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Biossegurança em fonoaudiologia

Resumos

OBJETIVO: pesquisar, entre um grupo de fonoaudiólogos, o grau de conhecimento e utilização das normas de biossegurança na rotina clínica. MÉTODO: foi realizada pesquisa por meio de um questionário respondido por cem profissionais de diferentes áreas de atuação (Audiologia Clínica, Audiologia Ocupacional, Voz, Neonatologia, Linguagem, Motricidade Orofacial e que atuam em mais de uma área). Cada item, respondido de forma positiva, correspondia a 1 ou 2 pontos, sendo a máxima pontuação (100%) correspondendo a 80 pontos. As respostas obtidas foram analisadas e as pontuações encontradas, padronizadas, ou seja, transformadas em índices percentuais indicando seu desempenho. O valor da percentagem de cada questionário poderia variar de 0 a 100%, sendo que quanto maior a percentagem obtida, maior o conhecimento e aplicabilidade das normas de biossegurança pelo profissional na rotina clínica. Foram adotadas as faixas de (0-25%), (26-50%), (51-75%) e (76-100%) para distinguir o nível de conhecimento e aplicação das medidas de precaução pelos participantes. RESULTADOS: dos cem fonoaudiólogos avaliados por meio dos questionários (100%), 1% obteve a percentagem na faixa de (0 a 25%), 45% em (26 a 50%), 50% entre (51 a 75%) e 4% (76 a 100%). CONCLUSÃO: a maioria dos profissionais que participaram conhece e aplica as medidas de biossegurança.

Exposição a Agentes Biológicos; Riscos Ocupacionais; Fonoaudiologia


PURPOSE: research, among a group of speech pathologists, the degree of knowledge and use of standards of biosafety in clinical routine. METHOD: a survey was conducted through a questionnaire answered by one hundred professionals from different areas (Clinical Audiology, Occupational Audiology, Voice, Neonatology, Language, Orofacial Motricity and more than one performing area). Each item, responded in a positive way, corresponding to 1 or 2 points and the maximum score (100%) corresponding to 80 points. The responses were analyzed and the found scores were standardized, or converted into percentage index indicating its performance. The percentage value of each questionnaire could vary from 0 to 100%, and the greater the percentage obtained, the more knowledge and applicability of standards of biosafety professionals in the clinical routine. Tracks were taken (0-25%), (26-50%), (51-75%) and (76-100%) to distinguish the level of knowledge and application of precautionary measures by the participants. RESULTS: of one hundred speech therapists assessed by the questionnaires (100%), 1% obtained the percentage in the range (0 to 25%), 45% (26 to 50%), between 50% (51 to 75%) and 4% (76 to 100%). CONCLUSION: the most of the professionals who participated knows and applies biosafety measures.

Exposure to Biological Agents; Occupational Risks; Speech, Language and Hearing Sciences


Biossegurança em fonoaudiologia

Marcela do Amaral de AlbuquerqueI; Valéria da Rocha Silveira BernardoII; Luciana de Ornellas SilvaIII; Leila Coelho NagibIV; Silvana FrotaV

IFonoaudióloga; Treinamento Profissional no Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro,RJ;Especializanda em Audiologia Clínica e Ocupacional

IIFonoaudióloga;Sócia Proprietária da Clínica Audiomed Ocupacional, Rio de Janeiro,RJ; Especializanda em Audiologia Clínica e Ocupacional

IIIFonoaudióloga da CLM Gestão em Saúde Ocupacional, Rio de Janeiro,RJ; Especializanda em Audiologia Clínica e Ocupacional

IVFonoaudióloga;Professora do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, Mestranda do Programa de Pós Graduação em Saúde Mental do Instituto de Psiquiatria da UFRJ

VFonoaudióloga; Professora adjunta do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ; Doutora em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de São Paulo

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Marcela do Amaral de Albuquerque Rua Morais e Silva, 51 - Bl II Apt 1302 Tijuca - Rio de Janeiro CEP: 20271-030 E-mail: cela.albqrq@gmail.com

RESUMO

OBJETIVO: pesquisar, entre um grupo de fonoaudiólogos, o grau de conhecimento e utilização das normas de biossegurança na rotina clínica.

MÉTODO: foi realizada pesquisa por meio de um questionário respondido por cem profissionais de diferentes áreas de atuação (Audiologia Clínica, Audiologia Ocupacional, Voz, Neonatologia, Linguagem, Motricidade Orofacial e que atuam em mais de uma área). Cada item, respondido de forma positiva, correspondia a 1 ou 2 pontos, sendo a máxima pontuação (100%) correspondendo a 80 pontos. As respostas obtidas foram analisadas e as pontuações encontradas, padronizadas, ou seja, transformadas em índices percentuais indicando seu desempenho. O valor da percentagem de cada questionário poderia variar de 0 a 100%, sendo que quanto maior a percentagem obtida, maior o conhecimento e aplicabilidade das normas de biossegurança pelo profissional na rotina clínica. Foram adotadas as faixas de (0-25%), (26-50%), (51-75%) e (76-100%) para distinguir o nível de conhecimento e aplicação das medidas de precaução pelos participantes.

RESULTADOS: dos cem fonoaudiólogos avaliados por meio dos questionários (100%), 1% obteve a percentagem na faixa de (0 a 25%), 45% em (26 a 50%), 50% entre (51 a 75%) e 4% (76 a 100%).

CONCLUSÃO: a maioria dos profissionais que participaram conhece e aplica as medidas de biossegurança.

Descritores: Exposição a Agentes Biológicos; Riscos Ocupacionais; Fonoaudiologia

ABSTRACT

PURPOSE: research, among a group of speech pathologists, the degree of knowledge and use of standards of biosafety in clinical routine.

METHOD: a survey was conducted through a questionnaire answered by one hundred professionals from different areas (Clinical Audiology, Occupational Audiology, Voice, Neonatology, Language, Orofacial Motricity and more than one performing area). Each item, responded in a positive way, corresponding to 1 or 2 points and the maximum score (100%) corresponding to 80 points. The responses were analyzed and the found scores were standardized, or converted into percentage index indicating its performance. The percentage value of each questionnaire could vary from 0 to 100%, and the greater the percentage obtained, the more knowledge and applicability of standards of biosafety professionals in the clinical routine. Tracks were taken (0-25%), (26-50%), (51-75%) and (76-100%) to distinguish the level of knowledge and application of precautionary measures by the participants.

RESULTS: of one hundred speech therapists assessed by the questionnaires (100%), 1% obtained the percentage in the range (0 to 25%), 45% (26 to 50%), between 50% (51 to 75%) and 4% (76 to 100%).

CONCLUSION: the most of the professionals who participated knows and applies biosafety measures.

Keywords: Exposure to Biological Agents; Occupational Risks; Speech, Language and Hearing Sciences

INTRODUÇÃO

O Conselho Federal de Fonoaudiologia publicou, em 2007, o "Manual de Biossegurança sobre Medidas de Controle de Infecção para Fonoaudiólogos". O manual define Biossegurança, como o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos à saúde do profissional, de seus clientes e do meio ambiente1. Assim como se verifica em um dos estudos da literatura pesquisada, o documento também aborda itens como a imunização dos profissionais da área de saúde, a higienização das mãos, o uso de equipamentos de proteção individual, o processamento de superfícies, o processamento de artigos, entre outros 1,2.

No Brasil, a Biossegurança está regulamentada pela Lei Nº 11.105, de 25 de março de 2005, que dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança. Esta revogou a Lei Nº 8.974/95, que instituiu a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável pelo cumprimento da vigente Lei 3 .

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA é obrigatório por lei e deve conter identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores. As medidas de biossegurança são utilizadas de acordo com os riscos apresentados 4. Dois estudos destacam que as ações de Biossegurança e Bioética não se resumem apenas em normas de prevenção e controle, acompanhadas da alteridade. Elas requerem dos indivíduos uma formação educacional que facilitará a relação interpessoal no trabalho e desenvolverá ações concretas e responsáveis, proporcionando maior confiança e segurança em vários setores da saúde 5,6. Também foi encontrado na literatura, um estudo que analisa as limitações do conceito de biossegurança, que parte da premissa que os riscos a saúde pública podem ser identificados, avaliados e controlados pela ciência. No entanto, o conceito de ciência pós-normal destaca as noções de incerteza e complexidade dos riscos descartados pela ciência normal e apresenta como resolução desse problema a participação e aprendizagem mútua dos diversos grupos sociais envolvidos nas questões ambientais e de saúde 7.

Os profissionais estão expostos a vários riscos ocupacionais, entre eles, os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Alguns estudos destacam especialmente os riscos biológicos. A exposição ocupacional à material biológico possibilita a transmissão de patógenos que podem causar doenças como hepatites, HIV, difteria, tétano, tuberculose, entre outras, o que representa um risco para os trabalhadores 8-11. Epidemiologicamente esses riscos ainda não estão estabelecidos na Fonoaudiologia. Sabe-se, porém, que isso pode ocorrer do paciente para o profissional e vice-versa, uma vez que, no momento da fonoterapia, há exposição a micro-organismos presente na saliva, sangue e nas mucosas oral, nasal e auditiva 12. A análise feita na literatura demonstra que as infecções mais comuns na manipulação oral são: Infecções bacterianas, Infecções virais e Infecções fúngicas 12,13.

Na prática audiológica, a contaminação pode ser por meio de equipamentos utilizados na realização de exames audiológicos, que, em contato com a pele do indivíduo, pode ser contaminado com a flora microbiana presente no pavilhão auditivo e/ou meato acústico externo (fones, eletrodos, cânula de irrigação, espéculos ou olivas). O cerume também pode ser considerado como substância infecciosa 14.

As vias de transmissão de doenças são: por contato direto com lesões infecciosas (sangue ou saliva contaminados) - ou seja, transferência entre um possível hospedeiro e um indivíduo infectado - e por contato indireto (transferência de micro-organismos presentes em objetos contaminados, por respingos de secreções contaminadas e transferência de micro-organismos por aerossóis) 15.

O resultado de um estudo mostra que os profissionais não retiram adornos (anéis, alianças, relógios e pulseiras), não molham as mãos antes da aplicação do sabão líquido, não realizam a fricção correta de unhas, interdigitais, palmas e punhos e não realizam o enxague no sentido das mãos para os cotovelos. Destaca também que o hábito de lavagem das mãos tem uma baixa adesão pelos profissionais da saúde16. O maior desafio é nas unidades de neonatologia, nas quais os processos infecciosos são os principais responsáveis pela elevada morbidade e mortalidade 17,18. Ainda há poucos estudos sobre o impacto dos jalecos, mas algumas pesquisas revelam o risco de infecção por meio desses, quando usado dentro e fora de ambientes clínicos 19,20. Além dos cuidados com a higiene pessoal dos profissionais, é importante priorizar a limpeza do ambiente, visto que a transmissão de infecções hospitalares, por via cruzada ou ambiental, é facilitada pela sobrevivência de micro-organismos em superfícies secas que pode ser favorecida pela presença de fluídos biológicos. A limpeza tange às técnicas higiênico-sanitárias e resulta na remoção da sujidade, matéria orgânica e oleosidade, o que reduz a carga microbiana 21-24.

A maioria dos profissionais entrevistados, responderam no questionário, que adquiriram os conhecimentos sobre biossegurança na graduação.

Tendo em vista que são poucos os estudos realizados sobre as medidas de precaução específicas para atuação fonoaudiológica, esse estudo teve como objetivo pesquisar, por meio de um questionário, o grau de conhecimento de um grupo de Fonoaudiólogos sobre as recomendações de Biossegurança e a utilização dessas recomendações como imunização individual, higienização das mãos, uso de equipamentos de proteção individual, manejo adequado de resíduos e o processamento de artigos e superfície na rotina clínica.

MÉTODO

A pesquisa foi realizada a partir do convite a cem fonoaudiólogos, escolhidos aleatoriamente e que atuam nas áreas de Audiologia Clínica, Audiologia Ocupacional, Voz, Neonatologia, Linguagem, Motricidade Orofacial e que atuam em mais de uma área. Os profissionais preencheram um questionário de biossegurança composto, entre itens e subitens, de quarenta e três questões, com opção de respostas "sim" ou "não" (Figura 1).


O questionário foi distribuído no período de maio a julho de 2010, por e-mail ou pessoalmente, sem indução às respostas. Todos foram orientados a responder com sinceridade e sem consulta prévia ao material correspondente.

Foram levantadas questões sobre a retirada de adornos, uso de cabelos presos para o atendimento, saúde geral, vestuário, uso de cosméticos, vacinação, cuidados com a higiene pessoal, uso de EPIs, higienização das mãos e antebraços, higienização de salas e equipamentos, ventilação natural do ambiente, procedimentos de desinfecção, uso de desodorizadores e desinfetantes perfumados de ambiente, mobiliários, aplicação de anamnese e aulas de biossegurança na graduação.

Foi adotado no questionário um sistema de pontos; ou seja, as questões relacionadas à higiene (pessoal, de equipamentos e de ambiente), saúde, vestuário, aplicação da anamnese em todos os pacientes e se teve aula de biossegurança na graduação tiveram o valor de 2 pontos; as demais questões, 1 ponto, sendo a máxima pontuação (100%) correspondendo a 80 pontos. As respostas obtidas foram analisadas e as pontuações encontradas, padronizadas, ou seja, transformadas em índices percentuais indicando seu desempenho. O valor da percentagem de cada questionário poderia variar de 0 a 100%, sendo que quanto maior a percentagem obtida, maior o conhecimento e aplicabilidade das normas de biossegurança pelo profissional em sua rotina clínica. Foram utilizadas as faixas de (0-25%), (26-50%), (51-75%) e (76-100%) para distinguir o nível de conhecimento e adoção das medidas de precaução de cada participante. Ao final, foi elaborada uma tabela, considerando como universo de estudo o conjunto de cem profissionais distribuídos de acordo com a área de atuação. Com base nos resultados obtidos em cada questionário, aponta-se o número de profissionais em cada faixa, bem como a respectiva percentagem em relação ao grupo de sua área de atuação.

O material bibliográfico utilizado neste estudo foi publicado no período entre 2006 a 2010 e adquirido nos bancos de dados LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e MEDLINE (Medical Literature Online). A consulta foi nos idiomas português e inglês, com as palavras-chave: "biossegurança"; "fluídos biológicos"; "risco ocupacional".

A pesquisa teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica, sob número 061/10, considerada como sem risco e com necessidade do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Os dados foram agrupados, ordenados, transferidos para um banco de dados (Excel) e, então, processados. Foi realizada uma análise estatística descritiva para a caracterização dos sujeitos. Na primeira etapa, obteve-se o escore de cada entrevistado e o percentual dele foi obtido aplicando-se a regra de três utilizando o escore bruto do questionário e o escore obtido pelo entrevistado. Em seguida, aplicou-se novamente a mesma regra utilizando o número total de entrevistados por área de atuação e o número de profissionais de acordo com a faixa de conhecimento e aplicação das medidas de precaução. Por meio desses achados pôde-se observar a porcentagem dos profissionais por área de atuação que conhecem e utilizam as medidas de biossegurança em sua rotina clínica.

RESULTADOS

Para a realização da pesquisa foram abordados 100 fonoaudiólogos de Estados diferentes, atuantes nas áreas de Audiologia Clínica, Audiologia Ocupacional, Voz, Neonatologia, Linguagem, Motricidade Orofacial e com mais de uma área de atuação.

A Figura 2 apresenta o número de respostas positivas, negativas e em branco de cada questão abordada no questionário de biossegurança.


Os resultados obtidos que melhor descrevem o conhecimento dessa população sobre as normas de biossegurança estão descritos a seguir.

Na área de Audiologia Clínica, dos vinte e oito profissionais que participaram, 1 (3,6%) teve a percentagem do questionário na faixa de (0 a 25%); 17 (60,7%), na faixa de (26 a 50%) e 10 (35,7%) entre (51 a 75%). Com os seis profissionais de Audiologia Ocupacional, o resultado ficou dividido em 3 (50%) na faixa de (26 a 50%) e os outros 3 (50%) entre (51 a 75%). Dos 3 entrevistados que trabalham com Voz, 2 (66,7%) ficaram entre (26 a 50%) e 1(33,3%), entre (76 a 100%). Em Neonatologia, de cinco entrevistados, 1 (20%) ficou entre (26 a 50%), 3 (60%) entre (51 a 75%) e 1 (20%) entre (76 a 100%). Do total de cinco entrevistados da área de Linguagem, 3 (60%) ficaram entre (26 a 50%) e 2 (40%), na faixa de (51 a 75%). No caso de Motricidade Orofacial dezoito participaram, sendo o resultado: 3 (16,7%) entre (26 a 50%), 13 (72,2%) na faixa de (51 a 75%) e 2 (11,1%) na faixa de (76 a 100%). Finalizando, dos trinta e cinco que atuam em mais de uma área, 16 (45,7%) tiveram a percentagem entre (26 a 50%) e 19 (54,3%) entre (51 a 75%) (Tabela1).

Outras informações do questionário também foram avaliadas. Quanto ao nível de conhecimento e aplicação das normas de biossegurança, observou-se que o profissional que teve a percentagem do questionário na faixa de 0 a 25% é da área de Audiologia Clínica, trabalha em clínica particular e têm entre um e dez anos de formado. Da mesma forma, a maioria dos profissionais entre 26 a 50% também são de Audiologia Clínica, trabalham em clínica particular, porém com mais de dez anos de formados. Os que tiveram sua faixa de percentagem de 51 a 75% atuam em mais de uma área, trabalham em clínica particular e tem entre um e cinco anos de formados. Os que estão entre 76 a 100% são, na maioria, profissionais que atuam em Motricidade Orofacial, trabalham em Hospital e Clínica particular e tem entre um e cinco anos de formados.

DISCUSSÃO

Atualmente, a prática fonoaudiológica defronta-se com várias possibilidades de atuação que não estão relacionadas apenas com o ambiente de trabalho, mas também com diferentes materiais e procedimentos. Assim, torna-se necessário que cada profissional tenha mais responsabilidade com a segurança da sua saúde e de seus pacientes.

De acordo com os resultados apresentados anteriormente, observa-se na Figura 2 que a maioria dos profissionais entrevistados segue as medidas de biossegurança; no entanto, algumas respostas serviram de alvo para discussões.

A Figura 2, mostra de forma geral as respostas dadas pelos fonoaudiólogos entrevistados em cada questão do questionário de biossegurança. Na questão1, sobre a retirada de adornos, 52 entrevistados responderam que não retiram adornos, 47 retiram e 1 entrevistado não respondeu. Segundo a literatura, é recomendada a retirada de adornos durante o atendimento, por haver o acúmulo de micro-organismos, que caracteriza risco de contaminação cruzada 2,4,14,16.Nesse estudo, observa-se que a maioria dos profissionais entrevistados não seguem essa recomendação. A maioria dos profissionais que não retiram adornos, atuam na área de Audiologia Clínica e Ocupacional. Além disso, alguns dos entrevistados que não retiram adornos, responderam na questão 22 do questionário que não tiveram aula sobre biossegurança.

Na questão 3.3, sobre o uso de esmaltes, como mostra a Figura 2, 82 entrevistados responderam que usam esmaltes e 18 não usam, já na questão 3.5, 54 responderam que usam esmaltes escuros e muitos atuam na área de Motricidade Orofacial e em Neonatologia. O uso de esmaltes escuros aumenta o risco de contaminação e a exposição a micro-organismos, o que deve ser evitado segundo a literatura, pois impossibilita a visualização de sujeiras 2,14. Esse risco se torna ainda maior em Unidades de Neonatologia, no qual os pacientes têm o sistema imunológico imaturo 17.

Na questão 5.2, conforme a Figura 2, 67 entrevistados responderam que atendem com resfriados e a maioria não usa máscara de proteção. A via respiratória é uma das principais vias de transmissão de doenças por gotículas e aerossóis, por isso orienta-se o uso de máscara de proteção 2.

Na Figura 2 observa-se outro aspecto, as respostas dadas nas questões 7.1 e 7.3 do questionário, sobre a lavagem das mãos é feita pela maioria dos entrevistados apenas antes e depois do atendimento. Essa higienização também poderia ser realizada durante a terapia e na frente do paciente, valorizando o cuidado com este. Mas, conforme o resultado das questões 7.2, 69 responderam que não lavam as mãos durante o atendimento e na questão 7.4, 57 não lavam as mãos na frente dos pacientes. Além disso, também é recomendado o asseio dos antebraços 2,14, o que de acordo com as respostas, a maioria dos profissionais entrevistados não fazem em nenhum momento.

Com relação ao procedimento utilizado após o uso do jaleco, questão 11.4 do questionário, como mostra a Figura 2, 60 profissionais entrevistados responderam que não guardam o jaleco em sacos plásticos e na questão 11.5, 82 responderam que o seu transporte não é feito pelo avesso. A recomendação é que o jaleco seja utilizado exclusivamente no local de trabalho e após a retirada, ele deverá ser transportado pelo avesso em embalagem plástica 2.

Quanto a questão 16 do questionário, sobre a utilização do hipoclorito de sódio para desinfecção de artigos, 68 entrevistados responderam que não utilizam esse produto. Na literatura pesquisada há recomendação do hipoclorito de sódio para desinfecção de nível intermediário de artigos 2, por esse motivo não foram dadas outras opções de substâncias utilizadas para a pergunta, para se obter o quantitativo de conhecimento e utilização desse procedimento pelos profissionais participantes.

Além das observações sobre as respostas, também foi verificado na Tabela 1 que os profissionais que tiveram a faixa de conhecimento sobre as medidas de precaução padrão entre 76 a 100%, são os que têm, de acordo com informações obtidas no questionário, entre um e cinco anos de formados, o que nos leva a refletir se a responsabilidade com a biossegurança diminui à medida que aumenta o tempo de serviço do profissional ou se aqueles formados há mais tempo não tiveram o referido conteúdo na graduação.

O questionamento sobre a eficácia das orientações dadas a respeito de Biossegurança deve ser feito. As orientações devem ser transmitidas para os acadêmicos, de forma didática, para que o futuro profissional tenha o compromisso de praticá-las, e assim, cliente e profissional possam estar devidamente protegidos e informados da prática. É importante que o profissional esteja atento às atualizações sobre as normas de biossegurança, pois a cada dia surgem novos e grandes desafios.

O fato do profissional não atentar para as referidas medidas de precaução como imunização, higienização correta das mãos, uso de equipamentos de proteção individual, manejo adequado de resíduos de serviço de saúde - descarte de perfurocortantes, processamento de artigos e superfícies, pode causar o que habitualmente é chamado de infecção cruzada, a qual o profissional dissemina micro-organismos patogênicos para a sua clientela, outros profissionais, familiares, ambiente ambulatorial e/ou hospitalar. Esse é certamente um péssimo hábito, com consequências imprevisíveis.

Caberiam aqui outras discussões; porém, foram citadas as encontradas em diversas áreas e que foram achadas mais importantes.

Espera-se que o presente estudo sirva de reflexão para os profissionais que participaram da pesquisa e para todos aqueles que a ela tiverem acesso.

CONCLUSÃO

Essa pesquisa permite concluir que a maioria dos profissionais entrevistados conhece e aplica as medidas de biossegurança, porém, é importante destacar que dos cem profissionais que participaram da pesquisa, apenas 4% seguem satisfatoriamente essas medidas. Esse resultado leva à reflexão de que mesmo sendo utilizadas algumas ações, outras podem estar sendo descartadas, ou ainda, não utilizadas adequadamente como exemplo, os cuidados pessoais (ter uma boa higiene pessoal, retirar adornos antes de atendimentos, evitar o uso de esmaltes escuros...), usar equipamentos de proteção individual e ter cuidados com os mesmos, fazer a lavagem correta de mãos e antebraços, fazer o processo de desinfecção e esterilização de artigos adequadamente, etc. É relevante a instrução dos profissionais sobre as normas de biossegurança ainda no período de graduação e a promoção de mais estudos sobre as medidas de precaução específicas para a atuação fonoaudiológica.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos às fonoaudiólogas Silvana Frota e Leila Nagib, pelo carinho e orientação, e às colegas que ajudaram com sugestões e distribuição dos questionários.

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Conflito de interesses: inexistente

Recebido em: 27/06/2011

Aceito em: 01/04/2012

  • 1. Carvalho CMRS, Madeira MZA, Tapety FI, Alves ELM, Martins MCC, Brito JNPO. Aspectos de biossegurança relacionados ao uso do jaleco pelos profissionais de saúde: uma revisão de literatura. Texto & Contexto - Enfermagem. 2009;18(2):355-60.
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Fev 2013
    • Data do Fascículo
      Out 2013

    Histórico

    • Recebido
      27 Jun 2011
    • Aceito
      01 Abr 2012
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