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Lesões craniofaciais decorrentes de acidentes por motocicleta: uma revisão integrativa

Resumo:

Os acidentes de trânsito têm constituído um problema de saúde pública que mais cresce no Brasil e no mundo, com destaque para as motocicletas. Além dos altos índices de mortalidade, destacam-se também as lesões e sequelas causadas aos sobreviventes ao acidente. As lesões de face são comuns neste tipo de acidente, causando deformidades estéticas e funcionais no rosto, necessitando de reabilitação. Foi realizada uma busca na literatura para mapear as lesões na região craniofacial decorrentes de acidentes de trânsito por motocicleta, buscando também suas possíveis implicações para a Comunicação Humana. As bases de dados Pubmed, Lilacs e Scielo foram acessadas, selecionando os artigos pelos títulos, em seguida pelos resumos, para ao final selecionar os artigos para leitura na íntegra. Após este processo, foram selecionados 10 estudos para a revisão. Na região facial, as fraturas mais frequentes foram nos ossos da Mandíbula, Zigomático e Nasal, por serem os mais proeminentes na região. Destacaram-se os Traumas Cranianos como os tipos de lesões com maior gravidade, uma vez que podem levar ao óbito. Apesar do detalhamento das lesões, as sequelas e dados sobre a reabilitação dessas vítimas de acidentes por motocicletas foram raros na literatura.

Descritores:
Acidentes de Trânsito; Motocicletas; Ferimentos e Lesões; Traumatismos Faciais

Abstract:

Traffic accidents have been a public health problem in the fastest growing in Brazil and the world, especially motorcycles. In addition to the high mortality rates, also include injuries and sequelae caused the crash survivors. The face injuries are common in this type of accident causing aesthetic and functional deformities in the face, requiring rehabilitation. A search of the literature was performed to map the lesions in the craniofacial region resulting from traffic accidents per motorcycle, also seeking their possible implications for Human Communication. The Pubmed, Lilacs and SciELO data were accessed by selecting the articles by title, then by abstract, to the end select the articles for reading in full. After this process, 10 studies were selected for review. In the facial region, the most frequent were fractures in the bones of the jaw, and Nasal Zygomatic, being the most prominent in the region. Stood out as the Cranial Trauma injuries more severe, since they can lead to death. Despite the breakdown of injuries, sequelae and data on the rehabilitation of the victims of accidents caused by motorcycles were rare in the literature.

Keywords:
Accidents, Traffic; Motorcycles; Wounds and Injuries; Facial Injuries

Introdução

Os acidentes de trânsito (ATs) vêm se constituindo como uma epidemia para as sociedades atuais e entram na agenda da saúde pública com as morbi-mortalidades por causas externas11 Silva PHNV. Epidemiologia dos acidentes de trânsito com foco na mortalidade de motociclistas no Estado de Pernambuco: uma exacerbação da violência social. [tese] Recife (PE): Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz; 2012.. Em 2010, para o total de mortes por causas externas registradas no Brasil, as agressões (homicídios) ocupavam a primeira causa de morte para o total da população, seguida dos óbitos por ATs. Entre 2006 e 2010 as mortes por ATs já correspondiam a um acréscimo de 20%22 Jorge MHPM. Mortes de motociclistas ultrapassam de pedestres no Brasil. Revista ABRAMET. 2012;29(1):34-7..

Os dados tornam-se mais alarmantes quando observamos os índices de ATs por motocicletas. No Brasil, os motociclistas destacam-se entre as vítimas desses acidentes de trânsito, correspondendo a um aumento de quase 51% entre os anos de 2006 e 2010, enquanto os demais tipos de acidentes, como pedestres e automóveis, por exemplo, houve redução ou permaneceu com os mesmos índices22 Jorge MHPM. Mortes de motociclistas ultrapassam de pedestres no Brasil. Revista ABRAMET. 2012;29(1):34-7.. Os homens são vítimas em 89% dessas ocorrências, onde 65% desses têm idades entre os 20 e 39 anos33 Brasil, Ministério da Saúde. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, Sistema de informações sobre mortalidade. 2011. Acesso: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/ext10uf.def.
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Entre os danos causados aos pacientes que sobrevivem aos acidentes de moto, destacam-se as sequelas motoras, psicológicas e mutilações. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 20 e 50 milhões de vítimas por acidentes de trânsito sobrevivem com traumatismos e feridas44 Waiselfisz JJ. Mapa da Violência 2012. Os novos padrões da violência homicida no Brasil. São Paulo, Instituto Sangari. 2012..

Quanto à gravidade, a lesão na região da cabeça, é a lesão isolada mais frequentemente encontrada em casos graves e fatais55 Calil AM, Sallum EA, Domingues CA, Noguiera LS. Mapeamento das Lesões em Vítimas de Acidentes de Trânsito: Revisão Sistemática da Literatura. Rev Latino-am Enfermagem. 2009;17(1):120-5.. Na região da face, que é comumente acometida em todos os tipos de ocorrências de acidentes de transporte, destacam-se as seguintes lesões: fratura nasal e de dente, fratura de mandíbula, laceração de córnea, laceração de nervo óptico e fratura Lefort II55 Calil AM, Sallum EA, Domingues CA, Noguiera LS. Mapeamento das Lesões em Vítimas de Acidentes de Trânsito: Revisão Sistemática da Literatura. Rev Latino-am Enfermagem. 2009;17(1):120-5..

Nascimento e Gimeniz-Paschoal66 Nascimento E N, Gimeniz-Paschoal S R. Os acidentes humanos e suas implicações fonoaudiológicas: opiniões de docentes e discentes sobre a formação superior. Rev. Ciência & Saúde Coletiva. 2008;13(2):2289-98.ressaltam que tais ferimentos na região da cabeça e também da face, podem resultar em distúrbios diretos e indiretos da comunicação humana. Essas alterações fonoarticulatórias acontecem quando a estrutura e função dos tecidos moles e duros sofrem algum tipo de lesão nessa região do corpo66 Nascimento E N, Gimeniz-Paschoal S R. Os acidentes humanos e suas implicações fonoaudiológicas: opiniões de docentes e discentes sobre a formação superior. Rev. Ciência & Saúde Coletiva. 2008;13(2):2289-98..

As autoras ainda afirmam que as lesões nesta região costumam ser mais complexas devido à diversidade e peculiaridades das estruturas anatômicas existentes nestes locais, como sistema nervoso central, ossos, músculos, cartilagens, articulações e complexa vascularização. Dependendo do local da contusão e do grau de acometimento, o quadro clínico da vítima será amenizado por meio de reabilitação fonoaudiológica e demais especialidades da área da saúde66 Nascimento E N, Gimeniz-Paschoal S R. Os acidentes humanos e suas implicações fonoaudiológicas: opiniões de docentes e discentes sobre a formação superior. Rev. Ciência & Saúde Coletiva. 2008;13(2):2289-98..

Considerando os altos índices dos acidentes por motocicleta e a magnitude e seriedade das lesões em região de cabeça e pescoço, o presente estudo irá favorecer um melhor conhecimento das lesões mais incidentes nessa região, visando o cuidado precoce às sequelas de natureza fonoaudiológica.

Desta maneira, foi realizada uma busca na literatura com o objetivo de identificar as lesões na região craniofacial decorrentes de acidentes de trânsito por motocicleta e suas possíveis implicações para a Comunicação Humana.

Métodos

Trata-se de uma revisão integrativa, estudo que visa sintetizar o conhecimento de uma dada área a partir da formulação de uma pergunta, identificação, seleção e avaliação crítica dos estudos77 Atallah NA, Castro AA. Revisão sistemática da literatura e metanálise: a melhor forma de evidência para tomada de decisão em saúde e a maneira mais rápida de atualização terapêutica. 2005. Disponível em: http://www.epm.br/cochrane.
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Foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre os dois temas centrais que envolveram a seguinte pergunta: Quais as lesões em região de cabeça e pescoço mais incidentes em vítimas de acidentes de trânsito por motocicleta?

A de artigos incluiu pesquisa em bases dados científicos. As bases pesquisadas foram Lilacs (Literatura Latino-Americano em Ciências de Saúde), Comprehensive Medline (Medical Literature end Retrieval System on Line) via Pubmed e Scielo. Na base Medline foi utilizada palavra-chave em inglês, enquanto nas demais foram utilizadas palavras chaves em português, espanhol e inglês. Não houve restrição quanto ao ano de publicação. Para a busca dos artigos foram utilizados os descritores padronizados pelo Medical Subject Heading (Mesh) e Descritores em Ciências da Saúde (Decs), de acordo com a Figura 1. Em todas as combinações foi utilizado o operador booleano And.

Figura 1:
Combinação dos termos utilizados para estratégia de busca

Os artigos foram selecionados inicialmente pelos títulos, refinado pelos resumos. Após leitura dos resumos, os estudos que pareceram corresponder ao objetivo desta revisão, foram lidos integralmente, e uma vez que preencheram os critérios de inclusão, participaram este estudo.

Os critérios de inclusão para seleção de artigos foram: estudos que descrevessem as lesões decorrentes dos acidentes de trânsito por motocicletas de forma mais detalhada nas regiões de crânio e face. Quanto aos critérios de exclusão dos estudos, foram desconsiderados os estudos de cunho apenas epidemiológico dos acidentes por motocicletas e estudos de caso.

Os artigos selecionados para esta revisão foram caracterizados segundo o tipo de estudo realizado, tamanho da amostra, o local da realização da pesquisa, o ano de publicação, a origem institucional dos autores, a metodologia utilizada e os resultados encontrados.

As variáveis para caracterizar as lesões foram: localização da lesão, gravidade, sequelas, uso ou não do capacete e reabilitação.

Revisão de Literatura

Como resultados, foi encontrado um total de 3306 nas bases de dados, nos idiomas escolhidos, sendo 2332 artigos destes excluídos na leitura de título. Dos 974 artigos que restaram, 901 foram excluídos na leitura de resumos. Ao final, 73 artigos estavam disponíveis para leitura na íntegra, onde destes, 63 foram excluídos pelo texto ou repetição. Ver fluxograma:

Figura 2:
Fluxograma da seleção dos artigos

Para compor esta revisão, os estudos selecionados após leitura na íntegra, estão destacados na Figura 3, conforme variáveis para caracterização das lesões.

Figura 3:
Estudos selecionados após as buscas nas bases Scielo, Medline e Lilacs

Os estudos analisados mostraram que o interesse em mapear as lesões em região de cabeça e pescoço, decorrentes de acidentes de moto, vem atravessando as décadas de 80 e 90, anos 2000 ao ano de 2012. Ao visualizar trabalhos realizados em diversas épocas, deve-se considerar que esses acidentes, bem como suas consequências , têm despertado uma maior preocupação para estudos, uma vez que se tem observado o aumento crescente no número de acidentes envolvendo este tipo de veículo. Esse aumento pode ser justificado pela aceitação e a aprovação da população, por ser um veículo ágil, econômico e de custo reduzido88 Cannel H, King JB, Winch RD. Head and facial injuries after low-speed motor-cycle accidents . British Journal of Oral Surgery. 1982;20:183- 91..

Quanto à origem dos estudos selecionados, verifica-se que há uma heterogeneidade de países, localizados em diversos continentes (Taiwan, Alemanha, Turquia, Nigéria, EUA, Brasil).Essa variação corrobora com os índices apontados pela Organização Mundial de saúde, que mostrou um cenário de "pandemia". Só no ano de 2009, aconteceram 1,3 milhão de mortes por acidentes de trânsito em 178 países do mundo. Estima-se que esses números chegarão a 1,9 milhão de mortes no trânsito em 2020 e 2,4 milhões em 203044 Waiselfisz JJ. Mapa da Violência 2012. Os novos padrões da violência homicida no Brasil. São Paulo, Instituto Sangari. 2012..

O destaque para acidentes por motocicleta pode ser observado nos estudos de Lee et al99 Lee MC, Chiu WT, Chang LT, Liu SC, Lin SH. Craniofacial injuries in unhelmeted riders of Motorbikes. Injury, Int. J. Care Injured. 1995;26(7):467-70.. e Oginni et al.1010 Oginni FO, Ugoboko VI, Ogundipe O, Adegdehingbe BO. Motorcycle-related maxillofacial injuries among nigerian intracity road users. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons /J Oral Maxillofac Surg. 2006;64:56-62., países asiático e africano, devido à grande frota como principal meio de transporte comumente utilizado. No estudo de Ramlí et al.1111 Ramli R, Rahman RA, Rahman NA, Med M, Karin FA, Kajandram RK et al. Pattern of maxillofacial injuries in motorcyclists in Malaysia. J Craniofac Surg. 2008;19(2):316-21., cita-se que 49% de veículos registrados na Malásia são motocicletas.

No Brasil, a tendência de crescimento dos acidentes por motocicletas também mereceu destaque1212 Lima Júnior SM, Santos SE, Kluppel LE, Asprino L, Moreira RWF, Moraes M. A comparison of motorcycle and bicycle accidents in oral and maxillofacial trauma. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons/ J Oral Maxillofac Surg. 2012;70:577-83. 1313 Cavalcante JR, Oka SCR, Santos TS, Dourado E, Silva EDO, Gomes ACA. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. J Craniofac Surg. 2012;23 (4):577-83., uma vez que, de forma trágica, a mortalidade por motos aumentou 244% no período de 2000 a 2010, período da coleta dos dados desses estudos44 Waiselfisz JJ. Mapa da Violência 2012. Os novos padrões da violência homicida no Brasil. São Paulo, Instituto Sangari. 2012.. Neste sentido, pode se dizer que os acidentes de motocicletas já se configuram como uma grande ameaça à saúde brasileira e também à saúde global.

Quanto à qualidade das amostras dos estudos, verifica-se também uma heterogeneidade nas idades, mas os estudos são unânimes em apontar os homens como as vítimas mais afetadas. Em geral, observaram que a faixa etária compreendida entre 19 e 29 anos, foi mais acometida pelos acidentes e lesões, com ressalva para o estudo de Taiwan e Brasil 99 Lee MC, Chiu WT, Chang LT, Liu SC, Lin SH. Craniofacial injuries in unhelmeted riders of Motorbikes. Injury, Int. J. Care Injured. 1995;26(7):467-70. 1212 Lima Júnior SM, Santos SE, Kluppel LE, Asprino L, Moreira RWF, Moraes M. A comparison of motorcycle and bicycle accidents in oral and maxillofacial trauma. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons/ J Oral Maxillofac Surg. 2012;70:577-83., que destacaram uma faixa etária acima desta média (31 anos). A explicação está nos índices dados pela OMS, que apontam que os acidentes de trânsito representam a primeira causa de morte entre essa faixa etária (15-29 anos), a 3ª causa de mortes na faixa de 30 a 44 anos e a 2ª na faixa de 5 a 14 anos 44 Waiselfisz JJ. Mapa da Violência 2012. Os novos padrões da violência homicida no Brasil. São Paulo, Instituto Sangari. 2012..

Quanto ao método de coleta dos dados dos estudos selecionado, a maioria consistiu em detalhar minuciosamente as lesões em região de cabeça e pescoço, coletou de forma direta, através de exame clínico, de cada indivíduo participante da amostra 88 Cannel H, King JB, Winch RD. Head and facial injuries after low-speed motor-cycle accidents . British Journal of Oral Surgery. 1982;20:183- 91. 1111 Ramli R, Rahman RA, Rahman NA, Med M, Karin FA, Kajandram RK et al. Pattern of maxillofacial injuries in motorcyclists in Malaysia. J Craniofac Surg. 2008;19(2):316-21. 1414 Kraus JF, Rice TM, Peek-Asa C, Mcarthur DL. Facial trauma and the risk of intracranial injury in motorcycle riders. Ann Emerg Med. 2003;41(1):18-26.. Os demais buscaram dados em prontuários hospitalares 1111 Ramli R, Rahman RA, Rahman NA, Med M, Karin FA, Kajandram RK et al. Pattern of maxillofacial injuries in motorcyclists in Malaysia. J Craniofac Surg. 2008;19(2):316-21. 1212 Lima Júnior SM, Santos SE, Kluppel LE, Asprino L, Moreira RWF, Moraes M. A comparison of motorcycle and bicycle accidents in oral and maxillofacial trauma. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons/ J Oral Maxillofac Surg. 2012;70:577-83., e bancos de dados de sistemas de informação hospitalares 1313 Cavalcante JR, Oka SCR, Santos TS, Dourado E, Silva EDO, Gomes ACA. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. J Craniofac Surg. 2012;23 (4):577-83..

Uma explicação para a divergência nos tipos de coleta pode estar associada às escolhas dos pesquisadores. Ao optar pela coleta direta, reduzem-se os riscos de dados errados devido ao mau preenchimento dos prontuários hospitalares, ou associado à subnotificação de informações dos sistemas de informação, como verificado no estudo de Ferreira1515 Ferreira VMB, Portela MC, Vasconcellos MTL. Fatores associados à subnotificação de pacientes com Aids, no Rio de Janeiro. Rev. Saúde Pública. 2000;34(2):170- 7. A baixa qualidade da informação médica e do registro dos dados nos sistemas de informação dificulta bastante a compatibilização dos bancos de dados1515 Ferreira VMB, Portela MC, Vasconcellos MTL. Fatores associados à subnotificação de pacientes com Aids, no Rio de Janeiro. Rev. Saúde Pública. 2000;34(2):170- 7.

Já os percentuais das lesões e fraturas variaram de acordo com o centro de atendimento onde essas vítimas foram recebidas. Por exemplo, nos estudos de Lee et al.99 Lee MC, Chiu WT, Chang LT, Liu SC, Lin SH. Craniofacial injuries in unhelmeted riders of Motorbikes. Injury, Int. J. Care Injured. 1995;26(7):467-70.,Cavalcante et al.1212 Lima Júnior SM, Santos SE, Kluppel LE, Asprino L, Moreira RWF, Moraes M. A comparison of motorcycle and bicycle accidents in oral and maxillofacial trauma. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons/ J Oral Maxillofac Surg. 2012;70:577-83. e Alicioglu et al.1616 Alicioglu B, Yalniz E, Eskin D, Yilmz B. Injuries associated with motorcycle accidents. Acta Orthop Traumatol Turc. 2008;42(2):106-11., as lesões e fraturas na região da face chegaram a acometer 68%, 60% e 66,5% respectivamente, em vítimas de acidentes de motocicletas, por se tratar de centros de referência na área de Bucomaxilofacial. Os demais estudos como os de Richter et al.1717 Richter M, Otte D, Lehmann U, Chinn B, Schuller E, Doyle D et al. Head injury mechanisms in helmet-protected motorcyclists: prospective multicenter study. J Trauma. 2001;51:949-58., Gopalakrishna et al.1818 Gopalakrishna G, Peek-Asa C, Kraus JF. Epidemiologic features of facial injuries among motorcyclists. Ann Emerg Med. 1998;32:425-30. e Cannell et al.88 Cannel H, King JB, Winch RD. Head and facial injuries after low-speed motor-cycle accidents . British Journal of Oral Surgery. 1982;20:183- 91., esses índices se aproximaram, correspondendo 24,3%, 24,4% e 38%, respectivamente.

No que diz respeito às lesões mapeadas pelos estudos, houve divergências e concordâncias. Os estudos corroboram em apontar a região de mandíbula, como a mais comumente presente nas lesões e fraturas faciais decorrentes por acidentes de moto 99 Lee MC, Chiu WT, Chang LT, Liu SC, Lin SH. Craniofacial injuries in unhelmeted riders of Motorbikes. Injury, Int. J. Care Injured. 1995;26(7):467-70. 1313 Cavalcante JR, Oka SCR, Santos TS, Dourado E, Silva EDO, Gomes ACA. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. J Craniofac Surg. 2012;23 (4):577-83. 1717 Richter M, Otte D, Lehmann U, Chinn B, Schuller E, Doyle D et al. Head injury mechanisms in helmet-protected motorcyclists: prospective multicenter study. J Trauma. 2001;51:949-58.. O osso zigomático oscilou nos "rankings" das lesões/fraturas de face, colocando-se entre 2º 1313 Cavalcante JR, Oka SCR, Santos TS, Dourado E, Silva EDO, Gomes ACA. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. J Craniofac Surg. 2012;23 (4):577-83. 1616 Alicioglu B, Yalniz E, Eskin D, Yilmz B. Injuries associated with motorcycle accidents. Acta Orthop Traumatol Turc. 2008;42(2):106-11. e 3º99 Lee MC, Chiu WT, Chang LT, Liu SC, Lin SH. Craniofacial injuries in unhelmeted riders of Motorbikes. Injury, Int. J. Care Injured. 1995;26(7):467-70., mais acometido, bem como o osso nasal, que estava posicionado entre 2º 99 Lee MC, Chiu WT, Chang LT, Liu SC, Lin SH. Craniofacial injuries in unhelmeted riders of Motorbikes. Injury, Int. J. Care Injured. 1995;26(7):467-70. 1212 Lima Júnior SM, Santos SE, Kluppel LE, Asprino L, Moreira RWF, Moraes M. A comparison of motorcycle and bicycle accidents in oral and maxillofacial trauma. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons/ J Oral Maxillofac Surg. 2012;70:577-83.e 3º1313 Cavalcante JR, Oka SCR, Santos TS, Dourado E, Silva EDO, Gomes ACA. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. J Craniofac Surg. 2012;23 (4):577-83.colocação. Os demais ossos da face são citados quando fraturados, contudo mostrando-se menos frequente quando comparado os demais ossos da face. No estudo de Gopalakrishna et al.1818 Gopalakrishna G, Peek-Asa C, Kraus JF. Epidemiologic features of facial injuries among motorcyclists. Ann Emerg Med. 1998;32:425-30. e Kraus et al.1414 Kraus JF, Rice TM, Peek-Asa C, Mcarthur DL. Facial trauma and the risk of intracranial injury in motorcycle riders. Ann Emerg Med. 2003;41(1):18-26., o osso da Maxila esteve como o mais acometido entre os ossos faciais, divergindo com os demais estudos. De acordo com o estudo de Oginni et al.1010 Oginni FO, Ugoboko VI, Ogundipe O, Adegdehingbe BO. Motorcycle-related maxillofacial injuries among nigerian intracity road users. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons /J Oral Maxillofac Surg. 2006;64:56-62., esses ossos (Mandibular, Zigomático e Nasal) são proeminentes, desta forma estão em maior frequência sendo acometidos pelas colisões, quando se atinge a região da face.

Quanto à gravidade das lesões e fraturas nessa região, os estudos de Richter et al.1717 Richter M, Otte D, Lehmann U, Chinn B, Schuller E, Doyle D et al. Head injury mechanisms in helmet-protected motorcyclists: prospective multicenter study. J Trauma. 2001;51:949-58., Kraus et al.1414 Kraus JF, Rice TM, Peek-Asa C, Mcarthur DL. Facial trauma and the risk of intracranial injury in motorcycle riders. Ann Emerg Med. 2003;41(1):18-26. e Oginni et al.1010 Oginni FO, Ugoboko VI, Ogundipe O, Adegdehingbe BO. Motorcycle-related maxillofacial injuries among nigerian intracity road users. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons /J Oral Maxillofac Surg. 2006;64:56-62., destacam uma associação entre as lesões faciais e traumas cranianos presentes nas vítimas mais graves. As lesões de Lefort I e II estavam associadas aos TCE mais graves nos estudos de Richter et al.1717 Richter M, Otte D, Lehmann U, Chinn B, Schuller E, Doyle D et al. Head injury mechanisms in helmet-protected motorcyclists: prospective multicenter study. J Trauma. 2001;51:949-58. e Oginni et al.1010 Oginni FO, Ugoboko VI, Ogundipe O, Adegdehingbe BO. Motorcycle-related maxillofacial injuries among nigerian intracity road users. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons /J Oral Maxillofac Surg. 2006;64:56-62., bem como fraturas no osso Orbicular estavam presentes nas vítimas com TCE no estudo de Kraus et al.1414 Kraus JF, Rice TM, Peek-Asa C, Mcarthur DL. Facial trauma and the risk of intracranial injury in motorcycle riders. Ann Emerg Med. 2003;41(1):18-26..

Nos estudos selecionados, a incidência e gravidade das lesões faciais e cranianas também variaram de acordo com a posição da colisão (frontal, lateral, ect)1111 Ramli R, Rahman RA, Rahman NA, Med M, Karin FA, Kajandram RK et al. Pattern of maxillofacial injuries in motorcyclists in Malaysia. J Craniofac Surg. 2008;19(2):316-21., o uso ou não de equipamento de proteção (capacete), entre outros. Segundo o estudo de Ramli et al.1111 Ramli R, Rahman RA, Rahman NA, Med M, Karin FA, Kajandram RK et al. Pattern of maxillofacial injuries in motorcyclists in Malaysia. J Craniofac Surg. 2008;19(2):316-21., esses tipos de lesões e fraturas estão mais presentes em pilotos que colidem em posição frontal. O estudo ainda destacou que esse tipo de colisão (frontal) são, em geral, as mais perigosas, ou seja, deixa a vítima mais susceptível à morte.

O uso do capacete foi ressaltado nos estudos de Richter et al.1717 Richter M, Otte D, Lehmann U, Chinn B, Schuller E, Doyle D et al. Head injury mechanisms in helmet-protected motorcyclists: prospective multicenter study. J Trauma. 2001;51:949-58., Lee et al.99 Lee MC, Chiu WT, Chang LT, Liu SC, Lin SH. Craniofacial injuries in unhelmeted riders of Motorbikes. Injury, Int. J. Care Injured. 1995;26(7):467-70. e Cannell et al.88 Cannel H, King JB, Winch RD. Head and facial injuries after low-speed motor-cycle accidents . British Journal of Oral Surgery. 1982;20:183- 91., como critérios de inclusão da amostra. Pelos estudos de Gopalakrishna et al.1818 Gopalakrishna G, Peek-Asa C, Kraus JF. Epidemiologic features of facial injuries among motorcyclists. Ann Emerg Med. 1998;32:425-30., Cavalcante et al.1212 Lima Júnior SM, Santos SE, Kluppel LE, Asprino L, Moreira RWF, Moraes M. A comparison of motorcycle and bicycle accidents in oral and maxillofacial trauma. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons/ J Oral Maxillofac Surg. 2012;70:577-83., Junior et al.1313 Cavalcante JR, Oka SCR, Santos TS, Dourado E, Silva EDO, Gomes ACA. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. J Craniofac Surg. 2012;23 (4):577-83., Kraus et al.1414 Kraus JF, Rice TM, Peek-Asa C, Mcarthur DL. Facial trauma and the risk of intracranial injury in motorcycle riders. Ann Emerg Med. 2003;41(1):18-26.e Ramli et al.1111 Ramli R, Rahman RA, Rahman NA, Med M, Karin FA, Kajandram RK et al. Pattern of maxillofacial injuries in motorcyclists in Malaysia. J Craniofac Surg. 2008;19(2):316-21., houve um comparativo das lesões encontradas de acordo com o uso ou não do capacete. No entanto, entre os estudos de Junior et al.1313 Cavalcante JR, Oka SCR, Santos TS, Dourado E, Silva EDO, Gomes ACA. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. J Craniofac Surg. 2012;23 (4):577-83. e Kraus et al.1414 Kraus JF, Rice TM, Peek-Asa C, Mcarthur DL. Facial trauma and the risk of intracranial injury in motorcycle riders. Ann Emerg Med. 2003;41(1):18-26. houve uma grande discordância, uma vez que o estudo realizado no Brasil, não observou que o uso do equipamento de proteção diminuiu estatisticamente o número de fraturas faciais. O estudo de Kraus et al.1414 Kraus JF, Rice TM, Peek-Asa C, Mcarthur DL. Facial trauma and the risk of intracranial injury in motorcycle riders. Ann Emerg Med. 2003;41(1):18-26., encontrou ainda, uma associação entre a fratura facial e a lesão cerebral. Segundo os autores, o capacete tem poder de prevenir as fraturas e lesões cerebrais1414 Kraus JF, Rice TM, Peek-Asa C, Mcarthur DL. Facial trauma and the risk of intracranial injury in motorcycle riders. Ann Emerg Med. 2003;41(1):18-26..

Esses dados corroboram com o estudo de Liberatti et al.1919 Liberatti CLLB, Andrade SM, Soares DA, Matsua T. Uso de capacete por vítimas de acidentes de motocicleta em Londrina, sul do Brasil. Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health. 2003;13(1):33-8. ,que mostrou o uso do capacete como um equipamento capaz de atuar na prevenção de lesões, bem como contribui para redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito.

Quanto aos dados de reabilitação, os estudos selecionados não detalharam a necessidade de tratar as vítimas sobreviventes dos acidentes de motocicletas, com o objetivo de reestabelecer as funções relativas ao sistema Estomatognático, sistema acometido pelo trauma na região de cabeça e pescoço. Para Bianchini et. al.2020 Bianchini EMG, Mangili LD, Marzotto SR, Nazário D. Pacientes acometidos por trauma de face: caracterização, aplicabilidade e resultados do tratamento fonoaudiológico específico. Rev CEFAC. 2004;6(4):388-95., as fraturas nessa região vêm representando um campo de preocupação fonoaudiológica, uma vez que frequentemente interferem no desempenho das funções desse sistema e, consequentemente, na qualidade de vida das vítimas.

No estudo realizado por Bianchini et al.2020 Bianchini EMG, Mangili LD, Marzotto SR, Nazário D. Pacientes acometidos por trauma de face: caracterização, aplicabilidade e resultados do tratamento fonoaudiológico específico. Rev CEFAC. 2004;6(4):388-95., onde se avaliou pacientes acometidos por trauma de face oriundos múltiplas causas (acidentes, quedas, agressões), constatou-se que alterações em funções estomatognáticas decorrentes do trauma estavam presentes em 100% dos casos. Alterações como: desvios e/ou alterações no percurso dos movimentos mandibulares, edema na região facial, dor a palpação, alterações musculares decorrentes da fratura, ruídos articulares, alterações cicatriciais (quelóide ou cicatriz restritiva)2020 Bianchini EMG, Mangili LD, Marzotto SR, Nazário D. Pacientes acometidos por trauma de face: caracterização, aplicabilidade e resultados do tratamento fonoaudiológico específico. Rev CEFAC. 2004;6(4):388-95..

O mesmo estudo ainda conseguiu comprovar que a intervenção fonoaudiológica mostrou-se eficiente uma vez que todos os pacientes tratados nas sessões apresentaram melhoras importantes em relação aos aspectos alterados, o que ocasionou melhor organização e funcionamento do sistema estomatognático2020 Bianchini EMG, Mangili LD, Marzotto SR, Nazário D. Pacientes acometidos por trauma de face: caracterização, aplicabilidade e resultados do tratamento fonoaudiológico específico. Rev CEFAC. 2004;6(4):388-95..

Após essa ampla revisão, pontos concordantes e discordantes foram levantados acerca do universo das lesões e fraturas presentes nas vítimas por acidentes de moto. Constata-se que as literaturas, nacional e internacional, apresentam corpo de conhecimento sólido acerca da descrição detalhada das lesões sofridas pelas vítimas. No entanto, o que se pode observar é a carência de estudos que descrevam as complicações e sequelas deixadas 2121 Oliveira NLB, Sousa RMC. Diagnóstico de lesões e qualidade de vida de motociclistas, vítimas de acidentes de trânsito. Rev Latino-am Enfermagem. 2003;11(6):749-56.. Os estudos de Lee et al.99 Lee MC, Chiu WT, Chang LT, Liu SC, Lin SH. Craniofacial injuries in unhelmeted riders of Motorbikes. Injury, Int. J. Care Injured. 1995;26(7):467-70., Richter et al.1717 Richter M, Otte D, Lehmann U, Chinn B, Schuller E, Doyle D et al. Head injury mechanisms in helmet-protected motorcyclists: prospective multicenter study. J Trauma. 2001;51:949-58., Alicioglu et al.1616 Alicioglu B, Yalniz E, Eskin D, Yilmz B. Injuries associated with motorcycle accidents. Acta Orthop Traumatol Turc. 2008;42(2):106-11. e Cannell et al.88 Cannel H, King JB, Winch RD. Head and facial injuries after low-speed motor-cycle accidents . British Journal of Oral Surgery. 1982;20:183- 91., destacam, em geral, os óbitos como consequência das lesões e das fraturas faciais e na cabeça. O estudo nigeriano de Oginni et al.1010 Oginni FO, Ugoboko VI, Ogundipe O, Adegdehingbe BO. Motorcycle-related maxillofacial injuries among nigerian intracity road users. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons /J Oral Maxillofac Surg. 2006;64:56-62. aprofunda-se mais nas complicações geradas pelas lesões, detalhando- as em localidade e gravidade, contudo não aborda a necessidade da reabilitação nem os possíveis mecanismos de tratamento para amenizá-las.

Em todo o mundo, as lesões e fraturas faciais continuam a gerar discussão entre os pesquisadores devido às deformidades funcionais e estéticas que afetam os indivíduos, como citado por Ramli et al.1111 Ramli R, Rahman RA, Rahman NA, Med M, Karin FA, Kajandram RK et al. Pattern of maxillofacial injuries in motorcyclists in Malaysia. J Craniofac Surg. 2008;19(2):316-21.. Ainda que haja o conhecimento sobre a prevalência das lesões, é importante ressaltar que estas podem ser atenuadas através do tratamento fonoaudiológico, que se mostra eficaz para o tratamento de pacientes que apresentam fraturas nessa região, possibilitando a eliminação das queixas principais, minimizando as sequelas inerentes aos traumas e promovendo assim, a reabilitação miofuncional.

Conclusão

Nos diversos estudos selecionados para esta revisão, pode-se constatar que os acidentes de trânsito por motocicleta, podem gerar deformidades estéticas e alterações funcionais na face. Além desses danos, estão as lesões mais graves, como os traumas cranianos, presentes na maioria das vítimas fatais. A população mais comumente atingida são os homens entre 19-29 anos, em idade produtiva, que devido ao acidente, permanecem com sequelas muitas vezes irreversíveis, e nos casos mais graves, abrevia-se o tempo de vida quando o acidente leva ao óbito.

Embora os estudos realizados no Brasil e em outros países tenham apontado com detalhes as estruturas da região de cabeça e face mais comumente atingidas por esse tipo de evento, os dados acerca das sequelas resultantes após essas lesões foram escassos. Enfatiza-se que as lesões em região de cabeça de face estão associadas aos casos mais graves dos acidentes motociclísticos e que possivelmente implicariam na saúde da comunicação humana. Reforça-se que as ocorrências e a mortalidade envolvendo motociclistas vêm apresentando aumento significativo e, portanto estudos que possam indicar as sequelas mais prevalentes e as formas como amenizá-las devem ser estimulados.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Sep-Out 2015

Histórico

  • Recebido
    05 Fev 2015
  • Aceito
    22 Abr 2015
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