Introdução
A Saúde da Família foi apresentada como estratégia prioritária para reorganizar o modelo de atenção à saúde na Atenção Primária. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é operacionalizada pela implantação da equipe de referência, composta por profissionais de diferentes áreas. Essas equipes têm como objetivo desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, reabilitação, recuperação e manutenção da saúde no território em que estão inseridas1,2.
A ampliação e organização de serviços na Atenção Primária à Saúde (APS) possibilitaram inúmeros avanços relacionados à saúde da população. No entanto, alguns desafios são apontados, como: a heterogeneidade da qualidade de atenção prestada pela saúde da família; a dificuldade de responder de forma integral e ampliada aos recentes e arcaicos problemas de saúde que caracterizam a população brasileira3.
O Ministério da Saúde (MS) instituiu o Programa Nacional de Telessaúde, em 2007, com o objetivo de desenvolver ações de apoio à assistência à saúde, sobretudo de educação permanente, contribuindo para a mudança das práticas de trabalho4. Em 2011, passou a ser nomeado Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes, agora com o objetivo de apoiar a consolidação das Redes de Atenção à Saúde ordenadas pela APS5.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) a telessaúde corresponde à oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distância é um fator crítico, ampliando a assistência e também a cobertura6. Essa iniciativa permite desenvolver ações de apoio à atenção à saúde e de educação permanente para as equipes de APS, visando a educação para o trabalho, na perspectiva da melhoria da qualidade do atendimento, da ampliação do escopo de ações, por meio da oferta de Teleconsultoria, Segunda Opinião Formativa e Telediagnóstico7.
Pela complexidade de cada território e sentindo necessidade de responder de forma integral aos problemas de saúde da população, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasfs) foram criados para garantir a continuidade da atenção e a integralidade. São constituídos por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, dentre elas a Fonoaudiologia8. Nessa perspectiva, a Fonoaudiologia foi impulsionada a alinhar suas práticas e saberes à concepção do modelo ampliado de saúde, que objetiva a análise do sujeito levando em consideração sua integralidade e especificidades9.
Na tentativa de apoiar e orientar os profissionais que atuam na APS, o Conselho Federal de Fonoaudiologia, através da Resolução CFFa nº 427/201310), definiu a prática da Telessaúde em Fonoaudiologia como o exercício da profissão por meio do uso de tecnologias de informação e comunicação, com as quais se pode prestar serviços em saúde como: teleconsultoria, segunda opinião formativa, teleconsulta, telediagnóstico, telemonitoramento e tele-educação.
Considerando que as práticas voltadas para a utilização das tecnologias da informação e comunicação já constituem um novo dispositivo em favor do profissional da Fonoaudiologia, no âmbito da APS, o presente estudo teve como objetivo descrever a experiência da implantação e o nível de satisfação dos usuários sobre as ações de tele-educação relacionadas à saúde da comunicação humana no Estado de Pernambuco.
Métodos
Trata-se de um relato de experiência sobre a implantação do projeto “Telefonoaudiologia na Atenção Primária à Saúde”, junto ao Núcleo de Telessaúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (NUTES--HC-UFPE). O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco, protocolo nº 50782015.7.0000.5208.
O NUTES foi criado em 2003 e desde então é financiado pelo MS. Em 2007, junto a mais oito universidades brasileiras, criou e passou a integrar o hoje denominado Programa Telessaúde Brasil Redes, do MS. Esta Rede é composta por núcleos de telessaúde que ofertam serviços de Teleassistência, Telegestão e Tele-educação para pontos de telessaúde, principalmente em unidades da APS11.
O público-alvo do estudo foi constituído pelos profissionais que atuam na ESF e no Nasf dos 90 municípios assistidos pelo NUTES-HC-UFPE. A coleta dos dados foi realizada no período de janeiro a maio de 2016.
Para melhor compreensão do percurso metodológico, optou-se por organizar as atividades em dois momentos, sendo eles: a implantação e a análise da satisfação.
No primeiro momento ocorreu a capacitação da equipe de trabalho quanto aos processos e tecnologias envolvidas na execução das ações, seguido do planejamento da oferta dos serviços de tele-educação e definição dos eixos temáticos, títulos dos seminários e indicadores para avaliação da satisfação.
As seguintes variáveis foram elencadas: eixos temáticos abordados nas sessões, títulos dos seminários, média de pontos conectados por sessão (representa a quantidade de computadores conectados à web-sala, em que cada ponto pode acolher mais de um usuário /profissional, a depender do espaço físico onde o referido dispositivo eletrônico esteja conectado), município de trabalho e categoria profissional dos participantes.
Optou-se por promover atividades de tele-educação caracterizadas por um Ciclo de Seminários por webconferência (dez sessões). A divulgação das sessões ocorreu mediante ferramenta de correio eletrônico (e-mail), mala direta através do Conselho Regional de Fonoaudiologia e no site do NUTES-HC-UFPE, contendo as informações sobre a proposta, forma de acesso e calendário das sessões.
O acesso às sessões poderia ocorrer através dos seguintes dispositivos eletrônicos: Notebooks, Netbooks, Tablets, Desktops, Smartphones, conectados à internet. Todos os participantes deveriam estar conectados no horário agendado para as sessões, nas unidades de saúde ou em outros espaços.
Os seminários foram estruturados em formato Power point. As sessões foram transmitidas por ferramenta de webconferência, com auxílio do software Adobe® Acrobat® Connect™ (versão 2.0), realizadas em tempo real, com capacidade máxima para até noventa e nove pontos conectados simultaneamente por sessão. O público virtual era alocado em uma web-sala, juntamente com o moderador da sessão e o palestrante.
Cada sessão durava aproximadamente 60 minutos, sendo 40 minutos para a exposição do tema e 20 para a abertura e utilização do “chat” que possibilitava a interação entre o público e o palestrante, mediada por um moderador. A Figura 1 ilustra o esquema básico que representa a oferta de atividades educacionais a distância, de acordo com as necessidades previamente diagnosticadas7.
No segundo momento, após as sessões, considerando o tempo máximo de uma semana, foi realizado o contato por telefone com os participantes para a pesquisa de satisfação, através de entrevista estruturada, elaborada pelos pesquisadores, com nove perguntas, sendo três abertas, relacionadas ao perfil do público (idade, categoria profissional e município de trabalho) e seis fechadas, de múltipla escolha. Inicialmente, foi explicado o objetivo da pesquisa e solicitado o consentimento livre e esclarecido (encaminhado por e-mail). Foram considerados os seguintes aspectos: nível de satisfação, interesse pela temática, relevância do tema para a qualificação profissional e recomendação dos seminários para os demais colegas de profissão.
A análise dos dados foi realizada mediante criação e tabulação de um banco de dados construído com o auxílio do programa SPSS (Statistical Package for Social Science), versão 19.0. No tratamento dos dados foram utilizadas técnicas de estatística descritiva envolvendo a obtenção da média de pontos conectados. Os demais resultados serão apresentados sob a forma de tabelas e gráficos.
Resultados
Quanto à implantação, observou-se que a capacitação da equipe de trabalho em relação aos processos e tecnologias envolvidas na execução das ações foi cumprida, mediante a oferta de uma sessão presencial, ministrada por um colaborador do NUTES-HC-UFPE, para a equipe composta por dezoito indivíduos, sendo: três voluntários do projeto, seis estudantes e nove docentes do Curso de Fonoaudiologia.
Com relação ao planejamento da oferta dos serviços de Tele-educação e definição dos eixos temáticos, optou-se por preconizar os eixos voltados tanto à promoção da saúde da comunicação em diferentes ciclos de vida, bem como à ampliação para populações estratégicas, incluindo a saúde do trabalhador, saúde da pessoa portadora de deficiência e saúde coletiva. O detalhamento dos eixos temáticos e títulos dos seminários encontra-se descrito na Figura 2.
Figura 2: Distribuição dos eixos e temáticas dos seminários em fonoaudiologia ofertados por webconferência na Rede NUTES, Pernambuco, 2015
Os dez seminários definidos para iniciar a implantação da Telefonoaudiologia no NUTES-HC-UFPE foram planejados e ministrados por profissionais especialistas, que indicaram as questões mais relevantes de cada eixo temático. Cada sessão tinha, como objetivo, contemplar as contribuições da Saúde da Comunicação Humana para o trabalho na APS. Observou-se total de 38 pontos, representando uma média de 3,77 pontos por sessão de seminário (Tabela 1).
Os municípios do Estado de Pernambuco que participaram das sessões foram: Ibimirim, Jurema, Limoeiro, Abreu e Lima, Recife, Floresta. Houve ainda a participação de um ponto conectado no Estado do Rio Grande do Norte. Destaca-se a expressiva participação do município de Recife, entre os demais municípios. O detalhamento relacionado à quantidade de participantes por município está descrito na Figura 3.
Figura 3: Distribuição da quantidade de participantes por município, nas dez sessões de seminários, Pernambuco, 2015
Os participantes das dez sessões foram: profissionais de nível superior das áreas de enfermagem, medicina e fonoaudiologia, profissionais de nível técnico - Agentes Comunitários de Saúde (46%), que representaram a grande maioria da amostra, conforme a Figura 4.
Figura 4: Distribuição dos participantes das dez sessões de seminário de acordo com a categoria profissional, Pernambuco, 2015
Quanto à análise da satisfação do público, 100% dos participantes consideraram os temas interessantes, atuais e relevantes e as dúvidas e questionamentos foram esclarecidos. Relataram que os conteúdos dos seminários foram importantes para sua qualificação profissional e demonstraram segurança quanto à retenção/apreensão do tema exposto. Destaca-se que todos os profissionais que participaram das sessões recomendariam os seminários para os seus colegas de profissão (Tabela 2).
Discussão
Na atualidade, a Telessaúde tem sido aplicada de formas distintas, de acordo com as necessidades e ferramentas envolvidas; a vinculação com estratégias de saúde, bem como a expansão das informações, contribuem positivamente no acesso e/ou melhoria das condições de saúde em diversos segmentos11-16.
Com o objetivo de contribuir para o fortalecimento do processo de trabalho dos profissionais que atuam na ESF e no Nasf, foi incorporado ao NUTES-HC-UFPE, por meio do projeto Rede de Núcleos de Telessaúde - RedeNUTES, o projeto “Telefonoaudiologia na Atenção Primária à Saúde”, tendo como eixo norteador o desenvolvimento de ações de telessaúde voltadas para a temática da saúde da comunicação humana em diferentes ciclos de vida.
Godoy, Guimarães e Assis17 referem que, de fato, a promoção de educação em saúde mediatizada pela Internet consolida-se cada vez mais como uma prática eficaz, em que a tecnologia da informação constitui uma oportunidade para redução das barreiras geográficas e extensão do processo de atendimento praticado nos grandes centros, onde se localizam os serviços especializados.
Com vistas a abranger diversas especificidades do cuidado em saúde foi preconizada a organização dos eixos temáticos voltados para a promoção da saúde da comunicação em diferentes ciclos de vida.
Para Lima, Vilela e Silva9), organizar o cuidado à saúde a partir dos ciclos de vida favorece a construção de fluxos assistenciais seguros, garantindo ao sujeito a atenção integral às suas necessidades. Nesta perspectiva, o trabalho exige do profissional uma atuação ampliada, com caráter interdisciplinar.
Assim, o trabalho voltado aos ciclos de vida requer, além de mudanças nas práticas profissionais individuais, modificações nos processos e na organização dos sistemas de serviços de saúde, sendo necessário explorar novas alternativas, como o uso de verdadeiras redes articuladas de atenção9.
As temáticas que envolvem a saúde da criança e do idoso foram contempladas em quase todas as sessões. No tocante à saúde da criança, a promoção da saúde tem sido prioridade para o fortalecimento dessa linha de cuidado18. Com relação à saúde do idoso destaca-se a criação, pelo MS, em 2002, de mecanismos para organização e implantação das Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso, compostas por hospitais gerais e centros de referência em Assistência à Saúde do Idoso19.
Dessa forma, as ações de capacitação, com vistas à promoção da saúde em ambos os ciclos de vida, mediadas por tecnologias da informação e comunicação, constituem instrumentos eficazes de propagação do conhecimento, em que a qualificação dos profissionais visa ampliar o campo de atuação e qualificar suas ações, contribuindo, assim, para a construção de um vínculo entre os profissionais e os usuários20,21.
Optou-se também por ampliar os temas dos seminários, visando orientar o profissional de saúde junto a populações estratégicas, incluindo a saúde do trabalhador e a saúde da pessoa portadora de deficiência. Com relação ao trabalho com populações estratégicas, destaca-se que a atenção à saúde deve ser organizada de forma regionalizada, como uma macroestratégia para a estruturação de redes articuladas e cooperativas, em territórios delimitados22.
Nesse contexto, as ações de saúde devem ter como ponto de partida a organização do cuidado em áreas estratégicas e/ou prioritárias, tendo a ESF como o eixo para a ampliação e qualificação da APS, com ênfase na integralidade da atenção23.
Silva et al.21 enfatizam que as constantes mudanças que vêm ocorrendo no setor saúde mostram a necessidade de um novo tipo de profissional, com capacidade para aprender e se adaptar a situações novas. Desta forma, o trabalho pautado na educação permanente pode ser considerado uma forma de contribuir para a qualidade dos serviços de saúde.
Assim, pode-se entender que a educação permanente constitui uma necessidade para o desenvolvimento de uma postura crítica, autoavaliativa, e para a autogestão do profissional da saúde, promovendo ajustes na perspectiva do trabalho interdisciplinar, troca de saberes e do saber-fazer in loco, continuamente21.
Garcia e Baptista24 apontam a importância das tecnologias da informação e comunicação no processo de educação permanente e afirmam que os trabalhos mediados por tecnologias remotas ampliam as possibilidades de capilarização dos processos de formação e de disseminação de informações e conhecimentos.
Neste estudo, verificou-se um baixo índice da média de pontos conectados por sessão do seminário. A modalidade exige habilidades para a utilização de ferramentas virtuais, de modo que se faz necessária a instrução mediante o desenvolvimento de competências para assimilação das novas tecnologias25,26. Pode-se pensar que estas implicações, bem como os problemas de conectividade à internet tenham refletido neste resultado.
Apesar do projeto ter sido criado com o objetivo de ofertar ações de tele-educação no Estado de Pernambuco, houve ampliação do escopo pela participação de profissionais em outros estados, o que reflete o alcance e a importância das tecnologias da informação e comunicação em saúde, em que recursos como as webconferências podem proporcionar a disseminação do conhecimento em diversas regiões, contribuindo, assim, para o aperfeiçoamento dos profissionais da APS, através das ações de educação permanente17.
De fato, um dos maiores desafios da Telessaúde consiste no envolvimento das equipes de profissionais, seja pela pouca afinidade com as tecnologias, por dificuldades de conectividade ou ainda por não terem incorporado essa rotina em suas práticas de trabalho. No entanto, vale ressaltar a adesão de determinadas categorias profissionais, como a de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), considerada a categoria que mais utiliza os serviços de Telessaúde26, o que foi confirmado no presente estudo.
Verificou-se baixa participação dos fonoaudiólogos nas sessões dos seminários. Sobre essa questão, enfatiza-se que a atuação do fonoaudiólogo na Telessaúde constitui uma prática ainda recente, que necessita ser amplamente divulgada. Além disso, a inserção do fonoaudiólogo na APS ainda tem pouca expressividade.
Destaca-se ainda que a qualificação do trabalho desenvolvido pelo fonoaudiólogo nesse nível de atenção, quando mediada pela Telessaúde, pode contribuir para minimizar e indicar encaminhamento para outros serviços da rede de atenção à saúde. Desta forma, as ações de tele-educação podem preencher algumas lacunas existentes no cuidado em saúde e possibilitar a multiplicação da informação para produção do conhecimento na saúde da comunicação humana.
Os dados refletem que, não obstante a pequena participação da Fonoaudiologia na rotina de trabalho da tele-educação, há possibilidade de qualificação desse profissional no âmbito da APS. Ficou evidente a contribuição que essa prática traz para a redução de encaminhamentos desnecessários, uma vez que a troca de informações e de experiências entre os profissionais potencializa o desenvolvimento da clínica ampliada.
No tocante à satisfação, todos os participantes consideraram as temáticas interessantes, ressaltando que foram abordadas de forma atual e relevante, tendo suas dúvidas e questionamentos esclarecidos, sentindo-se seguros quanto à retenção/apreensão do tema exposto.
De acordo com Diniz, Sales e Novaes27 as práticas de tele-educação trazem diversos benefícios, sendo amplamente utilizadas nos últimos anos. Oliveira21 acrescenta que esta ferramenta constitui uma importante alternativa para melhorar o acesso dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) à educação permanente, por permitir ao profissional a prática de discussões teóricas reflexivas, baseadas nas necessidades da população envolvida.
Corrêa et al.28 consideram essa modalidade de educação capaz de construir e reconstruir suas concepções práticas e, na perspectiva da educação permanente em saúde, deve permitir desenvolver a capacidade crítica dos profissionais.
Dados semelhantes sobre os índices positivos de satisfação foram obtidos por Novaes et al. (2012)29, ao trabalharem a tele-educação na perspectiva da saúde mental. Os autores verificaram que 97% dos participantes aprovaram as ações e destacaram que as estratégias abordadas nos seminários por webconferência contribuíram para o desenvolvimento das suas atividades profissionais.
Conclusões
O processo de implantação do projeto foi caracterizado pela capacitação da equipe, planejamento da oferta dos serviços de tele-educação e definição dos eixos temáticos, configurando-se na execução do ciclo de web-seminários em saúde da comunicação humana. Houve baixa adesão de pontos conectados, com participação de municípios do Estado de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. Além dos Fonoaudiólogos, outros profissionais participaram, sendo o ACS a categoria com maior representatividade.
Quanto à análise da satisfação do público, observou-se que todos os participantes consideraram os temas interessantes e que os aprendizados foram muito importantes para sua qualificação profissional, gerando alto índice de satisfação.
Dessa forma, considera-se que as ações de tele-educação voltadas à temática da saúde da comunicação humana constituem um instrumento ativo de propagação do conhecimento que pode fortalecer o processo de educação permanente dos profissionais que atuam na APS.