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Fonoaudiólogos brasileiros titulados doutores no período de 2009 a 2013: perfil da formação

Resumos

OBJETIVO:

analisar a formação de fonoaudiólogos brasileiros titulados doutores no período de 2009 a 2013.

MÉTODOS:

o levantamento dos dados foi realizado por meio de consulta à Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico a partir dos termos "Fonoaudiologia" e "doutores", e considerado como critério de inclusão ser fonoaudiólogo e ter-se titulado doutor no período determinado. Os dados foram categorizados segundo as variáveis: sexo, ano de defesa da tese, instituição de ensino, inserção do programa em que a tese foi desenvolvida, segundo área de conhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e temática desenvolvida na tese, de acordo com as áreas estabelecidas na Fonoaudiologia e reconhecidas pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Os dados foram analisados de forma descritiva e estatística. Aplicou-se o teste de associação pelo qui-quadrado e para a análise de tendência foi aplicada a regressão polinomial de segunda ordem. Assumiu-se um nível descritivo de 5%.

RESULTADOS:

o período avaliado totalizou 271 doutorados defendidos. Desses, maior número de teses foi realizada por mulheres (266-98,2%), no ano de 2012 (72-26,6%), em universidades públicas (216-79,7%), situadas na região Sudeste (188-69,4%), em programas pertencentes à área de Ciências da Saúde (174-64,2%) e de temática relacionada à linguagem (95-35,1%).

CONCLUSÕES:

o levantamento, somado a pesquisas anteriores, evidencia um total de 775 doutores, com perfil semelhante ao levantado anteriormente, mas diferindo quanto à inserção de fonoaudiólogos em programas de pós-graduação não relacionados apenas à área de saúde, refletindo a ampliação dos diversos campos de atuação desse profissional.

Fonoaudiologia; Indicadores de Produção Científica; Ensino; Pesquisa


PURPOSE:

to analyze the formation of Brazilian speech-language pathologists (SLP) PhDs in the period 2009-2013.

METHODS:

data collection was done through consultation with the Lattes Platform from the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq) with the descriptors "Language and Hearing Sciences and "PhDs" and considered as inclusion criteria to be speech-language pathologist and have earned a PhD degree in the determined period The data were categorized according to the variables: gender, year of submission of the thesis, School, insertion of program by area of ​​expertise of the CNPq and theme developed in the thesis according to the areas set out in the Language and Hearing Sciences and recognized by the Brazilian Society Speech, Language and Hearing Sciences. Data were analyzed descriptively and statistically. We applied the test of association using the chi-square for trend analysis to second-order polynomial regression was applied and and it was taken a significance level of 5%.

RESULTS:

the reporting period totaled 271 PhDs degrees and the largest number of theses was achieved by women (266- 98.2%), in 2012 (72- 26.6%), in public universities (216- 79.7%), located in the Southeast region (188 -69.4%), belonging to the Health Sciences Programs (174- 64.2%), and written on language-related topics (95- 35.1%).

CONCLUSIONS:

the survey, coupled with previous research, showing a total of 775 doctors with similar profile to the previously researches but differing in the SLP insertion in graduate programs not only linked to the health areas, reflecting the expansion of the various performance of this professional fields.

Speech, Language and Hearing Sciences; Scientific Publication Indicators; Teaching; Research


Introdução

Os doutores, embora correspondam à proporção relativamente pequena da população total, têm papel estratégico no processo de produção e transmissão de conhecimentos e tecnologias. Registro recente reconhece o aumento gradativo no número de doutores formados em universidades de vários países membros da Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD), em que de 154.000 doutores titulados em 2000, houve um acréscimo de 38%, fato que levou ao registro de 213.000 em 200911. Organisation for Economic Co-operation and Development- OECD Innovation Strategy, OECD 2010. [acesso em 2013 Nov 10]. Disponível em: http://www.oecd.org/sti/45326349.pdf.
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. No Brasil, também se observa o aumento no número de doutores e de programas de pós-graduação, uma vez que em 2002 foram computados 32 programas de doutorado e 891 de mestrado/doutorado, com um total de 37.728 alunos de doutorado, e em 2012, 53 programas de doutorado e 1.664 programas de mestrado/doutorado, e 79.478 alunos de doutorado22. GEOCAPES. Distribuição de bolsa de pós-graduação no Brasil por Estado. 2013 [acesso em 2013 Nov 10]. Disponível em: http://geocapes.capes.gov.br/geocapesds/#app=c501&da7a-selectedIndex=0&5317-selectedIndex=0&dbcb-selectedIndex=0.
http://geocapes.capes.gov.br/geocapesds/...
.

Esse aumento no número de doutores se reflete na maior quantidade e qualidade das pesquisas brasileiras, resultado de fatores como criação e expansão dos cursos de mestrado e doutorado, principalmente a partir da segunda metade do século XX33. Guimarães R. Desafios da pós-graduação em saúde humana no Brasil. Rev Saúde Pública. 2011;45(1):1-13. , 44. Schaurich D, Crossetti MGO, Padoin SMM. Filosofia Buberiana e a produção da pós-graduação stricto sensu brasileira: revisão integrativa. Rev Bras Enferm. 2011;64(6):1132-40.. Em especial, esse aspecto também foi registrado na Fonoaudiologia que apresenta um registro cada vez maior de produções científicas, certamente em decorrência ao maior reconhecimento da profissão e do crescimento do número de fonoaudiólogos inseridos em Programas de Pós-Graduação em nível de Mestrado e Doutorado55. Borges LBN. A escrita que a fonoaudiologia vem escrevendo. [Dissertação]. São Paulo (SP): Departamento de Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica São Paulo; 2003..

A análise da produção científica tem sido valorizada em levantamentos realizados nos últimos anos66. Virtuoso JF, Haupenthal A, Pereira ND, Martins CP, Knabben RJ, Andrade A. A produção de conhecimento em fisioterapia: análise de periódicos nacionais (1996 a 2009). Fisioter Mov. 2011;24(1):173-80.

7. Ferreira LL. Variabilidade da frequência cardíaca como recurso em fisioterapia: análise de periódicos nacionais. Fisioter. mov. 2013;26(1):25-36.

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12. Olinto MTA, Lira PIC, Marchini JS, Kac G. Formação humana, pesquisa e produção científica na subárea de avaliação "nutrição" da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, no Brasil, de 2007 a 2009. Rev. Nutr 2011;24(6):917-26.

13. Canella DS, Silva ACF, Jaime PC. Produção científica sobre nutrição no âmbito da Atenção Primária à Saúde no Brasil: uma revisão de literatura. Ciênc. saúde coletiva. 2013;18(2):297-308.

14. Leite BD, Oliveira EA, Queiroz IN, Martelli DR, Oliveira MC, Martelli Júnior H. Profile of the Researchers with Productivity Grants in the Brazilian National Research Council (CNPq) of the Physical Education Area. Motri. [periódico na Internet]. 2012 Jul [citado 2014 Ago 07]; 8(3): 90-8. Disponível em: http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-107X2012000300010&lng=pt. http://dx.doi.org/10.6063/motricidade.8(3).1160.
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- 1515. Lazzarotti Filho A, Silva AM, Nascimento JV, Mascarenhas F. Modus operandi da produção científica da educação física: uma análise das revistas e suas veiculações. Rev. educ. fis. UEM. 2012;22(1):1-14.. Conhecer o perfil de formação dos profissionais da área, sua produção científica e capacidade para formação de futuros pesquisadores, ajudam tanto a construir uma fotografia de sua identidade atual quanto a projetar cenários futuros. Uma profissão de saúde consolidada pode conseguir preparar os seus membros para atender as necessi dades terapêuticas da população, assim como prever futuras deman das clínicas e preventivas1111. Coury HJCG, Vilella I. Perfil do pesquisador fisioterapeuta brasileiro. Rev Bras Fisioter. 2009;13(4):356-63.. Fato este demonstrado também em outras áreas, como Educação99. Ramos MY, Lea Velho L. Formação de doutores no Brasil: O esgotamento do modelo vigente frente aos desafios colocados pela emergência do sistema global de ciência. Avaliação : Rev Avaliação da Educação Superior. 2013;18(1):219-46., Enfermagem1010. Erdmann AL, Andrade SR, Santos JLG, Oliveira RJT. Perfil dos egressos de gerenciamento de enfermagem dos Programas da área de Enfermagem da Região Sul. Rev Esc Enferm USP. 2011;45(Esp):1551-7., Fisioterapia66. Virtuoso JF, Haupenthal A, Pereira ND, Martins CP, Knabben RJ, Andrade A. A produção de conhecimento em fisioterapia: análise de periódicos nacionais (1996 a 2009). Fisioter Mov. 2011;24(1):173-80. , 1111. Coury HJCG, Vilella I. Perfil do pesquisador fisioterapeuta brasileiro. Rev Bras Fisioter. 2009;13(4):356-63., Nutrição1212. Olinto MTA, Lira PIC, Marchini JS, Kac G. Formação humana, pesquisa e produção científica na subárea de avaliação "nutrição" da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, no Brasil, de 2007 a 2009. Rev. Nutr 2011;24(6):917-26. , 1313. Canella DS, Silva ACF, Jaime PC. Produção científica sobre nutrição no âmbito da Atenção Primária à Saúde no Brasil: uma revisão de literatura. Ciênc. saúde coletiva. 2013;18(2):297-308. e Educação Física1414. Leite BD, Oliveira EA, Queiroz IN, Martelli DR, Oliveira MC, Martelli Júnior H. Profile of the Researchers with Productivity Grants in the Brazilian National Research Council (CNPq) of the Physical Education Area. Motri. [periódico na Internet]. 2012 Jul [citado 2014 Ago 07]; 8(3): 90-8. Disponível em: http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-107X2012000300010&lng=pt. http://dx.doi.org/10.6063/motricidade.8(3).1160.
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, 1515. Lazzarotti Filho A, Silva AM, Nascimento JV, Mascarenhas F. Modus operandi da produção científica da educação física: uma análise das revistas e suas veiculações. Rev. educ. fis. UEM. 2012;22(1):1-14..

Um levantamento atualizado sobre os doutores de uma área pode-se constituir em indicador importante para analisar o amadurecimento da mesma e consequente, previsão do potencial de produção cientifica a ser reconhecido pelos órgãos de fomento1616. Ferreira LP, Russo ICP, Adami F. Fonoaudiólogos doutores no Brasil: perfil da formação no período de 1976 a 2008. Pró-Fono R Atual Cient. 2010;22(2):89-94. e repercutir na melhoria da prática dos seus profissionais em todas as possibilidades de atuação1717. Coutinho RX, Soares MC, Folmer V, Puntel RL. Análise da produção de conhecimento da Educação Física brasileira sobre o cotidiano escolar. RBPG. 2012;9(17):491-516..

O incremento e qualidade da produção científica têm conferido ao país lugar de destaque no cenário internacional, e a pós-graduação tem contribuído para a formação de docentes e pesquisadores comprometidos com o desenvolvimento acadêmico e social44. Schaurich D, Crossetti MGO, Padoin SMM. Filosofia Buberiana e a produção da pós-graduação stricto sensu brasileira: revisão integrativa. Rev Bras Enferm. 2011;64(6):1132-40.. Dar continuidade aos estudos tem sido cada vez mais necessário uma vez que a experiência e o aprendizado obtidos nos bancos das universidades estão longe de ser suficiente para garantir o posicionamento dos profissionais no mercado de trabalho1818. Freitas E. A importância de uma pós-graduação na vida profissional. http://www.administradores.com.br/entrevistas/academico/a-importancia-de-uma-pos-graduacao-na-vida-profissional/88/. Visualizado em 26.12.2013
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.

A proposta aqui apresentada parte da atualização de levantamentos realizados anteriormente. Um primeiro ocorreu em 1998, e com o objetivo de conhecer os fonoaudiólogos doutores e área de programa de defesa da tese, analisou o período de 1976 e início de 19981919. Ferreira LP, Russo ICP . O perfil das teses de doutorado defendidas por fonoaudiólogos brasileiros. Pró-Fono R Atual Cient. 1998;10(2):64-70.. Os resultados apontaram 91 teses defendidas nesse período, com aumento significante (aumento de 83,5%) a partir da década de 90. Em momento posterior2020. Russo ICP, Ferreira LP . Fonoaudiólogos doutores no Brasil: análise das teses segundo área de atuação e programas. Pró-Fono R Atual Cient. 2004;(1):119-30. foi analisado o período compreendido entre o início de 1998 e final de 2003 e os achados evidenciaram 203 teses defendidas por fonoaudiólogos doutores. Esse levantamento foi atualizado em 20102020. Russo ICP, Ferreira LP . Fonoaudiólogos doutores no Brasil: análise das teses segundo área de atuação e programas. Pró-Fono R Atual Cient. 2004;(1):119-30. englobando o período de 1976 (ano de defesa da primeira tese) até o final de 2008 e totalizou 504 teses defendidas. Nos três levantamentos anteriores, a maioria das teses foi defendida por fonoaudiólogos do sexo feminino nas áreas de Audição/Equilíbrio e Linguagem oral e seus distúrbios.

O conhecimento dos rumos da produção científica de uma área é fundamental para a melhoria da qualidade da pesquisa, para os avanços da ciência e, principalmente, para o diagnóstico do impacto dessa produção no âmbito social de sua criação. A busca de explicações sobre os caminhos adotados pela pesquisa permite evidenciar suas conquistas, indicar suas lacunas e, ao mesmo tempo, chamar atenção para novas alternativas de investigações2121. Martins NR, Silva RVS. Pesquisas brasileiras em Educação Física e Esportes: tendências das teses e dissertações. Disponível em: <http://www.nuteses.ufu.br/trabalho_2.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2014.
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. Neste momento, a atualização aqui proposta, se constitui ainda num tributo de reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela Profa. Dra. Ieda Chaves Pacheco Russo, parceira dos primeiros levantamentos. O objetivo desta pesquisa foi analisar a formação de fonoaudiólogos brasileiros titulados doutores no período de 2009 a 2013, segundo sexo, ano de defesa da tese, tipo de instituição de ensino, inserção do programa em que a tese foi desenvolvida e temática da mesma.

Métodos

O levantamento dos dados foi realizado por meio de consulta, nos dias 25 e 30.10.2013, à Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir dos descritores "Fonoaudiologia" e "doutores", e nesse momento, foram encontrados os currículos de 2177 pesquisadores. Na leitura dos mesmos, verificou-se que outros profissionais, que apresentavam atividades relacionadas à Fonoaudiologia, faziam parte dessa lista. Assim, cada currículo foi acessado e foi considerado como critério de inclusão ter formação em Fonoaudiologia e ter se titulado doutor no período compreendido entre o ano de 2009 e 2013. Uma vez que a busca foi finalizada no mês de outubro, a titulação considerada foi até esse momento.

A seguir, os dados, além de nome e título da tese, foram categorizados segundo as variáveis: sexo; ano de defesa da tese; instituição de ensino (Federais, Estaduais, Particulares e Internacionais); inserção do programa em que a tese foi desenvolvida, segundo área de conhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a saber: Ciências da Saúde; Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Biológicas; Linguística, Letras e Artes; Engenharias, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Agrárias e Educação); e temática desenvolvida na tese, de acordo com as áreas estabelecidas na Fonoaudiologia e reconhecidas pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Linguagem, Audição e Equilíbrio, Motricidade e Funções Orofaciais, Voz, Saúde Coletiva, Disfagia e Fonoaudiologia Educacional).

Análise descritiva dos dados considerou frequência absoluta e relativa das variáveis, e para comparação entre as áreas da Fonoaudiologia e ano de publicação, aplicou-se o teste de associação pelo qui-quadrado. Na análise de tendência dos doutorados foi aplicada a análise de regressão quadrática - função polinomial de segunda ordem, y = a + bx + cx2- para observar a mudança o longo do tempo, considerando significante valores de p<0,05.. O número de teses foi considerado variável dependente (y) e o ano independente (x). A padronização do ano foi realizada pela subtração do primeiro ano avaliado.

Para a significância estatística, assumiu-se um nível descritivo de 5%. As análises foram realizadas no software SPSS versão 17.0 para Windows e os gráficos foram feitos no programa Excel versão 2007.

Resultados

No período avaliado de cinco anos (2009 a 2013) foram registrados 271 doutorados defendidos. Desses, maior número de teses foi realizada por mulheres (266-98,2%), no ano de 2012 (72- 26,6%), em universidades públicas (216-79,7%), situadas na região Sudeste (188-69,4%), pertencentes a área das Ciências da Saúde (174-64,2%), e desenvolvendo temáticas relacionadas a linguagem (95-35,1) (Tabela 1).

Tabela 1:
Distribuição numérica e percentual dos fonoaudiólogos doutores, segundo ano de defesa, local (tipo de Universidade e região geográfica) e área (de conhecimento segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e especialidade segundo o Conselho Federal de Fonoaudiologia Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia)

Alguns dados merecem destaque: quanto a universidade cursada, dentre as públicas a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) foi responsável por 10% dos titulados e dentre as particulares as Pontifícias Universidades Católicas (PUCs), com registro de 11,4%; na análise das regiões, apenas o estado de São Paulo, situado na Sudeste, foi responsável pela titulação de 57,6% dos doutores; há fonoaudiólogos com formação em programas antes específicos para a área médica, como Bases Gerais da Cirurgia, Clínica Cirúrgica, Ciências em Gastroenterologia, entre outros

Na análise das teses defendidas, de acordo com as áreas da Fonoaudiologia, reconhecidas pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia e pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia observou-se que a área de Linguagem prevalece em relação às demais (35,1%), seguida por Audiologia (23,6%). Como esperado, áreas criadas mais recentemente (respectivamente, Saúde Coletiva, Disfagia e Fonoaudiologia Educacional) registraram pequena porcentagem de titulados. No item outros, foram registradas teses abordando temas como anatomia e fisiologia, genética, neurociências e a inserção do fonoaudiólogo no mercado de trabalho. Verifica-se que não houve diferença estatisticamente significante entre as áreas para um mesmo ano analisado (p=0,372) (Tabelas 2 e 3). Foi criada a categoria ¨Outros¨ para agrupar teses que estavam relacionadas temáticas não contempladas anteriormente anatomia/fisiologia, formação de fonoaudiólogos e atuação de fonoaudiólogos no mercado de trabalho.

Tabela 2:
Análise de associação pelo qui-quadrado, entre as variáveis ano da defesa e área da Fonoaudiologia
Tabela 3:
Modelos de regressão polinomial, segundo área para os anos de 2009 a 2013

Para avaliar se ocorreram mudanças estatisticamente significantes no aumento das produções de doutorados, foram aplicados modelos de regressão Polinomial. Na análise geral das teses (Figura 1), verifica-se que não houve mudança ao longo dos anos analisados (R2 = 0,29; p = 0,715). Contudo, destaca-se na área de linguagem uma tendência crescente até 2012 com queda em 2013 (R2 = 0,99; p=0,006) (Tabela 3). As demais áreas não apresentaram mudanças estatisticamente significantes no número de teses ao longo dos anos (p>0,05) (Figura 1).

Figura 1:
Análise de Tendência pelo modelo de regressão polinomial

Discussão

Neste estudo observou-se aumento gradativo do número de teses defendidas no decorrer dos anos, mesmo comportamento verificado desde o primeiro levantamento realizado1919. Ferreira LP, Russo ICP . O perfil das teses de doutorado defendidas por fonoaudiólogos brasileiros. Pró-Fono R Atual Cient. 1998;10(2):64-70. que registrou 91 teses defendidas entre os anos de 1976 e 1998, com aumento de 83,5% a partir da década de 90. O levantamento seguinte2020. Russo ICP, Ferreira LP . Fonoaudiólogos doutores no Brasil: análise das teses segundo área de atuação e programas. Pró-Fono R Atual Cient. 2004;(1):119-30. contabilizou 203 teses defendidas por fonoaudiólogos doutores, entre 1976 e 2003, e quando atualizado considerando o período entre 1976 e 20081616. Ferreira LP, Russo ICP, Adami F. Fonoaudiólogos doutores no Brasil: perfil da formação no período de 1976 a 2008. Pró-Fono R Atual Cient. 2010;22(2):89-94. totalizou 504 teses defendidas. Somado ao número registrado no presente estudo (271) pode-se considerar até o momento um total de 775 fonoaudiólogos brasileiros, titulados doutores.

Nesta pesquisa houve maior número de fonoaudiólogos doutores do sexo feminino, também registrado nos levantamentos anteriores, fato que reflete a formação da própria área, constituída desde os seus primórdios, predominantemente, por mulheres. Esse comportamento se mantém em outras profissões. O número de mulheres que procuram por cursos das áreas de ciências biológicas e humanas na Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) é significantemente maior do que de homens, e em especial no caso da Fonoaudiologia a procura foi de 91,51% de mulheres em 20132222. Guilherme P, Moreno AC. Mulheres são maioria na disputa em biológicas e humanas na Fuvest 2013. http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/11/mulheres-sao-maioria-na-disputa-em-biologicas-e-humanas-na-fuvest-2013.html. Visualizado em 11.12.2013.
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. Dados do CNPq do ano de 2013 também demonstram aumento gradativo no número de pesquisadores do sexo feminino, representando hoje metade dos pesquisadores brasileiros, enquanto em 1995, eram 39% do total2323. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq. Número de mulheres cientistas já se iguala aos homens. [acesso em 2013 Nov 25]. Disponível em: http://www.cnpq.br/web/guest/noticiasviews/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/905361.
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.Quanto à área da Fonoaudiologia, a maioria das teses defendidas no período analisado encontra-se relacionada à Linguagem (35,1%), dado que difere dos primeiros levantamentos2020. Russo ICP, Ferreira LP . Fonoaudiólogos doutores no Brasil: análise das teses segundo área de atuação e programas. Pró-Fono R Atual Cient. 2004;(1):119-30. , 2323. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq. Número de mulheres cientistas já se iguala aos homens. [acesso em 2013 Nov 25]. Disponível em: http://www.cnpq.br/web/guest/noticiasviews/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/905361.
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, quando a área de Audição e Equilíbrio respondia pela maioria das teses (37-40,6% e 82-40,3%, respectivamente), mas confirma o que foi anunciado no terceiro levantamento1616. Ferreira LP, Russo ICP, Adami F. Fonoaudiólogos doutores no Brasil: perfil da formação no período de 1976 a 2008. Pró-Fono R Atual Cient. 2010;22(2):89-94. , quando houve um registro próximo entre as áreas de Linguagem (34,52%) e Audição e Equilíbrio (32,34%).

A produção científica em outros países também evidencia o predomínio do modelo reabilitador, e nesse, a área de Linguagem registra maior produção científica2424. Pava-Ripoll NA, Villamizar CMP, Torres AR. Aportes desde la investigación formativa a la producción en Fonoaudiología: el caso de una universidad colombiana. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(4):377-83..

Como esperado, as áreas mais recentes (Saúde Coletiva, Disfagia e Fonoaudiologia Educacional), registraram menor porcentagem de fonoaudiólogos titulados, quando comparadas às demais. Percebe-se, porém que aos poucos essas áreas começam a se destacar, como a Saúde Coletiva, que no último levantamento1616. Ferreira LP, Russo ICP, Adami F. Fonoaudiólogos doutores no Brasil: perfil da formação no período de 1976 a 2008. Pró-Fono R Atual Cient. 2010;22(2):89-94. respondia por 2,98% das teses defendidas e na presente pesquisa foi responsável por 4,1% das teses defendidas.

Pode-se destacar que o crescimento anunciado em algumas pesquisas1616. Ferreira LP, Russo ICP, Adami F. Fonoaudiólogos doutores no Brasil: perfil da formação no período de 1976 a 2008. Pró-Fono R Atual Cient. 2010;22(2):89-94. relacionada à área de Motricidade e funções orofaciais, não se confirmou no atual levantamento.

A criação de novas especialidades reflete diferentes inserções do profissional, em áreas em que é necessário obter conhecimento específico para poder atuar. O currículo tem que coincidir com as crescentes e novas necessidades da população 2525. Busari JO. The discourse of generational segmentation and the implications for postgraduate medical education. Perspect Med Educ. 2013;2:340-8.. Além da Fonoaudiologia, também a Fisioterapia registrou mudança, quando analisou sua produção cientifica. Embora haja ampliação das áreas de atuação, a área de otopedia, por ser a primeira área de atuação, ainda prevalece em relação às demais66. Virtuoso JF, Haupenthal A, Pereira ND, Martins CP, Knabben RJ, Andrade A. A produção de conhecimento em fisioterapia: análise de periódicos nacionais (1996 a 2009). Fisioter Mov. 2011;24(1):173-80. .

Nesta pesquisa, com relação à instituição de formação dos doutores, houve predomínio na escolha das federais, especialmente da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), dado que vai à mesma direção dos dois primeiros levantamentos realizados1919. Ferreira LP, Russo ICP . O perfil das teses de doutorado defendidas por fonoaudiólogos brasileiros. Pró-Fono R Atual Cient. 1998;10(2):64-70. , 2020. Russo ICP, Ferreira LP . Fonoaudiólogos doutores no Brasil: análise das teses segundo área de atuação e programas. Pró-Fono R Atual Cient. 2004;(1):119-30., e que difere do terceiro1616. Ferreira LP, Russo ICP, Adami F. Fonoaudiólogos doutores no Brasil: perfil da formação no período de 1976 a 2008. Pró-Fono R Atual Cient. 2010;22(2):89-94., que constatou maior procura pelas estaduais, em particular a Universidade Estadual de São Paulo (USP). De acordo com o Ministério de Educação e Cultura2626. MEC. Análise da expansão das Universidades Federais 2003 - 2012. Disponível em: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CC0QFjAA&url=http%3A%2F%2Fportal.mec.gov.br%2Findex.php%3Foption%3Dcom_docman%26task%3Ddoc_download%26gid%3D12386%26Itemid%3D&ei=UxapUo_IEJPnoASF4IC4Ag&usg=AFQjCNGklNn43M3IX03P2SOmjmN1oOci0A&sig2=S158jERQaE9c6lB-WF9mNg. Visualizado em 12.12.2013.
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&...
houve um aumento significante no número de universidades Federais e também no número de bolsas concedidas pelos órgãos de fomento, fato que contribui para que maior número de interessados busque realizar seus estudos pós-graduados em universidades dessa natureza. Em 2008, havia cerca de 40 mil bolsistas no país. Para exemplificar, em 2011, foram concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) 72.071 bolsas de pós-graduação e em 2012, mais de 127 mil bolsas em todas as modalidades, enquanto o CNPq, em todas as modalidades, no mesmo período, aumentou a oferta de bolsas de 63 mil para cerca de 81 mil2727. MEC. Notícias. Governo vai reajustar em abril as bolsas de pós-graduação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1854. Visualizado em 12.12.2013.
http://portal.mec.gov.br/index.php?optio...
.

Houve um aumento no número de programas de pós-graduação na área2828. Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Doutores 2010: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira - Brasília, DF:, 2010. [acesso em 2013 Nov 25]. Disponível em: http://www.capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/36-noticias/3884-estudo-do-cgee-indica-crescimento-no-numero-de-doutor.
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, uma vez que nos primórdios da área contava-se apenas com dois deles, um responsável por maior formação de mestres (PUC-SP) e outro de doutores (UNIFESP-EPM). Além de esse fato ser responsável pelo crescimento de doutores na área, pode-se também destacar outros dois: outros programas, antes específicos para determinadas áreas, como a Medicina, por exemplo, tem aceitado a inserção do fonoaudiólogo, fato esse possível de ser confirmado entre os titulados em programas como Bases Gerais da Cirurgia, Clínica Cirúrgica, e Ciências em Gastroenterologia. Por fim, um dado que também justifica o aumento de doutores, é o número crescente de abertura de cursos de graduação em universidades federais, principalmente na região Nordeste, e essas priorizam na composição de seu corpo docente, por meio da divulgação de seus editais, a titulação de doutor. A docência é uma prática que exige, além do domínio de determinado conteúdo, formação específica, fato que incentiva àqueles inseridos na docência, a buscar constante atualização, como o doutorado2929. Correa GT, Ribeiro VMB. Formação pedagógica na pós-graduação stricto sensu em saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva. 2013;18(6):1647-56.. Pode-se dizer que há ainda um movimento em busca de maior titulação, registrada no Brasil, em diferentes áreas. Em 2000 foram registrados 304.795 brasileiros que frequentaram mestrado ou doutorado, correspondendo a apenas 0,18% da população total brasileira2828. Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Doutores 2010: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira - Brasília, DF:, 2010. [acesso em 2013 Nov 25]. Disponível em: http://www.capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/36-noticias/3884-estudo-do-cgee-indica-crescimento-no-numero-de-doutor.
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. Ao se atualizar esse dado pode-se constatar que a população brasileira ultrapassa os 190 milhões de habitantes e há atualmente 594 programas de pós-graduação na área de Ciências da Saúde, distribuídos em 132 apenas de mestrado, 17 apenas de doutorado, 105 de mestrado profissional e 340 que reúnem mestrado acadêmico e doutorado. Na CAPES, a Fonoaudiologia está inserida na chamada Área 21, que reúne também programas da Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Enquanto a área da Educação Física conta com 31 programas (14 de mestrado, 1 de mestrado profissional e 16 de mestrado acadêmico/doutorado), a Fisioterapia e TO registram 12 programas (6 de mestrado acadêmico e 6 de mestrado acadêmico/doutorado), e a Fonoaudiologia conta com 11 programas (9 de mestrado acadêmico, 2 de mestrado profissional e 7 de doutorado). Comparando com o triênio anterior (2007-2009), pode-se dizer que a área registrou aumento de 71% nos programas de pós-graduação entre os anos de 2010-20123030. IV Plano Nacional de Pós-graduação. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Plano Nacional de Pós-graduação - PNPG 2005/2010. Brasília; 2010[citado 2013 Dez 6]. Disponível em: http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/plano-nacional-de-pos-graduacao.
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, 3131. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/calendario.shtm
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.

Na análise dos dados referentes às regiões brasileiras, houve maior procura pela formação de fonoaudiólogos doutores em Programas inseridos na região Sudeste, com maior registro para o estado de São Paulo. Isso se deve ao fato do Sudeste ser a região mais populosa do Brasil e por isso concentrar maior número de fonoaudiólogos. Dos fonoaudiólogos brasileiros, 30,9% estão localizados em São Paulo. Na extremidade oposta, a região norte foi escolhida por apenas um fonoaudiólogo doutor (0,4%)3232. Conselho Federal de Fonoaudiologia. CNPq [acesso em 2013 Nov 25]. Disponível em: http://www.fonoaudiologia.org.br/cffa/index.php/numero-por-regiao/.
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.

Entre os programas que foram escolhidos pelos fonoaudiólogos para realizar seu doutorado, destaca-se o de Linguística, seguido por Distúrbio da Comunicação Humana ou Ciência da Reabilitação. Esse dado difere do que foi observado nas pesquisas anteriores, nas quais o programa de Distúrbios da Comunicação respondia pela maioria das teses defendidas1616. Ferreira LP, Russo ICP, Adami F. Fonoaudiólogos doutores no Brasil: perfil da formação no período de 1976 a 2008. Pró-Fono R Atual Cient. 2010;22(2):89-94. , 2323. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq. Número de mulheres cientistas já se iguala aos homens. [acesso em 2013 Nov 25]. Disponível em: http://www.cnpq.br/web/guest/noticiasviews/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/905361.
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. Certamente o fato de ter havido maior procura por Programas de Linguística explica o maior número de teses na área da Linguagem.

Saber o perfil de formação dos profissionais da área tem se mostrado necessário para maior conhecimento da profissão, fato demonstrado também em outras áreas. Dentre essas se pode destacar as áreas de Educação99. Ramos MY, Lea Velho L. Formação de doutores no Brasil: O esgotamento do modelo vigente frente aos desafios colocados pela emergência do sistema global de ciência. Avaliação : Rev Avaliação da Educação Superior. 2013;18(1):219-46., Fisioterapia66. Virtuoso JF, Haupenthal A, Pereira ND, Martins CP, Knabben RJ, Andrade A. A produção de conhecimento em fisioterapia: análise de periódicos nacionais (1996 a 2009). Fisioter Mov. 2011;24(1):173-80. , 1111. Coury HJCG, Vilella I. Perfil do pesquisador fisioterapeuta brasileiro. Rev Bras Fisioter. 2009;13(4):356-63., Nutrição1212. Olinto MTA, Lira PIC, Marchini JS, Kac G. Formação humana, pesquisa e produção científica na subárea de avaliação "nutrição" da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, no Brasil, de 2007 a 2009. Rev. Nutr 2011;24(6):917-26. , 1313. Canella DS, Silva ACF, Jaime PC. Produção científica sobre nutrição no âmbito da Atenção Primária à Saúde no Brasil: uma revisão de literatura. Ciênc. saúde coletiva. 2013;18(2):297-308., Educação Física1414. Leite BD, Oliveira EA, Queiroz IN, Martelli DR, Oliveira MC, Martelli Júnior H. Profile of the Researchers with Productivity Grants in the Brazilian National Research Council (CNPq) of the Physical Education Area. Motri. [periódico na Internet]. 2012 Jul [citado 2014 Ago 07]; 8(3): 90-8. Disponível em: http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-107X2012000300010&lng=pt. http://dx.doi.org/10.6063/motricidade.8(3).1160.
http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo...
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, 1515. Lazzarotti Filho A, Silva AM, Nascimento JV, Mascarenhas F. Modus operandi da produção científica da educação física: uma análise das revistas e suas veiculações. Rev. educ. fis. UEM. 2012;22(1):1-14.. Esses dados confirmam o lugar de destaque da produção científica brasileira. O Brasil ocupou o 13º lugar em produção cientifica global, de acordo com a base de dados ISI-Thomson Reuters-Web of Science (WS), sendo que as ciências da saúde ocupou o 3º lugar mundial em 2008, de acordo com a base WS, superada apenas pelos EUA e Inglaterra4040. Meneghini R. Visibilidade internacional da produção brasileira em saúde coletiva. Cad. Saúde Pública. 2010;26(6):1058-9..

Pesquisa realizada sobre o perfil do pesquisador fisio terapeuta quanto a aspectos de sua formação, área de atuação, produção científica e formação de novos pesquisadores, assim como o fomento e bolsas, no país, obtidos pela área do CNPq, concluiu que torna-se necessário que o árduo esforço acadêmico realizado pelos pesquisadores seja reconhecido tanto pela própria área como pelos órgãos financiadores de pesquisa e capacitação. Por meio do reconhecimento e sustentação, esse esforço poderá ser estimulado e revertido em benefício da evolução do co nhecimento da área, do fortalecimento profissional e da saúde e qualidade de vida da população1111. Coury HJCG, Vilella I. Perfil do pesquisador fisioterapeuta brasileiro. Rev Bras Fisioter. 2009;13(4):356-63..

Conclusões

O levantamento revelou 271 fonoaudiólogos doutores no período analisado, (que somado as pesquisas anteriores, perfazem um total de 775), com registro maior de mulheres tituladas, que buscam predominantemente instituições federias, situadas na região Sudeste, em programas da área de saúde, para desenvolver temáticas relacionadas à linguagem.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Mar-Apr 2015

Histórico

  • Recebido
    03 Jul 2014
  • Aceito
    24 Ago 2014
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