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Achados audiológicos em jovens usuários de fones de ouvido

Resumos

Objetivos

analisar a relação entre o uso de fones de ouvidos e os comprometimentos auditivos e extra-auditivos provocados pelos tocadores portáteis de música.

Métodos

a proposta foi coletar dados, por meio de um questionário respondido pelos participantes. Realização dos exames audiométricos: audiometria tonal e vocal; imitânciometria e pesquisa dos reflexos acústicos; emissões otoacústicas transientes e emissões otoacústicas produto de distorção, posteriormente os dados foram comparados entre os indivíduos de um mesmo grupo e os grupos foram comparados entre si (grupo experimental e grupo controle). Para a análise estatística foi utilizado o teste Qui-Quadrado e exato de Fisher.

Resultados

algumas das variáveis investigadas, tais como o uso de fones de ouvido de 1 a 2 horas diárias, a presença de queixas auditivas e extra-auditivas, exposição a níveis de pressão sonora elevados extra-ocupacional uma vez por semana, ser não fumante, não usar medicamentos controlados e não apresentar zumbido possuíram frequência estatisticamente significante para o grupo experimental. Em relação às queixas auditivas houve diferença estatisticamente significante entre os grupos experimental e controle para sensação de ouvido abafado e sensação de rebaixamento auditivo.

Conclusão

os sintomas temporários indicam os potenciais efeitos nocivos de ouvir tocadores portáteis de música por uma hora ao dia. Pesquisas ainda são necessárias para avaliar os prejuízos de longo prazo ao sistema auditivo.

Audição; Auxiliares de Audição; Testes de Impedância Acústica; Perda Auditiva; Ruído; Música


Purpose

to examine the relationship between the use of headphones and hearing impairments and hearing caused by portable music players.

Methods

the purpose was to collect data through a questionnaire answered by the participants. Realization of audiometric tests: tonal and vocal audiometry, immittance, and acoustic reflexes, transient otoacoustic emissions and distortion product otoacoustic emissions, subsequently the data were compared between individuals of the same group and the groups were compared itself (the experimental group and control group). For statistical analysis we used the chi-square and Fisher exact test.

Results

some of the variables investigated, such as the use of headphones 1 to 2 hours a day, the presence of non auditory and auditory complaints, exposure to high sound pressure levels of extra-occupational once a week to be nonsmoker do not use drugs prescription and not ringing often possessed statistically significant for the experimental group. Regarding hearing complaints there was a statistically significant difference between the experimental and control groups concerning the feeling of muffled ear and sensation of decreased hearing.

Conclusion

the temporary symptoms indicate the potential harmful effects of listening to portable music players for an hour a day. Research is needed to assess long-term damage to the auditory system.

Hearing; Hearing Aid; Acoustic Impedance Tests; Hearing Loss; Noise; Music


INTRODUÇÃO

O sistema auditivo, formado por elementos anatômicos, tais como ligamentos, tendões, músculos, ossículos, células sensoriais e neurônios, pode sofrer interferência de fatores intrínsecos e extrínsecos, tal como o ruído1. Silveira VL, Câmara VM, Rosalino CMV. Aplicação da audiometria troncoencefálica na detecção de perdas auditivas retrococleares em trabalhadores de manutenção hospitalar expostos a ruído. Ciênc. saúde coletiva. 2011;16(2):689-98.

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A audição é de extrema importância para o ser humano. A avaliação audiológica tem como objetivo detectar possíveis alterações no sistema auditivo, periféricas e/ou centrais. Existem diversos procedimentos de avaliação da função auditiva, dentre eles: audiometria tonal, audiometria vocal, imitânciometria, pesquisa dos reflexos acústicos, potenciais evocados auditivos e emissões otoacústicas, sendo que cada exame tem seus objetivos e finalidade específica de avaliação2. Coelho MSB, Ferraz JRS, Almeida EOC, Filho NA. As emissões otoacústicas no diagnóstico diferencial das perdas auditivas induzidas por ruído. Rev. CEFAC [periódico na Internet]. 2010 [acesso em 2011 Fev 23];12(6):[9p]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v12n6/160-09.pdf
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-4. Azzolini VC, Ferreira MIDC. Processamento auditivo temporal em idosos. Arq. Int. Otorrinolaringol./Intl. Arch. Otorhinolaryngol. 2010;14(1):95-102.,9. Frazza MM, Caovilla HH, Munhoz MSL, Silva MLG, Ganança MM. Audiometria Tonal e Vocal. In: Munhoz MSL, Caovilla HH, Silva MLG, Ganança MM. Audiologia clinica. São Paulo: Atheneu; 2000. p.284.

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Há uma preocupação com a saúde auditiva dos jovens, tendo em vista que a exposição indiscriminada a locais com grande intensidade de ruído e a utilização de equipamentos portáteis com fones de ouvido, podem a curto ou longo prazo trazer comprometimentos irreversíveis ao sistema auditivo. A exposição a elevados níveis de intensidade sonora pode desencadear diversos sintomas, tais como: intolerância a sons intensos, tontura, otalgia, dificuldades para entender ou ouvir as palavras, o zumbido e perda auditiva1616 . Lacerda ABM, Gonçalves CGO, Zocoli AMF, Diaz C, Paula K. Hábitos auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas. Rev. CEFAC [periódico na Internet]. 2011 [acesso em 2011 Abr 18];13(2):[8p]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v13n2/49-10.pdf
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-2222 . Vogel I, Brug J, Van der Ploeg CPB, Raat H. Strategies for the prevention of MP3-induced hearing loss among adolescents: expert opinions from a delphi study. Pediatrics. 2009;123(5):1257-62.. Além dos prejuízos auditivos existem os danos extra-auditivos, tais como: distúrbios de sono, transtorno cardiovascular, estresse, fadiga, tensão, irritabilidade, desatenção, cansaço, nervosismo, cefaléia e hipertensão arterial2323 . Lopes G, Russo ICP, Fiorini AC. Estudo da audição e da qualidade de vida em motoristas de caminhão. Rev CEFAC. 2007;9(4):532-42.

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A utilização de fones de ouvido por jovens, bem como, os ambientes ruidosos frequentados pelos mesmos já são considerado um problema de saúde pública uma vez que põem em risco a saúde auditiva2020 . Vogel I, Brug J, Van der Ploeg CPB, Raat H. Adolescents risky MP3-player listening and its psychosocial correlates. Health Educ. Res. 2011;26(2):254-64.,2626 . Levey S, Levey T, Fligor BJ. Noise exposure estimates of urban MP3 player users. J Speech Lang Hear Res. 2011;54:263-77.. Nos ambientes, os quais os jovens costumam frequentar como bares, boates/discotecas, shows, academias de ginástica, estádios de futebol, entre outros, geralmente a intensidade do som ou ruído é superior a 100 dB(A) e nos equipamentos portáteis individuais com fones de ouvido podem até ultrapassar esta intensidade5. Swensson JRP, Swensson RP, Swensson RC. Ipod®, mp3 players e a audição Rev.Fac.Ciênc.Méd. 2009;11(2):4-5.,1515 . Keppler H, Dhooge I, Maes L, D’haenens W, Bockstael A, Philips B et al. Short-term auditory effects of listening to an MP3 player. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2010;136(6):538-48.,1616 . Lacerda ABM, Gonçalves CGO, Zocoli AMF, Diaz C, Paula K. Hábitos auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas. Rev. CEFAC [periódico na Internet]. 2011 [acesso em 2011 Abr 18];13(2):[8p]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v13n2/49-10.pdf
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19 . Vogel I, Verschuure H, Ploeg CPB, Brug J, Raat H. Estimating adolescent risk for hearing loss based on data from a large school-based survey. AJPH. 2010;100(6):1095-100.
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Os problemas auditivos deixaram de ser preocupação apenas para os idosos e passaram a fazer parte da vida de muitos jovens que ficam por longos períodos com equipamentos de amplificação portáteis em seus ouvidos, geralmente com o controle de volume em alta intensidade, numa tentativa de se isolar ou competir com o ruído externo. Outro fator importante para o desencadeamento de uma alteração auditiva é o tipo de fone utilizado, uma vez que os fones de inserção conduzem toda a pressão sonora para dentro da orelha média e, depois, para a orelha interna sem nenhuma proteção. Não se pode esquecer que o aparelho auditivo humano tem limites (exposição de até oito horas por dia a ruído de 85 dB; necessidade de repouso acústico, uma vez que as células ciliadas do ouvido são sensíveis) que precisam ser respeitados, de modo a evitar futuros problemas5. Swensson JRP, Swensson RP, Swensson RC. Ipod®, mp3 players e a audição Rev.Fac.Ciênc.Méd. 2009;11(2):4-5.,6. Hodgetts WE, Rieger JM, Szarko RA. The effects of listening environment and earphone style on preferred listening levels of normal hearing adults using an MP3 player. Ear & Hearing. 2007;28(3):290-7.,1515 . Keppler H, Dhooge I, Maes L, D’haenens W, Bockstael A, Philips B et al. Short-term auditory effects of listening to an MP3 player. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2010;136(6):538-48.,1919 . Vogel I, Verschuure H, Ploeg CPB, Brug J, Raat H. Estimating adolescent risk for hearing loss based on data from a large school-based survey. AJPH. 2010;100(6):1095-100.

20 . Vogel I, Brug J, Van der Ploeg CPB, Raat H. Adolescents risky MP3-player listening and its psychosocial correlates. Health Educ. Res. 2011;26(2):254-64.
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A perda auditiva provocada pelo uso constante de fone de ouvido possui características semelhantes à provocada pela exposição ocupacional ao ruído, ou seja, a perda auditiva é lenta, progressiva, irreversível, do tipo neurossensorial, bilateral, acomete inicialmente as frequências altas e depois as demais frequências7. Andrade IFC, Russo ICP. Relação entre os achados audiométricos e as queixas auditivas e extra-auditivas dos professores de uma academia de ginástica. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(1):167-73.,1818 . Shargorodsky J, Curhan SG, Curhan GC, Eavey R. Change in prevalence of hearing loss in us adolescents. JAMA. 2010;304(7):772-8.,2121 . Zhao F, Manchaiah VKC, French D, Price SM. Music exposure and hearing disorders: An overview. Int J Audiol. 2010;49(1):54-64.,2424 . Lopes AC, Nelli MP, Lauris JRP, Amorim RB, Melo ADP. Condições de saúde auditiva no trabalho: investigação dos efeitos auditivos em trabalhadores expostos ao ruído ocupacional. Arq. Int. Otorrinolaringol./Intl. Arch. Otorhinolaryngol. 2009;13(1):49-54.,2727 . Keppler H, Dhooge I, Maes L, D’haenens W, Bockstael A, Philips B, Swinnen F, Vinck B. Noise-induced hearing loss from MP3 players. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2010;136(12):538-48.. De acordo com as informações citadas acerca do comportamento auditivo dos jovens, esse estudo teve o objetivo de analisar a relação entre o uso de fones de ouvido e os comprometimentos auditivos e extra-auditivos provocados pelos tocadores portáteis de música.

MÉTODOS

O presente projeto foi analisado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da PUC Minas, aprovado com o número de registro 0109021300011 e considerado sem risco.

Foram selecionados aleatoriamente 30 indivíduos de ambos os gêneros, com idade entre 16 e 29 anos que fazem uso constante de fones de ouvido e que constituíram o grupo experimental. O grupo controle foi composto por 30 indivíduos de ambos os gêneros, com a mesma faixa etária do grupo experimental e que não fazem uso constante de fones de ouvido.

Todos os indivíduos inicialmente foram informados sobre a finalidade da pesquisa, momento no qual foram esclarecidas quaisquer dúvidas e assinado o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Após a assinatura do TCLE cada um dos participantes respondeu ao questionário para coleta de dados, desenvolvido para utilização de uma pesquisa sobre o tema realizada previamente e adaptada pelos pesquisadores para utilização no presente estudo (Figura 1).

Figura 1
– Questionário de saúde auditiva

Em seguida os participantes foram submetidos a uma avaliação audiológica. Previamente foi executada à inspeção do meato acústico externo sendo utilizado para tal o otoscópio marca Heine modelo Mini 2000. Os participantes realizaram também ao exame de audiometria tonal (via aérea e via óssea) e logoaudiometria (índice de reconhecimento de fala e limiar de reconhecimento de fala), em cabina tratada acusticamente, sendo utilizado para tal o audiômetro da marca Madsen, modelo Midimate 622, com fones supra-aurais TDH 39 e vibrador ósseo B71. Tais exames permitem classificar a audição quanto ao tipo, grau e configuração da curva audiométrica. A imitânciometria foi realizada por meio do analisador de orelha média da marca Interacoustics, modelo AZ7, sendo realizada a timpanometria e a pesquisa dos reflexos acústicos ipsilaterais e contralaterais.

Os participantes fizeram, também, as emissões otoacústicas evocadas por transiente e por produto de distorção, utilizando o equipamento ILO 292 da marca Otodynamics. Toda a avaliação audiológica foi realizada em ambas as orelhas de cada um dos participantes, no Centro Clínico de Fonoaudiologia da PUC Minas, localizado à Avenida Brasil, 2023.

Para classificação do grau da perda auditiva, do tipo de perda auditiva e da configuração audiométrica os autores utilizaram o critério proposto por Lloyd e Kaplan (1978) Silman e Silverman (1997) e de Silman e Silverman, 1997 – adaptada de Carhart, 1945 e Lloyd e Kaplan, 1978, respectivamente.

A classificação das curvas timpanométricas seguiu o critério proposto por Jerger, 1970. O critério para análise das emissões otoacústicas foi o proposto por Azevedo, 19972828 . Azevedo MF. Avaliação audiológica no primeiro ano de vida. In: Lopes Filho O. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 1997. p. 239-63.. Azevedo realizou uma pesquisa e a partir dos resultados obtidos criou alguns parâmetros para que o exame fosse realizado e considerado dentro dos padrões de normalidade, sendo que tais valores foram utilizados como critérios para a pesquisa. Para EOAT: apresentar EOA superior ao ruído de fundo, com amplitudes de no mínimo 3 dBNPS em 1000 ou 1500 Hz e de no mínimo 6 dBNPS nas frequências de 2000, 3000 e 4000 Hz, reprodutibilidade maior ou igual a 50%. Para EOAPD: quando há diferença sinal/ruído de 3 dBNPS para 1000 Hz e as demais frequências a relação sinal/ruído de 6 dBNPS.

Os critérios de inclusão na pesquisa foram: faixa etária de acordo com a pesquisada, ou seja, indivíduos com idade entre 16 e 29 anos. Se enquadrar em algum dos dois grupos pesquisados: experimental – jovens usuários de tocadores portáteis de música ou controle – jovens não usuários de tocadores portáteis de música. Apresentarem curva timpanométrica do tipo A, uma vez que outras curvas sugerem alterações da orelha média, o que pode acarretar na obtenção de registros inadequados nos demais exames realizados.

Depois de realizada toda a coleta de dados os mesmos receberam tratamento estatístico adequado para análise dos resultados, sendo os grupos comparados entre si, bem como, os resultados obtidos nas avaliações audiológicas. A análise estatística foi realizada por meio do software MINITAB 14. A fim de verificar associação entre variáveis foi utilizado o teste qui-quadrado ou exato de Fisher (o teste exato de Fisher é utilizado em detrimento do qui-quadrado quando há uma associação 2x2 e menos de cinco elementos em uma das colunas). Para comparação entre os grupos experimental e controle foi utilizado o teste de hipótese para proporção e o teste t. Para todos os testes foi adotado o nível de significância de 5%.

RESULTADOS

A amostra do presente estudo foi constituída por 60 indivíduos divididos em dois grupos (30 no grupo experimental – GE e 30 no grupo controle – GC) caracterizados da seguinte forma:

–GE: 15 de cada gênero na faixa etária entre 16 e 29 anos (média de 21,37 anos e desvio padrão de 3,12).

–GC: 15 de cada gênero na faixa etária entre 18 e 29 anos (média de 23,4 anos e desvio padrão de 3,05).

A análise descritiva do grupo experimental (GE) e os valores de significância (valor de p) para cada item considerando sua ocorrência em mais que 50% da população (Tabela 1).

Tabela 1
– Distribuição do grupo experimental em relação às variáveis analisadas e respectivo valor de significância

A Tabela 1 faz menção a todas as variáveis investigadas com o número de sujeitos pertencentes a cada item pesquisado, a porcentagem representada por cada grupo e o valor de p proposto ao grupo. A partir da Tabela 1 observa-se que o uso de fones de ouvido de 1 a 2 horas diárias, a presença de queixas auditivas e extra-auditivas, exposição a níveis de pressão sonora elevados extra-ocupacional uma vez por semana, ser não fumante, não usar medicamentos e não apresentar zumbido possuíram frequência estatisticamente significante (p≤0,005).

Na Tabela 2 apresenta-se a associação entre variáveis: variável 1 – horas diárias de uso de fones de ouvido; tempo de uso de fones de ouvido (em anos); exposição a NPS (nível de pressão sonora) elevados extra-ocupacional; idade; queixa de dificuldade para ouvir e, variável 2 – presença de queixas auditivas; número de queixas auditivas; presença de queixas extra-auditivas; número de queixas extra-auditivas; horas diárias de uso do fone de ouvido, a fim de verificar dependência entre as mesmas no GE. No entanto, não verificou associação estatisticamente significante entre qualquer uma das variáveis correlacionadas.

Tabela 2
– Associação entre variáveis no grupo experimental

A ocorrência de sintomas auditivos e extra-auditivos nos grupos experimental e controle encontram-se apresentada na Figura 2. Além da frequência relativa e absoluta observaram-se os valores de p resultantes da comparação das proporções entre os grupos pesquisados.

Figura 2
– Ocorrência de sintomas auditivos e extra-auditivos e respectivo valor de significância da comparação entre os grupos controle e experimental

Em relação às queixas auditivas houve diferença estatisticamente significante entre os grupos experimental e controle para sensação de ouvido abafado (p=0,006) e sensação de rebaixamento auditivo (p=0,037). Observa-se que essas queixas foram mais frequentes no grupo experimental. Os demais sintomas auditivos não apresentaram diferença estatística entre os grupos, apenas a dificuldade de entender em ambiente ruidoso apresentou tendência à significância estatística (p=0,077). Em relação às queixas extra-auditivas houve diferença estatisticamente significante entre os grupos experimental e controle apenas para a dor de cabeça (p=0,018). Observa-se que esse sintoma foi mais frequente no grupo experimental.

Por meio do teste exato de Fisher verificou-se a associação entre queixas auditivas e extra-auditivas com a exposição a níveis de pressão sonora elevado extra-ocupacional. Não houve associação estatisticamente significante (p=0,858) entre as variáveis correlacionadas. Verificou-se ainda a associação entre presença de zumbido com o grupo pesquisado (GE e GC); no entanto, não houve associação estatisticamente significante (p=0,245).

Considerando os resultados das EOAPD (presente/ausente) e EOAT (presente/ausente) procedeu-se à análise da associação entre esses resultados e as variáveis fumo, álcool e uso de medicamentos. Os resultados dessas associações estão apresentados na Tabela 3. A partir da tabela observa-se que algumas associações não foram possíveis de serem realizadas pelo fato de todos os informantes terem apresentado presença de emissões, o que impossibilita a análise da associação. Observa-se também que a análise das EOAPD foi realizada por frequência isoladamente, enquanto para a EOAT foi realizada por orelha, independente da frequência.

Tabela 3
– Associação entre emissões otoacústicas e as variáveis fumo, álcool e medicamentos

Em relação às EOAT observa-se que houve associação estatisticamente significante entre o fumo e as emissões na orelha direita no grupo controle (p=0,033). Essa associação é justificada pelo fato de todos os não fumantes ou ex-fumantes apresentarem EOAT presentes, enquanto o único fumante apresenta EOAT ausente. Houve tendência à significância estatística para a associação entre álcool e EOAT na orelha esquerda no grupo experimental (p=0,070). Essa tendência é justificada pelo fato de todos os informantes que possuem EOAT ausentes fazerem uso de álcool, enquanto, dentre os que possuem EOAT presentes, alguns não fazem uso de álcool.

Considerando as EOAPD, não houve associação estatisticamente significante entre as variáveis fumo, álcool e medicamentos em nenhuma das frequências. Vale ressaltar que houve tendência à significância estatística na associação entre álcool e o resultado da EOAPD na orelha direita no grupo experimental (p=0,093). Essa associação é justificada pelo fato de todos os informantes que não fazem uso do álcool terem apresentado as emissões presentes e, dentre os que possuem emissões ausentes, todos fazem uso de álcool. Esse achado evidencia uma tendência à associação entre uso de álcool com emissões ausentes.

A Tabela 4 apresenta os valores de média e desvio padrão das EOAT e EOAPD em ambos os grupos e o respectivo valor de significância resultante da comparação entre os mesmos.

Tabela 4
– Comparação entre a amplitude das emissões entre os grupos experimental e controle

Observa-se diferença estatisticamente significante na amplitude das emissões entre os grupos para EOAT na orelha direita nas frequências de 1; 1,4; 3 e 4 kHz, e na orelha esquerda para as frequências de 1,4; 2; 3 e 4 kHz. Em todos os casos a amplitude foi maior no grupo controle. Em relação às EOAPD houve diferença estatística entre os grupos apenas na frequência de 6 kHz na orelha esquerda. Houve tendência à significância estatística para diferença entre os grupos nas frequências de 2 e 3 kHz na orelha direita e 3 kHz na orelha esquerda. Assim como observado para as EOAT, para as EOAPD os valores da amplitude de resposta, também foram superiores no grupo controle.

A Tabela 5 apresenta a ocorrência de configuração audiométrica em ambos os grupos e os valores de significância da comparação entre os grupos. Não houve diferença estatisticamente significante entre a ocorrência das configurações entre os grupos. Observa-se que a configuração irregular foi a mais frequente em ambas as orelhas e em ambos os grupos.

Tabela 5
– Comparação da configuração audiométrica entre os grupos

DISCUSSÃO

Diante da proposta da pesquisa, observou-se que alguns sujeitos aceitaram com êxito a participação no estudo, disponibilizando pequeno tempo para preenchimento do questionário e realização dos exames audiométricos. Em contrapartida, alguns sujeitos mesmo depois de explicação detalhada a respeito do estudo não tiveram interesse em contribuir com tal. Durante a busca ativa por indivíduos que pudessem fazer parte dos grupos pesquisados, foi observada uma maior aceitabilidade por sujeitos do gênero feminino, sendo os indivíduos do gênero masculino mais fechados e pouco interessados em cooperar. Outra barreira enfrentada foi a dificuldade para encontrar sujeitos não usuários de fones de ouvido, tal fato pode ser justificado pelas facilidades em se adquirir um equipamento portátil tocador de música, uma vez que os mesmos existem desde a década de 80, porém se tornaram mais populares com o surgimento dos Ipod2020 . Vogel I, Brug J, Van der Ploeg CPB, Raat H. Adolescents risky MP3-player listening and its psychosocial correlates. Health Educ. Res. 2011;26(2):254-64.,2222 . Vogel I, Brug J, Van der Ploeg CPB, Raat H. Strategies for the prevention of MP3-induced hearing loss among adolescents: expert opinions from a delphi study. Pediatrics. 2009;123(5):1257-62.,2626 . Levey S, Levey T, Fligor BJ. Noise exposure estimates of urban MP3 player users. J Speech Lang Hear Res. 2011;54:263-77..

Levando-se em consideração o estudo aqui apresentado, verificou-se que a maioria dos participantes do grupo experimental utiliza os fones de ouvido entre uma a duas horas diárias. Tal fato corrobora com alguns estudos que revelam ser tal frequência suficiente para surgimento posterior de comprometimentos a saúde auditiva dos indivíduos5. Swensson JRP, Swensson RP, Swensson RC. Ipod®, mp3 players e a audição Rev.Fac.Ciênc.Méd. 2009;11(2):4-5.,6. Hodgetts WE, Rieger JM, Szarko RA. The effects of listening environment and earphone style on preferred listening levels of normal hearing adults using an MP3 player. Ear & Hearing. 2007;28(3):290-7.,2020 . Vogel I, Brug J, Van der Ploeg CPB, Raat H. Adolescents risky MP3-player listening and its psychosocial correlates. Health Educ. Res. 2011;26(2):254-64.,2626 . Levey S, Levey T, Fligor BJ. Noise exposure estimates of urban MP3 player users. J Speech Lang Hear Res. 2011;54:263-77..

Conforme alguns estudos o uso constante de fones de ouvidos pode provocar o aparecimento de queixas auditivas e extra-auditivas, o que pode ser confirmado no presente estudo, uma vez que 50% dos indivíduos pesquisados do grupo experimental possuem pelo menos um sintoma auditivo. No entanto, 76,67% dos sujeitos pesquisados no grupo experimental relatam apresentar queixas extra-auditivas provocadas pelos tocadores portáteis de música, tal achado corrobora com a literatura a qual relata que a exposição a elevados níveis de pressão sonora provocam severas consequências na qualidade de vida1616 . Lacerda ABM, Gonçalves CGO, Zocoli AMF, Diaz C, Paula K. Hábitos auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas. Rev. CEFAC [periódico na Internet]. 2011 [acesso em 2011 Abr 18];13(2):[8p]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v13n2/49-10.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v13n2/49...

17 . Silveira JAM, Brandão ALA, Rossi J, Ferreira LLA, Name MAM, Estefan P, Gonçalez F. Avaliação da alteração auditiva provocada pelo uso do walkman, por meio da audiometria tonal e das emissões otoacústicas (produtos de distorção): estudo de 40 orelhas. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2001;67(5): 650-4.

18 . Shargorodsky J, Curhan SG, Curhan GC, Eavey R. Change in prevalence of hearing loss in us adolescents. JAMA. 2010;304(7):772-8.

19 . Vogel I, Verschuure H, Ploeg CPB, Brug J, Raat H. Estimating adolescent risk for hearing loss based on data from a large school-based survey. AJPH. 2010;100(6):1095-100.

20 . Vogel I, Brug J, Van der Ploeg CPB, Raat H. Adolescents risky MP3-player listening and its psychosocial correlates. Health Educ. Res. 2011;26(2):254-64.

21 . Zhao F, Manchaiah VKC, French D, Price SM. Music exposure and hearing disorders: An overview. Int J Audiol. 2010;49(1):54-64.

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Atualmente a grande maioria das atividades de lazer realizadas por jovens envolvem o ruído, uma vez que frequentam ambientes com altos níveis de pressão sonora. Tais situações colocam em risco a saúde auditiva dos jovens, devido à assiduidade a esses locais, podendo os riscos ser maiores ainda quando associados ao uso de fones de ouvido. Fato que pode considerar o evento com um problema de saúde pública. Corroborando com os achados da literatura o estudo revela que a maioria dos jovens vão a locais com ruído pelo menos uma vez por semana5. Swensson JRP, Swensson RP, Swensson RC. Ipod®, mp3 players e a audição Rev.Fac.Ciênc.Méd. 2009;11(2):4-5.,1515 . Keppler H, Dhooge I, Maes L, D’haenens W, Bockstael A, Philips B et al. Short-term auditory effects of listening to an MP3 player. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2010;136(6):538-48.

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A presença de zumbido por indivíduos que fazem uso constante de tocadores portáteis de música é um sintoma muito comum, sendo que esse sintoma pode indicar problemas auditivos precoces. Porém, tal achado não corroborou a literatura no presente estudo, uma vez que apenas 20% dos sujeitos pesquisados apresentaram zumbido1616 . Lacerda ABM, Gonçalves CGO, Zocoli AMF, Diaz C, Paula K. Hábitos auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas. Rev. CEFAC [periódico na Internet]. 2011 [acesso em 2011 Abr 18];13(2):[8p]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v13n2/49-10.pdf
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17 . Silveira JAM, Brandão ALA, Rossi J, Ferreira LLA, Name MAM, Estefan P, Gonçalez F. Avaliação da alteração auditiva provocada pelo uso do walkman, por meio da audiometria tonal e das emissões otoacústicas (produtos de distorção): estudo de 40 orelhas. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2001;67(5): 650-4.

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De acordo com os dados analisados na pesquisa no grupo experimental apenas seis sujeitos não aumentam o volume de seus equipamentos portáteis reprodutores de música quando estão em ambiente ruidoso. O hábito cometido por vários jovens do estudo também foi observado por outros pesquisadores5. Swensson JRP, Swensson RP, Swensson RC. Ipod®, mp3 players e a audição Rev.Fac.Ciênc.Méd. 2009;11(2):4-5.,2020 . Vogel I, Brug J, Van der Ploeg CPB, Raat H. Adolescents risky MP3-player listening and its psychosocial correlates. Health Educ. Res. 2011;26(2):254-64.,2121 . Zhao F, Manchaiah VKC, French D, Price SM. Music exposure and hearing disorders: An overview. Int J Audiol. 2010;49(1):54-64.,2626 . Levey S, Levey T, Fligor BJ. Noise exposure estimates of urban MP3 player users. J Speech Lang Hear Res. 2011;54:263-77..

A literatura relata que a amplitude das emissões otoacústicas representa a quantidade de células ciliadas externas que estão íntegras. Desta forma a redução da amplitude pode predizer possíveis alterações auditivas. No presente estudo foi observado que os indivíduos usuários de fones de ouvido apresentaram menor amplitude de suas emissões otoacústicas comparados aos sujeitos não ouvintes de fones, mesmo apresentando audiometria tonal com audição de grau normal2. Coelho MSB, Ferraz JRS, Almeida EOC, Filho NA. As emissões otoacústicas no diagnóstico diferencial das perdas auditivas induzidas por ruído. Rev. CEFAC [periódico na Internet]. 2010 [acesso em 2011 Fev 23];12(6):[9p]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v12n6/160-09.pdf
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,8. Guida HL, Morini RG, Cardoso ACV. Avaliação audiológica e de emissão otoacústica em indivíduos expostos a ruído e praguicidas. Arq. Int. Otorrinolaringol./Intl. Arch. Otorhinolaryngol. 2009;13(3):264-9.,1010 . Barros SMS, Frota S, Atherino CCT, Osterne F. A eficiência das emissões otoacústicas transientes e audiometria tonal na detecção de mudanças temporárias nos limiares auditivos após exposição a níveis elevados de pressão sonora. Rev Bras Otorrinolaringol. 2007;73(5):592-8.,1212 . Balatsouras DG, Koukoutsis G, Ganelis P, Korres GS, Aspris A, Kaberos A. Transiently evoked otoacoustic emissions in children with otitis media with effusion. Int J Otolaryngol [periódico na Internet]. 2012 [acesso em 2012 Jan 18];2012(269203):[4p]. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3236476/pdf/IJOL2012-69203.pdf
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É importante ressaltar, que mesmo sabendo que o uso constante de tocadores portáteis de música pode trazer prejuízos para a saúde auditiva (tais como os mais mencionados entre os jovens pesquisados, perda de audição, irritabilidade, zumbido e estresse), o uso desses equipamentos faz parte da rotina dos jovens, sendo os fones nos ouvidos colocados pela força do hábito. Tal atitude pode predizer a dificuldade a ser enfrentada para que os jovens modifiquem os seus costumes1717 . Silveira JAM, Brandão ALA, Rossi J, Ferreira LLA, Name MAM, Estefan P, Gonçalez F. Avaliação da alteração auditiva provocada pelo uso do walkman, por meio da audiometria tonal e das emissões otoacústicas (produtos de distorção): estudo de 40 orelhas. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2001;67(5): 650-4.,2020 . Vogel I, Brug J, Van der Ploeg CPB, Raat H. Adolescents risky MP3-player listening and its psychosocial correlates. Health Educ. Res. 2011;26(2):254-64.,2222 . Vogel I, Brug J, Van der Ploeg CPB, Raat H. Strategies for the prevention of MP3-induced hearing loss among adolescents: expert opinions from a delphi study. Pediatrics. 2009;123(5):1257-62.,2626 . Levey S, Levey T, Fligor BJ. Noise exposure estimates of urban MP3 player users. J Speech Lang Hear Res. 2011;54:263-77..

Outro aspecto relevante observado nesse estudo refere-se ao tipo de configuração audiométrica apresentada pelos jovens. Os audiogramas apresentaram configuração em traçado irregular com tendência à mesma configuração encontrada em sujeitos que ficam expostos ao ruído ocupacional e por ventura podem desenvolver uma perda auditiva induzida por ruído (PAIR). Desta forma, alguns estudos relatam ser a configuração bastante semelhante e tais prejuízos auditivos podem ainda ser agravados por: características individuais, tipo de música escutada, tipo de fone de ouvido usado, entre outras1. Silveira VL, Câmara VM, Rosalino CMV. Aplicação da audiometria troncoencefálica na detecção de perdas auditivas retrococleares em trabalhadores de manutenção hospitalar expostos a ruído. Ciênc. saúde coletiva. 2011;16(2):689-98.,2. Coelho MSB, Ferraz JRS, Almeida EOC, Filho NA. As emissões otoacústicas no diagnóstico diferencial das perdas auditivas induzidas por ruído. Rev. CEFAC [periódico na Internet]. 2010 [acesso em 2011 Fev 23];12(6):[9p]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v12n6/160-09.pdf
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CONCLUSÂO

As chances de deterioração da função auditiva baseados nos exames de audiometria tonal e vocal, imitânciometria e pesquisa dos reflexos acústicos, emissões otoacústicas transientes e emissões otoacústicas produto de distorção apresentaram resultados diferentes entre os grupos pesquisados.

Portanto, os sintomas temporários indicam os potenciais efeitos nocivos de ouvir tocadores portáteis de música por uma hora ao dia. No entanto, pesquisas ainda são necessárias para avaliar os prejuízos de longo prazo a saúde auditiva e os potenciais efeitos extra-auditivos provocados pelo uso constante de fones de ouvido. Bem como a combinação com outras exposições; ruído de lazer, consumo de bebidas alcóolicas e uso de tabaco e seus efeitos no sistema auditivo.

REFERÊNCIAS

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  • Trabalho realizado no curso de Especialização em Audiologia, Instituto de Educação Continuada da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC-Minas – Belo Horizonte, MG, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Aug 2014

Histórico

  • Recebido
    20 Set 2012
  • Aceito
    23 Jun 2013
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