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Identificação das dúvidas e dificuldades de gestantes e puérperas em relação ao aleitamento materno

Resumos

Objetivos

identificar e descrever as dúvidas e dificuldades das gestantes e puérperas em relação à amamentação, além de compará-las nos períodos pré-natal e puerperal.

Métodos

caracteriza-se por um estudo transversal, descritivo e comparativo, composto por dois grupos: gestantes e puérperas. Houve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisas / Santa Casa sob nº 23355. Para coleta elaborou-se questionário com perguntas sobre aleitamento materno. As variáveis foram analisadas por meio de associações entre as respostas dos grupos com a utilização dos testes Qui-Quadrado de Pearson, Exato de Fisher e T de Student.

Resultados

as puérperas apresentaram maior escore de conhecimento geral quando comparadas às gestantes (p = 0,001). Ao relacionar a idade com o conhecimento, quanto maior a idade da puérpera maior o percentual de conhecimento (r= 0, 283; p=0,011). Ao analisar as puérperas primíparas, observou-se que estas apresentavam mais queixas quando comparadas com as que já possuíam um ou mais filhos (p= 0,014).

Conclusões

gestantes, mulheres primíparas, adolescentes e jovens possuem mais dúvidas e dificuldades em relação ao aleitamento materno. A equipe assistencial deve estar preparada para que a gestante tenha o trato correto com suas mamas e conscientização sobre a amamentação natural, para assim chegar ao período puerperal mais segura e incentivada ao aleitamento exclusivo.

Fonoaudiologia; Aleitamento Materno; Odontologia; Período Pós-Parto; Gestação


Purposes

this research aimed to identify and describe the doubts and difficulties of pregnant and postpartum women about breastfeeding, and compare them on the pregnancy period and postpartum period.

Methods

it is characterized by a cross-sectional, descriptive, comparative, composed of two groups: pregnant and postpartum women. There was the approval of the Ethics Committee in Research / Santa Casa under nº 23355. For collect it drafted a questionnaire with questions about breastfeeding. The variables were analyzed by associations between the answers of the groups using the Chi-square test, Fisher’s exact and Student’s t.

Results

the postpartum women had higher knowledge scores about breastfeeding compared to pregnant women (p = 0,001). By linking the age with the knowledge, the higher the postpartum women age the higher their percentage of knowledge (r = 0, 283, p = 0,011). By analyzing the primiparous mothers, we found that these were more complaints compared to those who already have one or more children (p = 0,014).

Conclusions

pregnant women, primiparous women and teenager girls have more doubts and difficulties in relation to breastfeeding. The care team must be prepared for the pregnant woman has the right to treat her breast awareness and breast feeding, reaching the puerperal period safer and encouraged for exclusive breastfeeding.

Speech, Language and Hearing Sciences; Breast Feeding; Dentistry; Postpartum Period; Pregnancy


INTRODUÇÃO

O aleitamento materno (AM) proporciona diversas vantagens para a parturiente e para o recém-nascido. O leite materno previne infecções gastrointestinais, respiratórias e urinárias ao recém-nascido e possui efeito protetor de alergias, principalmente as específicas para as proteínas do leite de vaca1. Ahluwalia IB, Morrow B, D’Angelo D, Li R. Maternity care practices and breastfeeding experiences of women in different racial and ethnic groups: Pregnancy Risk Assessment and Monitoring System (PRAMS). Matern Child Health J. 2012;16(8):1672-8.. Também beneficia a mulher, pois facilita a involução uterina precoce e associa-se a uma menor probabilidade do desenvolvimento de câncer da mama2. Levy L, Bértolo H. Manual de Aleitamento Materno. Lisboa: Comité Português para a UNICEF/Comissão Nacional Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés. Lisboa, 2008..

O AM estimula adequadamente o sistema sensório motor oral do recém-nascido, pois a extração do leite necessita de força muscular, e isso aumenta a tonicidade do músculo, que estimula a fala, respiração, deglutição e o desenvolvimento das estruturas faciais e orais3. Araújo CMT, Silva GAT, Coutinho SB. Aleitamento materno e uso de chupeta: repercussões na alimentação e no desenvolvimento do sistema sensório motor oral. Rev paul pediatr. 2007;25(1):59-65.

. Cotrim LC, Venancio SI, Escuder MML. Uso de chupeta e amamentação em crianças menores de quatro meses no estado de São Paulo. Rev Bras Saude Mater Infant. 2002;2(3):245-52.
-5. Neiva FCB, Cattoni DM, Ramos JLA, Issler H. Desmame precoce: implicações para o desenvolvimento motor-oral. J. Pediatr. 2003;79(1):7-12.. A função muscular normal favorece o crescimento e desenvolvimento mandibular adequado6. Deodato V. A Amamentação na Promoção da Saúde Bucal. In: Deodato V. Amamentação o melhor início para a vida. Ed. Santos, 2005. 240p.. Uma criança que não experienciou o AM, ou o fez por um curto período de tempo, pode desenvolver deglutição atípica, distúrbios fonoarticulatórios, neurosensoriais e hábitos orais deletérios, como a sucção não- nutritiva exemplificada pelo dedo e/ou chupeta, no sentido de suprir o menor número de sucções que ocorrem em uma amamentação artificial, não atingindo o êxtase emocional7. Leite- Cavalcati A, Bezerra PKM, Moura C. Aleitamento natural, aleitamento artificial, hábitos de sucção e maloclusões em pré- escolares Brasileros. Rev Salud Pública. 2007;9(2):194-204.. Consequentemente podem ocorrer alterações na arcada dentária e do palato, repercutindo na oclusão e na articulação dos sons da fala3. Araújo CMT, Silva GAT, Coutinho SB. Aleitamento materno e uso de chupeta: repercussões na alimentação e no desenvolvimento do sistema sensório motor oral. Rev paul pediatr. 2007;25(1):59-65., como mordida aberta, mordida cruzada e mordida profunda6. Deodato V. A Amamentação na Promoção da Saúde Bucal. In: Deodato V. Amamentação o melhor início para a vida. Ed. Santos, 2005. 240p.. Além disso, o AM oferece menos risco a cáries dentárias, quando associado a uma adequada higiene oral 6. Deodato V. A Amamentação na Promoção da Saúde Bucal. In: Deodato V. Amamentação o melhor início para a vida. Ed. Santos, 2005. 240p.,8. Ribeiro NME, Ribeiro MAS. Aleitamento materno e cárie do lactente e do pré-escolar: uma revisão crítica. Breastfeeding and early childhood caries: a critical review. J. Pediatr. 2004;80(5):199-210., e a doenças bucais, como infecções6. Deodato V. A Amamentação na Promoção da Saúde Bucal. In: Deodato V. Amamentação o melhor início para a vida. Ed. Santos, 2005. 240p..

No Brasil observa-se um crescimento nas taxas de aleitamento materno exclusivo, porém ainda está abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Os dados da II Pesquisa Nacional de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal demonstram que em crianças menores de 6 meses a prevalência fica em torno de 41% de amamentação exclusiva9. Ministério da Saúde (Brasil). II Pesquisa de prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2009. [acesso em: 22 agos. 2012] Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pesquisa_pdf.pdf
http://portal.saude.gov.br/portal/arquiv...
. Este valor nos delimita a uma classificação de “razoável” em relação a práticas de aleitamento materno exclusivo. Os valores do indicador para crianças menores de 6 meses são entre 50% e 89% para a classificação “bom” e acima de 90% para “muito bom”1010 . World Health Organization. Infant and young child feeding: a tool for assessing national practices, policies and programmes. Geneva; 2003. [acesso em: 22 agos. 2012] Disponível em: http://whqlibdoc.who.int/publications/2003/9241562544.pdf
http://whqlibdoc.who.int/publications/20...
. Ao refletir sobre estes indicadores, deve-se investir na promoção do AM tanto no período pré-natal como no puerperal.

É no período gestacional que se dá o desejo de amamentar. A motivação é o que permeia o processo de decisão materna. Leva-se em consideração o contexto social e experiência de vida, para que a mulher opte pelo aleitamento materno1111 . Takushi SAM, Tanaka ACA, Gallo PR, Machado AMdP. Motivação de gestantes para o aleitamento materno. Rev Nutr. 2008; 21(5):491-502. .

Nas primeiras semanas de amamentação podem surgir dificuldades em relação ao AM2. Levy L, Bértolo H. Manual de Aleitamento Materno. Lisboa: Comité Português para a UNICEF/Comissão Nacional Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés. Lisboa, 2008.. Muitas vezes, as mulheres desconhecem o contexto da amamentação ou ainda não estão prontas para tal ato, o que as deixam mais vulneráveis a apresentarem dificuldades e dúvidas ao longo do processo.

O profissional de saúde tem um papel importante na prevenção e intervenção das dificuldades relacionadas ao AM, o que requer conhecimentos, atitudes e habilidades específicas1212 . Giugliani ERJ. Problemas comuns na lactação e seu manejo. J Pediatr. 2004;80(5 Supl):S147-S54.. Deve-se auxiliar a nutriz a viver a amamentação de um modo mais saudável, mais integrada consigo mesma, fato que, certamente, será útil para que ela possa amamentar seu recém-nascido em todos os sentidos: biológico, sensorial e psíquico1313 . Sousa FRN, Taveira GS, Almeida RVD, Padilha WWN. O aleitamento materno e sua relação com hábitos deletérios e maloclusão dentária. Pesqui Bras Odontopediatria Clin Integr. 2004;4(3):211-6.. Qualquer profissional, engajado no incentivo ao AM (fonoaudiólogo, odontólogo, médico, enfermeiro, entre outros) pode ser o responsável em desenvolver o “empoderamento” da mulher em relação à amamentação. Todos podem conscientizar sobre as condições em que se processa o desenvolvimento das estruturas do sistema estomatognático durante a primeira infância 1414 . Gimenez CMM, Moraes ABA, Bertoz AP, Bertoz FA, Ambrosano GB. Prevalência de más oclusões na primeira infância e sua relação com as formas de aleitamento e hábitos infantis. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2008;13(2):70-83.,1515 . Susin LRO, Giugliani ERJ, Kummer SC, Maciel M, Benjamin ACW, Machado DB, M Barcaro, Draghetti V. Uma estratégia simples que aumenta os conhecimentos das mães em aleitamento materno e melhora as taxas de amamentação. Rev chil pediatr. 2000;71(5):461-70..

Com base nesta contextualização da temática do AM, esta pesquisa objetivou identificar e descrever quais são as dúvidas e dificuldades das gestantes e puérperas em relação à amamentação, além de compará-las nos períodos pré-natal e puerperal. Acredita-se que os dados poderão facilitar a intervenção para o incentivo da prática do aleitamento materno, buscando o bem-estar e saúde da mulher e do recém-nascido.

MÉTODOS

Realizou-se um estudo transversal, descritivo e comparativo, caracterizado por uma amostra de conveniência e composto por dois grupos a saber: um de gestantes (n= 36) e o outro de puérperas (n=80). O trabalho foi realizado, no período de Junho a Agosto de 2012, no Grupo de Gestantes do Ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia e no Alojamento Conjunto da Maternidade Mário Totta, ambos pertencentes ao Hospital Santa Clara do Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisas / Santa Casa sob nº 23355.

A cidade de Porto Alegre, na qual o estudo foi conduzido, possui uma população de 1.409.351. Em 2010 houve um total de 17.359 nascidos vivos em hospital – por lugar de residência da mãe1616 . Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2010. Cidades. [acesso em: 23 agos. 2012] Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1
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. O presente hospital do estudo, no mesmo ano, apresentou 3.762 partos, caracterizando 22% do total de partos da cidade de Porto Alegre1717 . Irmandade de Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Relatório Anual: Balanço Social 2011. [acesso em: 21 out. 2012] Disponível em: http://www.santacasa.tche.br/assets/images/content/relatorio/relatorio_anual_2011.pdf
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.

Para a participação na pesquisa os indivíduos deveriam preencher os critérios de inclusão e exclusão. Os critérios de inclusão para o grupo das gestantes eram: realizar pré-natal no ambulatório supracitado, participar do Grupo de Gestantes oferecido pelo local e não ter participado de grupo de orientações às gestantes com a Fonoaudiologia. Os critérios de inclusão para as puérperas eram: estar em alojamento conjunto na Maternidade anteriormente citada, realizar aleitamento materno exclusivo e estar em período pós-parto de 12 a 48 horas. Em ambos os grupos dever-se-ia ter a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, e caso houvesse participantes menores de idade, os pais ou responsáveis deveriam assinar o termo.

Eram excluídas do estudo as puérperas que não podiam amamentar, seja por motivo de HIV positivo ou por serem usuárias de drogas que contra indiquem a prática da amamentação e aquelas com recém-nascido em Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal.

A coleta foi realizada da seguinte forma: para o grupo das gestantes, antes do início do grupo de gestantes, foi realizada apresentação da pesquisa e do Termo de Consentimento. A partir disto foram entregues ficha de identificação e questionário elaborado para tal pesquisa. O questionário abordava questões sobre: instruções quanto à prática do aleitamento materno, fissura mamária, leite fraco, relação do desenvolvimento do sistema estomatognático com aleitamento materno, hábitos orais deletérios, contra indicações para amamentação e tipos de mamilos. Foi explicada de maneira clara como preencher os questionários. Em seguida, realizou-se orientação sobre o AM, sob forma de palestra com posterior discussão livre. Neste momento foram discutidas dúvidas do questionário, posicionamento para amamentar, pega na mama materna, cuidados com as mamas e benefício de AM, para o recém-nascido e para a mulher, bem como hábitos deletérios e desenvolvimento das estruturas orofaciais.

Para o grupo das puérperas iniciou-se por uma triagem, na Maternidade, de verificação por meio dos prontuários as condições que a parturiente se encontrava e informações que poderiam incluí-las ou excluí-las da pesquisa – como número do prontuário, idade, resultado do exame de HIV, usuária de drogas ou não, estar amamentando ou não – e do recém-nascido – como número do prontuário, idade, onde estava alocado (UTI ou alojamento conjunto com a mãe) e intercorrências clínicas. Após identificar as candidatas para a pesquisa foi-se ao leito convidá-las a participarem da pesquisa e assinarem o Termo de Consentimento. Aplicou-se o questionário de forma oral (a pesquisadora lia as perguntas para a mãe). O questionário abordava os mesmos temas do instrumento de avaliação utilizado para as gestantes, acrescido de perguntas sobre: a pega do recém-nascido, presença de fissuras, quantidade de leite, dores mamárias, relação do seu tipo de mamilo com o presente momento de amamentação e sonolência do recém-nascido. Para finalizar, deram-se informações quanto à amamentação e realizaram-se intervenções, quando havia demanda, com o objetivo de auxiliar nas dificuldades expressas pela puérpera.

Os dados coletados a partir da triagem dos prontuários e da pesquisa por meio dos questionários compuseram um banco de dados em planilha do software Excel (Microsoft). As variáveis foram analisadas por meio de associações entre as respostas dos grupos de puérperas e gestantes utilizando-se os testes Qui-Quadrado de Pearson, Exato de Fisher e T de Student. Foi adotado como intervalo de confiança 95%.

RESULTADOS

A amostra total do estudo foi composta por 116 mulheres sendo 36 gestantes e 80 puérperas. A média absoluta de idade no grupo de gestantes foi de 27 (± 6,2) e no grupo de puérperas a média absoluta de idade foi de 25 anos (± 6,4) com p=0,117, por meio do teste T de Student.

Observou-se quanto ao conhecimento em geral a respeito do AM que as puérperas apresentaram maior escore de conhecimento (56,6 %) quando comparadas às gestantes (40,5%), sendo p = 0, 001. As questões do instrumento de avaliação do conhecimento sobre AM que apresentaram diferença significante quando comparadas entre os dois grupos foram: benefício para o crescimento facial (p= 0, 001); benefício para o desenvolvimento da fala da criança (p= 0, 007); benefício à prevenção de problemas auditivos (p= 0, 004); formato do mamilo como facilitador do ato de amamentar (p= 0, 003) e possibilidade de mulheres com o mamilo invertido ou plano amamentarem (p= 0, 001) (Tabela 1).

Tabela 1
– Comparação do conhecimento entre puérperas e gestantes sobre o aleitamento materno

Ao questionar ambos os grupos a respeito de dúvidas em relação ao AM em geral, no grupo de puérperas 8,9% (n=7) e no grupo de gestantes 34,3% (n= 12) relataram ter dúvidas quanto à amamentação. A maior frequência do relato de dúvidas para o grupo de gestantes (n=12) é significantemente maior em relação ao grupo de puérperas (n=7) (p=0,002). As principais dúvidas relatadas pelas gestantes foram em relação à produção de leite, colostro no pós-parto 11% (n= 4), e saída de secreção láctea durante a gestação 8,3% (n=3).

Em relação à análise exclusiva do grupo de puérperas (n=80), 36,3% (n=29) apresentaram queixas/dificuldades nas primeiras horas de AM (de 12 a 48 horas). Os tipos de queixas mais recorrentes (69% do total de queixas) foram: em relação à pega do recém-nascido 27,6% (n=10), à dor nas mamas 27,6% (n=10) e às “rachaduras” mamárias 13,8% (n= 5). Já quando as puérperas eram primíparas, estas apresentavam mais queixas 50% (n= 21) quando comparada com as que já possuíam um ou mais filhos 21,1% (n= 8) (p= 0, 014).

Ao associar a variável idade com o conhecimento sobre aleitamento materno (Figura 1) constatou-se que no grupo de puérperas quanto maior a idade da puérpera maior o percentual de conhecimento (r= 0, 283; p=0,011). Já no grupo de gestantes, não houve associação entre estas variáveis (r= 0, 017; p=0,920).

Figura 1
– Associação da idade com o conhecimento em relação à amamentação (grupo de puérperas e gestantes)

A Tabela 2 apresenta as frequências absolutas de respostas afirmativas para questões direcionadas à amostra de puérperas. Quando questionadas sobre fatores que possam prejudicar o aleitamento materno as respostas mais citadas como prejudiciais foram as seguintes: recém-nascido realizar a pega só no mamilo; o recém-nascido não realizar a pega a aréola; estar com “rachaduras”; não estar com leite ou ter pouco leite; estar com dor nas mamas; o recém-nascido dormir enquanto mama.

Tabela 2
– Frequência de respostas de questões específicas para puérperas

DISCUSSÃO

O atual cenário cultural a respeito da maternidade delimita a idéia que a mulher é a principal responsável pelo cuidado com seu filho, pois a mesma é quem pode engravidar e amamentar 1818 . Junges CF, Ressel LB, Budó MLD, Padoin SMM, Hoffmann IC, Sehnem GD. Percepções de puérperas quanto aos fatores que influenciam o aleitamento materno. Rev Gaúcha Enferm. 2010;31(2):343-50.. Neste Contexto, é papel dos profissionais de saúde desmistificar este pensamento e visarem práticas de promoção ao aleitamento materno e incentivar o apoio da família durante a gravidez e amamentação, pois a rede familiar de apoio à mulher é essencial na assistência puerperal1919 . Carvalhes MABL, Correa CRH. Identificação de dificuldades no início do aleitamento materno mediante a aplicação de protocolo. J pediatr. 2003; 79(1):13-20..

No estudo observou-se que as puérperas apresentaram mais conhecimento sobre aleitamento materno (p = < 0, 001) e as gestantes apresentaram mais dúvidas que as puérperas (p=0,002). Possivelmente, isso ocorreu pelo fato da puérpera ter completado todo seu pré-natal e por ter recebido assistência de diversos profissionais de saúde e orientações quanto ao AM. Ainda, existe a influência do local do estudo fazer parte de um Hospital Amigo da Criança, o qual propõe modificações nas rotinas das maternidades, sugerindo que todos os profissionais da equipe que prestam assistência às mães e recém-nascidos sejam capacitados adequadamente no manejo clínico da amamentação 1919 . Carvalhes MABL, Correa CRH. Identificação de dificuldades no início do aleitamento materno mediante a aplicação de protocolo. J pediatr. 2003; 79(1):13-20.

20 . Venâncio, S.I. Dificuldades para o estabelecimento da amamentação: o papel das práticas assistenciais das maternidades. J pediatr. 2003;79(1):1-2.
-2121 . Araujo MFM, Otto AFN, Schmitz BAS. Primeira avaliação do cumprimento dos “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno” nos Hospitais Amigos da Criança do Brasil. Rev Bras Saude Mater Infant. 2003;3(4):411-9..

Ainda, observa-se que as gestantes possuem mais dúvidas em aspectos ligados ao campo de estudo da Fonoaudiologia (benefício para o crescimento facial, para o desenvolvimento da fala da criança, para a prevenção de problemas auditivos). A equipe de Fonoaudiologia precisa estar inserida em ações desde o pré-natal, fazendo com que a mulher amplie sua visão nestes aspectos 1818 . Junges CF, Ressel LB, Budó MLD, Padoin SMM, Hoffmann IC, Sehnem GD. Percepções de puérperas quanto aos fatores que influenciam o aleitamento materno. Rev Gaúcha Enferm. 2010;31(2):343-50.,1919 . Carvalhes MABL, Correa CRH. Identificação de dificuldades no início do aleitamento materno mediante a aplicação de protocolo. J pediatr. 2003; 79(1):13-20.. Uma equipe multiprofissional que contemple as necessidades da gestante e, futuramente, da puérpera irá enriquecer as ações de promoção ao aleitamento materno exclusivo e seus benefícios. Quanto mais claro e completo for o esclarecimento sobre todas as possíveis contribuições que o ato de amamentar traz a mãe e ao seu filho, maior poderá ser a adesão a esta prática 1919 . Carvalhes MABL, Correa CRH. Identificação de dificuldades no início do aleitamento materno mediante a aplicação de protocolo. J pediatr. 2003; 79(1):13-20.,2020 . Venâncio, S.I. Dificuldades para o estabelecimento da amamentação: o papel das práticas assistenciais das maternidades. J pediatr. 2003;79(1):1-2..

Ao analisar o tipo de dúvidas em ambos os grupos se observa que há distinção entre gestantes e puérperas. No período gestacional há questionamentos a respeito da produção de leite e colostro no pós-parto e à saída de secreção láctea durante a gestação. No período puerperal o questionamento é relacionado ao tempo esperado da mamada bem como o tempo do intervalo entre as mamadas. Cabe ressaltar que se deve realizar orientações tanto no período gestacional quanto no período puerperal, pois a presença de dúvidas é uma realidade em ambos os casos e o conhecimento sobre AM deve ser construído a partir das diferentes realidades encontradas. Com base nisso o profissional precisa contextualizar suas orientações e direcioná-las à demanda existente 22.

Outro dado importante relacionado às queixas foi que as mulheres primíparas possuíram mais queixas e dificuldades que as mulheres que já tinham pelo menos um filho anterior. Em um estudo na cidade de São Paulo observou-se que quando a mulher já havia amamentado e apresentava uma experiência bem sucedida com a amamentação, a mesma se predispunha a amamentar por mais tempo e exclusivamente o próximo filho2323 . Takush SAM, Tanaka ACA, Gallo PR, Machado MAMP. Motivação de gestantes para o aleitamento materno. Motivating breastfeeding among expectant mothers Rev Nutr. 2008;21(5):491-502.. Sendo assim, pode-se refletir que a estratégia com a puérpera primípara e a puérpera que tem mais de um filho precisa ser diferenciada 2424 . Nascimento LN. Conhecimento das puérperas sobre a importância dos aspectos fonoaudiológicos relacionados ao aleitamento materno. [monografia]. Porto Alegre (RS): Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2012.. A primípara possui um fator de grande vulnerabilidade que é a inexperiência, podendo acarretar em insegurança e, ao depara-se com dificuldades, esta pode ser levada ao desmame precoce2525 . Saes SO, Goldberg TBL, Ondani LM, Valarelli TP, Carvalho AP. Conhecimento sobre amamentação: comparação entre puérperas adolescentes e adultas. Rev Paul Pediatria. 2006;24(2):121-6..

O presente estudo traz outra informação que deve receber atenção dos profissionais de saúde: a idade da puérpera. Quanto menor era a idade da mulher, menor era o conhecimento desta sobre AM. No Brasil, há relatos de índices de AM menores em adolescente e mulher jovens 2626 . Araújo OD, Cunha Al da, Lustosa LR, Nery IS, Mendonça RCM, Araújo Campelo SMA. Aleitamento materno: fatores que levam ao desmame precoce. Rev Bras Enferm. 2008;61(4):488-92.. Neste contexto, a menor idade materna está relacionada à menor duração do aleitamento, talvez motivada por diversas dificuldades que a própria gravidez não planejada pode trazer2626 . Araújo OD, Cunha Al da, Lustosa LR, Nery IS, Mendonça RCM, Araújo Campelo SMA. Aleitamento materno: fatores que levam ao desmame precoce. Rev Bras Enferm. 2008;61(4):488-92.,2727 . Melo AMDCA, Cabral PC, Albino E, Moura LMD, Menezes, AEBD, Wanderley LG. Conhecimentos e atitudes sobre aleitamento materno em primíparas da cidade do Recife, Pernambuco. Rev bras saúde matern infant. 2002;2(2):137-42.. Conscientizar e estruturar este grupo de mulheres adolescentes e jovens para que não ocorram desmotivação e desistência do AM torna-se desafio aos profissionais engajados nesta temática.

As puérperas enfrentam um período de difícil manejo nas primeiras horas de amamentação devido a dificuldades físicas nas mamas, como o ingurgitamento mamário, dor e trauma mamilar. Qualquer um destes fatores pode consistir em impedimento físico com repercussão negativa sobre o ato de amamentar, significando o rompimento com o aleitamento materno. Sendo assim a mulher poderá evitar o AM ou desmamar precocemente o recém-nascido1212 . Giugliani ERJ. Problemas comuns na lactação e seu manejo. J Pediatr. 2004;80(5 Supl):S147-S54.,2323 . Takush SAM, Tanaka ACA, Gallo PR, Machado MAMP. Motivação de gestantes para o aleitamento materno. Motivating breastfeeding among expectant mothers Rev Nutr. 2008;21(5):491-502.,2626 . Araújo OD, Cunha Al da, Lustosa LR, Nery IS, Mendonça RCM, Araújo Campelo SMA. Aleitamento materno: fatores que levam ao desmame precoce. Rev Bras Enferm. 2008;61(4):488-92..

É essencial que a mulher sinta-se adequadamente assistida nas suas dúvidas e dificuldades, para que as mesmas possam assumir com mais segurança o papel de mãe e provedora do aleitamento de seu filho2626 . Araújo OD, Cunha Al da, Lustosa LR, Nery IS, Mendonça RCM, Araújo Campelo SMA. Aleitamento materno: fatores que levam ao desmame precoce. Rev Bras Enferm. 2008;61(4):488-92.. Por estas razões a equipe assistencial deve estar preparada para o manejo com a puérpera, para auxiliar a mulher a enfrentar estas primeiras dificuldades, para evitar assim o possível desmame precoce2828 . Palmer’r L, Carlsson G, Mollberg M, Nyströ M. Severe breastfeeding difficulties: Existential lostness as a mother: Women’s lived experiences of initiating breastfeeding under severe difficulties. Int J Qual Stud Health Well-being. 2012;7(1):10846-69.

29 . Sanches MTC. Manejo clínico das disfunções orais na amamentação. J Pediatr. 2004;80(5):155-62.
-3030 . Ramo CV, Almeida JAG. Aleitamento materno: como é vivenciado por mulheres assistidas em uma unidade de saúde de referência na atenção materno-infantil em Teresina, Piauí. Rev Bras Saude Mater Infant. 2003;3(3):315-21..

CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos pode-se ter uma melhor compreensão sobre as dificuldades e dúvidas que as puérperas e as gestantes apresentam. Puérperas apresentam maior conhecimento a respeito do AM do que as gestantes da amostra estudada. Gestantes apresentam mais dúvidas a respeito do AM do que as puérperas entrevistadas.

Os dados sinalizam que as abordagens da equipe multiprofissional precisam ser diferenciadas considerando as diferenças entre os grupos (mulheres primíparas, adolescentes e jovens), evitando assim o desmame precoce.

Há a necessidade dos profissionais de saúde orientar quanto à prevenção e promoção do aleitamento materno direcionando para a demanda de dúvidas e dificuldades no período gestacional, objetivando que a gestante tenha boas condições para amamentar e a conscientização sobre a amamentação natural, chegando ao período puerperal mais segura e incentivada a manter aleitamento exclusivo até os seis primeiros meses pós-parto.

AGRADECIMENTOS

À dedicação e auxílio técnico das professoras Sheila Almeida e Marcia Maahs.

À colaboração com a revisão científica das professoras:

Fabiana de Oliveira e Angelica Maria G Fritscher.

Ao auxílio na coleta de dados da acadêmica Natasha Ramos.

Ao auxílio técnico estatístico de Ceres Oliveira.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Ahluwalia IB, Morrow B, D’Angelo D, Li R. Maternity care practices and breastfeeding experiences of women in different racial and ethnic groups: Pregnancy Risk Assessment and Monitoring System (PRAMS). Matern Child Health J. 2012;16(8):1672-8.
  • 2
    Levy L, Bértolo H. Manual de Aleitamento Materno. Lisboa: Comité Português para a UNICEF/Comissão Nacional Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés. Lisboa, 2008.
  • 3
    Araújo CMT, Silva GAT, Coutinho SB. Aleitamento materno e uso de chupeta: repercussões na alimentação e no desenvolvimento do sistema sensório motor oral. Rev paul pediatr. 2007;25(1):59-65.
  • 4
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Aug 2014

Histórico

  • Recebido
    26 Jun 2013
  • Aceito
    22 Out 2013
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