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Análise dos processos fonológicos em crianças da região metropolitana do recife

Resumo:

OBJETIVO:

descrever o desenvolvimento fonológico de crianças falantes do português não padrão na Região Metropolitana do Recife- PE, a partir do modelo dos processos fonológicos.

MÉTODOS:

participaram do estudo 202 crianças de ambos os sexos, na faixa etária de 2:0 a 6:11 anos, matriculadas em creches e escolas públicas. Utilizou-se como instrumento de avaliação a Prova de Avaliação Fonológica. Os dados foram gravados, transcritos, codificados e tabulados em um banco de dados, que possibilitou a realização de análises descritivas (cálculo de médias e desvios padrão).

RESULTADOS:

os processos fonológicos mais frequentes foram simplificação de encontro consonantal, simplificação de líquida, redução de sílaba e simplificação de consoante final. Observou-se o atraso na eliminação dos processos de redução de sílaba, harmonia consonantal, plosivação de fricativa, simplificação de fricativa velar e simplificação de liquida. Observou-se, ainda, que o processo de simplificação de encontro consonantal não foi eliminado na população estudada, levando-se em consideração as idades de eliminação descritas na literatura pesquisada, o que pode ser revelador da influência da variedade linguística sobre a aquisição fonológica.

CONCLUSÃO:

crianças falantes do português não padrão da Região Metropolitana do Recife apresentam uma aquisição fonológica diferente da descrição da literatura na área, o que pode ser indicativo da influência da variedade linguística. Os resultados chamam a atenção para o fato que tal variedade deve ser considerada na avaliação fonológica, sendo fundamental que novos estudos explorem a aquisição fonológica em diferentes regiões do país.

Descrtores:
Linguagem; Desenvolvimento da Linguagem; Fala; Criança; Pré-Escolar; Relações Familiares

Abstract:

PURPOSE:

to describe the phonological development of not standard Portuguese speaking children in the metropolitan region of Recife-PE from the phonological processes model.

METHODS:

202 children of both sexes, aged from 2:0 to 6:11 years, attending day care centers and public schools, took part in the study. The Phonological Assessment Test was used for evaluation. Data were recorded, transcribed, coded and tabulated in a database, which enabled the realization of descriptive analysis (calculation of means and standard deviations).

RESULTS:

the most frequent phonological processes were consonant cluster simplification, liquid consonant simplification, syllable reduction and simplification of final consonant. There was a delay in the elimination of syllable reduction processes, consonant harmony, plosivation of fricatives, simplification of velar fricatives and liquid consonant simplification. It was also noted that the consonant cluster simplification process was not eliminated in the studied population, taking into account the age of elimination as described in the literature, which may be indicative of the influence of linguistic variety on phonological acquisition.

CONCLUSION:

speakers of non-standard Portuguese of the Recife metropolitan region have a different phonological acquisition from that described in the literature, which may be indicative of the influence of linguistic variety. The results draw attention to the fact that such variety should be considered in phonological evaluations. It is essential that new studies explore phonological acquisition in different regions of the country.

Keywords:
Language; Language Development; Speech; Child; Preschool; Family Relations

Introdução

O desenvolvimento fonológico de um sistema linguístico ocorre gradualmente, na medida em que a criança experimenta diversas situações ela deve aprender quais sons são usados na sua língua e de que maneira são organizados 11 Lamprecht RR. Sobre os desvios fonológicos. In: Lamprecht RR. (org.) Aquisição fonológica do português: perfil de desenvolvimento e subsídios para terapia. Porto Alegre: ARTMED, 2004. p.193-212. 22 Ferrante C, Borsel JV, Pereira MMB. Análise dos processos fonológicos em crianças com desenvolvimento fonológico normal. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(1):36-40.. Este desenvolvimento não é linear, apresentando variações individuais, uma vez que está inteiramente ligado às relações sociais, experiências vividas e às interações comunicativas que a criança estabelece com o meio. O aspecto social possibilita que o vocabulário e a cognição se desenvolvam conjuntamente a partir de interações sociais11 Lamprecht RR. Sobre os desvios fonológicos. In: Lamprecht RR. (org.) Aquisição fonológica do português: perfil de desenvolvimento e subsídios para terapia. Porto Alegre: ARTMED, 2004. p.193-212. 99 Ghisleni MRL, Keske-Soares M, Mezzomo CL. O uso das estratégias de reparo considerando a gravidade do desvio fonológico evolutivo. Rev CEFAC. 2010;12(5):766-71..

Para alguns autores, o estabelecimento da faixa etária para o desenvolvimento fonológico é bastante discutido, sendo encontrado na literatura intervalos entre 4:0 e 6:0 anos1010 Acosta VM, Moreno A, Ramos V, Quintana A, Espino O. V. Avaliação da linguagem: teoria e prática do processo de avaliação do comportamento linguístico infantil. São Paulo: Santos, 2003. 214 p. e entre 4:0 e 7:0 anos1111 Wertzner HF. Fonologia: Desenvolvimento e Alterações. In: Ferreira LP, Befi-Lopes DM, Limongi SCO. Tratado de Fonoaudiologia. Ed. Roca, 2004. p. 772-86.. Conforme alguns autores22 Ferrante C, Borsel JV, Pereira MMB. Análise dos processos fonológicos em crianças com desenvolvimento fonológico normal. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(1):36-40., a fase de maior expansão do sistema fonológico ocorre entre 1:6 e 4:0 anos, quando há um aumento do inventário fonético das crianças, possibilitando a produção de palavras polissilábicas e de estruturas silábicas mais complexas. Porém, este período é caracterizado pelas substituições e omissões de sons.

Durante o desenvolvimento, a criança aumenta seu inventário fonético e domina as regras fonológicas próprias de seu sistema linguístico considerando os fonemas, a sua distribuição e o tipo de estrutura silábica onde ocorrem22 Ferrante C, Borsel JV, Pereira MMB. Análise dos processos fonológicos em crianças com desenvolvimento fonológico normal. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(1):36-40.. As crianças utilizam recursos no lugar do segmento ou da estrutura silábica que ainda não conhecem, ou cuja produção elas não dominam. À medida que este processo transcorre, os recursos utilizados também se modificam, visto a proximidade dos sistemas fonológicos infantil e adulto. Esses recursos são observados tanto no processo de desenvolvimento fonológico normal quanto desviante, mas com a diferença de que nos desvios, esses recursos duram mais tempo22 Ferrante C, Borsel JV, Pereira MMB. Análise dos processos fonológicos em crianças com desenvolvimento fonológico normal. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(1):36-40. 55 Spíndola RA, Payão LMC, Bandini HHM. Abordagem fonoaudiológica em desvios fonológicos fundamentada na hierarquia dos traços distintivos e na consciência fonológica. Rev CEFAC. 2007;9(2):180-9. 77 Patah LK, Takiuchi N. Prevalência das alterações fonológicas e uso de processos fonológicos em escolares aos 7 anos. Rev CEFAC. 2008;10(2):158-67. 99 Ghisleni MRL, Keske-Soares M, Mezzomo CL. O uso das estratégias de reparo considerando a gravidade do desvio fonológico evolutivo. Rev CEFAC. 2010;12(5):766-71. 1212 Vítor RM, Cardoso-Martins C. Desenvolvimento fonológico de crianças pré-escolares da Região Noroeste de Belo Horizonte. Psicol Rev. 2007;13(2):383-98. 1313 Caumo DTM, Ferreira MIDC. Relação entre desvios fonológicos e processamento auditivo. Rev. soc. bras. fonoaudiol. [periódico na internet]. 2009 [Acesso em 14 de janeiro de 2010]; 14(2):234-40. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?pid=S151680342009000200015&script=sci_arttext
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Para avaliar o desenvolvimento fonológico, é fundamental analisar a fala da criança em função do sistema fonológico do adulto. Um modelo que tem sido muito utilizado na literatura para a descrição do sistema fonológico da criança é o dos processos fonológicos, que diz respeito à simplificação das regras fonológicas que envolvem sequências de sons na pronúncia das palavras. A maioria destes faz parte do desenvolvimento típico da fala, sendo eliminados gradualmente, ao longo dos anos. Se uma criança apresentar processos fonológicos além da idade esperada, é considerada como portadora de transtorno fonológico1414 Nunes DA, Payão LMC, Costa RCC. Desvios fonológicos na educação infantil. Rev. CEFAC [periódico na Internet]. 2010 [acesso em 10 de maio de 2011]; 12(2):331-6. Disponível em: www.scielo.br/pdf/rcefac/v12n2/21.pdf
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1616 Haupt C, Aguiar PG. Variações fonético-fonológicas e desvios fonológicos - um estudo de caso. Revista do Curso de Letras da UNIABEU [periódico na internet]. 2013 [Acesso em 5 de junho de 2013]; 4(2):12-25. Disponível em: www.uniabeu.edu.br/publica/index.php/RE/article/view/716/pdf_374
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Os processos fonológicos podem ser classificados em simplificação do encontro consonantal, simplificação de líquidas, simplificação de consoante final, ensurdecimento de fricativa, ensurdecimento de plosiva, frontalização para palatal, simplificação de fricativa velar, posteriorização para palatal, frontalização de fricativa velar e plosivização de fricativa1717 Wertzner HF. Distúrbio Fonológico. In: Andrade, CRF, Marcondes, E. Fonoaudiologia em Pediatria. São Paulo: Sarvier, 2003, p. 70-79.. A referida classificação foi utilizada neste estudo, embora outras pesquisas1313 Caumo DTM, Ferreira MIDC. Relação entre desvios fonológicos e processamento auditivo. Rev. soc. bras. fonoaudiol. [periódico na internet]. 2009 [Acesso em 14 de janeiro de 2010]; 14(2):234-40. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?pid=S151680342009000200015&script=sci_arttext
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1818 Lima LM, Queiroga BAM. Aquisição fonológica em crianças com antecedentes de desnutrição. Rev CEFAC. 2007;9(1):13-20. apresentem outras formas de classificação.

De modo geral, os estudos que exploram a linguagem infantil e os aspectos socioculturais referem que a maioria das provas cognitivas e/ou de avaliação de linguagem são favoráveis aos grupos socioculturalmente dominantes e, com certa frequência, as diferenças são interpretadas como se refletissem condições de desenvolvimento inadequadas1919 Ferrante C, Borsel JV, Pereira MMB. Aquisição fonológica de crianças de classe sócio econômica alta. Rev CEFAC. 2008;10(4):452-60. 2020 Silva MK, Ferrante C, Borsel JV, Pereira MMB. Aquisição fonológica do Português Brasileiro em crianças do Rio de Janeiro. J. Soc. Bras. Fonoaudiol. [periódico na internet]. 2012 [Acesso em 20 de abril de 2013]; 24(3):248-54. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-64912012000300010
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. Porém, pesquisas identificam variações linguísticas em população de classes sociais específicas. Tais variações podem ser atribuídas, em parte, a fatores sociais, como idade, sexo, classe social e escolaridade materna. Podem ainda estar correlacionadas às variáveis linguísticas independentes, a exemplo de contexto fonológico, extensão do vocábulo, tonicidade, dentre outros2020 Silva MK, Ferrante C, Borsel JV, Pereira MMB. Aquisição fonológica do Português Brasileiro em crianças do Rio de Janeiro. J. Soc. Bras. Fonoaudiol. [periódico na internet]. 2012 [Acesso em 20 de abril de 2013]; 24(3):248-54. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-64912012000300010
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2222 Queiroga BAM, Alves JM, Cordeiro AAA, Montenegro ACA, Asfora R. Aquisição dos encontros consonantais por crianças falantes do português não padrão da região metropolitana do Recife. Rev CEFAC. 2011;13(2):214-26..

Apesar de o português brasileiro ser relativamente consistente, há uma diversidade de variações linguísticas, como aponta a literatura2222 Queiroga BAM, Alves JM, Cordeiro AAA, Montenegro ACA, Asfora R. Aquisição dos encontros consonantais por crianças falantes do português não padrão da região metropolitana do Recife. Rev CEFAC. 2011;13(2):214-26., de forma que os estudos particulares de uma região não podem ser automaticamente generalizados para outras regiões brasileiras, sendo necessário considerar as especificidades fonológicas dos diversos falares e, então, propor generalizações válidas para o português do Brasil. Seria, portanto, inadmissível avaliar a linguagem de uma criança sem levar em consideração o modelo falado em sua comunidade linguística. Entretanto, com certa frequência, o fonoaudiólogo utiliza testes que envolvem a fala espontânea, a nomeação e/ou a repetição de vocábulos, tomando por referência apenas o que seria esperado para cada faixa etária.

Este estudo reveste-se de relevância prática, uma vez que amplia as perspectivas para maior compreensão do desenvolvimento linguístico da criança. Além disso, provê subsídios ao fonoaudiólogo para uma avaliação clínica precisa e uma intervenção terapêutica mais adequada para os casos de alterações fonológicas, assim como para as atividades que indicam a promoção do desenvolvimento da linguagem. Ante o exposto, o presente estudo teve como objetivo descrever o desenvolvimento fonológico de crianças falantes do português não padrão na região metropolitana do Recife- PE, a partir do modelo dos processos fonológicos.

Métodos

A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal de Pernambuco, sob o protocolo N° 115/09 do Conselho Nacional de Saúde, permitindo assim, sua realização.

O caminho metodológico indicado para a presente pesquisa priorizou uma análise quantitativa, sendo o estudo caracterizado como descritivo, exploratório e transversal.

Participaram da pesquisa 202 crianças de ambos os sexos, na faixa etária de 2:0 a 6:11 anos de idade, matriculadas em creches e escolas públicas da Região Metropolitana do Recife - Pernambuco, subdivididas em dez grupos etários, com intervalos 6 meses: G1 (2:0-2:5); G2 (2:6-2:11); G3 (3:0-3:5); G4 (3:6-3:11); G5 (4:0-4:5); G6 (4:6-4:11); G7 (5:0-5:5); G8 (5:6-5:11); G9 (6:0-6:5); G10 (6:0-6:11). Essa subdivisão etária se justifica pelas importantes aquisições linguísticas da criança nesta fase do desenvolvimento, conforme observam alguns autores2323 Queiroga BAM, Alves JM, Cordeiro AAA, Montenegro ACA, Asfora R. Aquisição dos encontros consonantais por crianças falantes do português não padrão da região metropolitana do Recife. Rev. CEFAC. 2011;13(2):214-26.. Assim, intervalos maiores na análise da faixa etária poderiam encobrir saltos qualitativos do desenvolvimento linguístico das crianças.

Os critérios de exclusão da amostra foram a presença de problemas de comunicação, de aprendizagem, de necessidades educativas especiais, de problemas auditivos, neurológicos ou qualquer outro aspecto evidente que pudesse interferir no desenvolvimento da linguagem.

Os dados foram coletados no período de agosto de 2009 a julho de 2011. Inicialmente, foram obtidos dados individuais na ficha de identificação do aluno na escola. Posteriormente, foram obtidas informações complementares por meio de um questionário psicossocial aplicado aos pais ou responsáveis por meio de entrevistas. O objetivo do questionário era caracterizar a amostrar e conhecer a realidade em que as crianças estavam inseridas. Os pais ou responsáveis receberam uma carta de informação, contendo os objetivos do estudo e garantindo o sigilo das informações. Todos os que concordaram em participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE.

Inicialmente, as crianças foram avaliadas por um exame clínico de motricidade orofacial baseado no PROTOCOLO MBGR2424 Marchesan IQ, Genaro KF, Berretin-Felix G, Rehder MIBC. Avaliação miofuncional orofacial - protocolo MBGR. Rev CEFAC. 2009;11(2):237-55., observando-se a mobilidade e tonicidade das estruturas miofuncionais orais, sendo registrados em protocolo. O objetivo desta avaliação foi identificar e excluir da amostra crianças que possuíssem alterações fonéticas.

Na sequência, foi realizada a avaliação da aquisição fonológica por intermédio da Prova de Avaliação Fonológica (PAFon)2323 Queiroga BAM, Alves JM, Cordeiro AAA, Montenegro ACA, Asfora R. Aquisição dos encontros consonantais por crianças falantes do português não padrão da região metropolitana do Recife. Rev. CEFAC. 2011;13(2):214-26. 2525 Rosal AGC, Cordeiro AAA, Queiroga BAM. Consciência fonológica e o desenvolvimento do sistema fonológico e crianças de escolas públicas e particulares. Rev CEFAC. 2013;15(4):837-46.. Esta prova visa à nomeação de 215 palavras-alvo, selecionadas de modo a contemplar os fonemas do português controlando-se algumas variáveis linguísticas como estrutura silábica e tonicidade. O instrumento divide-se em seis categorias: AF1- Animais, AF2-Alimentos, AF3- Corpo e utensílios pessoais, AF4- Coisas de casa, AF5- Coisas de criança e AF6- Natureza e transportes. Quando a criança não nomeia espontaneamente as figuras, é solicitada a repetir a palavra-alvo, a partir de modelo oferecido pelo examinador. O registro considera se foi realizada a nomeação ou a repetição.

Após a realização da coleta, os resultados foram codificados em variáveis numéricas para possibilitar a alimentação de um banco de dados, utilizando o software SPSS 13.0, que possibilitou a realização de análise estatística descritiva (cálculo de médias e desvios padrão).

Estudos sobre aquisição fonológica têm considerado o percentual de 80% de produção padrão como indicativo de que a criança dominou a aquisição de um segmento fonológico2222 Queiroga BAM, Alves JM, Cordeiro AAA, Montenegro ACA, Asfora R. Aquisição dos encontros consonantais por crianças falantes do português não padrão da região metropolitana do Recife. Rev CEFAC. 2011;13(2):214-26. 2525 Rosal AGC, Cordeiro AAA, Queiroga BAM. Consciência fonológica e o desenvolvimento do sistema fonológico e crianças de escolas públicas e particulares. Rev CEFAC. 2013;15(4):837-46.. De modo semelhante, no presente estudo, foi considerado como marco para a eliminação dos processos quando havia uma redução de 80% da ocorrência de cada processo fonológico no grupo etário.

Resultados

Como dito anteriormente, as 202 crianças pré-escolares com desenvolvimento fonológico típico, foram distribuídas em dez grupos etários conforme se observa na Tabela 1. Destaca-se a dificuldade em aplicar a prova nas crianças pequenas, o que justifica o menor número de participantes na faixa de dois e três anos.

Tabela 1:
Distribuição das crianças pesquisadas nos grupos etários, Recife, 2014. (N=202)

Observa-se na Tabela 2 a média e desvio padrão para os processos fonológicos e sua relação por cada faixa etária (grupo). É possível observar que os processos fonológicos mais frequentes em todas as faixas etárias foram: simplificação de encontro consonantal, simplificação de liquida, redução de sílaba e simplificação de consoante final. Destaca-se que o processo de simplificação do encontro consonantal não chegou a ser eliminado na faixa etária investigada.

Tabela 2:
Distribuição dos resultados relativos avaliação dos processos fonológicos (médias e desvio padrão) por grupo etário, em crianças de 2:0 a 6:11 anos de idade, pré-escolares, Recife, 2012. (N =203)

A Figura 1 indica a comparação da faixa etária esperada para aquisição fonológica, segundo Wertzner1717 Wertzner HF. Distúrbio Fonológico. In: Andrade, CRF, Marcondes, E. Fonoaudiologia em Pediatria. São Paulo: Sarvier, 2003, p. 70-79., com a idade encontrada na presente pesquisa, indicando a eliminação tardia dos processos fonológicos de redução de sílaba, harmonia consonantal, plosivação de fricativa, simplificação de fricativa velar e simplificação de líquida.

Figura 1:
Comparação das idades de aquisição fonológica observadas no presente estudo e as idades propostas por Wertzner (2003)

Discussão

Os resultados apontam que os processos fonológicos que mais operaram na fala das crianças pesquisadas foram simplificação de encontro consonantal, simplificação de líquida, redução de sílaba e simplificação de consoante final. Outra pesquisa realizada na Região Metropolitana do Recife com crianças de escolas públicas e particulares apresentou resultados semelhantes, apontando os processos de simplificação de encontro consonantal, simplificação de líquida, simplificação de consoante final e redução de sílaba também como os mais frequentes2525 Rosal AGC, Cordeiro AAA, Queiroga BAM. Consciência fonológica e o desenvolvimento do sistema fonológico e crianças de escolas públicas e particulares. Rev CEFAC. 2013;15(4):837-46.. Vale salientar que a população deste outro estudo2525 Rosal AGC, Cordeiro AAA, Queiroga BAM. Consciência fonológica e o desenvolvimento do sistema fonológico e crianças de escolas públicas e particulares. Rev CEFAC. 2013;15(4):837-46. era composta por crianças provenientes de escolas públicas e particulares, e não apenas escolas públicas como no presente estudo.

Outros estudos22 Ferrante C, Borsel JV, Pereira MMB. Análise dos processos fonológicos em crianças com desenvolvimento fonológico normal. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(1):36-40. 2020 Silva MK, Ferrante C, Borsel JV, Pereira MMB. Aquisição fonológica do Português Brasileiro em crianças do Rio de Janeiro. J. Soc. Bras. Fonoaudiol. [periódico na internet]. 2012 [Acesso em 20 de abril de 2013]; 24(3):248-54. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-64912012000300010
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indicam que crianças com desenvolvimento fonológico típico, na faixa etária de três e quatro anos de idade, utilizam mais os processos fonológicos de redução de encontro consonantal, lateralização e apagamento de consoante final. Vale salientar que, no caso do presente estudo, a amostra reduzida de crianças na faixa etária de dois a três anos, pode limitar a interpretação dos achados.

Estudo que investigou a prevalência de alterações fonológicas em crianças de sete anos evidenciou que os processos mais frequentes nas crianças com alterações fonológicas são: simplificação do encontro consonantal, simplificação de líquidas, ensurdecimento de fricativas, ensurdecimento de plosivas e eliminação da consoante final77 Patah LK, Takiuchi N. Prevalência das alterações fonológicas e uso de processos fonológicos em escolares aos 7 anos. Rev CEFAC. 2008;10(2):158-67.. Estes dados demonstram semelhanças com o desenvolvimento fonológico típico, observado nas crianças do presente estudo, mas também ratificam diferenças importantes, como a ausência dos processos de ensurdecimento de fricativas e plosivas, que só acontecem em caso de desenvolvimento fonológico desviante1111 Wertzner HF. Fonologia: Desenvolvimento e Alterações. In: Ferreira LP, Befi-Lopes DM, Limongi SCO. Tratado de Fonoaudiologia. Ed. Roca, 2004. p. 772-86. 1717 Wertzner HF. Distúrbio Fonológico. In: Andrade, CRF, Marcondes, E. Fonoaudiologia em Pediatria. São Paulo: Sarvier, 2003, p. 70-79..

Como podem ser observados na Tabela 2, os processos fonológicos de redução de sílaba, harmonia consonantal, plosivação de fricativa, simplificação de fricativa velar e simplificação de líquida foram superados tardiamente, se comparados com a idade esperada segundo a literatura utilizada como referência1111 Wertzner HF. Fonologia: Desenvolvimento e Alterações. In: Ferreira LP, Befi-Lopes DM, Limongi SCO. Tratado de Fonoaudiologia. Ed. Roca, 2004. p. 772-86. 1717 Wertzner HF. Distúrbio Fonológico. In: Andrade, CRF, Marcondes, E. Fonoaudiologia em Pediatria. São Paulo: Sarvier, 2003, p. 70-79..

Ao realizar um paralelo entre os resultados encontrados e o que refere à literatura, pode-se observar que a eliminação do processo de redução de sílaba mostrou-se bastante atrasada no presente estudo (na faixa de 6:0 a 6:5 anos de idade). Para alguns autores este processo deve ser superado por volta dos 2:6 anos1717 Wertzner HF. Distúrbio Fonológico. In: Andrade, CRF, Marcondes, E. Fonoaudiologia em Pediatria. São Paulo: Sarvier, 2003, p. 70-79.. Outros autores1818 Lima LM, Queiroga BAM. Aquisição fonológica em crianças com antecedentes de desnutrição. Rev CEFAC. 2007;9(1):13-20. que investigaram a aquisição fonológica em crianças com antecedentes de desnutrição, afirmaram que o processo de redução de sílaba foi eliminado por volta dos 5:6 anos de idade. Deste modo, pode-se afirmar que, no caso do presente estudo, há um atraso importante na eliminação do processo pela população estudada.

De modo semelhante, também foi observado um atraso importante em relação à eliminação do processo de plosivação de fricativa, que mesmo operou na fala das crianças do presente estudo até os 4:11 anos de idade. Segundo a literatura consultada, este processo deve ser superado por volta dos 2:6 anos de idade1717 Wertzner HF. Distúrbio Fonológico. In: Andrade, CRF, Marcondes, E. Fonoaudiologia em Pediatria. São Paulo: Sarvier, 2003, p. 70-79.. Já outros autores afirmam que este processo só desaparece após os três anos de idade2626 Pena-Brooks A, Hedge MN. Assessment and treatment of articulation and phonological disorders in children - A dual-level text. Pro-ed an international Publisher. Austin, Texas, 2000..

No caso do processo de simplificação de fricativa velar, este foi superado por volta dos 4:0 a 4:5 anos de idade. Há referências na literatura que a simplificação de velares é eliminada por volta dos três anos de idade1717 Wertzner HF. Distúrbio Fonológico. In: Andrade, CRF, Marcondes, E. Fonoaudiologia em Pediatria. São Paulo: Sarvier, 2003, p. 70-79. 2727 Yavas M. Padrões de aquisição da fonologia do português. Letras de Hoje. 1988;23(3):7-30..

Os resultados do presente estudo indicam que os processos de posteriorização para velar, posteriorização para palatal, frontalização de velar e frontalização de palatal apresentaram médias muito baixas para serem considerados como processos típicos do desenvolvimento fonológico1111 Wertzner HF. Fonologia: Desenvolvimento e Alterações. In: Ferreira LP, Befi-Lopes DM, Limongi SCO. Tratado de Fonoaudiologia. Ed. Roca, 2004. p. 772-86.. Vale ressaltar que o instrumento utilizado para a avaliação fonológica (PAFon) apresenta palavras-alvo selecionadas de modo a contemplar todos os fonemas do português, considerando a posição na sílaba e a tonicidade, havendo, desse modo, a possibilidade de ocorrência de tais processos.

Segundo a literatura consultada, estes processos são típicos do desenvolvimento e são eliminados por volta dos 4:6 anos1717 Wertzner HF. Distúrbio Fonológico. In: Andrade, CRF, Marcondes, E. Fonoaudiologia em Pediatria. São Paulo: Sarvier, 2003, p. 70-79.. Para outros autores1818 Lima LM, Queiroga BAM. Aquisição fonológica em crianças com antecedentes de desnutrição. Rev CEFAC. 2007;9(1):13-20. que investigaram a aquisição fonológica em crianças com antecedentes de desnutrição, os processos de frontalização de velar, frontalização de palatal, posteriorização para velar e posteriorização para palatal desaparecem por volta dos 4 anos.

Os processos de ensurdecimento de plosivas e ensurdecimento de fricativas também apresentaram ocorrência bastante reduzida. Estes, respectivamente, são comumente encontrados em crianças com transtorno fonológico77 Patah LK, Takiuchi N. Prevalência das alterações fonológicas e uso de processos fonológicos em escolares aos 7 anos. Rev CEFAC. 2008;10(2):158-67. 2828 Wertzner HF, Pagan LO, Galea DES, Papp ACCS. Características fonológicas de crianças com transtorno fonológico com e sem histórico de otite média. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiol [periódico na internet]. 2007 [Acesso em 13 de janeiro de 2013]; 12(1): 41-7. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-80342007000100009.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
e quando pesquisados em outras regiões do país22 Ferrante C, Borsel JV, Pereira MMB. Análise dos processos fonológicos em crianças com desenvolvimento fonológico normal. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(1):36-40. também não foram operantes no desenvolvimento fonológico típico.

Em relação ao processo de simplificação de encontro consonantal, observa-se que este não foi superado em nenhuma das faixas etárias estudadas. Segundo a literatura, este processo deve desaparecer por volta dos 5 anos de idade2727 Yavas M. Padrões de aquisição da fonologia do português. Letras de Hoje. 1988;23(3):7-30., podendo aparecer em idades superiores aos 7 anos22 Ferrante C, Borsel JV, Pereira MMB. Análise dos processos fonológicos em crianças com desenvolvimento fonológico normal. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(1):36-40.. É importante ressaltar que aquisição do encontro consonantal é muito influenciada pelo meio sociocultural, podendo-se observar produções fonológicas, tais como: [fror] ao invés de /flor/, [peda] ao invés de /pedra/, [pranta] ao invés de /planta/.

Estes resultados chamam a atenção para a importância do conhecimento do desenvolvimento fonológico normal em populações com especificidades socioculturais, em especial em diferentes variedades linguísticas de uma mesma língua, para que equívocos de interpretação entre o que é variedade linguística e o que é desvio fonológico sejam evitados no diagnóstico das alterações de fala. Com isso, é fundamental que sejam realizadas novas investigações com o objetivo de verificar a influência das variedades linguísticas faladas no Brasil sobre o processo de aquisição fonológica.

Conclusão

Os processos fonológicos mais frequentes foram simplificação de encontro consonantal, simplificação de líquida, redução de sílaba e simplificação de consoante final. Observou-se que os processos fonológicos de redução de sílaba, harmonia consonantal e plosivação de fricativa foram superados tardiamente. Já os processos de simplificação de líquida, frontalização de palatal e posteriorização de palatal foram eliminados antes da idade esperada. O processo de simplificação de encontro consonantal não foi superado em nenhum grupo, evidenciando influencia de questões socioculturais.

Os dados sugerem uma possível influência da variedade linguística, a qual deve ser considerada na avaliação do desenvolvimento fonológico, especialmente nas crianças da Região Metropolitana do Recife, sendo fundamental que estudos explorem essa aquisição em diferentes regiões do país.

Diante do exposto, conclui-se que o contexto sociolinguístico deve ser considerado no processo de avaliação fonológica infantil, para que não ocorram diagnósticos equivocados de desvios fonológicos ou preconceitos ante a uma variedade linguística regional, uma vez que dificuldades relacionadas à fonologia podem prejudicar o desenvolvimento da linguagem em geral, afetando um ou mais de seus subsistemas. Por isso, é importante avaliar e entender cada um desses subsistemas separadamente, considerando a importância da influência do desenvolvimento fonológico para o sucesso tanto da compreensão como da expressão da linguagem.

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  • Fonte de Auxílio à Pesquisa: CAPES; FACEPE

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Out 2015

Histórico

  • Recebido
    11 Nov 2014
  • Aceito
    21 Abr 2015
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