p/ e /ɾ/ devido a alguma hesitação durante a leitura-em-voz-alta.

Na leitura-em-voz-alta, todas as palavras produzidas pelos sujeitos foram perceptíveis, revelando um índice de inteligibilidade de 100%. O débito verbal foram 114,54-168 palavras/minuto. Não existem dados normativos para o PE. Comparação destes com os publicados na literatura para o Inglês-Americano demonstrou discrepâncias (ie., 270 palavras/minuto na leitura em voz alta), contudo esta comparação tem as suas limitações dado se tratarem de línguas diferentes16.

O texto "O Sol" (versão 2009)12 apresenta todos os formatos silábicos existentes no PE e apresenta aqueles que são mais frequentes, e comuns, no discurso espontâneo, especificamente o formato CV (consoante + vogal).

O texto "O Sol" (versão 2009)12 apresenta um valor superior de palavras pertencentes ao PF comparativamente a versões anteriores. O facto de se ter obtido uma percentagem de 82,5% de palavras pertencentes ao PF facilita o acesso ao léxico do texto, visto estarem presentes em maior número palavras comummente utilizadas no discurso espontâneo do PE.

Implicações clínicas

O TFE permite uma avaliação conjunta de diversas áreas como a fala, a voz e a fluência, assim como, uma aplicação rápida, sem fadiga para o utente. O nível de exigência da tarefa torna-se reduzido durante a avaliação, e o TFE estandardizado permite ainda uma homogeneização de utilização por parte dos Terapeutas da Fala. Podendo, por último, ser utilizado para avaliar a eficácia e eficiência da intervenção e dos progressos terapêuticos.

Limitação do estudo

Este estudo tem algumas limitações tais como: 1) uma amostra reduzida considerando-se assim um estudo preliminar de N=4, não existindo inferências nem extrapolações; 2) este estudo foi efectuado no distrito de Setúbal não ponderando os dois dialectos restantes do PE (setentrionais e insulares); 3) a fonte da informação normativa para o débito verbal foram estudos científicos americanos, em vez de dados normativos do PE; e 4) bases bibliográficas reduzidas, visto ser um estudo inovador e pioneiro.

Futuras investigações

Como futuras investigações propõe-se a aplicação do TFE a uma amostra populacional maior e em várias regiões de Portugal Continental e Insular, de modo a abranger os três dialectos do PE (setentrionais, centro-meridionais e insulares). Propõe-se também a verificação do nível de literacia a partir do qual se poderá aplicar o TFE. Deverá ser efectuado um estudo de forma a obter valores normativos para o débito verbal no PE durante o discurso espontâneo e leitura-em-voz alta. Deverão ser estudadas as medidas do TFE (e.g., débito verbal, índice de inteligibilidade, número de palavras/grupo respiratório, número de pausas) e investigar os valores da estatística descritiva do PF_fone para uma análise detalhada de cada fonema isoladamente.

CONCLUSÃO

O texto "O Sol" (versão 2009)12 apresentou todos os fonemas do PE e uma Fr de fonemas semelhante ao discurso espontâneo referido no PF_fone. Relativamente aos formatos silábicos possui os mais frequentes do PE, sendo o formato silábico CV o mais frequente e o que se aproxima mais dos valores de referência do Corpus FreP, contribuindo assim para uma aproximação fidedigna de um TFE. "O Sol (versão 2009) 12 apresentou coesão textual, isto é, apresentou uma sequência lógica que permite que o texto possua sentido. É um texto sucinto e de reduzida exigência fisiológica por parte do sujeito, não apresentou características infantis, e sendo um texto com alguma terminologia científica apresentou uma grande percentagem de palavras que pertencem ao Corpus do PF (82,54%), contribuindo para uma fácil leitura e boa compreensão.

Conclui-se que o texto "O Sol" (versão 2009)12 se encontra próximo de um TFE para o PE.

AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer aos alunos da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro, do Curso de Licenciatura Bi-etápica em Terapia da Fala e do Mestrado em Ciências da Fala e da Audição, que contribuíram para que o desenvolvimento deste trabalho fosse possível: João Silva, Mário Barroco, Joana Eira, Ana Raquel Fernandes, Joana Batista, Maria João Pedro, Elsa Martins e Jorge Martins. Agradecemos também aos alunos da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, do Curso de Licenciatura Bi-etápica em Terapia da Fala: André Barragon, Joana Machado, Teresa Reisinho, Vânia Ribeiro, Vera Sabino, Ana Varge e Raquel Brás.

Por último, fica a nossa gratidão ao Prof. Doutor António Sardinha, Professor Adjunto do Departamento de Matemática da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal, pela sua disponibilidade e ajuda relativamente à análise estatística envolvida neste trabalho.

RECEBIDO EM: 07/06/2011

ACEITO EM: 30/09/2011

Conflito de interesses: inexistente

ERRATA

Na Figura 1 - Texto "O Sol" (versão 2009), houve a introdução da palavra "fria" na 6º linha: "Sem o brilhar do Sol, a Terra ficaria fria, sem plantas, mais pobre e menos bela."

  • 1. Mendes A, Castro E. Análise acústica da avaliação vocal I: tarefas fonatórias e medidas acústicas. Revista Port ORL. 2005; 43(2): 127-36
  • 2. Baken, R. Clinical measures of speech and voice. Boston: College-Hill; 1987.
  • 3. Eira J, Fernandes A. Texto foneticamente equilibrado [trabalho académico]. Aveiro (Portugal): Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro; 2003.
  • 4. Martins E, Martins H. Texto foneticamente equilibrado [trabalho académico]. Aveiro (Portugal): Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro; 2004.
  • 5. Abercrombie, D.. Elements of general phonetic. Edinburgh: U.P. Edinburgh; 1967.
  • 6. Fairbanks, G.Voice and articulation drill book. New York: Harper and Brothers; 1960.
  • 7. International Phonetic Association. Handbook of the International Phonetic Association. Cambridge University; 1999.
  • 8. McCullough J, Somerville B. IDEA-International Dialects of English Archive. 1997. Disponível em: http://web.ku.edu/~idea/readings/comma.pdf
  • 9
    Alt-uso-english.org [homepage na internet]. Disponível em: http://alt-usage-english.org/audio_archive.shtml
  • 10. Barragon A, Machado J, Reisinho T, Ribeiro V, Sabino V. Contributos para a elaboração de um texto foneticamente equilibrado [trabalho académico]. Setúbal (Portugal): Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal; 2007.
  • 11
    Centro de Linguística da Universidade de Lisboa. Português fundamental: vocabulário e gramática. Tomo I. Lisboa: Garcia & Carvalho; 1984.
  • 12. Costa A, Fernandes A, Freitas T, Martins A, Vicente S. Contributos para a elaboração de um texto foneticamente equilibrado [trabalho académico]. Setúbal (Portugal): Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal; 2009.
  • 13. Barragon A, Machado J, Reisinho T, Ribeiro V, Sabino V. Contributos para a elaboração de um texto foneticamente equilibrado [trabalho académico]. Setúbal (Portugal): Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal; 2007.
  • 14. Vigário M, Martins F, Frota S. A ferramenta FreP e a frequência de tipos silábicos e classes de segmentos no português. 2006. Disponível em: www.fl.ul.pt/LaboratorioFonetica/frep/APL2006VigarioMartinsFrota.pdf
  • 15. Duarte I. Língua Portuguesa: Instrumentos de Análise. 1º ed. Lisboa: Universidade Aberta; 2004.
  • 16. Shipley KG, McAfee JG. Assessment in speech-language pathology: a resource manual. 1th ed. San Diego: Singular Publishing Group Inc; 1998.
  • Endereço para correspondência:

    Alexandra Nunes da Costa
    Av. General Humberto Delgado nº 141
    1º esq 2840-254 Seixal - Portugal
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      12 Abr 2012
    • Data do Fascículo
      Out 2012

    Histórico

    • Recebido
      07 Jun 2011
    • Aceito
      30 Set 2011
    ABRAMO Associação Brasileira de Motricidade Orofacial Rua Uruguaiana, 516, Cep 13026-001 Campinas SP Brasil, Tel.: +55 19 3254-0342 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: revistacefac@cefac.br