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A importância da capacitação em saúde auditiva: uma revisão integrativa

Resumos

A presente pesquisa teve como objetivo verificar a produção científica, sobre capacitação em saúde auditiva nos últimos cinco anos. Trata-se de uma pesquisa exploratória nas bases de dados: MEDLINE, SciELO, LILACS. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura publicada no período de 2007 a 2011, utilizando os descritores: Audição, Deficiência Auditiva, Hipoacusia, Perda Auditiva, Perda da Audição, Perda da Capacidade Auditiva, Pessoas com Deficiência Auditiva, Portadores de Deficiência Auditiva, Portadores de Insuficiência Auditiva, Portadores de Surdez, combinadas com: Capacitação, Capacitação em Serviço, Programa Saúde da Família, Capacitação de Recursos Humanos em Saúde.Foram encontrados 31 artigos e selecionados cinco, que contemplavam a temática pesquisada. Destes, três eram direcionados aos Agentes Comunitários de Saúde que atuavam em Equipes de Saúde da Família, para verificar a efetividade das capacitações em relação à saúde auditiva infantil, e dois trabalhadores de empresas, para sensibilizar os profissionais sobre a prevenção das alterações auditivas nas atividades profissionais. Dois estudos com os Agentes Comunitários de Saúde utilizaram a videoconferência e a capacitação presencial simultaneamente e outro somente presencial. Observou-se que a videoconferência é um meio que pode proporcionar a disseminação do conhecimento, no entanto deve ser utilizada de uma forma complementar. Nos estudos com trabalhadores verificou-se que as capacitações devem ser permanentes e enfocar mais o uso, manuseio e conservação dos protetores auditivos. As publicações confirmam a efetividade das capacitações, porém, há poucos trabalhos nesta área, o que vem reforçar a importância de novas pesquisas com enfoque na educação em saúde auditiva.

Audição; Capacitação; Educação em Saúde; Perda Auditiva; Promoção da Saúde


This study aimed to verify the scientific production on auditory health training in the last five years. This is an exploratory research onthe following databases: MEDLINE, SciELO, LILACS. We performed an integrative review of the published literature from 2007 to 2011, using the keywords: Hearing, Hearing Impairment, Hypoacusis and Hearing loss. People with Hearing Loss, Hearing Impaired People, combined with: Training, Training Services, Family Health Program, Human Resources Training in Health. It was found 31 articles, five were selected, which contemplated the topic researched. Of these, three were directed to the Community Health Workers who work at the Family Health Teams, the aim of these articles were verify the effectiveness of training in relation to the children’s auditory health, and two were directed to company workers, whose goal wasto raise awareness among the professionals about prevention of the hearing impairment in professional activities. One of the studieswith Community Health Agents used video conference and classroom training simultaneously and the other only classroom training. It was observed that video conference is one of ways that can provide knowledge dissemination; however it must be used in a complementary manner. In studies with workers were found that the training must be permanent and focus the use, handling and maintenance of hearing protectors. The publications confirm the effectiveness of training; however, there are few studies in this area which reinforces the importance of new researches focusing auditory health education.

Hearing; Training; Health Education; Hearing Loss; Health Promotion


INTRODUÇÃO

A saúde está diretamente relacionada ao bem-estar biopsicossocial do indivíduo e não somente à ausência de doenças. Um aspecto importante na manutenção da saúde da população é a habilidade individual de se comunicar e interrelacionar com o meio em que vive, favorecendo a qualidade de vida1. Goulart BNG, Henckel C, Martin M. Fonoaudiologia e promoção da saúde: relato de experiência baseado em visitas domiciliares. Rev CEFAC. 2010;12(5):842-9..

A comunicação é fundamental para garantir a socialização do indivíduo, e favorece a aquisição de experiências novas e a produção de atividades ativas junto à sociedade e familiares. A diminuição desse processo comunicativo pode contribuir para o afastamento social do paciente, levando a frustrações, isolamentos e depressões2. Fialho IM, Bortoli D, Mendonça GG, Pagnosim DF, Scholze AS. Percepção de idosos sobre o uso de AASI concedido pelo Sistema Único de Saúde. Rev. CEFAC. 2009;11(2):338-44.,3. Teixeira AR, Almeida LG, Jotz GP, De Barba MC. Qualidade de vida de adultos e idosos pós adaptação de próteses auditivas. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008;13(4):357-61.. Assim, verifica-se ser imprescindível prevenir problemas auditivos.

Em 2004 o Ministério da Saúde, por meio da Portaria GM/MS nº 2.073 instituiu a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, que possibilitou um avanço nas atividades relacionadas à saúde auditiva no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Este programa de assistência aos pacientes com deficiência auditiva contempla ações tanto de diagnóstico, tratamento e reabilitação, como de promoção e proteção em saúde4. Rossi-Barbosa LAR, Vieira SMFV, Manzoni CRT, Caldeira AP, Honorato-Marques R, Ribeiro JA, et al. Processo de construção de indicadores em saúde auditiva. Rev CEFAC. 2010;13(1):102-11..

Mesmo existindo um conceito fundamentado de promoção e proteção da saúde, a atuação dos profissionais ainda se restringe a ações curativas, sendo necessária a realização de políticas de educação permanente e de mudanças nos processos de formação profissional5. Molini-Avejonas DR, Mendes VLF, Amato CALH. Fonoaudiologia e Núcleos de Apoio à Saúde da Família: conceitos e referências. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(3):465-74..

O Ministério da Saúde propôs a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde visando o desenvolvimento de habilidades profissionais para aprimorar as atividades dentro da Estratégia Saúde da Família (ESF), uma vez que, para resultados eficientes em promoção e reabilitação faz-se necessário a presença de profissionais preparados atendendo a uma perspectiva integral em saúde, com atividades que possam contemplar uma prática multiprofissional e multidisciplinar6. Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o uso da videoconferência na capacitação em saúde auditiva infantil. Rev CEFAC. 2011;13(4):692-7..

As práticas em saúde necessitam de tomadas de decisões apropriadas e ocorrem a partir do momento em que os indivíduos têm de obter, processar e entender informações em saúde. Esse processo faz parte da literacia em saúde o qual influencia os modos de pensar, gerando valores, ajudando a mudar atitudes e crenças, facilitando a aquisição de competências e produzindo mudanças de comportamento e estilos de vida7.Loureiro LMJ, Mendes AMOC, Barroso TMMDA, Santos JCP, Oliveira RA, Ferreira RO. Literacia em saúde mental de adolescentes e jovens: conceitos e desafios. Rev. Enf. Ref. 2012;serIII(6):157-66..

Uma aprendizagem significativa deve ser norteada por descobertas e a valorização do aprender, onde os conteúdos devem ser trabalhados na forma de problemas, cujas relações são analisadas e interpretadas, e o conhecimento é criado e recriado de forma dialógica, em um movimento tensionador entre o saber anterior e a experiência presente8. Coriolano MWL, Lima MM, Queiroga BAM, Ruiz-Moreno L, Lima LS. Educação permanente com agentes comunitários de saúde: Uma proposta de cuidado com crianças asmáticas. Trab Educ Saúde. 2012;10(1):37-59..

Considerando as dificuldades relacionadas com a perda auditiva, principalmente nos aspectos da comunicação e socialização dos indivíduos,e a necessidade de se usar as competências aprendidas e ensinadas, a presente pesquisa teve como objetivo verificar as produções científicas relacionadas sobre capacitação em saúde auditiva nos últimos cinco anos, por serem necessárias evidências científicas que comprovem a importância destas ações.

MÉTODOS

Este é um estudo de revisão integrativa da literatura científica sobre a capacitação de profissionais de saúde e funcionários de empresas sobre saúde auditiva, Para atingir o objetivo foi realizada uma busca nas principais bases eletrônicas de periódicos: Medline, Lilacs e Scientific Eletronic Library Online (SciELO), utilizando os seguintes descritores: Audição, Deficiência Auditiva, Hipoacusia, Perda Auditiva, Perda da Audição, Perda da Capacidade Auditiva, Pessoas com Deficiência Auditiva, Portadores de Deficiência Auditiva, Portadores de Insuficiência Auditiva, Portadores de Surdez, combinadas com os descritores: Capacitação, Capacitação em Serviço, Programa Saúde da Família, Capacitação de Recursos Humanos em Saúde.

Como critérios de inclusão estabeleceu-se: artigos publicados nos últimos cinco anos, que correspondem aos anos de 2007 a 2011, nos idiomas inglês ou português e que estavam disponíveis para leitura. Os critérios de exclusão levaram em consideração os artigos que após a identificação por meio de títulos e resumos, não se enquadravam ao objetivo central da pesquisa. Os artigos de revisão, ensaios clínicos, relatos de caso, editoriais, cartas e comentários também foram excluídos.A análise do material selecionado foi realizada através da leitura crítica e qualitativa que permitiu identificar convergências, possibilitando o seguinte agrupamento por dois eixos temáticos: prática das capacitações em saúde auditiva e resultados alcançados com as capacitações em saúde auditiva.

Durante a busca, foram encontrados 31 artigos, utilizando todos os descritores escolhidos. Foram retirados nove estudos de acordo com os critérios de exclusão, sendo um comentário, seis ensaios clínicos, um relato de caso e uma revisão sistemática. Após a leitura dos 22 artigos restantes, 17 publicações foram excluídas por não estarem em acordo com o tema da pesquisa: capacitação em saúde auditiva. Dos cinco selecionados, um foi encontrado exclusivamente na base Lilacs, um na Medline, dois exclusivos na SciELO e uma referência foi encontrada tanto na base Lilacs quanto na SciELO (Figura 1). Com relação ao idioma dos artigos selecionados, um era em inglês e quatro em português. Nenhum dos artigos especificou quais foram os profissionais que realizaram as capacitações em saúde auditiva.

Figura 1
Publicações selecionadas

REVISÃO DE LITERATURA

A prática das capacitações em saúde auditiva

O termo capacitação é empregado de forma similar aos vocábulos treinamento, desenvolvimento e formação. É utilizado no sentido de ser um processo para preparar, capacitar os indivíduos a fim de melhorar a qualidade do desempenho das suas funções9. Carvalho AV, Nascimento L P. Administração de Recursos Humanos. V.1 .São Paulo: Pioneira; 2002..

As capacitações tanto no ambiente do SUS, quanto em empresas, vem fortalecer a importância da prevenção e promoção em saúde auditiva. A concepção de prevenção em saúde existe quando o indivíduo é responsabilizado pelo seu próprio estado de saúde, não levando em consideração o meio em que ele vive, e ocorre no intuito de buscar respostas para o processo saúde-doença. A promoção em saúde deve romper com a verticalização do conhecimento entre os usuários e os profissionais, uma vez que valoriza as trocas interpessoais. Neste novo modelo de educação em saúde o indivíduo passa a ser o portador de um saber voltado para o seu processo saúde-doença-cuidado1010 .Brites LS, Souza APR, Lessa AH. Fonoaudiólogo e agente comunitário de saúde: uma experiência educativa. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008; 13(3): 258-66.

Nos artigos selecionados em três pesquisas6. Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o uso da videoconferência na capacitação em saúde auditiva infantil. Rev CEFAC. 2011;13(4):692-7.,1111 . Alvarenga KF, Bevilacqua MC, Martinez MANS, Melo TM, Blasca WQ, Taga MFL. Proposta para capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva. Pró-Fono R Atual. Cient. 2008;20(3):171-6.,1212 . Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva: efetividade da videoconferência. Pró-Fono R Atual. Cient. 2010;22(2):139-44. as capacitações foram direcionadas aos ACS e nenhum deles havia participado de capacitação prévia no que refere à audição. Em dois estudos6. Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o uso da videoconferência na capacitação em saúde auditiva infantil. Rev CEFAC. 2011;13(4):692-7.,1212 . Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva: efetividade da videoconferência. Pró-Fono R Atual. Cient. 2010;22(2):139-44. a capacitação foi realizada com 50 ACS de unidades de saúde. Um terceiro artigo1111 . Alvarenga KF, Bevilacqua MC, Martinez MANS, Melo TM, Blasca WQ, Taga MFL. Proposta para capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva. Pró-Fono R Atual. Cient. 2008;20(3):171-6. tratou de uma pesquisa multicêntrica, com capacitação de 31 ACS de três unidades de Estratégia Saúde da Família (EFS) da cidade de Bauru, SP, e 75 ACS de quatro unidades de Sorocaba, SP. Duas pesquisas foram direcionadas aos trabalhadores de empresas, enfocando o tema saúde auditiva ocupacional1313 . Bramatti L, Morata TC; Marques JM. Ações educativas com enfoque positivo em programa de conservação auditiva e sua avaliação. Rev. CEFAC. 2008;10(3):398-408.,1414 . Stephenson MR, ShawPB, Stephenson CM, Graydon OS. Hearing loss prevention for carpenters: Part 2 – Demonstration projects using individualized and group training. Noise Health [serial on the Intenet]. 2011 [cited2012 may 6]; 13(51): 122-31. Available from: http://www.noiseandhealth.org/text.asp?2011/13/51/122/77213.
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. Em uma delas,a capacitação foi realizada com 61 trabalhadores de uma empresa frigorífica, abordando as crenças e atitudes sobre conservação auditiva1212 . Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva: efetividade da videoconferência. Pró-Fono R Atual. Cient. 2010;22(2):139-44.. E em outra realizou-se um treinamento de um ano com 103 carpinteiros aprendizes, abordando as atitudes e crenças relacionadas à prevenção de perdas auditivas. Os participantes foram divididos aleatoriamente, sendo que metade dos participantes recebeu orientação de forma coletiva e a outra metade individualmente1414 . Stephenson MR, ShawPB, Stephenson CM, Graydon OS. Hearing loss prevention for carpenters: Part 2 – Demonstration projects using individualized and group training. Noise Health [serial on the Intenet]. 2011 [cited2012 may 6]; 13(51): 122-31. Available from: http://www.noiseandhealth.org/text.asp?2011/13/51/122/77213.
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Alguns estudos realizaram a coleta de dados aplicando um protocolo antes e após a capacitação de todos os participantes da amostra, no intuito de verificar sua efetividade1212 . Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva: efetividade da videoconferência. Pró-Fono R Atual. Cient. 2010;22(2):139-44.

13 . Bramatti L, Morata TC; Marques JM. Ações educativas com enfoque positivo em programa de conservação auditiva e sua avaliação. Rev. CEFAC. 2008;10(3):398-408.
-1414 . Stephenson MR, ShawPB, Stephenson CM, Graydon OS. Hearing loss prevention for carpenters: Part 2 – Demonstration projects using individualized and group training. Noise Health [serial on the Intenet]. 2011 [cited2012 may 6]; 13(51): 122-31. Available from: http://www.noiseandhealth.org/text.asp?2011/13/51/122/77213.
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. Em um dos trabalhos o protocolo foi aplicado para metade dos participantes antes e depois da capacitação. A outra metade foi aplicado apenas um protocolo e eles não participaram da capacitação1313 . Bramatti L, Morata TC; Marques JM. Ações educativas com enfoque positivo em programa de conservação auditiva e sua avaliação. Rev. CEFAC. 2008;10(3):398-408.. Na pesquisa com os carpinteiros, os indivíduos responderam ao questionário proposto em quatro momentos distintos: antes e após o treinamento e, no início e final do ano seguinte1414 . Stephenson MR, ShawPB, Stephenson CM, Graydon OS. Hearing loss prevention for carpenters: Part 2 – Demonstration projects using individualized and group training. Noise Health [serial on the Intenet]. 2011 [cited2012 may 6]; 13(51): 122-31. Available from: http://www.noiseandhealth.org/text.asp?2011/13/51/122/77213.
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. Em outro estudo foi elaborado um protocolo e aplicado após a capacitação, levando em consideração a opinião dos participantes sobre a atividade6. Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o uso da videoconferência na capacitação em saúde auditiva infantil. Rev CEFAC. 2011;13(4):692-7.. Os protocolos utilizados nas pesquisas selecionadas tem o objetivo de quantificar os resultados, demonstrando a importância de atividades voltadas para a prevenção da saúde auditiva.

Protocolos são instrumentos direcionadores da atenção à saúde dos usuários, apresentando características voltadas para ações preventivas, promocionais e educativas. Seu emprego é fundamental à organização dos serviços e está diretamente relacionado à definição do modelo de atenção e à construção do processo de trabalho que se deseja implantar1515 . Werneck MAF, Faria HP, Campos KFC. Protocolo de cuidado à saúde e organização do serviço. Belo Horizonte: COOPMED; 2009.. São, portanto, importantes instrumentos norteadores, pois auxiliam na qualificação das necessidades e direcionamento adequado.

Em relação ao objetivo, dois estudos trataram da necessidade de sensibilizar profissionais sobre a importância de prevenir alterações auditivas durante o exercício das atividades profissionais. As capacitações foram precedidas de exames audiológicos1313 . Bramatti L, Morata TC; Marques JM. Ações educativas com enfoque positivo em programa de conservação auditiva e sua avaliação. Rev. CEFAC. 2008;10(3):398-408.,1414 . Stephenson MR, ShawPB, Stephenson CM, Graydon OS. Hearing loss prevention for carpenters: Part 2 – Demonstration projects using individualized and group training. Noise Health [serial on the Intenet]. 2011 [cited2012 may 6]; 13(51): 122-31. Available from: http://www.noiseandhealth.org/text.asp?2011/13/51/122/77213.
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. Nas outras três pesquisas, o objetivo foi verificar a efetividade das capacitações sobre saúde auditiva infantil, voltadas para ACS6. Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o uso da videoconferência na capacitação em saúde auditiva infantil. Rev CEFAC. 2011;13(4):692-7.,1111 . Alvarenga KF, Bevilacqua MC, Martinez MANS, Melo TM, Blasca WQ, Taga MFL. Proposta para capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva. Pró-Fono R Atual. Cient. 2008;20(3):171-6..

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde visa a transformação do trabalho no setor da saúde voltada para uma atuação crítica, reflexiva, propositiva, compromissada e tecnicamente competente1616 . Lima JVC, Turini B, Carvalho BG, Nunes EFPA, Lepre RL, Mainardes P, et al. A educação permanente em saúde como estratégia pedagógica de transformação das práticas: possibilidades e limites. TrabEduc Saúde. 2010;8(2):207-27..

As capacitações em saúde, tanto no ambiente da saúde pública quanto em ambientes empresariais precisam levar em consideração o desenvolvimento de competências, utilizando métodos de ensino-aprendizagem inovadores, reflexivos, críticos e centrados no educando, tendo como objetivos centrais a transformação dos pacientes e sujeitos ativos1717 . Gomes KO, Cotta RMM, Cherchiglia ML, Mitre SM, Batista RS. A práxis do agente comunitário de saúde no contexto do programa saúde da família: reflexões estratégicas. Saude Soc. 2009;18(4):744-55..

Existe a preocupação, por parte do Ministério da Saúde, de capacitar profissionais das diversas áreas da saúde. A ampla cobertura da saúde da família tem impacto na Rede de Atenção à Saúde Auditiva, e capacitando os profissionais, estes irão atuar diretamente em ações de promoção à saúde auditiva junto à comunidade em todos os ciclos de vida. Existe consenso de que a capacitação de profissionais de saúde para atuarem em saúde auditiva traz benefícios para a população, mudando o comportamento de profissionais e gestores públicos, tanto no conhecimento sobre o tema, quanto no acesso dos deficientes auditivos nos serviços de saúde1818 . Melo TM, Alvarenga KF. Capacitação de profissionais da saúde na área de saúde auditiva: revisão sistemática. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(2):280-6..

Quanto à estrutura logística, três estudos não relataram o local e a estrutura das salas utilizadas para a realização das capacitações6. Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o uso da videoconferência na capacitação em saúde auditiva infantil. Rev CEFAC. 2011;13(4):692-7.,1212 . Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva: efetividade da videoconferência. Pró-Fono R Atual. Cient. 2010;22(2):139-44.,1313 . Bramatti L, Morata TC; Marques JM. Ações educativas com enfoque positivo em programa de conservação auditiva e sua avaliação. Rev. CEFAC. 2008;10(3):398-408., outro relatou a localização da sala em apenas um dos centros integrados à pesquisa, sendo este o anfiteatro de um hospital do município, mas não há relatos da estrutura física do mesmo1919 . Cézar MRV. Atuação do fonoaudiólogo na prevenção da perda auditiva induzida por ruído. CEFAC. 2000. Available from: http://xa.yimg.com/kq/groups/15597459/1081818890/name/6c632bfa6a1536f760aad180eb36afae.pdf.
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. Em um artigo, as capacitações foram realizadas nas dependências de uma faculdade, com sala apropriada para realização de videoconferência e outra para a capacitação presencial1212 . Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva: efetividade da videoconferência. Pró-Fono R Atual. Cient. 2010;22(2):139-44.. Em outro trabalho onde também se utilizou videoconferência durante as capacitações, a estrutura das salas eram apropriadas para tais atividades, porém não cita nem o local e nem faz detalhamento físico das mesmas6. Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o uso da videoconferência na capacitação em saúde auditiva infantil. Rev CEFAC. 2011;13(4):692-7..

Em relação aos locais das atividades percebeu-se que estavam bem estruturadas. Pesquisa realizada com usuários para compreender a perspectiva sobre Educação em Saúde apresentou alguns relatos destes indivíduos o que demonstra que se deve considerar a realidade local bem como suas necessidades, como por exemplo, a flexibilidade dos horários. A logística dentro de uma atividade de educação em saúde não deve estar relacionada apenas com as condições exigidas pelos profissionais mas também deve-se considerar o cotidiano dos participantes2020 . Figueiredo MFS, Rodrigues Neto JF, Leite MTS. Health education in the context of family health from the user’s perspective. Interface - Comunic., Saude, Educ. 2012;9(41):315-29..

Sobre metodologia de ensino, dois estudos realizados com ACS6. Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o uso da videoconferência na capacitação em saúde auditiva infantil. Rev CEFAC. 2011;13(4):692-7.,1212 . Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva: efetividade da videoconferência. Pró-Fono R Atual. Cient. 2010;22(2):139-44. utilizaram a videoconferência e a forma presencial de capacitação, de modo que os dois grupos participantes foram divididos aleatoriamente. Na sala de videoconferência estava presente um tutor para conduzir os questionamentos e propiciar o monitoramento/feedback sobre o áudio e vídeo utilizados e sobre o conteúdo proposto. Em ambos os estudos utilizou-se a apostila elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – Primary Ear and Hearing Care Training Resource – basic, intermediateandadvancedlevels, adaptada e validada para o Português. Em outro trabalho realizado com ACS utilizou como metodologia material audiovisual para acompanhamento das capacitações. Sendo este estudo multicêntrico, foi utilizada em apenas um dos centros uma adaptação do material proposto pela OMS – Primary Ear and Hearing Care Training Resource – basic, intermediate and advanced levels, no intuito de verificar a contribuição e a influência deste material na capacitação1111 . Alvarenga KF, Bevilacqua MC, Martinez MANS, Melo TM, Blasca WQ, Taga MFL. Proposta para capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva. Pró-Fono R Atual. Cient. 2008;20(3):171-6..

Estudo sobre Modelos Educacionais Tradicionais e Modelos Dialógicos aplicados à educação em saúde mostrou que no modelo dialógico de educação o educador e educando apresentam um papel ativo no processo de aprendizagem. É um método que propõe a construção do conhecimento, estimula a troca de experiências e proporciona aos indivíduos uma visão crítico-reflexiva da realidade. No entanto, sua aplicação vem sendo um desafio, uma vez que os profissionais ainda não têm conhecimento desse método. Os autores enfatizam a necessidade de programas de capacitação profissional, por meio da Educação Permanente, para o desempenho das atividades educativas2121 . Figueiredo MFS, Rodrigues Neto JF, Leite MTS. Modelos aplicados às atividades de educação em saúde. Rev. bras. enferm. 2010;63(1):117-21..

Na pesquisa com trabalhadores pode-se observar um desconhecimento por parte dos mesmos sobre os efeitos do ruído no organismo, o que torna imprescindível a implantação de programas de capacitação sobre o uso correto dos protetores auriculares2222 . Valenzuela MAS, Villagra CEA. Estrategia Frente a la Problemática delRuido Ocupacional. Ciencia & Trabajo. 2006;8(20):58-64.. Em um dos estudos com trabalhadores foram utilizados como instrumento de capacitação Datashow, slides com imagens e conteúdo escrito, músicas, e situações diárias vivenciadas pelos trabalhadores1313 . Bramatti L, Morata TC; Marques JM. Ações educativas com enfoque positivo em programa de conservação auditiva e sua avaliação. Rev. CEFAC. 2008;10(3):398-408.. Em outro empregou-se a discussão interativa liderada por um instrutor e material audiovisual informativo, por um período de 30 minutos. Posteriormente realizou-se um treinamento prático com duração de 45 minutos1414 . Stephenson MR, ShawPB, Stephenson CM, Graydon OS. Hearing loss prevention for carpenters: Part 2 – Demonstration projects using individualized and group training. Noise Health [serial on the Intenet]. 2011 [cited2012 may 6]; 13(51): 122-31. Available from: http://www.noiseandhealth.org/text.asp?2011/13/51/122/77213.
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. O uso de metodologias de ensino motivadoras na aprendizagem para os participantes de capacitações foi importante, uma vez que garantiram uma fixação do assunto e a concretização de um trabalho preventivo mais eficiente.

O objetivo da educação em saúde é prevenir doenças e promover a saúde, por meio de saberes devidamente orientados, onde o conhecimento científico produzido deve atingir o cotidiano das pessoas. Deve criar circunstâncias favoráveis às reflexões sobre a saúde do indivíduo, voltadas para as práticas do cuidado, as mudanças de comportamento potencialmente prejudiciais à saúde, a aquisição de hábitos favoráveis ao bem comum e à saúde pessoal2323 . Alves VS. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interface – Comunic Saúde Educ. 2005;9(16):39-52..

O processo de ensino-aprendizagem deve produzir uma reflexão no educando, onde este possa ser capaz de provocar mudanças na sua realidade social, permitindo a integração do indivíduo como sujeito, transformando o mundo e estabelecendo relações com os outros e com o ambiente8. Coriolano MWL, Lima MM, Queiroga BAM, Ruiz-Moreno L, Lima LS. Educação permanente com agentes comunitários de saúde: Uma proposta de cuidado com crianças asmáticas. Trab Educ Saúde. 2012;10(1):37-59..

Dessa forma, a aprendizagem estimula a discussão, permite o reconhecimento do saber e, a valorização das realidades e necessidades da comunidade, transformando o ambiente de aprendizagem em um ambiente democrático e valorizando os conhecimentos prévios dos educandos, vem fortalecer o processo de ensino-aprendizagem11.

Os resultados alcançados com as capacitações em saúde auditiva

O estudo com ACS comprovou a eficácia do uso de materiais auxiliares utilizados para garantir um trabalho mais interativo, com a participação dos sujeitos e suas experiências durante as capacitações1111 . Alvarenga KF, Bevilacqua MC, Martinez MANS, Melo TM, Blasca WQ, Taga MFL. Proposta para capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva. Pró-Fono R Atual. Cient. 2008;20(3):171-6.. Em duas pesquisas, com atividades por meio de videoconferência, pode-se concluir que estas ainda são muito escassas para o processo de capacitação dos profissionais no ambiente do SUS. A videoconferência é um meio que pode proporcionar a disseminação do conhecimento em todas as regiões do Brasil e aperfeiçoar a atuação dos ACS e demais profissionais. Apesar de ser uma ferramenta de Educação em Saúde eficiente, deve ser utilizada de forma complementar6. Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o uso da videoconferência na capacitação em saúde auditiva infantil. Rev CEFAC. 2011;13(4):692-7.,1212 . Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva: efetividade da videoconferência. Pró-Fono R Atual. Cient. 2010;22(2):139-44..

No trabalho realizado com empregados de um frigorífico observou-se a necessidade de enfocar mais o uso, manuseio e conservação dos protetores auditivos, pois isso refletirá na redução de riscos para a saúde. Cita a importância da capacitação permanente que vem garantir um ganho não só para o trabalhador, mas também, para a empresa e para a sociedade1313 . Bramatti L, Morata TC; Marques JM. Ações educativas com enfoque positivo em programa de conservação auditiva e sua avaliação. Rev. CEFAC. 2008;10(3):398-408.. No trabalho realizado com carpinteiros observou-se que os treinamentos são capazes de nivelar o conhecimento dos trabalhadores, tanto em capacitações em grupo quanto individuais, sobre as atitudes, crenças e intenções comportamentais relacionadas ao uso correto de protetores auditivos1414 . Stephenson MR, ShawPB, Stephenson CM, Graydon OS. Hearing loss prevention for carpenters: Part 2 – Demonstration projects using individualized and group training. Noise Health [serial on the Intenet]. 2011 [cited2012 may 6]; 13(51): 122-31. Available from: http://www.noiseandhealth.org/text.asp?2011/13/51/122/77213.
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Em relação aos benefícios alcançados, a contribuição de uma das pesquisas foi demonstrar antes e após a capacitação o comportamento e as atitudes dos trabalhadores com relação à perda auditiva, favorecendo uma capacitação voltada para as áreas onde existe um maior déficit. Os trabalhadores do sexo masculino e os funcionários recentes mostraram ter menor conhecimento sobre o assunto1313 . Bramatti L, Morata TC; Marques JM. Ações educativas com enfoque positivo em programa de conservação auditiva e sua avaliação. Rev. CEFAC. 2008;10(3):398-408..

Em um dos estudos com videoconferência concluiu-se que este é um método eficiente de capacitação e foi bem aceito pelos ACS6. Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o uso da videoconferência na capacitação em saúde auditiva infantil. Rev CEFAC. 2011;13(4):692-7.. E em outro estudo, também voltado para a videoconferência, observou-se melhora significativa no desempenho dos dois grupos, os que fizeram a capacitação de forma presencial e o outro por videoconferência, no entanto o último de forma menos significativa, o que mostra a importância da capacitação presencial1212 . Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva: efetividade da videoconferência. Pró-Fono R Atual. Cient. 2010;22(2):139-44.. Um dos estudos com ACS comprovou a efetividade de programas de capacitação, ao utilizar uma abordagem interativa e material didático específico1111 . Alvarenga KF, Bevilacqua MC, Martinez MANS, Melo TM, Blasca WQ, Taga MFL. Proposta para capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva. Pró-Fono R Atual. Cient. 2008;20(3):171-6..

A capacitação dos profissionais da saúde sobre saúde auditiva se apresenta como um método efetivo, pois vem auxiliar na identificação precoce de patologias auditivas. Isso ocorre a partir do momento em que os profissionais passam a obter o conhecimento sobre o assunto e procuram encaminhar os pacientes para os serviços de referência do SUS1818 . Melo TM, Alvarenga KF. Capacitação de profissionais da saúde na área de saúde auditiva: revisão sistemática. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(2):280-6..

Pesquisa com trabalhadores de empresas demonstrou ser a capacitação eficaz por influenciar positivamente quanto ao uso de protetores auriculares, em ambiente de trabalho ruidoso. Os aprendizes mostraram durante a capacitação e o treinamento a intenção e conscientização para o uso da proteção1111 . Alvarenga KF, Bevilacqua MC, Martinez MANS, Melo TM, Blasca WQ, Taga MFL. Proposta para capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva. Pró-Fono R Atual. Cient. 2008;20(3):171-6.. Observa-se assim, que as capacitações em saúde auditiva são um instrumento eficiente nas prevenções de perdas auditivas.

As publicações selecionadas confirmaram a importância e a necessidade de capacitações em saúde auditiva6. Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o uso da videoconferência na capacitação em saúde auditiva infantil. Rev CEFAC. 2011;13(4):692-7.,1111 . Alvarenga KF, Bevilacqua MC, Martinez MANS, Melo TM, Blasca WQ, Taga MFL. Proposta para capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva. Pró-Fono R Atual. Cient. 2008;20(3):171-6.

12 . Melo TM, Alvarenga KF, Blasca WQ, Taga MFL. Capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva: efetividade da videoconferência. Pró-Fono R Atual. Cient. 2010;22(2):139-44.

13 . Bramatti L, Morata TC; Marques JM. Ações educativas com enfoque positivo em programa de conservação auditiva e sua avaliação. Rev. CEFAC. 2008;10(3):398-408.
-1414 . Stephenson MR, ShawPB, Stephenson CM, Graydon OS. Hearing loss prevention for carpenters: Part 2 – Demonstration projects using individualized and group training. Noise Health [serial on the Intenet]. 2011 [cited2012 may 6]; 13(51): 122-31. Available from: http://www.noiseandhealth.org/text.asp?2011/13/51/122/77213.
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. Um dos estudos ressaltou que na capacitação deve-se incluir o tema (re)habilitação e a importância do uso do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) para que os ACS possam oferecer suporte às famílias tanto no processo diagnóstico audiológico quanto na adaptação1111 . Alvarenga KF, Bevilacqua MC, Martinez MANS, Melo TM, Blasca WQ, Taga MFL. Proposta para capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva. Pró-Fono R Atual. Cient. 2008;20(3):171-6..

A capacitação dos ACS, bem como da equipe da Saúde da Família, contribui efetivamente para a identificação da deficiência auditiva ao aumentar o conhecimento desses profissionais, que poderão encaminhar os pacientes adequadamente para os serviços de referência. Desta forma, a capacitação das equipes de atenção básica fortalecerá a Rede de Atenção à Saúde Auditiva1818 . Melo TM, Alvarenga KF. Capacitação de profissionais da saúde na área de saúde auditiva: revisão sistemática. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(2):280-6..

Um processo de capacitação eficiente deve se basear principalmente em experiências práticas, garantido e permitindo uma reflexão crítica das situações reais, uma vez que a aprendizagem não seja baseada somente na reprodução teórica do conhecimento, mas sim em estratégias onde ocorra a participação ativa e a integração da teoria com a prática1717 . Gomes KO, Cotta RMM, Cherchiglia ML, Mitre SM, Batista RS. A práxis do agente comunitário de saúde no contexto do programa saúde da família: reflexões estratégicas. Saude Soc. 2009;18(4):744-55..

O trabalho de educação para promoção da saúde constitui importante ferramenta para a redução de comorbidades e identificação precoce de distúrbios fonoaudiológicos, e contribui para ampliar a disseminação de dados e informações em relação aos direitos e deveres do usuário no SUS, colaborando para com a assistência, uma vez que, prioriza a promoção da saúde em detrimento do tratamento1. Goulart BNG, Henckel C, Martin M. Fonoaudiologia e promoção da saúde: relato de experiência baseado em visitas domiciliares. Rev CEFAC. 2010;12(5):842-9..

CONCLUSÃO

Foram selecionados cinco artigos publicados nos últimos cinco anos (2007 a 2011) sobre a capacitação de profissionais de saúde e funcionários de empresas sobre saúde auditiva, de acordo com os descritores e sinônimos de Audição, Perda Auditiva, Pessoas com Deficiência Auditiva combinadas com os descritores Capacitação, Capacitação em Serviço, Programa Saúde da Família, Capacitação de Recursos Humanos em Saúde.

As capacitações em saúde auditiva são necessárias, tanto na ESF com nos ambientes laborais, uma vez que a saúde auditiva é importante para o processo comunicativo e social dos indivíduos. No entanto as atividades voltadas para a promoção e prevenção de alterações nessa área ainda são muito restritas.

As capacitações e orientações aos profissionais no âmbito da saúde pública e em empresas são necessárias, uma vez que o processo de ensino-aprendizagem necessita de atividades que enfatizem a importância de se detectar e prevenir alterações auditivas.

Para o ensino-aprendizagem são necessários métodos motivadores, reflexivos e críticos para que os educandos sejam sujeitos ativos. Criar tais circunstâncias favoráveis torna-se importante para garantir a fixação do assunto e um trabalho preventivo mais eficiente.

Após a avaliação e a análise dos artigos incluídos neste estudo, concluiu-se que poucos trabalhos enfatizam a importância de capacitações em saúde auditiva, observando-se a necessidade de inclusão de novas pesquisas que poderiam demonstrar a efetividade da atividade educativa para a prevenção auditiva.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Aug 2014

Histórico

  • Recebido
    28 Maio 2013
  • Aceito
    30 Nov 2013
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