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Exercícios de trato vocal semiocluído: revisão de literatura

Resumos

Este trabalho tem como tema os exercícios de trato vocal semiocluído (ETVSO) e procura sintetizar e organizar, por meio de revisão de literatura, informações sobre noções físicas e de anatomofisiologia subjacentes aos ETVSO e seus diferentes tipos, com descrição, aplicabilidades clínicas, restrições, tempo de realização, efeitos e eficácia. Os ETVSO são realizados com alguma oclusão no trato vocal que modifica a impedância acústica e gera ressonância retroflexa, afastando as pregas vocais na vibração, reduzindo os riscos de trauma e equilibrando as pressões sub e supraglótica, com economia vocal; tipos: vibração de lábios e de língua, sons fricativos, /b/ prolongado, humming, firmeza glótica, constrição labial e fonação em tubos; são utilizados em distúrbios vocais, incluindo a hipernasalidade, no aquecimento e aperfeiçoamento vocal; a fonação com tubo imerso a 15cm em água somente deve ser utilizada em disfonias hipocinéticas; não há definição científica quanto ao tempo de execução; os efeitos positivos gerados são a melhora da propriocepção, dos aspectos vocais perceptivo-auditivos e acústicos e mudanças no trato vocal; os estudos realizados com ressonância magnética e tomografia computadorizada verificaram modificações no trato vocal após a técnica de fonação em tubos, tais como área central mais alargada, firme fechamento do esfíncter velofaríngeo, diminuição da região do esfíncter velofaríngeo, epiglote em posição vertical, língua mais elevada posteriormente, expansão das áreas transversais da orofaringe e da cavidade oral; não foram encontrados estudos sobre eficácia dos ETVSO.

Voz; Treinamento da Voz; Qualidade da Voz


This study has as its theme the exercise with semi-occluded vocal tract (SOVTE) and tries to summarize and to organize, through review of literature, information about physical and anatomophysiology notions underlying SOVTE and its different types, through description, clinical applicability, restrictions, time of performance, effects and effectiveness. The SOVTE is performed with vocal tract occlusion which modifies the acoustic impedance and generates retroflex resonance, which repels the vocal folds during vibration, reduces the risks of trauma and balances sub- and supraglottic pressure, with vocal economy; types: tongue and lips vibration; fricative sounds, prolonged /b/, humming, glottic firmness, lips constriction and tube-phonation; they are used in vocal disorders, including hipernasality, in warming and improving vocal practice; phonation in immerse tube with 15cm water should only be used in cases of hypokinetic dysphonia; there is no scientific definition regarding the runtime; the generated positive effects are the improvement of proprioception, of vocal perceptive-auditory and acoustic aspects, and of vocal tract changes; studies performed with magnetic resonance imaging and computed tomography verified vocal tract modifications after the tube-phonation technique, such as more extensive central area, firm closure of the velopharyngeal sphincter, decreased velopharyngeal sphincter area, vertical epiglottis, posterior tongue elevation, expansion of the cross-sectional oropharynx and oral cavity areas; studies about the effectiveness of SOVTE were not found.

Voice; Voice Training; Voice Quality


Exercícios de trato vocal semiocluído: revisão de literatura

Semioccluded vocal tract exercises: literature review

Carla Aparecida CieloI; Joziane Padilha de Moraes LimaII; Mara Keli ChristmannIII; Ricardo BrumIV

IFonoaudióloga; Professor Adjunto do Curso de Graduação em Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil; Doutorado em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

IIFonoaudióloga; Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil; Bolsista CAPES

IIIFonoaudióloga; Mestranda do Programa de Pós Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil; Bolsista CNPq

IVAcadêmico do curso de Engenharia Acústica da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil; bolsista de iniciação científica do Grupo de Pesquisa em Acústica e Vibrações da UFSM

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Joziane Padilha de Moraes Lima Rua Alfredo Tonetto nº 404, Residencial Novo Horizonte – Camobi Santa Maria – RS – CEP: 97110-802 E-mail: jozimoraeslima@gmail.com

RESUMO

Este trabalho tem como tema os exercícios de trato vocal semiocluído (ETVSO) e procura sintetizar e organizar, por meio de revisão de literatura, informações sobre noções físicas e de anatomofisiologia subjacentes aos ETVSO e seus diferentes tipos, com descrição, aplicabilidades clínicas, restrições, tempo de realização, efeitos e eficácia. Os ETVSO são realizados com alguma oclusão no trato vocal que modifica a impedância acústica e gera ressonância retroflexa, afastando as pregas vocais na vibração, reduzindo os riscos de trauma e equilibrando as pressões sub e supraglótica, com economia vocal; tipos: vibração de lábios e de língua, sons fricativos, /b/ prolongado, humming, firmeza glótica, constrição labial e fonação em tubos; são utilizados em distúrbios vocais, incluindo a hipernasalidade, no aquecimento e aperfeiçoamento vocal; a fonação com tubo imerso a 15cm em água somente deve ser utilizada em disfonias hipocinéticas; não há definição científica quanto ao tempo de execução; os efeitos positivos gerados são a melhora da propriocepção, dos aspectos vocais perceptivo-auditivos e acústicos e mudanças no trato vocal; os estudos realizados com ressonância magnética e tomografia computadorizada verificaram modificações no trato vocal após a técnica de fonação em tubos, tais como área central mais alargada, firme fechamento do esfíncter velofaríngeo, diminuição da região do esfíncter velofaríngeo, epiglote em posição vertical, língua mais elevada posteriormente, expansão das áreas transversais da orofaringe e da cavidade oral; não foram encontrados estudos sobre eficácia dos ETVSO.

Descritores: Voz; Treinamento da Voz; Qualidade da Voz

ABSTRACT

This study has as its theme the exercise with semi-occluded vocal tract (SOVTE) and tries to summarize and to organize, through review of literature, information about physical and anatomophysiology notions underlying SOVTE and its different types, through description, clinical applicability, restrictions, time of performance, effects and effectiveness. The SOVTE is performed with vocal tract occlusion which modifies the acoustic impedance and generates retroflex resonance, which repels the vocal folds during vibration, reduces the risks of trauma and balances sub- and supraglottic pressure, with vocal economy; types: tongue and lips vibration; fricative sounds, prolonged /b/, humming, glottic firmness, lips constriction and tube-phonation; they are used in vocal disorders, including hipernasality, in warming and improving vocal practice; phonation in immerse tube with 15cm water should only be used in cases of hypokinetic dysphonia; there is no scientific definition regarding the runtime; the generated positive effects are the improvement of proprioception, of vocal perceptive-auditory and acoustic aspects, and of vocal tract changes; studies performed with magnetic resonance imaging and computed tomography verified vocal tract modifications after the tube-phonation technique, such as more extensive central area, firm closure of the velopharyngeal sphincter, decreased velopharyngeal sphincter area, vertical epiglottis, posterior tongue elevation, expansion of the cross-sectional oropharynx and oral cavity areas; studies about the effectiveness of SOVTE were not found.

Keywords: Voice; Voice Training; Voice Quality

INTRODUÇÃO

O trabalho fonoaudiológico com pacientes disfônicos constitui-se de abordagens envolvendo orientações, psicodinâmica e treinamento vocal por meio de métodos e exercícios vocais1,2.

Muitos autores têm descrito os efeitos de exercícios usados na reabilitação das disfonias, tais como as técnicas de vibração de lábios e de língua, sons fricativos, /b/ prolongado, humming, firmeza glótica, constrição labial e fonação em tubos3-9. Essas técnicas têm em comum o fato de serem realizadas com algum tipo de oclusão no trato vocal, portanto classificados como Exercícios de Trato Vocal Semiocluído (ETVSO).

Em geral, os ETVSO trazem diversos benefícios aos pacientes da clínica de voz, pois facilitam a interação fonte e filtro, reduzindo os riscos de trauma durante a vibração das pregas vocais, uma vez que a energia retroflexa gerada por tais exercícios propiciam o afastamento das pregas vocais durante a vibração4-6,10,11. Os ETVSO têm sido utilizados em casos de distúrbios vocais e aquecimento vocal e até mesmo para fins de aperfeiçoamento vocal em sujeitos sem distúrbio vocal3,6,9,12.

Assim, este trabalho visa, por meio de revisão da literatura, sintetizar e organizar as informações sobre as noções físicas e de anatomofisiologia subjacentes aos ETVSO e seus diferentes tipos, com descrição, aplicabilidades clínicas, restrições, tempo de realização, efeitos e eficácia.

MÉTODO

Para obtenção dos dados bibliográficos, realizou-se pesquisa em livros, teses, dissertações, monografias e artigos de periódicos científicos nas línguas português, inglês e espanhol publicados pelas bases de dados LILACS, PubMed, SciELO, periódicos Capes e MedLine. Foram analisados estudos com data de publicação compreendida entre o período de 2001 e 2011.

Para a busca, foram utilizadas as palavras-chave: voz, voice, técnicas vocais, terapia vocal, voice therapy, prega vocal, vocal folds e disfonia. Foram avaliados e selecionados apenas os estudos cujo título, resumo ou corpo do artigo estivesse de acordo com o objeto do presente estudo.

A análise dos resultados foi realizada conforme os dados encontrados para os objetivos do estudo, agrupando-os em dois tópicos: noções físicas e anatomofisiológicas envolvidas na realização dos ETVSO e descrição dos estudos com ETVSO. A discussão de cada tópico deteve-se em verificar os aspectos mais relevantes, relacionando-os com suas fontes.

REVISÃO DA LITERATURA

A partir da metodologia aplicada, foram selecionadas 34 referências bibliográficas, uma dissertação, quatro livros nacionais, oito artigos nacionais, 20 artigos internacionais e um trabalho apresentado em congresso.

Noções físicas e anatomofisiológicas envolvidas na realização dos ETVSO

A teoria não-linear da produção da voz sugere que o trato vocal, além de servir como um filtro do som produzido na fonte glótica, também atua como modificador dos padrões de vibração das pregas vocais por meio da modificação da impedância acústica do filtro vocal. Em outras palavras, ocorre um biofeedback entre o filtro vocal e a fonte e, assim, aumento da interação entre fonte e filtro5,6,11,13,14.

A impedância pode ser definida como a resposta de um sistema passivo a algum tipo de excitação. Um sistema passivo é aquele que não fornece energia, apenas recebe energia de uma fonte ou de outro sistema e a transmite. Desse modo, pode-se interpretar a impedância, em termos gerais, como a resistência de um sistema ao fluxo de energia15.

A impedância é composta por componentes reativos e resistivos. O componente reativo está associado à troca de energia entre sistemas. Um sistema tem a capacidade de armazenar energia e devolvê-la para o outro que a forneceu. Esse processo caracteriza os comportamentos reativos que ocorrem no trato vocal, também conhecidos como ressonância retroflexa, energia que retorna à glote durante a realização dos ETVSO16. O trato vocal consiste de um sistema que tradicionalmente recebe e modifica a energia produzida pela glote e que, pelo conceito de ressonância retroflexa, a transmite de volta, devido ao estreitamento do trato vocal que ocorre nos ETVSO.

O componente resistivo da produção vocal, ou seja, o atrito entre a fricção do ar e o trato vocal, está associado à dissipação de energia, que ocorre sob a forma de calor ou outros tipos de energias. Além disso, o componente resistivo é responsável por auxiliar a vibração das pregas vocais, pois modifica a forma da onda mucosa, aumentando o nível de pressão sonora transglótico gerado em decorrência da ressonância retroflexa que atinge as pregas vocais9, sendo de grande interesse para aplicação na área de voz3.

Diversos autores se referem à ressonância retroflexa como sendo de fundamental importância para a voz, pois modifica o padrão de vibração das pregas vocais e possibilita uma fonação mais econômica6,9,11,17.

O efeito resistivo da glote pode ser explicado da seguinte maneira: quando as pregas vocais começam a se afastar no início de uma oscilação, o fluxo aéreo passa entre elas, pressionando a coluna de ar imóvel da supraglote. A inércia dessa coluna de ar estacionária aumenta a pressão de ar na glote, o que afasta ainda mais as pregas vocais16.

Então, os pulmões começam a exercer maior pressão de ar, aumentando a pressão subglótica. Conforme a coluna de ar se move, o recuo elástico das pregas vocais gera um vácuo parcial na glote, induzindo-as a se aproximarem novamente, interrompendo o fluxo de ar (fenômeno de Bernoulli)16.

A soma de todos os componentes resistivos e reativos é chamada de impedância. Dessa forma, a resistência (componentes resistivos) é a parte da impedância que não depende da frequência, mas da densidade do meio e, consequentemente, da velocidade de propagação do som nesse meio. A reatância acústica (componentes reativos) é a parte da impedância que está relacionada com a frequência do movimento resultante (onda sonora que se propaga), sendo proveniente do efeito produzido pela massa e pela elasticidade do meio material sobre o movimento ondulatório16.

Na produção vocal, existem pontos que alteram a impedância acústica, os dois principais são a glote e o trato vocal. O primeiro deles é definido como a relação entre a pressão aérea subglótica e o fluxo de ar que passa entre as pregas vocais, enquanto o segundo refere-se à relação entre a pressão acústica do trato vocal e o fluxo de ar resultante do mesmo3,11.

Muitos efeitos vocais relacionados à impedância acústica do trato vocal ainda não são totalmente claros na literatura, entretanto, sabe-se que o aumento dessa impedância é benéfico para a voz nos ETVSO3,6,9,11,17.

No trato vocal, a impedância pode ser aumentada de duas maneiras básicas: por meio de estreitamento do seu diâmetro ou aumento do seu comprimento. Certos exercícios vocais envolvem constrição anterior com os lábios semiocluídos. Esse é o caso dos sons fricativos ou do alongamento do trato vocal, como a fonação em tubos de ressonância6, 9, 10, 12,18-20.

O aumento da impedância do trato vocal, por meio da semioclusão dos lábios, atua como um mecanismo de proteção da glote, pois ocorre aumento da pressão aérea na região supraglótica que, consequentemente, eleva a pressão em nível glótico. Isso tende a afastar as pregas vocais e reduzir o impacto quando entram em contato medialmente, equilibrando as pressões no nível da glote e do trato vocal (interação fonte e filtro – ressonância retroflexa). O mecanismo contrário ocorre nos sons com articulação mais aberta, nos quais há aumento da pressão subglótica e diminuição da pressão supraglótica, ocorrendo maior esforço em nível glótico3,6,10-12,21.

Assim, autores reforçam que o objetivo do treinamento vocal é promover a interação entre fonte e filtro, bem como aumentar a pressão sonora, a eficiência e a economia da voz3,4,6,17,20.

O trato vocal é um sistema de paredes curvas e a distância entre suas paredes é variável. Portanto, várias ondas estacionárias de frequências diferentes serão estabelecidas. As ondas estacionárias representam as frequências que foram refletidas ao encontrar uma barreira que, no caso dos ETVSO, é a oclusão parcial do trato vocal1.

A ressonância ocorre no trato vocal quando o valor da reatância é zero, e a impedância fica restrita somente às componentes resistivas, quando quase toda a energia é dissipada no trato vocal por meio de vários mecanismos de resistência, de modo que quase nenhuma é armazenada (parte reativa da impedância)1.

Quando a onda sonora tem compatibilidade com as dimensões e características do trato vocal, ou seja, quando há um ajuste perfeito entre o comprimento de onda e as dimensões do tubo, a onda sonora excita o efeito de ressonância. O conjunto de ondas sonoras enfatizadas chama-se Formante (F), considerado como ressonância do trato vocal22,23.

Pesquisa mostra que ocorrem alterações na postura do trato vocal após os ETVSO, o que, consequentemente, modifica a ressonância e as demais caracteristicas do som irradiado pelos lábios24.

Com base na literatura consultada, verifica-se uma nova teoria que afirma a influência do filtro vocal sobre a fonte glótica, por meio da ressonância retroflexa, modificando as características de vibração das pregas vocais por meio do aumento da impedância do trato vocal no momento da emissão sonora. Esta teoria sustenta o conceito dos ETVSO.

Descrição dos estudos com ETVSO

Os ETVSO são exercícios vocais produzidos por meio da semioclusão do trato vocal, como ocorre na vibração de lábios e de língua, sons fricativos sonoros, exercício do /b/ prolongado, humming, firmeza glótica, constrição labial, finger kazoo e fonação em tubos3-9.

A literatura aponta que os ETVSO melhoram a propriocepção, aumentando as sensações durante e após os exercícios3,6,9,18,19,25,26. Durante os ETVSO, a primeira sensação é a de pressão atrás do ponto de estreitamento do trato vocal, normalmente os lábios, possivelmente relacionada à percepção da resistência para realizar a emissão sonora3.

Durante a produção dos ETVSO, é provável que ocorra também um estreitamento da epilaringe, mantendo-se como um ponto de semioclusão no trato vocal ao finalizar a técnica. Desta forma, os efeitos podem se tornar mais permanentes, mesmo quando o paciente passa a falar com articulação mais aberta. Para que ocorra essa preservação dos efeitos positivos na voz durante a fala habitual, é importante que o paciente possa sentir como ocorre a emissão da técnica de forma adequada3.

Durante a execução dos ETVSO, os sujeitos percebem vibrações distintas e ressonância nas estruturas orofaciais e por vezes no peito, além de pressão na laringe. Tais sensações possuem um significado importante na terapia fonoaudiológica, pelo fato de resultarem em motivação para o paciente, pois ele percebe mudanças na produção vocal25,26.

Após a execução dos ETVSO, alguns efeitos sensoriais esperados são de redução da pressão fonatória, do fluxo glótico e, ao mesmo tempo, de voz rica em harmônicos. Espera-se que o sujeito consiga perceber como ocorre a produção vocal econômica e transpor a diferentes situações em que faz uso da voz, como no cotidiano, durante a fala e o canto6,18,19.

Na prática clínica fonoaudiológica, pode-se perceber que grande parte dos exercícios utilizados na terapia de voz são ETVSO, e que, de acordo com os estudos realizados, tais exercícios têm gerado modificações positivas na voz, após a sua execução6-8, 27,28.

Os ETVSO têm sido foco de diversos estudos, principalmente nos últimos anos, que buscam esclarecer os efeitos e o tempo de execução necessário para promover benefícios vocais6-8,27,28.

Por meio da presente revisão de literatura, foram identificadas as pesquisas realizadas nos últimos anos com os ETVSO. Dessa forma, os estudos foram organizados em uma figura (Figura 1), favorecendo a análise comparativa das metodologias, resultados e limitações de cada um.


Com base em um estudo, verifica-se que as pesquisas com a técnica de fonação em tubos foram iniciadas na década de 1960, na Finlândia, pelo professor Sovijärv, pioneiro na utilização da fonação em tubos de ressonância. Sovijärv realizou um estudo com 700 pacientes e obteve resultados positivos. O professor finlandês utilizou a fonação em tubos inicialmente com crianças que apresentavam tipo de voz hipernasal e, posteriormente, começou a utilizá-la com cantores que apresentavam disfonia25.

Verifica-se, apesar de os estudos com ETVSO estarem sendo realizados há algum tempo, que ainda não há consenso na literatura a respeito de todos os seus efeitos na voz. Em relação à execução dos exercícios, as principais dúvidas existentes na prática clínica fonoaudiológica dizem respeito ao tempo de execução do exercício e quantas vezes por semana eles devem ser realizados.

Em estudo realizado com 30 sujeitos, 15 do sexo feminino e 15 do sexo masculino, sem queixas vocais e afecções laríngeas, a vibração sonorizada de língua (VSL) foi realizada em quatro etapas, sendo a primeira com o tempo de execução de um minuto, e as demais com tempo de dois minutos. Realizou-se avaliação videolaringoestroboscópica e perceptivo-auditiva da voz, e os sujeitos referiram as sensações subjetivas percebidas após a execução. Na avaliação perceptivo-auditiva, as mulheres apresentaram melhores resultados no terceiro minuto, sendo que nos homens as melhoras vocais surgiram após o quinto minuto de execução. As sensações desagradáveis e os sinais laringoscópicos, como hiperemia e muco, aumentaram proporcionalmente ao tempo da execução da técnica em ambos os sexos29.

Outro estudo também verificou o tempo ideal de execução da VSL necessário para interferir nas medidas de perturbação de curto prazo, de f0 e de pressão sonora em 43 indivíduos do sexo feminino, comparando os resultados da análise acústica em relação ao tempo de execução de um, três e cinco minutos da técnica. Os resultados mostraram que três minutos são suficientes para alterar a f0, um minuto é suficiente para aumentar a pressão sonora, e que os parâmetros de variabilidade da frequência, jitter, shimmer, e irregularidade não apresentaram diferenças entre os períodos analisados8.

Um estudo usou imagens do trato vocal por meio do exame nasofibrolaringoscópico, durante a execução da VSL, além de verificar os aspectos acústicos e perceptivo-auditivos da voz. Após um minuto e meio, não houve mudanças do pitch, mas houve suavização do ataque vocal, aumento do número de harmônicos e melhora significante do traçado espectrográfico. No trato vocal, houve vibração de todo arcabouço laríngeo, com abaixamento da laringe em alguns sujeitos, devido à variação discreta do tom utilizado durante a realização da técnica30.

Em pesquisa realizada com mulheres sem queixas vocais e sem afecções laríngeas, com a técnica de VSL executada em três séries de 15 repetições, o tempo de cada repetição foi cronometrado em segundos e somado (para cada sujeito) para evidenciar o tempo de prática da técnica. Encontrou-se melhora significante do tipo de voz, do foco vertical de ressonância, da qualidade vocal, com predomínio de sensações positivas referidas, mas sem mudanças das imagens laríngeas quanto ao fechamento glótico, amplitude e simetria de vibração das pregas vocais. Também houve aumento significante da f0, melhora dos aspectos da avaliação espectrográfica e melhora da constrição medial do vestíbulo, conforme o aumento do tempo de execução da técnica. Isso indica que tal técnica ocasiona modificações sobre a fonte glótica e sobre o filtro ressonantal7.

Realizou-se estudo de caso com mulher de 27 anos de idade sem queixas vocais e afecções laríngeas, usando a técnica do som fricativo /Z/ em duas séries de 15 repetições (aproximadamente três minutos), com um minuto de repouso absoluto entre elas. Após avaliação eletroglotográfica, perceptivo-auditiva e autoavaliação vocal, constatou-se redução do ruído glótico, melhora da relação harmônico-ruído, diminuição do cociente de contato entre as pregas vocais; melhora do tipo de voz e da ressonância; e sensação subjetiva de voz mais clara e limpa. Os autores sugerem que tais mudanças podem ocorrer devido à mobilização da mucosa das pregas vocais com maior periodicidade vibratória, diminuindo o ruído glótico, além de ter gerado normotensão muscular e diminuição do contato medial entre as pregas vocais, gerando menor esforço fonatório31.

Após a utilização do fricativo sonoro /Z/, em dez mulheres sem alterações vocais ou laríngeas, houve melhoras estatisticamente significantes quanto à autoavaliação vocal e à espectrografia, com maior definição de harmônicos e de formantes, diminuição do ruído e maior regularidade do traçado. Quanto ao tipo de voz, na avaliação perceptivo-auditiva, evidenciou-se alguma relação entre filtro, fonte e sensações vocais subjetivas, embora não tenham sido verificadas mudanças nas medidas acústicas de fonte glótica e na eletroglotografia32.

Nos últimos anos, também tem aumentado o número de estudos realizados com os tubos de ressonância, propostos pelo professor finlandês Sovijärv em 196925. Durante suas pesquisas, Sovijärv utilizou vários tamanhos de tubos, diferindo no comprimento e diâmetro. A partir disso, verificou que a espessura do vidro deveria apresentar 1mm; o diâmetro interno 8mm para crianças e 9mm para adultos; e o comprimento deveria ser de 24 a 26cm para crianças e 28cm para adultos24,26. Tais constatações tiveram base em estudos de raio-x sobre a área da bifurcação da traqueia até os dentes, dobrando o valor deste comprimento25.

Atualmente, a fonação em tubos é descrita na literatura de três maneiras, podendo ser com o tubo de vidro de Sovijärv (com diferentes diâmetros e comprimentos, dependendo do objetivo proposto) com uma das extremidades imersa em recipiente com água. Outra forma ocorre com um tubo de plástico de pequeno diâmetro e comprimento, que é mantido entre os dentes, paralelo ao chão e, por fim, utilizando-se um tubo de látex com uma extremidade imersa em água, todas as formas produzindo um alongamento do trato vocal10.

Por meio de autoavaliação vocal, avaliação perceptivo-auditiva e análise acústica da voz, um estudo comparou os efeitos das técnicas finger kazoo e fonação com canudo em mulheres sem afecções laríngeas. Os resultados mostraram que as sensações mais relatadas em ambas as técnicas foram: voz mais clara, forte e fala mais fácil. Na análise perceptivo-auditiva, a maioria dos trechos pós-fonação foi considerada melhor, tanto na emissão da vogal /e/ quanto na fala encadeada. Na avaliação acústica, observou-se redução da f0 após ambos os exercícios6.

A diminuição da f0 neste estudo pode ser justificada pelo possível abaixamento da laringe durante a execução de ambas as técnicas. Os autores referem que tais resultados podem relacionar-se à redução da tensão, aos ajustes no trato vocal e à reatância6,12.

A fonação com tubos em recipientes com água pode ser realizada com o tubo imerso em diferentes profundidades, conforme o problema vocal ou laríngeo apresentado pelo paciente. A pressão exercida pela água relaciona-se com a profundidade, ou seja, quanto maior a profundidade em que o tubo estiver, maior será a pressão exercida e a resistência oferecida à emissão. Com isso, nos casos de disfonia hipocinética, recomenda-se que o tubo seja imerso a 15cm abaixo da superfície, e que o sopro sonorizado seja curto e realizado por mais vezes. Nos casos de aperfeiçoamento vocal ou patologias, como nódulos vocais, voz de bandas e laringite crônica, por exemplo, o tubo deve ficar imerso a 2cm abaixo da superfície, sendo o sopro sonorizado sustentado por maior tempo25.

Realizou-se estudo com um indivíduo adulto do sexo feminino sem queixas vocais e sem afecção laríngea, no qual foi analisada a atividade elétrica dos músculos laríngeos tireoaritenoideo (TA), cricotireoideo (CT) e cricoaritenoideo lateral (CAL) por meio de eletromiografia antes, durante e após a fonação em tubos de plástico e de vidro com comprimentos de 14 a 55cm e diâmetros de 2,5 a 7mm. Verificou-se que a atividade desses músculos foi significantemente maior durante e após a fonação em tubos e a atividade do músculo TA foi maior nas vogais fechadas /i,u/ do que na vogal /a/ durante a execução da técnica10.

Realizou-se pesquisa com uma mulher de 48 anos de idade, sem afecção laríngea, a fim de verificar as modificações do trato vocal por meio de ressonância magnética (RM) e análise vocal acústica, após duas repetições da técnica de fonação em tubo plástico com 15cm de comprimento e 5mm de diâmetro e cinco minutos após. Dez sujeitos do sexo feminino realizaram apenas a análise acústica para comparação9.

O sujeito que realizou RM e análise acústica mostrou discreto aumento de frequência de F3, enquanto F2, F4 e F5 diminuíram; as diferenças entre as frequências de F2-F1, F4-F3 e F5-F4 também diminuíram depois da técnica; o nível de pressão sonora (NPS) aumentou, e a f0 não variou muito. Durante a realização da técnica, na RM, a área central do trato vocal mostrou-se mais alargada; o formato da língua assemelhou-se à posição realizada na emissão da vogal /u/; o esfíncter velofaríngeo fechou-se firmemente, permanecendo nessa posição após a técnica; e a epiglote assumiu uma posição vertical, permanecendo após execução da técnica9.

Nos demais sujeitos, as mudanças vocais acústicas foram menores, sendo que a frequência de F3 aumentou e de F4 diminuiu significantemente, a diferença entre F4−F3 diminuiu expressivamente e as mudanças do NPS não foram significantes9.

Estudo de caso com uma mulher de 48 anos de idade usando fonação em tubos de vidro (27cm de comprimento e 8-9mm de diâmetro), utilizou a tomografia computadorizada (TC) para verificar as modificações do trato vocal durante e após a técnica. Houve elevação do véu palatino e elevação da região posterior da língua durante a técnica, permanecendo desse modo depois, além de aumento do espaço do trato vocal e expansão das áreas transversais da orofaringe e da cavidade oral após a técnica24.

Outro estudo realizou eletroglotografia, imagens de alta velocidade das pregas vocais com um endoscópio rígido (high-speed) e medida da pressão aérea durante a execução da técnica de fonação em tubos plásticos (2cm de diâmetro e comprimentos de 30, 60 e 100cm) com três sujeitos que realizaram a técnica nos três tubos. Com o tubo mais longo, houve maior redução da f0, o tempo de adução glótica foi menor, a pressão subglótica foi maior e a amplitude do sinal eletroglotográfico foi menor, quando comparado com o mais curto, sugerindo que os mais longos exigem aumento do esforço e maior atividade dos músculos expiratórios4.

Estudo analisou as modificações vocais ocasionadas por uma sequência de quatro tipos de exercícios de fonação em tubo de ressonância de 0,3cm de diâmetro interno e 22,8cm de comprimento, em 24 professores disfônicos. O primeiro exercício foi realizado com fonação em pitch e loudness confortáveis para o sujeito. O segundo foi a produção de glissando ascendente e descendente. O terceiro utilizou incrementos de pressão aérea, usando apoio abdominal, e o quarto foi a produção da melodia da canção "parabéns a você". Cada exercício durou dois minutos e meio e a sequência completa foi produzida em dez minutos. Ocorreu melhora significante em todos os parâmetros acústicos analisados e a maioria dos sujeitos relatou efeitos positivos na voz após os exercícios28.

Outra pesquisa verificou os efeitos imediatos da execução da técnica de fonação em canudos, em indivíduos com e sem lesão laríngea, após a produção de um minuto da técnica. Na autoavaliação vocal, a maioria significante referiu efeitos positivos em ambos os grupos. Na análise acústica e na avaliação visual da laringe, não houve modificações significantes e os autores sugerem que isso possa estar relacionado ao tempo de execução insuficiente e ao grupo com lesão ter sido heterogêneo, com diferentes tipos de lesões laríngeas33.

Com base nos estudos encontrados, pôde-se verificar que há maior número de pesquisas realizadas com os exercícios de VSL e fonação em tubos. Nos estudos com a VSL, encontra-se a execução em três séries de 15 repetições7, mas também em minutos, sendo que alguns estudos objetivaram verificar o efeito do exercício em relação ao tempo de realização8,29.

Nos estudos encontrados na literatura referentes à fonação em tubos, não há consenso entre os autores quanto ao tempo de execução ou ao número de repetições. Além disso, existem poucos estudos e cada um deles diverge na forma de execução da técnica, variando entre: emissão de som sonorizado em tubos de vidro24 ou plástico de maior diâmetro9, tubos de plástico de diâmetro menor6,33 e emissão em tubos de vidro ou látex de maior diâmetro imersos em reciepiente com água25.

Pela revisão, nota-se que ainda há carência de estudos longitudinais que comprovem a eficácia dos ETVSO em pacientes com disfonia. Além disso, em alguns estudos, a metodologia da pesquisa não se apresentou suficientemente detalhada e com exposição clara de seus resultados, limitando as possibilidades de replicação do estudo e comprovação de resultados em diferentes populações.

Na literatura, foram encontrados apenas um trabalho que utilizou RM e um que utilizou TC a fim de verificar as modificações no trato vocal, durante e após a fonação em tubos. Torna-se fundamental destacar a importância dessas avaliações, pois, a partir delas, é possível visualizar as modificações do trato vocal proporcionadas pelos ETVSO, as quais podem ser correlacionadas às demais avaliações vocais9,24.

Com base na presente revisão de literatura, pôde-se verificar que em todas as pesquisas realizadas com os ETVSO, independentemente do tempo de execução, modificações vocais positivas foram verificadas. Dentre elas, pode-se citar a melhora na voz na autopercepção dos sujeitos6,7,10,31,33; melhora na análise perceptivo-auditiva da voz nos aspectos ressonância, projeção e tipo de voz17,27,29,34; melhoras nos aspectos acústicos relacionados à voz, tais como redução da f0, após execução da técnica de fonação em tubos, aumento da f0 após a VSL, diminuição de ruído e aumento da energia harmônica, melhora do traçado espectrográfico, aumento do número de harmônicos6-9,30; além aspectos relacionados à mudança do trato vocal, como a elevação do véu palatino e maior fechamento do esfíncter velofaríngeo, elevação da região posterior da língua, ampliação das cavidades oral e orofaríngea, verificados por meio de RM e TC9,24.

Tendo em vista tais evidências, é possível que os ETVSO possam ser utilizados com pacientes que apresentam desvios de ressonância, como a hipernasalidade, desvios de f0, e ainda com aqueles que necessitam realizar aquecimento e aperfeiçoamento vocal.

CONCLUSÃO

Todos os ETVSO são realizados com algum tipo de oclusão no trato vocal, modificando a impedância acústica do filtro vocal e aumentando a interação entre fonte e filtro, uma vez que a energia retroflexa gerada pela oclusão parcial do trato vocal propicia o afastamento das pregas vocais durante a vibração. Isso reduz os riscos de trauma e equilibra as pressões sub e supraglótica, com consequente economia vocal.

Os ETVSO podem ser utilizados em distúrbios vocais, incluindo a hipernasalidade, aquecimento e aperfeiçoamento vocal.

Encontrou-se restrição apenas nos exercícios de fonação com tubos em recipientes com água quanto à profundidade, apontando-se que o tubo imerso a 15cm em recipiente com água somente pode ser utilizado em casos de disfonias hipocinéticas.

Verificou-se que não há definição científica quanto ao tempo ideal de execução para produzir efeitos positivos em cada um dos ETVSO. Alguns autores utilizam três séries de 15 repetições, enquanto outros utilizam o tempo em minutos, variando de um a sete minutos.

Constatou-se, ainda, que a maioria dos trabalhos mostra efeitos positivos gerados pelos ETVSO, como a melhora da propriocepção e do autocontrole vocal, dos aspectos vocais perceptivo-auditivos, nos aspectos ressonância, projeção e tipo de voz; dos aspectos vocais acústicos como redução ou aumento da f0, diminuição de ruído e aumento da energia harmônica, melhora do traçado espectrográfico, aumento do número de harmônicos.

Foram encontrados apenas dois artigos realizados com RM e TC, nos quais foram verificadas modificações no trato vocal, tais como: alargamento da área central, fechamento firme e diminuição da região do esfíncter velofaríngeo, verticalização da epiglote, elevação da região posterior da língua e expansão das áreas transversais da orofaringe e da cavidade oral.

Entretanto, não foram encontrados estudos a respeito da eficácia ETVSO.

Dentre técnicas de vibração de lábios e de língua, sons fricativos, /b/ prolongado, humming, firmeza glótica, constrição labial e fonação em tubos, as mais estudadas foram a técnica de vibração sonorizada de língua ou lábios e a técnica de fonação em tubos. No entanto, torna-se difícil a comparação de seus resultados em função dos diferentes desenhos metodológicos utilizados em cada estudo.

REFERÊNCIAS

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Recebido em: 31/01/2012

Aceito em: 13/06/2012

Fonte de auxílio: CNPq; CAPES

Conflito de interesses: inexistente

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  • Endereço para correspondência:

    Joziane Padilha de Moraes Lima
    Rua Alfredo Tonetto nº 404, Residencial Novo Horizonte – Camobi
    Santa Maria – RS – CEP: 97110-802
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Ago 2013
    • Data do Fascículo
      Dez 2013

    Histórico

    • Recebido
      31 Jan 2012
    • Aceito
      13 Jun 2012
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