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Avaliação de aspectos pragmáticos em crianças com desvios fonológicos

Resumos

Objetivo

investigar as habilidades pragmáticas em crianças com desvio fonológico.

Método

por meio de triagem fonoaudiológica foram selecionadas 12 crianças com diagnóstico de desvio fonológico, com idades entre 3:7 e 7:8, sendo três do sexo feminino e nove do sexo masculino. Foi realizada análise dos aspectos pragmáticos destas crianças, utilizando-se o instrumento ABFW – pragmática. Além disso, as crianças foram classificadas de acordo com a gravidade do desvio fonológico por meio de uma abordagem quantitativa – Percentual de Consoantes Corretas-Revisado e outra qualitativa.

Resultados

não foi encontrada correlação estatisticamente significante entre gravidade do desvio fonológico e desempenho pragmático. Os sujeitos com desvio fonológico apresentaram número de atos comunicativos por minuto inferior aos parâmetros oferecidos pelo teste, de acordo com cada faixa etária.

Conclusão

a partir dos resultados obtidos não foi possível afirmar que existe uma relação significante entre a gravidade do desvio fonológico e o desempenho pragmático, no entanto, estes sujeitos apresentam desempenho inferior aos parâmetros do teste.

Distúrbios da Fala; Desenvolvimento da Linguagem; Linguagem; Testes de Linguagem


Purpose

to investigate the pragmatic abilities in children with phonological disorder.

Method

12 children (three girls and nine boys) with phonological disorders aged from 3:7 to 7:8 were chosen by triage. Pragmatic analysis was executed using the instrument ABFW – pragmatic through speech and hearing screening. Furthermore, we calculated the level of severity of the phonological evolutionary disorder using a quantitative – Percentage of Consonants Correct – Revised (Shiriberg & Kwiatkowski, 1982) and a qualitative approach (Keske-Soares, 2001).

Results

there are no statistically significant correlation between the level of severity of the phonological disorder and pragmatic performance. However, we observed that subjects with phonological disorder showed a number of communicative acts per minute lower than the default values of the test when ranged by age group.

Conclusion

based on the results, it is not possible to state a direct relationship between level of severity of the phonological disorder and pragmatic performance even if these subjects have a lower performance than the default values of the test.

Speech Disorders; Language Development; Language; Language Tests


INTRODUÇÃO

Entendida como o ramo da linguística que estuda a relação entre o significado social da linguagem (expresso pelo contexto interacional) e seu conteúdo semântico (manifestado pelo significado do ato comunicativo em si), a pragmática refere-se ao uso efetivo da linguagem e aos seus propósitos funcionais de comunicação. Para isso, apóia-se nos diferentes significados intrínsecos aos processos comunicativos, determinados pelas informações extra-linguísticas (pistas contextuais e situacionais) e pelas mensagens linguísticas (semântica explícita) 1. Befi-Lopes DM, Puglisi ML, Rodrigues A, Giusti E, Gândara JP, Araujo K. Perfil comunicativo de crianças com Alterações Específicas no Desenvolvimento da Linguagem: caracterização longitudinal das habilidades pragmáticas. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2007;12(4):265-73.

. Miilher LP, Fernandes FDM. Análise das funções comunicativas expressas por terapeutas e pacientes do espectro autístico. Pró-Fono. 2006;18(3):239-48.
-3. Brito MC, Misquiatti ARN. Iniciativas de comunicação na interação entre crianças com distúrbios do espectro autístico e suas mães: análise pragmática. Rev. CEFAC. 2011;13(6):993-1001.

O estudo da pragmática relaciona os aspectos fonológicos, semânticos e sintáticos da fala com o contexto no qual esta ocorre, explicando seus diferentes usos. Conhecendo-se o contexto onde ocorre a fala é possível compartilhar o tema sem necessariamente verbalizar a intenção do indivíduo4. Borges LC, Salomão NMR. Aquisição da linguagem: considerações da perspectiva da interação social. Psicol Reflex Crit. 2003;16(2):327-36..

Os atos de fala primitivos constituem o primeiro conhecimento da criança da pragmática da linguagem, ainda em emissões de uma palavra ou de um padrão prosódico único, que servem para comunicação de uma intenção da criança antes da aquisição de sentenças. Podem ser expressões referenciais rudimentares (nomeação) ou palavras específicas expressivas (forma de interação com o outro) 5. Prutting CA. Process /prá/,ses/n: the action of moving forward progressively from one point to another on the way to completion, J Speech Hear Disord. 1979. In: Cervone LM, Fernandes FDM. Análise do perfil comunicativo de crianças de 4 a 5 anos na interação com o adulto. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2005;10(2):97-105..

Em alguns casos, a aquisição típica da pragmática não é observada. A quebra ou a falha no caráter intencional da comunicação é a principal característica observada nos distúrbios pragmáticos6. Zorzi J. A intervenção fonoaudiológica nas alterações da linguagem infantil. 2 ed. Rio de Janeiro: Revinter; 2002.. As alterações desse aspecto linguístico são manifestadas por dificuldades em interpretar corretamente as ações dos outros e/ou em expressar adequadamente seus desejos e intenções. Portanto, os transtornos pragmáticos costumam ser constituídos por causa ou consequência de um prejuízo nos componentes expressivo e receptivo de linguagem 1. Befi-Lopes DM, Puglisi ML, Rodrigues A, Giusti E, Gândara JP, Araujo K. Perfil comunicativo de crianças com Alterações Específicas no Desenvolvimento da Linguagem: caracterização longitudinal das habilidades pragmáticas. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2007;12(4):265-73.

. Miilher LP, Fernandes FDM. Análise das funções comunicativas expressas por terapeutas e pacientes do espectro autístico. Pró-Fono. 2006;18(3):239-48.
-3. Brito MC, Misquiatti ARN. Iniciativas de comunicação na interação entre crianças com distúrbios do espectro autístico e suas mães: análise pragmática. Rev. CEFAC. 2011;13(6):993-1001.

Para que a linguagem possa ser efetiva, é necessária a aquisição dos níveis formais, entre eles a fonética e a fonologia. A fonologia é o nível da linguagem relacionado ao modo como os sons se organizam e funcionam dentro de uma determinada língua. A aquisição dos fonemas depende da percepção, da organização e da produção dos sons. A fala é uma função complexa que resulta, dentre outras coisas, da programação do sistema nervoso central7. Farias SR, Avila CRB, Vieira MM. Relação entre fala, tônus e praxia não-verbal do sistema estomatognático em pré-escolares. Pró-Fono R Atual Cient. 2006;18(3):267-76 ..

A idade esperada para que todo o sistema fonológico da criança esteja estabelecido é, em média, os cinco anos de idade. Nesta idade espera-se que a maioria das crianças já produza os sons da língua-alvo adequadamente, sem alterações como omissões, substituições ou transposições8. Caumo DTM, Ferreira MIDC. Relação entre desvios fonológicos e processamento auditivo. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(2):234-40.,9. Athayde ML, Carvalho Q, Mota HB. Vocabulário expressivo de crianças com diferentes níveis de gravidade de desvio fonológico. Rev. CEFAC.2009;11(2):161-8.. Há autores que afirmam que aos seis anos de idade, já não se espera encontrar trocas, omissões ou distorções dos sons da fala. Nesse sentido, as alterações de fala presentes após cinco ou seis anos de idade podem ser entendidas como um desvio fonológico (DF), que afeta, portanto, a organização linguística dos sons1010 . Dias Roberta Freitas, Quintas Victor Gandra, Melo Roberta Michelon, Mota Helena Bolli, Mezzomo Carolina Lisbôa. Consciência do próprio desvio de fala e processamento auditivo no desvio fonológico. Rev. CEFAC. [online]. ahead of print, pp. 0-0. Epub May 27, 2011. ISSN 1516-1846.,1111 . Pagliarin KC, Brancalioni AR, Keske-Soares M, Souza APR. Relação entre gravidade do desvio fonológico e fatores familiares. Rev. CEFAC [online]. ahead of print, pp. 0-0. Epub 25-Jun-2010. ISSN 1516-1846..

Da mesma forma que o processo típico de aquisição de linguagem apresenta interações entre os domínios linguísticos, os processos de aquisição desviantes também podem apresentar um ou outro domínio linguístico também afetado. Há um estudo inclusive, que indica que as alterações pragmáticas são um reflexo do comprometimento de outros componentes linguísticos 1212 . Befi-Lopes D M, Araújo K, Giusti E. Relação entre as habilidades fonológicas e pragmáticas nos distúrbios específicos de linguagem. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2005;17(1):45-54.. Estudos da linguística e da aquisição da linguagem relatam as relações de interdependência entre a pragmática e a fonologia. Especificamente com relação ao DF, este pode estar associado a distúrbios semânticos, pragmáticos e sintáticos da linguagem1313 . Gierut J. Treatment efficacy: functional phonological disorders in children. J Speech Lang Hear Res. 1998;41(1):85-100.. A ininteligibilidade nos casos de alteração de desenvolvimento de linguagem pode ser um fator para a diminuição das iniciativas de comunicação1414 . Rodrigues A, Befi-Lopes DM. Comparação entre as habilidades pragmáticas de crianças normais e crianças com alteração de desenvolvimento de linguagem. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2004. In:Cervone LM, Fernandes FDM. Análise do perfil comunicativo de crianças de 4 a 5 anos na interação com o adulto. Rev Soc Bras de Fonoaudiol. 2005;10(2):97-105..

As pesquisas que tentam relacionar os modos de uso da linguagem (pragmática) com os casos de DF são escassas quando comparadas aos estudos do desenvolvimento morfossintático, semântico e fonológico.

Acredita-se que, por ter um sistema fonológico diferente do alvo adulto e de outras crianças da mesma faixa etária, as crianças com DF podem ter um desempenho pragmático inferior e não tão eficiente quando comparadas com seus pares com desenvolvimento típico da linguagem. Algumas crianças com DF se mostram retraídas, envergonhadas e evitam certas interações e/ou produções verbais, frente a gozações e/ou repreensões de adultos e de crianças da mesma idade. Essas atitudes parecem evidenciar uma modificação nos usos da língua.

Portanto, o objetivo principal desta pesquisa é investigar as habilidades pragmáticas em crianças com DF por meio do instrumento ABFW – pragmática1515 . Fernandes FDM. Pragmática. In: Andrade CRF, Befi-Lopes DM, Fernandes FD M, Wertzner H. ABFW: teste de linguagem infantil nas áreas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. Pró-Fono R Atual Cient. 2004; cap.4, p.83-97.. Além disso, objetiva-se verificar a relação entre a gravidade do DF obtida por meio das classificações quantitativa (PCC-R)1616 . Shiriberg LD, Kwiatkowski J. Phonological disorders I: A Diagnostic classification system. J Speech Hear Dis.1982;47(1):226-41. e qualitativa1717 . Keske-Soares M. Terapia fonoaudiológica fundamentada na hierarquia implicacional dos traços distintivos aplicada em crianças com desvios fonológicos [tese]. Porto Alegre (RS): Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Faculdade de Letras; 2001. e o desempenho pragmático, bem como, comparar o desempenho desses indivíduos com os parâmetros de normalidade oferecidos pelo teste. Ainda, investiga-se o papel das variáveis sexo e idade das crianças com DF quanto ao desempenho pragmático.

MÉTODO

Esta é uma pesquisa quantitativa, explicativa, do tipo experimental, na qual foram triados 24 sujeitos. os quais foram submetidos à avaliação dos aspectos de linguagem, motricidade orofacial, voz e audição. Estes sujeitos estavam em lista de espera para atendimento no setor de Fala do Serviço de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Santa Maria. Os responsáveis foram contatados para realização de uma triagem e, a partir desta, realizou-se a seleção das crianças de acordo com os critérios de inclusão e exclusão.

Nesta triagem os sujeitos foram avaliados quanto à linguagem compreensiva e expressiva, motricidade orofacial, voz e audição. Por meio destas avaliações foi possível chegar a um diagnostico selecionando para participar da pesquisa os sujeitos diagnosticados com DF.

Ainda, como critérios de inclusão na amostra, foi considerado que as crianças poderiam ser de ambos os sexos, deveriam ser monolíngues, falantes do Português Brasileiro, com diagnóstico de DF e ausência de tratamento fonoaudiológico pregresso, ter o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) assinado pelos pais/responsáveis consentindo a participação na pesquisa. Além disso, deveriam possuir idades entre 4:0 e 9:0 e apresentar diferentes graus de gravidade do DF.

Como critérios de exclusão foram considerados os seguintes aspectos: apresentar alterações orgânicas que interferissem na produção da fala, bem como alterações cognitivas, psicológicas e/ou neurológicas evidentes.

Atenderam aos critérios de inclusão da pesquisa 12 sujeitos, com idades entre 3:7 (apesar desta idade precoce a criança com 3:7 já possuía característica e diagnóstico de DF) e 7:8 anos. Três sujeitos eram do sexo feminino e nove do sexo masculino. Esses sujeitos foram submetidos a procedimentos de coleta dos dados de fala (avaliação fonológica) e do desempenho pragmático.

A avaliação fonológica foi realizada mediante a aplicação da Avaliação Fonológica da Criança (AFC) 1818 . Yavas M, Hernandorena CLM, Lamprecht RR. Avaliação fonológica da criança: reeducação e terapia. Porto Alegre: Artes Médicas; 1991.. Este instrumento é composto por cinco figuras temáticas, as quais proporcionam a nomeação espontânea de desenhos contidos no instrumento. Dessa forma, a AFC permitiu que o registro da fala contivesse todos os sons da língua alvo e em todas as sequências possíveis, oportunizando um registro completo do sistema fonológico.

Os dados de fala foram transcritos foneticamente e revisados por dois julgadores experientes na área. Com os mesmos dados foi realizada análise contrastiva e, a partir dos resultados, as crianças foram classificadas segundo a gravidade do desvio. Foram utilizadas classificações quantitativa – PCC-R1919 . Wertzner HF, Alves RR, Ramos ACO. Análise do desenvolvimento das habilidades diadococinéticas orais em crianças normais e com transtorno fonológico. Rev. soc. bras. fonoaudiol. 2008;13(2):136-42. – e qualitativa1717 . Keske-Soares M. Terapia fonoaudiológica fundamentada na hierarquia implicacional dos traços distintivos aplicada em crianças com desvios fonológicos [tese]. Porto Alegre (RS): Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Faculdade de Letras; 2001. do DF.

A classificação quantitativa mais utilizada na clínica fonoaudiológica é o Percentual de Consoantes Corretas – Revisado (PCC-R) 1919 . Wertzner HF, Alves RR, Ramos ACO. Análise do desenvolvimento das habilidades diadococinéticas orais em crianças normais e com transtorno fonológico. Rev. soc. bras. fonoaudiol. 2008;13(2):136-42.. Essa medida considera como erro substituições e omissões e desconsidera as distorções encontradas na fala dos sujeitos. O PCC-R é baseado no Percentual de Consoantes Corretas (PCC)1616 . Shiriberg LD, Kwiatkowski J. Phonological disorders I: A Diagnostic classification system. J Speech Hear Dis.1982;47(1):226-41., o qual é obtido mediante a divisão do número de consoantes corretas (NCC) pelo número de consoantes totais produzidas pelo sujeito; após multiplica-se o resultado por 100. Essa classificação divide a gravidade do DF em desvio médio (PCC entre 86 e 100%), médio moderado (PCC entre 66 e 85%), moderado-severo (PCC entre 51 e 65%) e severo (PCC menor que 50%).

Existem diversas formas de classificar qualitativamente o DF. A classificação utilizada neste trabalho é baseada nas características do sistema fonológico e na natureza do sistema desviante manifestado pelos sujeitos1717 . Keske-Soares M. Terapia fonoaudiológica fundamentada na hierarquia implicacional dos traços distintivos aplicada em crianças com desvios fonológicos [tese]. Porto Alegre (RS): Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Faculdade de Letras; 2001.. A partir de um estudo com base nos processos fonológicos de 35 crianças com DF, as desordens fonológicas foram classificadas em quatro diferentes grupos: as com características incomuns (sujeitos cujo sistema fonológico é defasado, com processos incomuns); as com características iniciais (sujeitos que apresentam sistema típico do desenvolvimento inicial na aquisição da linguagem); as com características atrasadas (sujeitos com um “simples atraso” em relação à etapa de aquisição); e as com características fonéticas adicionais (crianças que apresentam fatores fonéticos que interferem no desenvolvimento do sistema fonológico) 2020 . Pagliarin KC, Keske-Soares M. Abordagem contrastiva na terapia de desvios fonológicos: considerações teóricas. Rev CEFAC. 2007;9(3):330-8..

Das 12 crianças com DF, cinco apresentavam gravidade médio, cinco médio-moderado e duas severo. Na classificação qualitativa do DF, das 12 crianças, quatro delas enquadraram-se na classificação Desvio Fonológico com Características Iniciais (CI) e oito na classificação Desvio Fonológico com Características Atrasadas (CA).

Para avaliação da função pragmática foram registrados 30 minutos de interação entre a criança e um adulto familiar, em situação espontânea e com atividade lúdica do interesse da criança; procurando-se, assim, proporcionar um contexto comunicativo espontâneo. Para o registro das imagens foi utilizada uma câmera digital, da marca Mitzuca, modelo DC8388BR. Foram transcritos os 30 minutos da gravação, sendo registrados os turnos da criança e do adulto para posterior análise das funções pragmáticas da criança utilizando-se o Teste de Linguagem Infantil ABFW – pragmática1515 . Fernandes FDM. Pragmática. In: Andrade CRF, Befi-Lopes DM, Fernandes FD M, Wertzner H. ABFW: teste de linguagem infantil nas áreas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. Pró-Fono R Atual Cient. 2004; cap.4, p.83-97., o qual analisa atos comunicativos, meios comunicativos e funções comunicativas.

A avaliação do número de atos comunicativos inicia quando há interação adulto-criança, criança-adulto ou criança-objeto e termina quando o foco de atenção da criança muda ou há uma troca de turno. Os meios comunicativos podem ser divididos em verbais (os que envolvem pelo menos 75% de fonemas da língua), vocais (todas as outras emissões) e gestuais (que envolvem movimentos do corpo e expressão facial). As funções comunicativas são divididas da seguinte forma: pedidos de objeto, de ação, de rotina social, de consentimento e de informação, protesto, reconhecimento do outro, exibição, comentário, auto-regulatório, nomeação, performativo, exclamativo, reativo, não-focalizada, jogo, exploratória, narrativa, expressão de protesto e jogo compartilhado.

Os resultados obtidos quanto ao número de atos comunicativos por minutos foram comparados aos parâmetros oferecidos pelo teste ABFW, o qual fornece o número mínimo de atos comunicativos por minuto para determinadas faixas etárias. Além disso, foi verificada a relação entre o desempenho pragmático (funções comunicativas, atos comunicativos e meios comunicativos) e a gravidade do DF utilizando-se a classificação quantitativa1919 . Wertzner HF, Alves RR, Ramos ACO. Análise do desenvolvimento das habilidades diadococinéticas orais em crianças normais e com transtorno fonológico. Rev. soc. bras. fonoaudiol. 2008;13(2):136-42. e a classificação qualitativa1717 . Keske-Soares M. Terapia fonoaudiológica fundamentada na hierarquia implicacional dos traços distintivos aplicada em crianças com desvios fonológicos [tese]. Porto Alegre (RS): Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Faculdade de Letras; 2001..

Os dados deste estudo foram obtidos por meio de uma pesquisa aprovada previamente pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da instituição de origem, com cadastro sob número 6331, tendo sido considerada a necessidade da assinatura do TCLE, elaborado em linguagem acessível ao leigo como recomenda a norma 196/96 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP/1996.

Os dados foram colhidos no segundo semestre do ano de 2009 e analisados, por meio de tabelas e estatísticas descritivas. As comparações entre os dados com duas amostras independentes foram feitas com o teste de Mann-Whitney e as comparações entre dados com mais de duas amostras independentes foram feitas com o teste KrusKall-Wallis. E para correlação entre os resultados foi utilizado o teste de Spearmans. Os dados referentes ao presente estudo foram processados e analisados de forma eletrônica a partir da construção de um banco de dados (Excel® 2000) e de um programa de análise específico para o cumprimento dos objetivos da pesquisa, o software Statistical Package for Social Science 15.0 (SPSS). Além disso, alguns dados encontrados foram descritos sem análise estatística. Foi considerado um grau de significância de 5% (p<0,05), para todos os testes aplicados.

RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta a comparação dos resultados das variáveis grau de DF (PCC-R), número de atos comunicativos por minuto, total de funções comunicativas e total de meios comunicativos em relação ao sexo.

Tabela 1
– Comparação das variáveis pragmáticas e gravidade do desvio em relação ao sexo

Na Tabela 2, são apresentadas as médias do número de atos comunicativos por minuto, média do total de meios comunicativos e média do total de funções comunicativas de cada grupo de sujeitos, conforme as classificações de gravidade do DF utilizadas neste estudo.

Tabela 2
– Média das variáveis em relação à gravidade do DF

Na Tabela 3 observam-se os resultados da correlação entre a idade, a gravidade do DF (PCC-R), o total de meios comunicativos, o total de funções comunicativas, o número de atos comunicativos por minuto e os meios comunicativos vocal, verbal e gestual separadamente.

Tabela 3
– Correlações entre a idade, a gravidade do DF (PCC-R), o total de meios comunicativos, o total de funções comunicativas, o número total de atos comunicativos por minuto e os meios comunicativos vocal, verbal e gestual

A Tabela 4 apresenta a incidência das funções comunicativas de cada sujeito.

Tabela 4
– Frequência da ocorrência das funções comunicativas por sujeito

Nas Tabelas 5 e 6, foram expostos o número de funções comunicativas de cada sujeitos, sendo que os mesmos estão agrupados de acordo com a gravidade do DF de acordo com a classificação quantitativa (PCC-R) e qualitativa, respectivamente.

Tabela 5
– Número de funções comunicativas de acordo com a classificação quantitativa da gravidade do desvio fonológico
Tabela 6
– Número de funções comunicativas de acordo com a classificação qualitativa da gravidade do desvio fonológico

DISCUSSÃO

Dos 12 sujeitos que participaram da pesquisa, nove eram do sexo masculino e três do sexo feminino. Esse fato pode ser justificado por outros estudos similares a este que relatam maior incidência de alterações de linguagem no sexo masculino 2121 . Patah LK, Takiuchi N. Prevalência das alterações fonológicas e uso dos processos fonológicos em escolares aos 7 anos. Rev. CEFAC. 2008;10(2):158-67.

22 . Lima BPS, Guimarães JATL, Rocha MCG. Características epidemiológicas das alterações de linguagem em um centro fonoaudiológico do primeiro setor. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008;13(4):376-80.
-2323 . Barros PML, Oliveira PN. Perfil dos pacientes atendidos no setor de fonoaudiologia de um serviço público de Recife – PE. Rev CEFAC. 2010;12(1):128-33..

Porém quando realizada a comparação entre as variáveis sexo e gravidade do DF (PCC-R), na Tabela 1, verifica-se que o sexo não é um fator determinante para a gravidade do DF. O mesmo foi observado quando foram comparadas as variáveis sexo e número de atos comunicativos por minuto, total de funções comunicativas e total de meios comunicativos. Assim, verifica-se que a variável sexo não parece ser determinante no desempenho fonológico e pragmático, pois a diferença entre o sexo feminino e masculino não é estatisticamente significante.

Ao contrário do esperado, com o aumento da gravidade do DF, há uma melhora no desempenho pragmático. Verificou-se que a média do número de atos comunicativos por minuto, a média do total de meios comunicativos e a média do total de funções comunicativas aumenta conforme o DF se torna mais grave. É importante expor que ocorre exceção nos grupos de sujeitos com desvio médio e médio-moderado. O grupo com grau de DF médio obteve melhores médias do total de meios comunicativos e do total de funções comunicativas em relação ao grupo médio-moderado. Contudo, essa diferença é discreta.

Como mostra a Tabela 3, a correlação entre o número de atos comunicativos por minuto, o total de meios comunicativos e o total de funções comunicativas é estatisticamente significante, ou seja, o aumento de uma das variáveis determina o aumento das outras. Vale ressaltar que, conforme o número de atos comunicativos por minuto, o total de meios comunicativos e o total de funções comunicativas aumentam, o uso dos meios verbal e gestual também aumentam. O mesmo não ocorre com o uso do meio vocal, o qual não apresenta correlação significante.

Além disso, observa-se que a correlação entre o uso do meio verbal e gestual é estatisticamente significante, ou seja, conforme aumenta o uso do meio verbal, aumenta o uso do meio gestual. Tal fato concorda com considerações de outro estudo que ressalta que a comunicação não-verbal nunca desaparece, sendo um meio frequente de expressão da linguagem do adulto, que tem todos os recursos linguísticos para se comunicar verbalmente2424 . Hage SR, Resegue MM, Viveiros DCS, Pacheco EF. Analise do perfil das habilidades pragmáticas em crianças pequenas normais. Pró-fono Rev Atual Cient. 2007;19(1):49-58..

Os resultados deste estudo mostram a correlação positiva entre a idade e a gravidade do desvio fonológico, uma vez que idades menores favorecem desvios mais graves (menores valores do PCC-R) e idades avançadas, os desvios mais leves (maiores valores de PCC-R).

Como apresentado na Tabela 4, as funções comunicativas mais frequentemente utilizadas pelos sujeitos foram as de comentário, seguida pela de pedido de informação. Os resultados encontrados são condizentes com outros estudos, os quais referem que as funções comunicativas que mais ocorrem, em desenvolvimento típico, são as de comentário e as de pedido em geral, como pedido de informação 2525 . Cervone LM, Fernandes FDM. Análise do perfil comunicativo de crianças de 4 a 5 anos na interação com o adulto. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2005;10(2):97-105.,2626 . Rodrigues A, Befi-Lopes DM. Comparação e entre as habilidades pragmáticas de crianças normais e crianças com alteração de desenvolvimento de linguagem. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2004;9(2):81-7..

Vale ressaltar que todas as funções comunicativas foram utilizadas pelos sujeitos da pesquisa, embora nenhum destes tenha utilizado todas as funções. As funções de reconhecimento do outro, não-focalizada e expressão de protesto foram as menos utilizadas.

Também é possível ver na Tabela 4 que os sujeitos com maior uso de funções comunicativas são o S4, seguido do S11, S9 e S7. Analisando as características de gravidade do desvio, sexo e idade de cada sujeito percebe-se que não há evidência que justifique essa sequência. Tal fato demonstra que o número de funções comunicativas utilizadas pelos sujeitos não tem relação com a gravidade do DF, tanto na classificação qualitativa como na quantitativa, assim como não há relação entre o número de funções comunicativas e o sexo e/ou a idade dos sujeitos.

De acordo com a literatura2525 . Cervone LM, Fernandes FDM. Análise do perfil comunicativo de crianças de 4 a 5 anos na interação com o adulto. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2005;10(2):97-105., o perfil comunicativo das crianças com desenvolvimento normal de linguagem pode ser caracterizado pela utilização predominante do meio verbal seguido do gestual e do vocal. Este padrão também pôde ser observado nesta pesquisa, na qual se percebeu que a maioria dos sujeitos fez uso predominante do meio verbal nas suas iniciativas de comunicação.

Analisando os dados obtidos na avaliação da pragmática de todos os sujeitos pôde-se verificar que a média dos atos comunicativos por minuto destas crianças foi inferior à esperada para a idade segundo os parâmetros do teste (0:1→1 ato; 0:3→2 atos; 1:0→3 atos; 2:6→6 atos; 5:0→8 atos; 7:6→9 atos; adultos→10 atos2525 . Cervone LM, Fernandes FDM. Análise do perfil comunicativo de crianças de 4 a 5 anos na interação com o adulto. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2005;10(2):97-105.), exceto com dois sujeitos, os quais apresentaram número de atos comunicativos por minuto superior ao esperado para a idade segundo os mesmos autores1515 . Fernandes FDM. Pragmática. In: Andrade CRF, Befi-Lopes DM, Fernandes FD M, Wertzner H. ABFW: teste de linguagem infantil nas áreas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. Pró-Fono R Atual Cient. 2004; cap.4, p.83-97..

Analisando os dados das funções comunicativas utilizadas pelos sujeitos e a gravidade do DF (Tabela 5) percebe-se que o número de funções comunicativas não diminui com o aumento da gravidade do desvio. Os sujeitos com desvio severo foram os que utilizaram mais funções, seguidos dos sujeitos com grau médio e pelos sujeitos com grau médio moderado. O mesmo acontece com a classificação qualitativa, na Tabela 6, a partir da qual os sujeitos com Características Atrasadas utilizaram menos funções comunicativas que os sujeitos com Características Iniciais. Uma vez que a fonologia está mais defasada, as crianças com desvios mais severos usam mais funções comunicativas, ou seja, são melhores no desempenho pragmático para que se façam entender, já que seu sistema fonológico não permite isso.

A relação entre erros fonológicos e outras deficiências linguísticas, como a pragmática, indicam a necessidade de avaliar-se a totalidade da linguagem das crianças. Salienta-se, também, que os terapeutas precisam estar conscientes de que as crianças com DF podem apresentar problemas em outros níveis de linguagem e que esses problemas influenciam potencialmente o componente fonológico1818 . Yavas M, Hernandorena CLM, Lamprecht RR. Avaliação fonológica da criança: reeducação e terapia. Porto Alegre: Artes Médicas; 1991..

Transpondo o que os autores acima referem para a área da fonologia clínica, a terapia fonológica deve ser baseada no princípio de que a função dos padrões fonológicos é comunicativa2727 . Grunwell P. Phonological Analysis of Child Speech. Windsor: Nfer-Nelson, 1985.. Sendo assim, as atividades devem enfatizar a função comunicativa como um todo. Dessa forma, observa-se que o sucesso ou fracasso da intervenção terapêutica não é determinado pela produção de uma resposta adequada do falante, mas pelo estabelecimento de uma situação de interação com trocas significantes na díade2828 . Cardoso C, Fernandes FDM. A comunicação de crianças do espectro autístico em atividades em grupo. Pró-Fono R Atual Cient. 2004;16(1):67-74..

Os distintos componentes da linguagem não podem se desenvolver separadamente. Assim, qualquer investigação ou intervenção terapêutica de linguagem necessita considerar todos os aspectos linguísticos, bem como orgânicos, emocionais, cognitivos e sociais, uma vez que a linguagem só tem significado em relação ao contexto em que se manifesta. Quando observadas alterações pragmáticas na prática clínica, esses casos necessitarão de acompanhamento fonoaudiológico baseado em uma terapia que lhes auxilie a ter uma comunicação eficiente 1515 . Fernandes FDM. Pragmática. In: Andrade CRF, Befi-Lopes DM, Fernandes FD M, Wertzner H. ABFW: teste de linguagem infantil nas áreas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. Pró-Fono R Atual Cient. 2004; cap.4, p.83-97., 2929 . Molini-Avejonas DR, Fernandes FDM. Alterações pragmáticas, cognitivas e sociais em crianças com autismo. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2004. In; Cervone LM, Fernandes FDM. Análise do perfil comunicativo de crianças de 4 a 5 anos na interação com o adulto. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2005;10(2):97-105..

Sugere-se que novos trabalhos sejam realizados com amostras maiores de sujeitos com DF para melhor compreensão da possível relação entre os níveis da linguagem investigados neste estudo. Além disso, sugere-se a realização de estudos que forneçam o perfil pragmático da comunicação de crianças com desenvolvimento típico de linguagem com faixas etárias com intervalos menores, fornecendo parâmetros precisos e iniciais para a identificação de alterações. Esse tipo de análise propicia maior compreensão do desenvolvimento das habilidades da comunicação humana, contribuindo para uma intervenção terapêutica centrada não apenas em um componente da linguagem, mas sim contemplando todos os níveis linguísticos.

CONCLUSÃO

O presente estudo buscou verificar as relações existentes entre fonologia e pragmática, sendo que a partir dos resultados obtidos foi possível constatar um desempenho pragmático inferior dos sujeitos com DF em relação aos parâmetros oferecidos pelo instrumento ABFW – pragmática.

No entanto, as diferenças observadas não parecem tornar possível afirmar uma relação direta entre o desempenho nas provas de fonologia e pragmática, uma vez que a correlação entre a variação da gravidade do DF e o desempenho pragmático não se mostrou estatisticamente significante.

Quanto ao sexo e a idade, essas variáveis não se mostraram interferência significante na relação entre a fonologia e a pragmática.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Aug 2014

Histórico

  • Recebido
    14 Dez 2011
  • Aceito
    13 Abr 2012
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