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Prevalência de sintomas vocais em professores na rede municipal de ensino em Campo Grande - MS

Resumo:

OBJETIVO:

delinear o panorama epidemiológico sobre a voz do professor na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande/MS, verificando a prevalência de sintomas vocais autorreferidos nessa população.

MÉTODOS:

trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, descritivo, quantitativo. Dentre os 4.957 professores cadastrados na Semed/2013, 394 participaram da pesquisa. Todas as sete regiões urbanas do município (Prosa, Bandeira, Anhanduizinho, Lagoa, Segredo, Centro, Imbirussu) foram amostradas. Para a coleta de dados utilizou-se o protocolo de Ferreira e cols., adaptado, utilizando-se como método de mensuração a escala Likert.

RESULTADOS:

constatou-se alta prevalência de sintomas vocais autorreferidos. Os professores apresentaram múltiplos sintomas relacionados ao uso da voz no trabalho e perceberam os efeitos adversos em seu desempenho profissional.

CONCLUSÃO:

a seriedade dos problemas de voz do professor, vivenciados diariamente nos serviços de atendimento fonoaudiológico e na Rede Municipal de Ensino foi revelada em números expressivos nessa pesquisa.

Descritores:
Saúde Pública; Educação; Voz; Docentes; Fonoaudiologia

Abstract:

PURPOSE:

to describe the epidemiological overview of the teacher's voice at Municipal Network Teaching in Campo Grande / MS, checking the prevalence of voice problems in this population.

METHODS:

this is a cross-sectional, descriptive and quantitative study. Among the 4,957 registered teachers in Semed / 2013, 394 participated. All seven urban areas of the municipality (Prosa, Bandeira, Anhanduizinho, Lagoa, Segredo, Centro, Imbirussu) were sampled. To collect the data we used the adapted protocol Ferreira et al., using as the measuring method the Likert scale.

RESULTS:

high prevalence of vocal symptoms. Teachers had multiple symptoms related to the use of voice at work and realized the adverse effects on their professional performance.

CONCLUSION:

the seriousness of the teacher's voice problems experienced in daily speech therapy services and the Municipal Education Network was revealed in significant numbers in this research.

Keywords:
Public Health; Education; Voice; Faculty; Speech, Language and Hearing Sciences

Introdução

A necessidade do uso da voz como ferramenta de trabalho tem crescido nas últimas décadas. Estimativas apontam que entre 20% e 30% da força de trabalho mundial exercem atividades em que há uma significante demanda vocal. Cantores, atores, dubladores, professores, telefonistas e teleoperadores fazem parte dessas estimativas, sendo denominados profissionais da voz11 Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Departamento de voz. Seção: Mal pode virar doença ocupacional. 2013 [acesso em 2013 set 22]. Disponível em: http://www.sbfa.org.br/portal/depto_titulo.php?id=3&ttpg_comissao=VOZ&ttpg=Mal pode virar uma doença ocupacional&tpc=cinza.
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22 Academia Brasileira de Laringologia e Voz. Campanha da Voz 2014. [acesso em 2014 abr 16]. Disponível em: http://www.ablv.com.br.
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.

Entre os profissionais que utilizam a voz como principal instrumento de trabalho, os professores são alvo da maioria das pesquisas, representando, aproximadamente, dois milhões de trabalhadores na educação básica do Brasil3. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo 2012. [acesso em 2012 out 10]. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/basica-censo.
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A combinação de uso prolongado da voz e fatores de risco ambientais (físicos, químicos e ergonômicos), bem como a própria organização do trabalho contribui para elevar a prevalência de queixas vocais gerando situações de afastamento e incapacidade para o desempenho de funções, o que implica em custos financeiros e sociais, tanto para as Instituições quanto para governo e sociedade44 Ferreira LP. Condições de produção vocal de professores da rede do município de São Paulo. Rev Distúrb Comum. 2003;14(1):275-308. 55 Giannini SPP. Distúrbio de voz relacionado ao trabalho docente: um estudo caso-controle. CoDAS. 2013;25(6):566-76..

O início dos sintomas geralmente é insidioso, predominando ao final da jornada de trabalho e havendo redução destes após repouso noturno ou nos finais de semana. Aos poucos, os sintomas vão se tornando constantes independentemente do uso prolongado da voz, não havendo melhora mesmo com repouso vocal66 Dragone MLS, Ferreira LP, Giannini SPP, Simões-Zenari M, Vieira VP, Behlau M. Voz do professor: uma revisão de 15 anos de contribuição fonoaudiológica. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(3):289-96. 88 Araújo TM, Carvalho, FM. Condições de trabalho docente e saúde na Bahia: estudos epidemiológicos. Educ. Soc. 2009;30(107):427-49..

A disfonia relacionada ao trabalho também pode estar associada a sintomas de sofrimento mental face às exigências da organização do trabalho. A necessidade de responder a essas exigências, o medo do desemprego, a falta de informação e outras contingências do mundo do trabalho contemporâneo fazem com que o trabalhador suporte esses sintomas e continue trabalhando, até que haja um agravamento do quadro clínico, exigindo intervenção terapêutica mais complexa. Cabe mencionar a existência de Leis sobre Programa de Saúde Vocal do Professor, tanto na esfera Estadual (Mato Grosso do Sul) quanto Municipal, desde 2007, que tratam dessa questão, porém de forma incipiente99 Campo Grande. LEI no. 4.479, de 15 de julho de 2007. Criação Programa Municipal Saúde Vocal. Câmara Municipal de Campo Grande-MS. Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul. [acesso em 2012 ago 28]. Disponível em: http://www.camara.ms.gov.br/?secao=noticia&id=164189.
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1010 Mato Grosso do Sul. LEI no. 2.198, de 20 de dezembro de 2000, Promulgada em 2007. Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul. Criação Programa Estadual Saúde Vocal. [acesso em 2012 jul 02]. Disponível em: http://www.sbfa.org.br/portal/voz_profissional/leis.pdf.
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Ficar rouco, por um período, decorrente da rotina de trabalho. A aceitação desse fato como se fosse algo natural mostra a falta de informação sobre como a voz dos professores é afetada e sobre como os problemas poderiam ser minimizados ou até evitados, caso esses profissionais tivessem acesso a políticas preventivas, seja na esfera pública ou privada. A realidade mostra que há muito a ser feito quando o assunto é a voz do professor: estudos que deem base científica para o desenvolvimento de projetos e criação de programas que forneçam orientação e terapia, quando necessário. Existem várias iniciativas com esse foco - a Campanha Nacional da Voz é uma delas - mas para melhorias mais profundas e duradouras é preciso avançar mais. Será que, de fato, os professores da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande/MS sofrem com problemas de voz? Para construir soluções que garantam a proteção da saúde pública do professor, respostas para pergunta como essa precisariam ser respondidas.

O objetivo desse estudo foi delinear o panorama epidemiológico sobre a voz do professor na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande - MS, verificando a prevalência de sintomas vocais autorreferidos nessa população.

Métodos

Este estudo foi encaminhado para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - CEP/UFMS para análise, sido aprovado pelo Parecer número 320.349/2013. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE seguindo a Resolução MS/CNS/CNEP n° 466/12.

Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, descritivo, quantitativo, cujo o fator em estudo foi a presença de sintomas vocais.

Os critérios de Inclusão foram agrupar os docentes que estavam ministrando aulas há pelo menos 6 meses, com contrato de trabalho - CLT e efetivo. Foram excluídos os profissionais cuja função fosse diferente à docência, casos de afastamento, licença e/ou remanejamento funcional.

A pesquisa foi realizada em escolas da Rede Municipal de Ensino que possuíam o ensino fundamental (1o. ao 9o. ano) no período letivo de 2013. Para tanto, das 94 escolas cadastradas na Secretaria Municipal de Educação - Semed/2013 participaram grupos de escolas urbanas estratificadas em sete regiões (Prosa, Bandeira, Anhanduizinho, Lagoa, Segredo, Centro, Imbirussu), sediadas em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. A estratificação foi necessária para que todas as escolas fossem representadas por suas respectivas Regiões-Polo. Para o cálculo amostral utilizou-se o Programa Epi-Info, e a partir de uma população estimada em 4.957 professores (CENSO 2013/SEMED), determinou-se o tamanho da amostra com 400 professores, prevalência de 50%, nível de significância de 5%. Para compensar possíveis perdas ou recusas, houve acréscimo de 10% (50 professores).

Para que as escolas autorizassem a realização do estudo, foi necessário adaptar a coleta de dados de forma a não prejudicar a rotina de trabalho dos participantes. Por essa razão, a medição dos sintomas vocais por meio de uma avaliação otorrinolaringológica ou de gravação das vozes para análise perceptivo-auditiva não pôde ser realizada. Assim, mediu-se a presença de um ou mais sintomas vocais autorreferidos com frequência diária ou semanal.

Os critérios de inclusão na amostra foram agrupar e selecionar os docentes que estavam ministrando aulas há pelo menos 6 meses, com contrato de trabalho e efetivos em sua atividade laboral. Quanto aos critérios de exclusão, foram descartados todos os profissionais cuja função fosse diferente à docência, casos de afastamento, licença e/ou remanejamento funcional.

O instrumento de pesquisa foi constituído de um questionário adaptado, autoaplicável, cuja a unidade de medida refere-se ao modelo de Escala Likert, baseado no instrumento elaborado por Ferreira et al.(2007). O mesmo instrumento tem sido usado, ainda, como elemento de diagnóstico e sensibilização em Programa desenvolvido pela Prefeitura do Município de São Paulo, SP1111 Ferreira LP, Giannini SPP, Latorre MRDO, Zenari MS. Distúrbio da voz relacionado ao trabalho: proposta de um instrumento para avaliação de professores. Rev Dist Comun. 2007;19(1):127-37.. Destaca-se que é de fácil compreensão e preenchimento, além de poder ser utilizado em sua totalidade ou em partes, conforme o interesse do pesquisador em avaliar questões sócio-demográficas, ocupacionais, familiares ou ambientais. Visando cumprir com os objetivos do projeto, retirou-se as questões psicológicas e violência na escola, dando ênfase às questões de saúde geral, ambiente de trabalho, comportamento vocal e hábitos de vida.

Inicialmente realizou-se um pré-teste, constituído de: a) aplicação do questionário em forma de entrevista com 10 indivíduos do grupo do mestrado em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste da UFMS, a fim de avaliar a adequação de termos e compreensão do instrumento; b) revisão de questões mal compreendidas pelos respondentes; c) aplicação do questionário reformulado no formato autoaplicável. Notou-se que a maioria dos pesquisados no pré-teste obtiveram clareza e assertividade em relação às respostas, exceto nas abertas. O tempo médio de durabilidade para preenchimento foi de 25 minutos, estando a pesquisadora presente para auxiliar possíveis questionamentos. Facilidades do questionário: predomínio de questões fechadas; linguagem acessível; assuntos separados por temas. Dificuldades encontradas sobre esse instrumento: muito extenso; cinco opções de resposta por item; algumas questões semiabertas.

As seguintes variáveis foram analisadas - I. Perfil dos professores: gênero, idade, estado civil, escolaridade e situação funcional; II. Relação entre o grupo sintomático vocal e problemas de saúde: digestivo, hormonal, coluna, dentário, circulatório, emocional, respiratório e auditivo; III. Relação entre sintomático vocal e hábitos de vida (consumo diário de água, tabagismo, etilismo, sono, atividades de lazer); IV. Relação entre sintomático vocal e aspectos vocais (sensação de desconforto ao falar, tratamentos, nuances da voz ao longo do dia, reação do ouvinte); V. Relação entre sintomático vocal e trabalho: (absenteísmo, satisfação vocal, orientação vocal).

As características amostrais foram descritas em tabelas e figuras. Para comparar variáveis categóricas, utilizou-se o teste do Qui-quadrado, e para variáveis contínuas e com distribuição normal, foi utilizado o teste t de Student. Foram considerados significantes os valores de p<0,05. Odds ratio (OR) foi utilizado para verificar associações independentes.

Resultados

Tabela 1:
Perfil da população geral

O perfil dos professores, demonstrados na Tabela 1, caracteriza-se como predominantemente: gênero feminino; idade média 39 anos, escolaridade nível superior; estado civil casado; tempo de profissão entre 10 e 20 anos; assintomático vocal; satisfeito com a voz.

As Figuras 1 e 2 revelam os sintomas e as sensações mais citadas entre os professores em geral.

Figura 1:
Sintomas vocais

Figura 2:
Sensações na garganta

A Tabela 2 apresenta os problemas de saúde geral autorreferidos pelos professores que podem desencadear e/ou agravar a qualidade vocal.

Tabela 2:
Problemas de saúde geral

A Tabela 3 demonstra os hábitos deletérios vocais autorreferidos pelos professores sintomáticos vocais.

Tabela 3:
Hábitos de vida deletérios

A Tabela 4 apresenta os hábitos de vida saudáveis autorreferidos pelos professores.

Tabela 4:
Hábitos de vida saudáveis

A Tabela 5 revela o que os professores alegaram como preditores do seu problema vocal.

Tabela 5:
Professores alegaram como preditores do problema vocal

Discussão

Perfil da População

Conforme a Tabela 1, a composição do grupo de professores deste estudo é semelhante às pesquisas desenvolvidas na área: a maioria do gênero feminino, com ocupação exclusiva às atividades de docência e carga horária de trabalho superior a 20 horas semanais1212 Hermes EGC, Alves MP, Meireles A, Araújo C, Federici M, Boemer B, Pereira T. Qualidade vocal da população atendida na Campanha Nacional da Voz 2011- MT. In: 8º. Congresso Internacional de Fonoaudiologia. 2011. Anais eletrônicos. p. 103. [acesso em 2011 abr 9]. Disponível em: www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa.
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1313 Lima MFEM. Condições de trabalho e saúde do professor universitário. Centro de Ciências Humanas e Sociais/UFMS. Rev Ciências & Cognição. 2009;14(3):62-82..

Levando-se em consideração que a média de anos de trabalho encontra-se entre 10 e 20 anos, admite-se não haver relação aos ajustes vocais inerentes à fase inicial da carreira. A instalação de uma disfonia permanente ao longo da carreira mostra a cronicidade desta alteração por mau uso ou abuso vocal e não simplesmente uma ocorrência transitória atual1414 Behlau MS, Zambon F, Guerrieri AC, Roy N. Panorama epidemiológico sobre a voz do professor no Brasil. Anais do 17º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia. 1º Congresso Íbero-Americano de Fonoaudiologia. Rev Soc Bras Fonoaudiol [Internet]. Suplemento 2009: 1511. [citado 2009 Dez 1]. Disponível em:http://www.sbfa.org.br/portal/anais2009/anais_select.php?op=PR&cid=1511&tid=1.
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Os professores associaram todos os sintomas vocais ao uso da voz em sala de aula. O uso da voz fora de sala de aula ocorreu para a minoria dos professores, como nos casos: cuidar de alunos (26,4%), cantar em igreja (18,5%), cantar em coral, aulas particulares (4%), trabalhar com vendas (3,4%), entre outros. Reforça-se a natureza ocupacional dos problemas vocais em docentes. Cabe explicar que as diferenças de ambiente escolar, faixa etária e lotação de alunos, além do tipo de disciplina ministrada, podem predispor à disfonia em tempo menor.

Prevalência de sintomas vocais

De acordo com as Figuras 1 e 2, a prevalência de sintomas vocais referidos em professores da Rede Municipal de Educação de Campo Grande-MS para o ano de 2013 define-se em 21,5% em uma população de 4.957 professores ativos. Ou seja, respeitando o intervalo de confiança, este número projetado da amostra para a população geral da REME, significa, em valor absoluto - 1.066 professores com sintomas vocais indicativos de doença na laringe e expostos diariamente ao agravamento do quadro instalado. Esse número não inclui a rede estadual e a rede particular de ensino do município. Ratifica-se a média da literatura nacional1515 Lima-Silva MFB, Ferreira LP, Silva MAA, Ghirardi ACAM. Distúrbio de voz em professores: autorreferência, avaliação perceptiva da voz e das pregas vocais. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(4):391-7. 1818 Bacha SMC, Camargo AFFP, Brasil MLR. Incidência de Disfonia em professores de pré-escola do ensino regular da rede particular de Campo Grande/MS. Pró-Fono R Atual Cient. 1999;11(2):8-14.que varia entre 20% e 30%. Na literatura internacional, o percentual varia em maior abrangência1919 Preciado-López J, Pérez-Férnandez CP, Preciado-Ruiz P. Epidemiological study of voice disorders among teaching professionals of La Rioja, Spain. Department of Otorhinolaryngology, Hospital San Millán, San Pedro y de La Rioja, Logroño, Spain. J Voice. 2008;22(4):489-508. 2222 Masuda T. Analysis of vocal abuse: fluctuations in phonation time and intensity in 4 groups of speakers. Acta Otolaryngol (Stockh). 1993;113(4):547-52., mas a presença de sintomas vocais aparece como unanimidade na classe.

A reciprocidade entre o número de sintomas referidos (21,5%) e o número de sensações na garganta (26,3%) significa que o professor tem consciência de sua voz e sabe detectar sinais e sintomas de problemas vocais.

Os resultados dos professores da REME apontam como principais causas vinculadas ao sofrimento vocal: uso intenso da voz; qualidade de sono ruim; problemas respiratórios (alergias) e auditivos; que serão mais detalhados posteriormente.

Fatores preditores de problemas vocais

Ao analisar os dados da Tabela 2, os problemas digestivos podem estar associados à voz devido às alterações que o refluxo gastroesofágico e azia podem causar à mucosa do trato vocal. O suco gástrico provoca edemas e lesões às células quando em contato na porção alta da laringe, comprometendo a produção vocal. A relação entre refluxo gastroesofágico - RGE e disfonia nos professores tem sido estudada nos últimos anos2323 Burati DAC, Eckley C, Costa H. Doença do Refluxo Gastroesofágico: análise de 157 pacientes. Rev Bras Otorrinolaringol. 2003;69(4):458-62. 2424 Bruneto B, Oyárzun R, Mella L, Avila S. Mitos Y realidades de La disfonia profissional. Rev Otorrinolaringol Cir Cabeza Cuello. 1986;46:115-20..

Os desvios da coluna, sejam de origem esquelética ou postural - assim como as pressões cervicais ou cervicalgias, geram pontos de tensão na porção glótica que favorecem o desequilíbrio muscular e postural entre as estruturas fonoarticulatórias, isso contribui negativamente para o uso da voz, gerando uma qualidade vocal tensa, comprimida2525 Hermes EGC, Nakao M. Educação vocal na formação do docente. Fonoaudiol Bras. 2003;2(3):48-59. 2626 Pinho MSR. Fundamentos em laringologia e voz. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003..

O aspecto emocional predispõe à disfonia psicogênica ou hiperfuncional, que são alterações somatizadas ao desgaste psicológico. Em sala de aula, devido ao conflito com alunos ou direção escolar, o quadro pode iniciar com rouquidão, instabilidade fonatória ou afonia de conversão, que incide de forma abrupta. É reversível, porém requer acompanhamento especializado fonoaudiólogico e psicológico2727 Rechenberg L, Goulart BNG, Roithmann R. Impacto da atividade laboral de teleatendimento em sintomas e queixas vocais - estudo analítico. J Soc Bras Fonoaudiol. 2011;23(4):301-7. 2828 Valle LELR, Malvezzi S. Estresse e distúrbio do sono no desempenho de professores: saúde mental no trabalho. [Tese]. São Paulo (SP): Universidade de São Paulo, Faculdade de Psicologia, Doutorado em Psicologia Social; 2011..

Para justificar o problema auditivo faz-se necessário uma investigação clínica nos professores sintomáticos auditivos para diagnosticar o tipo e o grau da hipoacusia. Uma hipótese que justificaria tal problema seria a presença do ruído ambiental em sala de aula que proporciona desconforto auditivo. Esse assunto será melhor elucidado posteriormente.

Os problemas respiratórios (36,6% dos professores sintomáticos vocais) estão diretamente associados aos sintomas vocais. O aparelho fonador constitui-se do equilíbrio de dois sistemas: mastigatório (articulação) e respiratório (forças: aerodinâmica e mioelástica). Quando o professor respira mal, o tempo de fonação fica comprometido e isso acarreta cansaço ao falar. A projeção da voz ou ressonância também sofre perda da qualidade e, ao longo da jornada de trabalho, o profissional sobrecarrega todo o trato vocal2929 Mestre L, Merlin E. Adoecimento vocal em professores. Anais do XVI Encontro de iniciação Cientifica da PUC. Setembro 2009;29-30, Campinas. 3030 Vilkman E. Voice Problems at Work: a Challenge for Occupational Safety and Health Arrangement. Folia Phoniatr Logop. 2000;52(1-3):120-5..

Em relação aos problemas de fala a necessidade de se fazer entender, põe o professor, que sente dificuldade em se expressar com fluidez, em situação tendenciosa a repetições constantes, o que gera sobrecarga ao trabalho fonatório. As distorções dos sons da fala podem associar-se também às alterações das estruturas dentárias e a maloclusão3131 CarellI EG, Sá MOSM. Análise fonética em portadores de alterações dentárias. Rev Fono Atual. 2001;4(15):39-42., uma vez que essas são relatadas como fatores etiológicos das distorções fonéticas, tendo como fonemas mais afetados os linguodentais, alveolares e labiodentais.

Hábitos de vida

A Tabela 3 demonstra a presença de hábitos de vida deletérios entre os professores sintomáticos vocais - tabagismo (11,8%) e etilismo (28,6%) - e observou-se que não houve diferença estatística significante. Os achados dessa pesquisa corroboram os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), onde estima-se que 15% da população mundial apresenta tabagismo e/ou etilismo. A baixa referência de hábitos deletérios reflete positivamente na qualidade de vida e voz do professor e pode ser justificada como resposta às Campanhas Nacionais antifumo e álcool, como também pelo aumento da vigência de Leis restritivas ao seu consumo3232 Vilkman E. Occupational safety and health aspectos of voice and speech professions. Folia Phoniatr Logop. 2004;56(4):220-53. 3333 Williams NR. Occupational groupos at risk of voice disorders: a review of the literature. Rev Occupational Medicine. 2003;53(7):456-60..

Em relação à Tabela 4, que demonstra a presença de hábitos de vida saudáveis entre os professores sintomáticos vocais, observou-se: ingestão de água diária próxima de 2 litros (22,3%), sono com duração de 6 horas a 8 horas por dia (18,8%) e prática de lazer (22,9%). Nota-se que não houve diferença estatística entre os sintomáticos vocais. Isso quer dizer que as variáveis: água e lazer não foram determinantes dos problemas vocais neste estudo. Isso reflete positivamente para a saúde vocal do professor.

É preciso relatar que apesar de 81,5% dos professores amostrados referirem que dormem em média de 6 a 8 horas por dia, 69% declararam não acordar descansados. Ou seja, o hábito do descanso fisiológico diário existe, mas a sua qualidade está comprometida. O cansaço físico inibe os movimentos corporais. Na voz, observa-se pouca abertura de boca, baixa projeção, imprecisão articulatória e redução do tempo máximo de fonação. A variação dessa porcentagem pode ser explicada por inúmeros fatores, seja de ordem econômica, social/familiar ou própria do indivíduo3434 Yiu EML. Impact and prevention of voice problems in the teaching profession: embracing the consumer´s view. J Voice. 2002;16(2):215-29. 3535 Colton RH, Casper JK. Compreendendo os problemas de voz: uma perspectiva fisiológica ao diagnóstico e ao tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas; 1996..

Os distúrbios do sono são comuns na vida moderna, entre professores tem sido vinculado ao estresse. Um estudo de doutoramento na área de Psicologia Social pela Universidade de São Paulo - USP, em 2011, pesquisou 165 professores de Poços de Caldas para avaliar o impacto do estresse na saúde do professor e na qualidade do sono. Os dados revelaram que 59% dos professores apresentam estresse, a maioria na fase de resistência (39%) e com prevalência do estresse psicológico. Além disso, indicaram que 46,7% dos professores são maus dormidores, evidenciando associação entre os sintomas físicos e psicológicos para o estresse e o distúrbio do sono. O estudo da USP revelou a importância da investigação do estresse e do sono na prevenção de transtornos na saúde mental do professor e consequências sociais no trabalho e na qualidade de vida2828 Valle LELR, Malvezzi S. Estresse e distúrbio do sono no desempenho de professores: saúde mental no trabalho. [Tese]. São Paulo (SP): Universidade de São Paulo, Faculdade de Psicologia, Doutorado em Psicologia Social; 2011..

Refletindo sobre o hábito de hidratação, esse é um dos principais promotores da qualidade vocal, assim como o descanso e as atividades antiestresse (lazer). É correto dizer que esse hábito pode não ser o único motivo da eufonia, mas contribui potencialmente para a promoção e manutenção da mesma. A entrada de fluido por via oral, como também, a umidade ambiental e a ação dos medicamentos atuam sobre a qualidade das secreções. Além disso, a hidratação promove maior diferença na diminuição da pressão inicial para a fonação - PTP - do pitch alto, facilitando a fonação3636 Sataloff RT. World Voice Day 2012. [Editorial] Ear, Nose and Throat Journal. 2012;91(2):52. 3737 Thompson AR. Pharmacological agents with effects on voice. Am J Otolaryngol. 2005;16(1):12-8..

Aspectos vocais

A Tabela 5 demonstra que os professores entendem que a origem do problema vocal (seja no passado ou no momento presente) está associada, estatisticamente, a fatores como: exposição ao barulho (33,3%) e uso intenso vocal (31,1%). O estudo pôde concluir que os professores apontam múltiplos preditores de problemas vocais, no presente e no passado, e relacionam predominantemente o seu problema vocal ao uso intenso da voz no trabalho; além disso, percebem que o ruído ambiental em sala de aula afeta sua eficiência na comunicação.

Sobre o ruído em sala de aula, observou-se que a acústica das salas está comprometida, pois não há padronização, a nível estrutural, seja para a projeção do som, seja para o abafamento do ruído; além disso, o excedente número de alunos em sala agrava o problema acústico. O nível de ruído aceitável para salas de aula varia entre 40 e 50 dB(A), sendo que valores acima desta faixa são considerados nocivos à saúde3838 Associação Brasileira de Normas e Técnicas. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico. [acesso em 2014 out 03]. Disponível em: http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=4564.
http://www.abntcatalogo.com.br/norma.asp...
. Os ruídos intensos dificultam a comunicação verbal, acarretando o aumento da tensão psicológica e diminuição do nível de atenção. Quanto maior o nível de ruído, maior será a intensidade vocal aplicada para tentar compensá-lo. A voz deve ter no mínimo 10 dB(A) a mais que o nível de ruído ambiental3939 Silvério KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.. Em alguns estudos, os valores médios do ruído ambiental no interior das salas de aula variaram de 56 dB(A) a 94,1 dB(A) 3939 Silvério KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R Atual. Cient. 2008;20(3):177-82. 4040 Ijuim JMO, Lacerda CBF. A presença de ruído ambiental e a qualidade da voz do professor em uma escola cenecista. 2006. [Dissertação]. Piracicaba (SP): Universidade Metodista de Piracicaba, Mestrado em Educação; 2006..

Questão sobre tratamento vocal

Dentre os professores que declararam sofrer de problemas vocais, 71% não realizaram tratamento, 26% já realizaram tratamento e 3% estão realizando tratamento. Esses dados ratificam a necessidade de aumentar a atenção à saúde docente, visto que mesmo consciente de haver um problema vocal, o professor em sua expressiva maioria não procurou tratamento. Provavelmente outros fatores também estão envolvidos, tais como: as dificuldades de acesso imediato aos serviços de saúde e a necessidade de continuar nas atividades profissionais mesmo com um problema de voz evidente.

Questão sobre tipos de tratamento vocal

Dos professores que buscaram algum tipo de tratamento, evidenciou-se que: 48,9% realizaram terapia fonoaudiológica; 52,3% usaram medicamento; 4,5% submeteram-se a processo cirúrgico e 5,7% procuraram modos paliativos de solucionar o problema vocal. Ainda predomina o uso de medicamento para o tratamento da voz.

Questão sobre gravidade do problema vocal

Quanto à gravidade do problema vocal, constatou-se: 39,1% discreta; 35,7% moderada; 12,3% severa; 12,3% não souberam dizer. Isso implica dizer que somando o percentual moderado ao severo, a proporção ultrapassa os demais; indicativo de quadro de repercussão importante na função vocal. Nesse caso, além do professor notar o problema vocal, as pessoas ao seu redor também notam e isso pode trazer restrições ao processo comunicativo.

Questão sobre absenteísmo no trabalho

Entre os professores amostrados, 18,6% declararam ter faltado ao trabalho devido à alteração na voz. Refletindo sobre saúde pública, o ônus de trabalhadores desenvolvendo suas atividades devido ao fator vocal mostra um cenário preocupante, seja do ponto de vista econômico, laboral ou sócio-educativo.

Questão sobre orientação vocal

Sobre a questão orientação sobre cuidados com a voz, 44,3% dos professores amostrados referiram não ter recebido nenhum tipo de instrução sobre o assunto; e 55,4% afirmaram ter recebido tal orientação. A falta de uniformidade nas respostas reflete que o professor está inserido em diferentes contextos de trabalhado. A profilaxia das disfonias começa no nível de conhecimento dos professores sobre higiene vocal.

Conclusão

Existe um importante percentual de professores sintomáticos vocais na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande, MS, Brasil. Os preditores de sintomas vocais mais expressivos foram: problemas de fala, problemas de respiração e problemas de audição, indicando que o sistema comunicativo do professor está alterado e merece especial atenção no processo de profilaxia, diagnóstico e reabilitação vocal.

Apesar do hábito saudável - sono - ser apresentado em alto percentual, os professores demonstraram ser maus dormidores no aspecto qualitativo, o que pode contribuir negativamente para a sua qualidade de vida e voz.

Os professores têm conhecimento parcial sobre a origem do problema vocal.

A satisfação com a própria voz varia para aceitação nos assintomáticos e rejeição nos sintomáticos. Há relação entre autoimagem vocal e qualidade vocal.

Existe a necessidade real da implementação do programa sobre saúde vocal do professor na REME de Campo Grande - MS.

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  • Fonte de auxílio: CAPES

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Out 2015

Histórico

  • Recebido
    26 Jan 2015
  • Aceito
    27 Maio 2015
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