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Índice de desvantagem para o canto moderno em cantores evangélicos de igrejas tradicionais e pentecostais

Resumos

OBJETIVO:

verificar queixas, sintomas vocais e laringofaríngeos e desvantagem vocal de cantores evangélicos, comparando cantores de igrejas tradicionais com cantores de igrejas pentecostais.

MÉTODOS:

foram analisados 100 cantores evangélicos, de ambos os sexos, divididos em grupos tradicional e pentecostal. Aplicou-se um questionário sobre profissão, autoimagem vocal, queixa, sintomas vocais/laríngeos e o protocolo Índice de Desvantagem Vocal para o Canto Moderno. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente por meio do cálculo da média, porcentagem e comparação entre os grupos (Teste de Mann-Whitney com nível de significância 5%).

RESULTADOS:

a maioria dos cantores evangélicos não utiliza a voz profissionalmente, e 2% têm conhecimentos sobre técnicas e preparação vocal. O tempo em atividades de canto/ensaio varia de 6 a 8 horas semanais e mais da metade do grupo analisado referiu possuir boa voz. Não houve diferenças significantes quanto às queixas vocais e laringofaríngeas, na comparação entre os grupos. Cantores evangélicos tradicionais apresentaram maior frequência do sintoma vocal "voz forte" quando comparados aos cantores pentecostais, considerando o gênero masculino (p=0,002). Cantores pentecostais do gênero feminino referiram pior resultado para incapacidade (p=0,008), desvantagem (p>0,000) e defeito (p=0,004), quando comparados aos cantores tradicionais do gênero feminino.

CONCLUSÃO:

com exceção do sintoma "voz forte" mais relatado pelos cantores masculinos do Grupo Tradicional, não houve diferenças significantes em relação à queixa vocal e sintomas vocais entre os grupos estudados. Mulheres do grupo Pentecostal apresentaram pior resultado nas três subescalas, revelando maior desvantagem vocal do que mulheres do grupo Tradicional.

Voz; Distúrbios da Voz; Qualidade de Vida; Religião; Canto


PURPOSE:

to verify complaints, vocal and laryngeal symptoms, and voice handicap in gospel singers, comparing the singers from traditional churches and the pentecostal ones.

METHODS:

it was analyzed 100 gospel singers from both sexes, divided in traditional and Pentecostal groups. It was addressed a questionnaire about profession, vocal self-image, complaints, vocal/laryngeal symptoms, and the Modern Singing Handicap Index. The obtained data were analyzed statistically using the mean calculus, percentage, and comparison between groups (Mann-Whitney Test with a significance level of 5%).

RESULTS:

the majority of gospel singers do not use their voices professionally, and 2% have knowledge about techniques and voice prepare. The time of singing activities vary from 6 to 8 hour per week and more than half of studied group reported a good voice. There were no significant differences regarding vocal and laryngeal complaint in the group comparison. Traditional gospel singers had higher occurrence of loud voice when compared to Pentecostal ones, regarding male gender (p=0.002). Female Pentecostal singers reported worst result to disability (p=0.08), handicap (p>0.000), and impairment (p=0.04) when compared to female singers from traditional group.

CONCLUSION:

With exception from the loud voice symptom often reported by the male traditional singers, there were no significant differences regarding vocal complaint and symptoms between the studied groups. Women from Pentecostal group had worst result in the three subscales, showing higher vocal handicap than women of traditional group.

Voice; Voice disorders; Quality of Life; Religion; Singing


Introdução

A música assume um papel de vital importância nas igrejas evangélicas e isto é evidenciado pelo fato de que toda prática coletiva de seus membros é acompanhada de música11. Costa HG. Características do Aprendizado Musical e Função dos Ministérios de Louvor nas Igrejas Evangélicas Brasileiras [monografia]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade do Rio de Janeiro; 2008..

Atualmente, é possível observar a força da música no meio evangélico. Autores relatam que a função da música é preparar os fiéis para atividades específicas, como leitura bíblica, compreensão da pregação, entrega de dízimos, momento do início e encerramento dos cultos, reuniões e encontros22. Costa PJBM, Ferreira KL, Camargo ZA, Pinho SMR. Extensão Vocal de Cantores de Coros Evangélicos Amadores. Rev CEFAC. 2006;8(1):96-106.. Por meio da música, os evangélicos expressam seu modo de viver e seu relacionamento com Deus33. Macedo JCS. Comportamento de Consumo dos Jovens Evangélicos no Segmento da Música: Um Estudo no Interior do Estado do Rio de Janeiro [dissertação]. Seropédica (RJ): Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; 2006..

A igreja evangélica possui duas denominações basicamente: igrejas tradicionais e igrejas pentecostais44. Muniz PNM. Pastores evangélicos: sintomas vocais e laringofaríngeos, qualidade vocal e perfil de participação em atividades vocais [dissertação]. Bauru (SP): Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo; 2013.. As denominações se diferem com base no conjunto de doutrinas e princípios que regem cada estilo de igreja. Nesse contexto, é possível observar diferenças entre os estilos: uma forma de culto é mais litúrgico, objetivo e racional, presente em igrejas históricas ou tradicionais, enquanto a outra tem uma abordagem com maior ênfase nas emoções, encontrado em igrejas pentecostais e neopentecostais.

A música cristã tradicional é acompanhada de vozes humanas tecnicamente trabalhadas, com uso de melodias e letras de compositores clássicos ou eruditos, geralmente sob a condução de um maestro55. Bentley I. A música sacra em duas igrejas evangélicas do DF: estudo analítico sobre a retração da música cristã tradicional ante o avanço da música cristã contemporânea [dissertação]. Brasília (DF): Universidade de Brasília, Instituto de Artes, Departamento de Música; 2009.. No pentecostalismo, o culto é realizado em ritmo festivo e alegre, momento quando os fiéis se preparam para receber os dons espirituais66. Dorneles W. Transe místico: o fator de aproximação entre culto primitivo, pós-modernismo e pentecostalismo [dissertação]. Engenheiro Coelho (SP): Imprensa Universitária Adventista; 2002.. O clima emocional e envolvente do culto é criado pelo uso de música popular, de diversos estilos. O movimento religioso necessita de uma produção musical própria, para que consiga incorporar expressivamente o novo tipo de religiosidade que ele pressupõe; a expressão musical religiosa estará sempre atrelada ao tipo de religiosidade que ela representa77. Dolghie JZ. Um estudo sobre a formação da hinódia protestante brasileira. Âncora - Rev Digital em Estudos da Religião. 2006;1:83-106..

Grupos vocais e cantores solistas estão presentes em grande parte das igrejas evangélicas. Em geral, são amadores que desenvolvem o canto por vocação, talento ou por satisfação pessoal88. Prestes T, Pereira EC, Bail DI, Dassie-Leite AP. Desvantagem vocal em cantores de igreja. Rev CEFAC. 2012;14(5):901-9.. Esses cantores podem participar do canto congregacional, em grupos99. Penteado RZ, Silva CB, Pereira PFA. Aspectos de religiosidade na saúde vocal de cantores de grupos de louvor. Rev CEFAC. 2008;10(3):359-68. ou corais22. Costa PJBM, Ferreira KL, Camargo ZA, Pinho SMR. Extensão Vocal de Cantores de Coros Evangélicos Amadores. Rev CEFAC. 2006;8(1):96-106., em uma ou várias igrejas, durante anos ao longo de suas vidas. Geralmente são indivíduos sem preparo ou acompanhamento específicos, adequados para o uso da voz cantada. Por este motivo, observa-se com frequência queixas referentes à voz nesta população. As principais queixas relacionadas ao canto, relatadas por cantores evangélicos são: dificuldade para atingir notas agudas ou graves, falta de ar para terminar frases musicais, sensação de aperto ou bola na garganta, sensação de voz fraca ou forte demais para o canto coral e desafinação1010. Ribeiro VV, Santos AB, Bonki E, Prestes T, Dassie-Leite AP. Identificação de problemas vocais enfrentados por cantores de igreja. Rev CEFAC. 2012;14(1):90-6..

Cantores evangélicos amadores relataram queixas vocais como rouquidão e pigarro constante, falhas na voz, perda de voz, garganta seca, voz fraca e dor na região de pescoço e nuca1111. Barreto TMM, Amorim GO, Trindade-Filho EM, Kanashiro CA. Perfil da saúde vocal de cantores amadores de igreja evangélica. Rev soc bras Fonoaudiol. 2011;16(2):140-5.. Durante o canto, as queixas mais reportadas foram dificuldades para alcançar notas agudas, rouquidão e falhas na voz11. Essas alterações podem ser consequência de falta de conhecimento sobre a anatomia e fisiologia vocal, classificação vocal equivocada, uso da voz de maneira inadequada, bem como desconhecimento de técnicas e treinamento vocal específico para o uso da voz cantada. Tais fatores facilitam o aparecimento de quadros de disfonias nos cantores, que apesar de serem amadores, podem apresentar comprometimento de sua qualidade de vida.

Recentemente, alguns protocolos de qualidade de vida voltados aos cantores foram traduzidos e validados para o português: o Índice de Desvantagem Vocal no Canto Clássico (IDCC) 1212. Ávila MEB, Oliveira G, Behlau M. Índice de desvantagem vocal no canto clássico (IDCC) em cantores eruditos. Pró-Fono R Atual Cient. 2010;22(3):221-6. e o Índice de Desvantagem para o Canto Moderno (IDCM) 1313. Moreti F, Rocha C, Borrego MCM, Behlau M. Desvantagem vocal no canto: análise do protocolo Índice de Desvantagem para o Canto Moderno - IDCM. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):146-51..

O IDCM nasceu de uma adaptação para cantores realizada pelo foniatra Franco Fussi, utilizando-se de questões do Índice de Desvantagem Vocal (IDV). O IDV avalia principalmente três aspectos: incapacidade, desvantagem e defeito vocal1313. Moreti F, Rocha C, Borrego MCM, Behlau M. Desvantagem vocal no canto: análise do protocolo Índice de Desvantagem para o Canto Moderno - IDCM. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):146-51.. É aplicado geralmente em indivíduos adultos que apresentam queixas vocais e, apesar de ser um protocolo com validação comprovada, não possui sensibilidade adequada para avaliar cantores1414. Cohen SM, Noordzij JP, Garrett CG, Ossoff RH. Factors associated with perception of singing voice handicap. Otolaryngol Head Neck Surg. 2008;138(4):430-4.. Já o IDCM mostra-se eficaz para a população de cantores, devendo ser utilizado como instrumento de auxílio na verificação de possíveis problemas vocais em cantores1313. Moreti F, Rocha C, Borrego MCM, Behlau M. Desvantagem vocal no canto: análise do protocolo Índice de Desvantagem para o Canto Moderno - IDCM. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):146-51..

Considerando as necessidades que ainda existem quanto à caracterização e reflexão sobre o uso vocal de cantores evangélicos, o objetivo geral desse trabalho é verificar queixas e sintomas vocais e laringofaríngeos e a desvantagem vocal de cantores evangélicos, comparando cantores de igrejas tradicionais com cantores de igrejas pentecostais.

Métodos

Trata-se de estudo observacional, transversal e prospectivo.

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição (CEP 302.062/2013), e todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Amostra

Participaram 100 cantores evangélicos de ambos os sexos, com idades entre 18 e 78 anos (média de 38 anos), divididos em dois grupos, conforme a denominação (estilo) das igrejas: Grupo Tradicional (GT) e Grupo Pentecostal (GP).

Foram incluídos no Grupo Tradicional (GT) indivíduos que frequentavam as igrejas: Batista, Presbiteriana e Luterana. Foram incluídos no Grupo Pentecostal (GP) indivíduos que frequentavam as igrejas: Assembleia de Deus, Igreja do Nazareno, Igreja da Graça, Congregação Cristã, Missionária Unida e Universal do Reino de Deus.

Para preservar a homogeneidade da amostra, foi selecionado o mesmo número de sujeitos, considerando-se o gênero: 50 cantores do sexo masculino (25 tradicionais e 25 pentecostais) e 50 cantores do sexo feminino (25 tradicionais e 25 pentecostais).

Foram incluídos em ambos os grupos cantores que praticam o canto evangélico, com experiência de no mínimo um ano de atividade no canto, mesmo que exercesse outra profissão paralelamente. Foram excluídos de ambos os grupos cantores evangélicos que poderiam estar no momento da coleta como visitantes do ministério de louvor, não pertencentes àquela igreja. Da mesma forma, foram excluídos do estudo indivíduos que declararam ter realizado tratamento médico ou fonoaudiológico devido a problemas vocais.

Procedimento

Em seguida, os indivíduos responderam a um questionário adaptado1515. Ferreira LP, Giannini SPP, Latorre MRDO, Zenari MS. Distúrbio de voz relacionado ao trabalho: proposta de um instrumento para avaliação de professores. Disturb Comun. 2007;19(1):127-36. que abordou questões sobre idade, profissão, número de horas de canto e ensaio por semana, autoimagem vocal, queixa, sintomas vocais e laringofaríngeos.

Para investigação da desvantagem vocal foi aplicado o Índice de Desvantagem Vocal para o Canto Moderno (IDCM) 1313. Moreti F, Rocha C, Borrego MCM, Behlau M. Desvantagem vocal no canto: análise do protocolo Índice de Desvantagem para o Canto Moderno - IDCM. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):146-51.. Ele é composto por 30 itens, distribuídos em três subescalas: incapacidade, desvantagem e defeito, que correspondem aos domínios funcional, emocional e orgânico, respectivamente. As respostas foram colocadas em uma escala de Likert de cinco pontos, de acordo com a frequência de ocorrência 0: nunca, 1: quase nunca, 2: às vezes, 3: quase sempre e 4: sempre. Cada domínio tem a possibilidade de ter como valor máximo, 40 pontos e o total, composto pela somatória dos três domínios, com valor máximo de 120 pontos. Quanto maior a pontuação, maior a desvantagem percebida pelo indivíduo.

Análise de dados

Os dados obtidos foram organizados e tratados estatisticamente por meio do programa Statistica for Windows versão 11.0, StatSoft Inc. Foi realizado o cálculo da média e o cálculo da porcentagem do número de sujeitos para caracterização dos grupos tradicional e pentecostal. Para comparação entre os grupos, nas variáveis ordinais, foi realizado o Teste de Mann-Whitney. Em todos os testes estatísticos foi adotado nível de significância de 5% (p<0,05).

Resultados

Os dados da Tabela 1 revelam que 82% dos cantores evangélicos não utilizam a voz profissionalmente. Os cantores que são profissionais da voz atuam como profissionais na área de vendas (8%), professores (6%), músicos (2%), gestor em recursos humanos (1%) e um atendente de público (1%).

Tabela 1:
Distribuição de indivíduos dos Grupos Tradicional e Pentecostal, em números e porcentagem, de acordo com uso profissional ou não da voz

Quanto ao número de horas de canto e ensaio por semana (Tabela 2), a amostra foi composta por cantores com média de carga horária semanal de 6 a 8 horas.

Tabela 2:
Distribuição de indivíduos dos Grupos Tradicional e Pentecostal de acordo com número de horas de canto e ensaio por semana

Em relação à imagem vocal (Tabela 3), dos cantores que referiram autopercepção positiva, 57,1% referiram possuir boa voz. É possível observar que no grupo Tradicional, 52% das mulheres apresentaram imagem vocal negativa sobre a própria voz. Dos que referiram autopercepção negativa, 18,2% referiram perceber voz fraca.

Tabela 3:
Distribuição de indivíduos dos Grupos Tradicional e Pentecostal de acordo com a queixa vocal apresentada

A Tabela 4 revela as principais queixas relatadas pelos cantores evangélicos. Não houve diferença entre os grupos estudados. A maioria dos indivíduos de ambos os grupos relatou "dificuldade em notas agudas".

Tabela 4:
Comparação de número e porcentagem de ocorrência de queixas vocais relacionados ao canto e/ou ensaios, relatados pelos indivíduos do Grupo Tradicional e Pentecostal nos últimos seis meses

A frequência de aparecimento dos sintomas vocais e laringofaríngeos são relatados nas Tabelas 5 e 6, respectivamente. Observa-se resultado estatisticamente significante na comparação entre os grupos tradicional e pentecostal, no gênero masculino, no que se refere ao sintoma vocal voz forte (alta). Não foram observados outros resultados estatisticamente significantes em relação aos sintomas vocais e laringofaríngeos.

Tabela 5:
Média das frequências dos sintomas vocais relatados pelos indivíduos do Grupo Tradicional e Pentecostal nos últimos 6 meses (0=nunca; 1=raramente; 2=às vezes; 3=quase sempre; 4=sempre)
Tabela 6:
Média das frequências dos sintomas laríngeos, relatados pelos indivíduos do Grupo Tradicional e Pentecostal nos últimos 6 meses (0=nunca; 1=raramente; 2=às vezes; 3=quase sempre; 4=sempre)

Em relação ao IDCM, na comparação entre os grupos tradicional e pentecostal, observam-se valores estatisticamente significantes nas médias dos escores das subescalas: incapacidade (p=0,008), desvantagem (p=0,000) e defeito (p=0,004), no gênero feminino. Não foram observados resultados significantes no gênero masculino (Tabela 7).

Tabela 7:
Comparação das médias e desvio padrão (Dp) dos escores dos do protocolo IDCM dos indivíduos do Grupo Tradicional e Pentecostal

Discussão

O presente estudo buscou verificar queixas e sintomas vocais e laringofaríngeos e o índice de desvantagem vocal para o canto moderno de cantores evangélicos, comparando cantores de igrejas tradicionais com cantores de igrejas pentecostais.

A maioria dos participantes deste estudo referiu não ser profissional da voz e, entre os que afirmaram utilizar a voz profissionalmente, apenas 2% declararam ter preparo vocal. Essa falta de estudo técnico observada nos cantores evangélicos desta pesquisa, também é percebida em muitos cantores populares, os quais se baseiam exclusivamente no dom que eles têm para cantar1616. Dassie-Leite AP, Duprat AC, Busch R. Comparação de hábitos de bem estar vocal entre cantores líricos e populares. Rev CEFAC. 2011;13(1):123-31.. Tal fato leva a observação de que todos os dados encontrados relacionados a queixas vocais e sintomas, bem como valores de IDCM, estão relacionados ao uso da voz durante o canto evangélico. De acordo com a literatura, há um alto índice de cantores evangélicos que não contam com o preparo ou treinamento vocal adequado99. Penteado RZ, Silva CB, Pereira PFA. Aspectos de religiosidade na saúde vocal de cantores de grupos de louvor. Rev CEFAC. 2008;10(3):359-68. , 1717. Leite GCA, Assumpção R, Campiotto AR, Silva MAA. O canto nas igrejas: o estudo do uso vocal dos coralistas e não-coralistas. Distúrb Comun. 2004;16(2):229-39..

Em relação ao número de horas de canto e ensaio por semana, o tempo médio de ensaio semanal relatado foi de aproximadamente 2 horas e 50 minutos, o que está próximo ao sugerido pela literatura1818. Lopes Junior CR, Perez KAS, Urtado MP, Patriota MV, Nogueira NA. Dinâmica de ensaio de coral [monografia]. São Carlos (SP): Universidade Federal de São Carlos; 2007.. Em contrapartida, outros autores apontam que os ensaios não devem ultrapassar de 50 minutos1919. Costa HO, Andrada e Silva MA. Voz cantada: evolução, avaliação e terapia fonoaudiológica. São Paulo: Lovise; 1998.. Em relação ao tempo de canto referente à apresentação, no presente estudo foi observada média de 4 horas e 15 minutos semanais.

A carga horária semanal de ensaios e apresentações observada neste estudo, associada à falta de técnica adequada para o canto, pode afetar a qualidade vocal dos cantores. Autores comentam que, fatores como demanda vocal elevada e falta de domínio técnico, colocam os cantores em uma situação de elevado risco vocal2020. Cohen SM, Noordzij JP, Garrett CG, Ossoff RH. Factors associated with perception of singing voice handicap. Otolaryngol Head Neck Surg. 2008;138(4):430-4. , 2121. Cohen SM, Jacobson BH, Garrett CG, Noordzij JP, Stewart MG, Attia A et al. Creation and validation of the Singing Voice Handicap Index. Ann Oto Rhino Laryngol. 2007;116(6):402-6..

Apesar de 56% dos cantores analisados referirem autopercepção vocal positiva, resultados que se assemelham aos descritos em um estudo feito com cantores de um coral profissional2222. Aquino FS, Teles LCS. Autopercepção vocal de coristas profissionais. Rev CEFAC. 2013;15(4):986-93., o presente estudo revelou que 52% das mulheres do Grupo Tradicional referiram autoimagem vocal negativa. Este fato pode retratar que esse grupo possivelmente tenha uma melhor autopercepção das alterações vocais, devido às exigências observadas no estilo de canto solicitado nas igrejas tradicionais, que se assemelha ao canto clássico ou erudito. Nesse estilo, há uma maior exigência em relação à qualidade vocal, percepção, afinação, timbre e extensão vocal2323. Behlau M, Hogikyan ND, Gasparini G. Quality of life and voice: study of a Brazilian population using the voice-related quality of life measure. Folia Phoniatr Logop. 2007;59(6):286-96., o que não é observado na denominação pentecostal, de maneira geral. É válido destacar que a vivência no canto tem influência direta na autopercepção bem como na performance vocal2424. Fuchs M, Meuret S, Thiel S, Täschner R, Dietz A, Gelbrich G. Influence of singing activity, age, and sex on voice performance parameters, on subjects' perception and use of their voice in childhood and adolescence. J Voice. 2009;23(2):182-9..

Outros fatores que podem indicar a necessidade de avaliação vocal e laríngea no grupo de cantores evangélicos, independentemente da denominação que seguem são: queixa de dor ou desconforto na garganta após canto ou ensaio, secura, voz falha ou rouquidão após canto/ensaio - sintomas relatados por ao menos 20% da amostra analisada no presente estudo. Sobre as queixas vocais e laringofaríngeas relacionadas ao canto/ensaio, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes, na comparação entre os grupos tradicional e pentecostal. Entretanto, observa-se alto índice em ambos os grupos de relatos de dificuldade em atingir notas agudas (46% do GT e 52% do GP), fator que pode estar relacionado à falta de técnicas vocais apropriadas. Fatores referidos pelos cantores após o canto/ensaio, como dor/desconforto e cansaço/ardor na garganta geralmente relacionam-se à fadiga vocal, devido ao uso excessivo da voz cantada2525. Emerich K, Sataloff RT. Chronic fatigue syndrom singers. In: Sataloff RT. Professional voice: the science and art of clinical care. San Diego: Singular; 1997. p. 447-51. , 2626. Zimmer V, Cielo CA, Ferreira FM. Comportamento vocal de cantores populares. Rev CEFAC. 2012;14(2):298-307.. A secura pode estar relacionada principalmente à hidratação insuficiente. O presente estudo permite constatar que as queixas relatadas pelos cantores evangélicos são comuns nesta população1010. Ribeiro VV, Santos AB, Bonki E, Prestes T, Dassie-Leite AP. Identificação de problemas vocais enfrentados por cantores de igreja. Rev CEFAC. 2012;14(1):90-6. , 1111. Barreto TMM, Amorim GO, Trindade-Filho EM, Kanashiro CA. Perfil da saúde vocal de cantores amadores de igreja evangélica. Rev soc bras Fonoaudiol. 2011;16(2):140-5.. Esses dados reforçam a importância do preparo vocal adequado e acompanhamento fonoaudiológico em relação à orientação sobre cuidados com a voz, hidratação e prática de exercícios vocais que podem ser utilizados antes e após o canto como aquecimento e desaquecimento vocal, a fim de amenizar tais queixas99. Penteado RZ, Silva CB, Pereira PFA. Aspectos de religiosidade na saúde vocal de cantores de grupos de louvor. Rev CEFAC. 2008;10(3):359-68. , 1010. Ribeiro VV, Santos AB, Bonki E, Prestes T, Dassie-Leite AP. Identificação de problemas vocais enfrentados por cantores de igreja. Rev CEFAC. 2012;14(1):90-6. , 1717. Leite GCA, Assumpção R, Campiotto AR, Silva MAA. O canto nas igrejas: o estudo do uso vocal dos coralistas e não-coralistas. Distúrb Comun. 2004;16(2):229-39. , 2727. Andrade SR, da Fontoura DR, Cielo CA. Inter-relações entre fonoaudiologia e canto. Música Hodie. 2007;7(1):83-98.. Além disso, a falta de informações em relação à saúde vocal pode contribuir para o desenvolvimento de alterações laríngeas e disfonia com o avanço do tempo1111. Barreto TMM, Amorim GO, Trindade-Filho EM, Kanashiro CA. Perfil da saúde vocal de cantores amadores de igreja evangélica. Rev soc bras Fonoaudiol. 2011;16(2):140-5..

Em relação aos sintomas vocais e laringofaríngeos, o gênero masculino do grupo Tradicional relatou "voz forte" estatisticamente com mais frequência quando comparado ao grupo Pentecostal. De maneira geral, este dado pode estar relacionado ao comportamento social que a denominação Tradicional geralmente solicita do indivíduo devido sua forte influência europeia11. Costa HG. Características do Aprendizado Musical e Função dos Ministérios de Louvor nas Igrejas Evangélicas Brasileiras [monografia]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade do Rio de Janeiro; 2008.. Desta forma, falar ou cantar em forte intensidade num ambiente considerado mais conservador pode parecer uma postura inadequada.

Em relação à desvantagem vocal no canto, o estudo realizado evidenciou que os cantores evangélicos do gênero feminino do Grupo Pentecostal apresentaram desvantagem vocal estatisticamente maior do que a do grupo Tradicional, nas subescalas incapacidade, defeito e desvantagem. Não foram encontrados na literatura estudos que compararam índices do IDCM em diferentes denominações evangélicas. Entretanto, um estudo2828. Souza CSA, Oliveira ISG. Qualidade de vida em voz cantada: o impacto do índice de desvantagem vocal em cantores gospel [monografia]. Belo Horizonte (MG): Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais; 2013. que investigou índice de desvantagem vocal em cantores evangélicos encontrou que o gênero feminino apresentou maiores índices do que o gênero masculino. No presente estudo não foram realizadas comparações entre gêneros, mas observa-se pelos dados apresentados que os valores são bastante próximos quando comparados os cantores do gênero masculino e feminino do grupo Tradicional, o que não ocorreu com cantores do Grupo Pentecostal, em que as mulheres apresentam valores maiores do que os homens.

Em relação à ordenação da maior desvantagem para a menor, neste estudo, o gênero feminino do grupo Pentecostal apresentou em primeiro lugar a subscala defeito (domínio orgânico), seguida pela desvantagem (domínio emocional) e pela incapacidade (domínio funcional). No gênero masculino não houve diferença significante entre os grupos estudados. Quanto ao estilo das igrejas evangélicas, o fato de as mulheres do canto pentecostal apresentarem maior desvantagem vocal do que as do canto tradicional pode estar associado aos costumes relacionados à denominação, considerando o estilo de canto e de adoração a Deus. Em contraste com o culto tradicional, identificado pela rigidez e solenidade, o culto pentecostal caracteriza-se pela informalidade e liberdade às expressões emotivas, sendo possível observar uma grande proximidade entre religião e espetáculo2929. Mendonça JDS. Canção Gospel: interações entre religião, música e cultura pós-moderna. Acta Científica. 2011;13(2):87-94.. O culto em forma de espetáculo, muitas vezes considerado como um show de adoração é autônomo em sua possibilidade litúrgica3030. Dolghie JZ, Campos BM. Sacerdócio, mercadoria e espetáculo: uma perspectiva teórica do consumo de música evangélica no Brasil. Rev Pandora Brasil. 2010 [acesso em 2013 ago 22];(25):1-21. Disponível em: http://revistapandorabrasil.com/revista_pandora/edicao25.htm
http://revistapandorabrasil.com/revista_...
. As reações dos fiéis vão desde choro, contrição e introspecção até gritos entusiasmados, danças, pulos e coreografias coletivas3030. Dolghie JZ, Campos BM. Sacerdócio, mercadoria e espetáculo: uma perspectiva teórica do consumo de música evangélica no Brasil. Rev Pandora Brasil. 2010 [acesso em 2013 ago 22];(25):1-21. Disponível em: http://revistapandorabrasil.com/revista_pandora/edicao25.htm
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De acordo com Organização Mundial da Saúde3131. Organização Mundial da Saúde. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Lisboa: 2004. p.238., incapacidade está relacionada a qualquer diminuição, ou restrição, na habilidade para exercer uma atividade habitual. Defeito é considerado qualquer perda ou anormalidade anatomofisiológica ou psicológica, temporária ou permanente. Já a desvantagem é resultante da incapacidade ou do defeito, sendo caracterizada pela limitação ou restrição na realização de um papel esperado para o indivíduo, podendo causar consequências sociais, culturais e econômicas. Assim, cantores são capazes de perceber algo de errado com sua produção vocal, e conseguem avaliar a sensação como uma limitação ou desvantagem3232. Paoliello K, Oliveira G, Behlau M. Desvantagem vocal no canto mapeado por diferentes protocolos de autoavaliação. CoDAS. 2013;25(5):463-8..

Neste estudo, o IDCM foi capaz de averiguar questões relacionadas à autopercepção de cantores evangélicos, diferenciando os grupos no que se refere ao tipo de denominação e gênero, pois traz questões específicas em que foi possível observar que as mulheres do grupo Pentecostal referiram maiores índices de desvantagem vocal quando comparadas ao grupo Tradicional, enquanto as demais questões sobre queixa e sintomas não foram capazes de detectar diferenças entre os grupos. Nesse contexto, observam-se resultados semelhantes aos descritos na literatura88. Prestes T, Pereira EC, Bail DI, Dassie-Leite AP. Desvantagem vocal em cantores de igreja. Rev CEFAC. 2012;14(5):901-9. , 1313. Moreti F, Rocha C, Borrego MCM, Behlau M. Desvantagem vocal no canto: análise do protocolo Índice de Desvantagem para o Canto Moderno - IDCM. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):146-51. , 2929. Mendonça JDS. Canção Gospel: interações entre religião, música e cultura pós-moderna. Acta Científica. 2011;13(2):87-94. , 3333. Moreti F, Ávila MEB, Rocha C, Borrego MCM, Oliveira G, Behlau M. Influência da queixa e do estilo de canto na desvantagem vocal de cantores. J Soc Bras Fonoaudiol. 2012;24(3):296-300., em que o IDCM demonstra ser uma ferramenta sensível e eficaz para avaliar cantores de diferentes estilos. Este fato aponta para a necessidade de aplicação do protocolo IDCM como complemento da avaliação de cantores evangélicos.

Conclusão

Com exceção do sintoma "voz forte" mais relatado pelos cantores masculinos do Grupo Tradicional, não houve diferenças significantes em relação à queixa vocal e sintomas vocais entre os grupos estudados.

Mulheres do grupo Pentecostal apresentaram maior IDCM nas três subescalas, revelando maior desvantagem vocal do que mulheres do grupo Tradicional. Os valores do IDCM, nas três subscalas, foram relativamente baixos em ambos os grupos, revelando assim pouca percepção nas questões relacionadas à voz, principalmente no gênero masculino, independentemente do estilo evangélico que seguem. Entretanto, o IDCM foi capaz de averiguar questões relacionadas à autopercepção de cantores evangélicos, diferenciando os grupos no que se refere ao tipo de denominação e gênero.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Mar-Apr 2015

Histórico

  • Recebido
    19 Fev 2014
  • Aceito
    19 Jun 2014
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