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A visão dos pais e professores sobre a ocorrência de hábitos orais deletérios em um grupo de pré-escolares

RESUMO

Objetivo:

comparar a visão de pais e professores sobre a ocorrência de hábitos orais deletérios em pré-escolares.

Métodos:

estudo de caráter transversal com análise quantitativa. Pais e professores responderam um questionário autoaplicável referente aos hábitos deletérios de pré-escolares e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Ao final foram incluídos 221questionários. Os dados foram submetidos aos testes Qui-quadrado, exato de Fisher e McNemar.

Resultados:

segundo os pais, o hábito de maior ocorrência foi a mamadeira com 52,04%, seguido da chupeta com 24,09%. Já segundo os professores, a chupeta foi o de maior ocorrência, representando 20,36% casos, seguido pelo uso da mamadeira 7,69%. Na presente amostra 90,95% das crianças foram amamentadas em seio materno. Ao relacionar com os hábitos orais, observou-se que quanto maior o tempo de aleitamento, menor foi a ocorrência do uso de chupeta e de mamadeira. Comparando os questionários, verificou-se que os pais perceberam com maior frequência os hábitos orais do que os professores.

Conclusão:

no grupo estudado, os pais referiram, em maior número, a presença de hábitos orais deletérios do que os professores. É importante que pais e, principalmente, os professores tenham informações a respeito dos malefícios ocasionados pela presença prolongada de tais hábitos, a fim de que possam incentivar a interrupção dos mesmos, evitando, assim, possíveis prejuízos ao sistema estomatognático e no desempenho das funções orofaciais.

Descritores:
Hábitos; Pré-Escolar; Chupetas; Mamadeira

ABSTRACT

Objective:

to compare the parents and teachers views about the occurrence of deleterious oral habits in preschool children.

Methods:

a cross - sectional study with a quantitative analysis. Parents and teachers answered a self-administered questionnaire regarding the deleterious habits of preschool children and signed the Informed Consent Term. At the end, 221questionaries were included. The data were submitted to Chi-square test, Fisher exact and McNemar tests.

Results:

according to the parents, the most frequent habit was the bottle with 52.04%, followed by the pacifier with 24.09%. According to the teachers, the pacifier was the most frequent one, accounting for 20.36% of cases, followed by the use of bottle (7.69%). In the present sample, 90.95% of the children were breastfed. When related to oral habits, it was observed that the longer the breastfeeding time, the lower the use of pacifiers and bottles. By comparing the questionnaires, it was verified that the parents noticed, more frequently, the oral habits than did the teachers.

Conclusion:

in the group studied, the parents reported more the presence of deleterious oral habits than did the teachers. It is important that parents, and especially teachers, have information about the harm caused by the prolonged presence of such habits, so that they can encourage their interruption, thus, avoiding possible damages to the stomatognathic system and the performance of orofacial functions.

Keywords:
Habits; Child, Preschool; Pacifiers; Nursing Bottle

Introdução

Os hábitos orais podem ser classificados como normais ou deletérios. A respiração nasal, a mastigação e a deglutição são consideradas hábitos fisiológicos e funcionais, uma vez que contribuem para o estabelecimento de uma oclusão normal, favorecendo o crescimento facial harmônico e sem desvios11. Boeck EM, Pizzol KEDC, Barbosa EGP, Pires NCA, Lunardi N. Prevalência de má oclusão em crianças de 3 a 6 anos portadoras de hábito de sucção de dedo e/ou chupeta. Rev. Odontol. UNESP. [Internet]. 2013 Apr [last accessed July 11, 2018]; 42(2): 110-6. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-25772013000200008&lng=en
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. No entanto, a sucção digital, a respiração oral, o uso de chupeta e de mamadeira, a interposição/sucção do lábio inferior, a sucção de língua, o onicofagia e a propulsão da mandíbula são considerados hábitos orais deletérios22. Garde JB, Suryavanshi RK, Jawale BA, Deshmukh V, Dadhe DP, Suryavanshi MK. An epidemiological study to know the prevalence of deleterious oral habits among 6 to 12 year old children. J Int Oral Health. 2014;6(1):39-43.,33. Suhani RD, Suhani MF, Muntean A, Mesaros M, Badea ME. Deleterious oral habits in children with hearing impairment. Clujul Medical. 2015;88(3):403..

Tais hábitos, quando persistentes, contribuem para o surgimento das maloclusões e alterações fonéticas, pois afetam o crescimento e o desenvolvimento dos músculos e ossos da mandíbula33. Suhani RD, Suhani MF, Muntean A, Mesaros M, Badea ME. Deleterious oral habits in children with hearing impairment. Clujul Medical. 2015;88(3):403.,44. Sharma S, Bansal A, Asopa K. Prevalence of oral habits among eleven to thirteen years old children in Jaipur. Int J Clin Pediatr Dent. 2015;8(3):208..

Sabe-se que o aleitamento materno satisfaz as necessidades nutricionais e afetivas do bebê, além de proporcionar o desenvolvimento correto das estruturas orofaciais, favorecendo a mastigação, a deglutição, a fala e a respiração55. Maffei MS, Souza RS, Mello AS, Souza JGMV, Ceranto-Boleta DCF. Relação do desmame precoce com hábitos bucais deletérios na primeira infância. Odontol. Clín.-Cient. 2016;15(4):253-8..

Observa-se que as crianças que não receberam aleitamento materno, ou ainda que o receberam de forma insatisfatória, nos seis primeiros meses de vida, tendem a adquirir hábitos orais deletérios com maior facilidade e por mais tempo66. Carvalho CM, Carvalho LFPC, Forte FDS, Aragão MS, Costa LJ. Prevalência de mordida aberta anterior em crianças de 3 a 5 anos em Cabedelo/PB e relação com hábitos bucais deletérios. Pesq Bras Odontoped Clin Integ. [Internet]. 2009 Ago [last accessed July 11, 2018];9(2):205-10. Available at: http://dx.doi.org/10.4034/1519.0501.2009.0092.0012
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Alguns pais referem que o uso da chupeta é algo inofensivo ou até mesmo necessário e benéfico para o desenvolvimento do bebê, e desta forma, acabam tendo uma atitude indiferente ou permissiva quanto ao seu uso77. Lamounier JA. O efeito de bicos e chupetas no aleitamento materno. J. Pediatr. 2003;79(4):284-6.. No entanto, a utilização da chupeta e da mamadeira podem ocasionar alterações de fala, distúrbios miofuncionais e dificuldades emocionais88. Wolff GS, Goulart BNG. Percepção dos pais sobre os distúrbios fonoaudiológicos na infância. Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. [Internet] 2013 [last accessed: July 11, 2018]; 23(2):177-83. Available at: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822013000200009&lng=pt&nrm=iso
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. A existência de hábitos orais em pré-escolares é comum, já ocorrendo nas fases iniciais de vida, uma vez que alguns objetos, como por exemplo, a chupeta, compõe os enxovais das gestantes99. Garbin CAS, Garbin AJI, Martins RJ, Souza NP, Moimaz SAS. Prevalência de hábitos de sucção não nutritivos em pré-escolares e a percepção dos pais sobre sua relação com mal oclusões. Ciênc. saúde coletiva. [Internet] 2014 [last accessed Jun 17, 2018]; 19(2):553-8. Available at: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1413-81232014000200553&lng=en. http:// dx.doi.org/10.1590/1413-81232014192.23212012
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Por esse motivo, é frequente que a criança já ingresse em instituições de educação infantil, portando tais objetos, e/ou ainda com outros hábitos orais já instalados. Muitas vezes, observa-se que os educadores ao lidarem com as crianças em sala de aula, têm dificuldades em realizar a retirada dos hábitos orais até mesmo por desconhecer os malefícios ocasionados por seu uso prolongado. Sendo assim, é necessário compreender a visão de pais e também dos professores a respeito da presença dos hábitos orais deletérios, possibilitando assim, que ações de prevenção e promoção de saúde sejam realizadas nos primeiros anos de vida, tanto no ambiente familiar como escolar.

Desta forma, sabendo da importância da escola e da participação dos pais e professores no desenvolvimento de linguagem das crianças e na conscientização a respeito do uso prolongado de hábitos orais, o presente estudo tem por objetivo comparar a visão de pais e professores sobre a ocorrência de hábitos deletérios em pré-escolares.

Métodos

O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa transversal com análise quantitativa aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa - CEP da Universidade Estadual de Campinas sob o parecer de número 1887842 em 10 de Janeiro de 2017. A amostra caracterizou-se como não probabilística por conveniência.

Foram convidados a participar da pesquisa 391 pais de pré-escolares na faixa etária de 2 a 5 anos e 8 professoras que lecionam em um programa de educação infantil de uma instituição de ensino público localizada no interior do estado de São Paulo. Como critério de inclusão determinou-se a participação voluntária de pais de toda a população infantil da Instituição, após a leitura e assinatura do Termo de consentimento livre e esclarecido-TCLE por parte deles e de todas as professoras que atuam com as crianças. Como critério de exclusão, consideraram-se crianças com diagnóstico de síndromes neurológicas, deficiência sensorial, autismo, que faziam uso de medicação psicotrópica, e/ou em processo de investigação diagnóstica, bem como as que os pais não assinaram o TCLE.

Como ferramenta de pesquisa foi utilizado um questionário autoaplicável, elaborado pelas próprias pesquisadoras, baseado na revisão de literatura realizada1010. Galvão ACUR, Menezes SFL, Nemr K. Correlação de hábitos orais deletérios entre crianças de 4:00 a 6:00 anos de escola pública e escola particular da cidade de Manaus-AM. Rev. CEFAC. 2006;8(3):328-36.

11. Carminatti M, Lavra-Pinto B, Franzon R, Rodrigues JÁ, Araújo FB, Gomes E. Impacto da cárie dentária, maloclusão e hábitos orais na qualidade de vida relacionada à saúde oral em crianças pré - escolares. Audiol., Commun. Res. [Internet]. 2017 [last accessed Dec 02, 2018]; 22:e1801. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-64312017000100327&lng=en. Epub Sep 21, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2016-1801
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-1212. Melo PED, Pontes JRS. Deleterious oral habits in a group of children from a public school in Sao Paulo city. Rev. CEFAC [serial on the Internet]. 2014 Dez [last accessed Apr 30, 2018]; 16(6):1945-52. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462014000601945&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216201418213
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. O questionário enviado aos pais e às professoras continha em sua totalidade 29 questões, incluindo dados sobre a gestação/parto, amamentação e hábitos orais deletérios, queixas auditivas e desenvolvimento da linguagem oral. As questões referentes às queixas auditivas, bem como sobre desenvolvimento de linguagem não foram utilizadas para análise neste estudo. O questionário destinado aos professores continha as mesmas perguntas referentes aos hábitos orais, hábitos alimentares e padrão respiratório do questionário destinado aos pais. Na Figura 1 encontra-se o questionário elaborado pelas autoras com as perguntas relacionadas aos hábitos orais deletérios enviado aos pais e na Figura 2 o questionário destinado às professoras.

Figura 1:
Questionário aos pais

Figura 2:
Questionário aos professores

O questionário foi enviado aos pais, por meio do caderno de recados que a criança utiliza na escola, e foi entregue em mãos às professoras que compõem o programa de educação infantil do referido Instituto. Os pais que aceitaram participar da pesquisa tiveram o prazo de 15 dias para responderem o questionário e o devolverem com o TCLE assinado. Já as professoras que aceitaram participar do estudo tiveram 60 dias para responder aos questionários, tendo em vista que algumas lecionam em dois agrupamentos. Ao final foram devolvidos 238 questionários, sendo 17 excluídos de acordo com os critérios de exclusão deste estudo, totalizando assim 221.

A coleta de dados durou de Março a Novembro de 2017. Para avaliar a relação entre as variáveis foram utilizados os testes não paramétricos Qui-quadrado e, quando necessário o teste exato de Fisher. Para a comparação das respostas dos pais e professores foi utilizado o teste de McNemar, por meio dos softwares The SAS System for Windows, versão 9.4 e o SAS Institute Inc, 2002-2008, Cary, NC, USA. O nível de significância adotado para o estudo foi de 5%.

Resultados

A apresentação dos resultados foi dividida em três partes: 1. Dados obtidos pela análise dos questionários enviados aos pais e/ou responsáveis das crianças da Instituição, 2. Dados descritivos obtidos dos questionários enviados aos professores da Instituição e 3. Comparação dos dados dos dois questionários (pais e professores).

1. Dados dos questionários respondidos pelos pais:

O questionário destinado aos pais continha questões referentes à gestação, parto, amamentação, idade com que a criança andou e falou as primeiras palavras. Além disso, continha 9 questões que abordavam o uso de hábitos orais deletérios, alimentares e padrão respiratório. Foram respondidos pelos pais 221 (52,5%) questionários, cujos filhos possuem o seguinte perfil: 115 (52,04%) eram crianças do sexo masculino e 106 (47,96%) do sexo feminino. Com relação às faixas etárias, 30 (13,57%) tinham até 3 anos de idade cronológica, 70 (31.67%) entre 3 a 4 anos, 59 (26,70%) entre 4 e 5 anos e 62 (28,05%) mais do que 5 anos.

Com relação à idade materna, observa-se que 103 (46,61%) mães tinham entre 20 a 30 anos e 90 (50,25%) entre 30 a 40 anos. Quanto à escolaridade, 101 (51,79%) mães e 105 (61,05%) pais concluíram o ensino médio, respectivamente.

Uma das questões abordadas no questionário foi com relação ao aleitamento materno. Dos 221 questionários respondidos, 201 (90,95%) constam que as crianças foram amamentadas em seio materno e 20 (9,05%) não receberam tal aleitamento. Sobre o tempo de duração do aleitamento, 60 (30,30%) crianças foram amamentadas por um período inferior a seis meses, 70 (35,35%) por um período maior que seis meses, 18 (9,09%) por um ano e seis meses e 50 (25,25%) por mais de 2 anos. Vinte e três mães não responderam tal questão.

Ao analisar o tempo de aleitamento materno com a utilização de algum hábito oral deletério pela criança, observa-se que quanto maior o tempo de aleitamento, menor a ocorrência do uso dos hábitos de chupeta e de mamadeira sendo que os resultados se mostraram estatisticamente significantes (Tabela 1).

Ainda sobre o uso de hábitos orais deletérios, 115 (52,04%) crianças faziam uso de mamadeira, 53 (24,09%) utilizavam chupeta, 15 (6,82%) realizavam sucção digital e 47 (21,36%) roíam unha (onicofagia).

Tabela 1:
Tempo de aleitamento materno e uso de hábitos orais pelas crianças segundo os pais

Apesar dos dados não serem estatisticamente significantes, ao se comparar o uso de hábitos orais deletérios quanto ao gênero, nota-se que houve um maior número de crianças do sexo feminino com tais hábitos como: sucção digital, onicofagia e uso de chupeta, enquanto que as crianças do sexo masculino utilizavam a mamadeira com maior frequência. Os dados foram estatisticamente significativos apenas para o hábito deletério de chupar o dedo.

Outro ponto abordado no questionário dos pais foi com relação à alimentação. Segundo eles, 34 (15,81%) crianças apresentavam queixas alimentares, sendo que destas, 24 eram do sexo masculino e 10 do sexo feminino, os dados foram estatisticamente significantes (Tabela 2).

Tabela 2:
Gênero das crianças e presença de hábitos orais deletérios e queixa alimentar segundo os pais

Quanto ao tipo de queixa, 30 (68,18%) crianças apresentavam recusa a algum tipo de alimento, 5 (11,36%) apresentavam vômitos durante ou após a refeição, 5 (11,36%) tinham alergia alimentar e 4 (9,09%) tinham engasgos durante a alimentação.

Ao relacionar a presença de hábitos orais deletérios com a idade, os dados foram estatisticamente significantes para o uso da chupeta e da mamadeira, sendo que um maior número de crianças na faixa etária de 3 e 4 anos utilizavam esses objetos (Tabela 3).

Tabela 3:
Idade das crianças e presença de hábitos orais deletérios segundo os pais

Com relação a ocorrência de ronco durante o sono, foi respondido pelos pais que 52 (23,64%) crianças roncavam ao dormir, não foi observada relação estatisticamente significante quanto ao gênero, no entanto, nota-se um número maior de crianças do sexo masculino com tal queixa.

Sobre permanecer com a boca entreaberta sistematicamente, 37 (16,74%) crianças apresentavam tal postura, enquanto que 61 (27,60%) permaneciam com a boca entreaberta assistematicamente, houve maior ocorrência em crianças do sexo feminino.

2. Dados descritivos obtidos dos questionários enviados aos professores da Instituição:

O questionário destinado às professoras continha as mesmas perguntas referentes aos hábitos orais, hábitos alimentares e padrão respiratório do questionário dos pais. O grupo respondeu aos 221 questionários de acordo com os agrupamentos que lecionavam.

Com relação aos hábitos orais deletérios, as profissionais observaram que a chupeta foi o hábito mais utilizado, representando 45 (20,36%) crianças, seguido pelo uso da mamadeira 17 (7,69%), onicofagia 14 (6,33%) e ronco 12(5,43%). Sobre permanecer com a boca entreaberta, 12 (5,43%) crianças apresentavam tal postura sistematicamente, enquanto que 40 (18,10%) assistematicamente.

Com relação às queixas alimentares, as professoras referiram que 31 (14,03%) crianças apresentavam tais queixas, sendo que a recusa alimentar também foi citada, pelas profissionais, como a maior delas, representando 28 (82,35%) crianças.

3. Comparação dos questionários de pais e professores:

Ao comparar a concordância das respostas dos dois grupos, por meio do teste de McNemar, observa-se que o p-valor foi estatisticamente significante, ou seja, as respostas dadas pelos pais e pelos professores não concordam quanto ao uso da mamadeira, onicofagia e ronco. Além disso, os pais perceberam em maior número a presença de hábitos orais deletérios comparado aos professores (Tabela 4).

Tabela 4:
Comparação do questionário dos pais e professores sobre o uso de mamadeira, onicofagia e ronco

Os dados referentes a permanecer com a boca entreaberta não foram descritos na tabela, mas também foram estatisticamente significantes, o que mostra discordância entre as respostas de pais e professores.

Discussão

Os hábitos orais deletérios podem acarretar prejuízos para a fonoarticulação, sucção, mastigação e deglutição.

Sabe-se que a amamentação exclusiva até os seis primeiros meses de vida é de grande importância para o desenvolvimento do bebê. No presente estudo, dos 221 questionários respondidos, 201 (90,95%) crianças foram amamentadas em seio materno e destas, 70 (35,35%) foram amamentadas por um período superior a seis meses, dado que vai de encontro ao com o que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS), que orienta que as mães devem amamentar seus filhos de forma exclusiva durante os seis primeiros meses de vida, para que haja um correto desenvolvimento psicológico e fisiológico1313. Brasil. Ministério da Saúde. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. 2009. [last accessed July 11, 2018]. Available at: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_alimentacao.pdf
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. Além disso, sabe-se que o vínculo entre mãe e bebê é fortalecido durante o ato de amamentar.

Por outro lado, 60 (30,30%) crianças foram amamentadas por um período menor do que seis meses, no presente estudo não foram abordados os porquês do desmame precoce, no entanto, a literatura descreve alguns fatores que podem influenciar nesta decisão como: insegurança para amamentar, sentir-se deprimida após o parto, sentir dores, bem como preocupar-se com o retorno ao mercado de trabalho1414. Primo CC, Nunes BP, Lima EFA, Leite FMC, Pontes MB, Brandão MAG. Which factors influence women in the decision to breastfeed? Invest Educ Enferm. 2016;34(1):198-210..

Com relação ao tempo de aleitamento materno exclusivo, os achados do presente estudo corroboram com outros estudos, que referem valores entre 25,3% até 75%1515. Gallarreta FWM, Silva AMT, Toniolo IMF. Tipo e duração de aleitamento e sua relação com o hábito de sucção da chupeta e a oclusão. JBP - J. bras. odontopediatr. odontol. bebê. 2004;7(40):552-8.,1616. Praetzel JR, Saldanha MJ, Pereira JES, Guimarães MB. Relação entre o tipo de aleitamento e o uso de chupeta. JBP - J. bras. odontopediatr. odontol. bebê. 2002;5(25):235-40.. No entanto, no Brasil, esses índices ainda são considerados baixos, mesmo havendo, nos últimos anos, uma retomada a respeito da valorização do aleitamento materno exclusivo, alguns autores1717. Primo CC, Massoroni L, Lima RCD, Forechi L, Capucho BL. Fatores que interferem na amamentação exclusiva. Rev. Bras. Pesq. Saúde. 2017;19(1): 108-13. referem que a prevalência no país é de 60,7% nos primeiros 30 dias e que este número diminui com o passar dos meses.

A amamentação exclusiva é importante e alguns estudos1717. Primo CC, Massoroni L, Lima RCD, Forechi L, Capucho BL. Fatores que interferem na amamentação exclusiva. Rev. Bras. Pesq. Saúde. 2017;19(1): 108-13.,1818. Oliveira MMB de, Silva IA, Gregório JAB, Gregório EP. Associação entre aleitamento materno, hábitos orais deletérios e alterações de motricidade orofacial em pacientes sob intervenção ortodôntica Rev. iberoam. educ. invest. enferm. [Internet]. 2015 [last accessed July 13, 2018]; 5(3): 8-14. Available at: http://www.enfermeria21.com/revistas/aladefe/articulo/168/
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a associam com a diminuição de hábitos orais deletérios em crianças que receberam aleitamento de forma exclusiva em seio materno por um período maior do que seis meses. Na presente pesquisa, nota-se que o tempo de amamentação teve influencia sobre uso da chupeta e de mamadeira.

Ainda sobre a ocorrência dos hábitos orais deletérios, observa-se que mais da metade das crianças da amostra (52,04%) faziam uso de mamadeira, seguida pelo uso de chupeta (24,09%), onicofagia (21,36%) e sucção digital (6,82%). Os dados obtidos corroboram com alguns trabalhos1919. Silvério KCA, Ferreira APS, Johanns CM, Wolf A, Furkim AM, Marques JM. Relação de escolaridade, faixa etária e profissão de mães com a oferta de chupeta e mamadeira a seus filhos. Rev. CEFAC. 2012;14(4):610-5.,2020. Matos GC, Santos JC, Granzotti-Guedes RB, Silva K, Baldrighi SEZM, Cesar CPHAR. The prevalence of oral habits in preschoolers. Distúrb. Comun. 2017;29(1):68-76., discordando de outros99. Garbin CAS, Garbin AJI, Martins RJ, Souza NP, Moimaz SAS. Prevalência de hábitos de sucção não nutritivos em pré-escolares e a percepção dos pais sobre sua relação com mal oclusões. Ciênc. saúde coletiva. [Internet] 2014 [last accessed Jun 17, 2018]; 19(2):553-8. Available at: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1413-81232014000200553&lng=en. http:// dx.doi.org/10.1590/1413-81232014192.23212012
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,2121. Pereira MR, Jardim LE, Figueiredo MC, Faustino-Silva DD. Prevalência de maloclusão em crianças de quatro anos de idade e fatores associados na atenção primária à saúde. Stomatos. 2017;23(45):49-58. que referem maior ocorrência quanto ao uso de chupeta. Sobre seu uso ser maior do que os demais hábitos orais deletérios, pode-se inferir que por fazer parte dos enxovais das gestantes e já ser vista como algo cultural, muitos familiares insistem em ofertá-la ao bebê logo nos primeiros dias de vida.

Outro aspecto que chamou a atenção durante a análise dos dados foi a ocorrência, em maior número, do uso da mamadeira pelas crianças avaliadas, tendo em vista que este hábito deve ser retirado a partir dos 18 meses, período em que a criança passa a consumir um número maior de alimentos na consistência sólida, além de ingerir líquidos no copo. O uso prolongado da mamadeira pode acarretar alterações nas funções de sucção, deglutição, mastigação, contribuindo também para a formação das más oclusões2222. Lopes AR. Alterações bucais causadas pelo uso prolongado de chupeta e mamadeira em crianças [Trabalho de conclusão de curso]. Minas Gerais (MG): Universidade Federal de Minas Gerais, Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família; 2010.. Ao sugar o bico da mamadeira, a língua permanece no assoalho oral, funcionando apenas como dosador para a passagem do leite, com o tempo tende a se tornar hipofuncionante, podendo assumir uma postura anteriorizada na cavidade oral. Além disso, muitas crianças utilizam a mamadeira no período da noite, geralmente antes de dormir, e os pais acabam adoçando o leite da criança; sendo assim, a falta de higienização e a fermentação deste açúcar na boca, com o tempo, acaba provocando as chamadas “cáries de mamadeira”2222. Lopes AR. Alterações bucais causadas pelo uso prolongado de chupeta e mamadeira em crianças [Trabalho de conclusão de curso]. Minas Gerais (MG): Universidade Federal de Minas Gerais, Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família; 2010..

Com relação ao gênero, no presente estudo houve maior uso de chupeta, sucção digital e onicofagia por parte das meninas, enquanto que os meninos fizeram maior uso de mamadeira, tais achados também foram encontrados por outros autores2323. Pizzol KEDC, Montanha S, Fazan ET, Boeck EM, Rastelli ANS. Prevalência dos hábitos de sucção não nutritiva e sua relação com a idade, gênero e tipo de aleitamento em pré-escolares da cidade de Araraquara. Rev. CEFAC [Internet]. 2012 June [last accessed Apr 30, 2018]; 14(3):506-15. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462012000300015&lng=en. Epub Jan 09, 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462012005000001
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. Ainda com relação ao gênero, sobre a permanência da postura de boca entreaberta, que está associada com a respiração oral observou-se maior ocorrência no sexo feminino, fato que também foi descrito em outro estudo1212. Melo PED, Pontes JRS. Deleterious oral habits in a group of children from a public school in Sao Paulo city. Rev. CEFAC [serial on the Internet]. 2014 Dez [last accessed Apr 30, 2018]; 16(6):1945-52. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462014000601945&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216201418213
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.

Ao relacionar a presença de hábito com relação a faixa etária, obteve-se resultados significantes para o uso de chupeta e mamadeira, observando maior ocorrência desses hábitos na faixa etária de 3 a 4 anos de idade, sendo que os dados obtidos corroboram com outro trabalho2424. Góes MPS, Araújo CMT, Góes PSA, Jamelli SR. Persistência de hábitos de sucção não nutritiva: prevalência e fatores associados. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. [Internet]. 2013 Sep [last accessed May 01, 2018]; 13(3): 247-257. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-38292013000300006&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S1519-38292013000300006
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. Em outra pesquisa2525. Ferreira-Vargas F, Senna RA, Ilha MC, Figueiró P, Feldens CA, Kramer PF. Uso de chupeta em pré-escolares do sul do Brasil: prevalência e fatores associados. RFO UPF. 2018;23(2):144-9. realizada com crianças de 0 a 5 anos de idade, a prevalência para o uso de chupeta foi de 68,1%, sendo que 49,3% das crianças faziam uso de tal objeto no momento em que o estudo foi realizado. Além disso, de cada dez crianças, nove referiram o uso da mamadeira, demonstrando que esse hábito comum na infância.

Uma das perguntas feitas aos pais participantes do presente estudo foi sobre queixas alimentares, 34 (15,81%) crianças apresentaram queixas, sendo recusa alimentar a de maior ocorrência. Quanto ao gênero, os dados foram significantes para os meninos.

Sobre as dificuldades alimentares na infância, alguns autores2626. Almeida CN, Mello ED, Maranhão HS, Vieira MC, Barros R, Barreto JR et al. Dificuldades alimentares na infância: revisão da literatura com foco nas repercussões à saúde. Pediatria Moderna. 2012;48(9):24-6. referem que tais queixas são comuns e que trabalhos realizados em diversas regiões do mundo mostram que a queixa de não comer está entre as mais frequentes. Ainda segundo o estudo2626. Almeida CN, Mello ED, Maranhão HS, Vieira MC, Barros R, Barreto JR et al. Dificuldades alimentares na infância: revisão da literatura com foco nas repercussões à saúde. Pediatria Moderna. 2012;48(9):24-6., das 984 famílias analisadas pela agência IPSOS Health Care aproximadamente 50% dos relatos de dificuldades alimentares eram de pré-escolares.

No presente estudo, das 115 crianças que utilizavam mamadeira, 64 eram meninos. Alguns autores afirmam2727. Pérez-Escamilla R, Lutter C, Segall AM, Rivera A, Treviño-Siller S, Sanghvi T. Exclusive breast-feeding duration is associated with attitudinal, socieconomic and biocultural determinants in three Latin American countries. J Nutr. 1995;125(12):2972-84. que a questão cultural do gênero influenciaria na decisão das mães em interromper o aleitamento materno em meninos primeiro, o que levaria a maior utilização da mamadeira pelos mesmos. Tal fato teria relação quanto a queixa alimentar, tendo em vista que o uso prolongado de mamadeira pode acarretar a diminuição da mastigação e na preferência por alimentos de consistência líquida e pastosa.

Comparando a visão de pais e de professores sobre o uso de hábitos orais deletérios observa-se no presente estudo que os pais referem mais a presença desses do que os professores.

Um estudo2828. Garbin CAS, Garbin AJI, Martins RJ, Souza NP, Moimaz AS. Prevalência de hábitos de sucção não nutritivos em pré-escolares e a percepção dos pais sobre sua relação com maloclusões. Ciência & Saúde Coletiva [Internet]. 2014, [last accessed July 13, 2018] 19(2):553-8. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232014000200553&lng=pt&tlng=pt. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/1413-81232014192.23212012
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realizado com um grupo de pais verificou que apesar de conhecerem os malefícios ocasionados pelo uso exacerbado de hábitos orais como a chupeta, a grande maioria já havia ofertado tal objeto aos seus filhos. Já em outro estudo2929. Brant MO, Cavalcanti L, Auad SM, Paiva SM, Pordeus IA, Serra-Negra JM. The perception of graduate students in early childhood education regarding the oral habits of preschoolers. Arq. Odontol. [Internet]. 2016 Mar [last accessed: July 13, 2018] ; 52(1): 06-12. Available at: http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-09392016000100001&lng=en
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, realizado com estudantes de especialização em educação infantil, a maioria das profissionais acreditava ser normal o uso de mamadeira e chupeta pelas crianças, o grupo estudado referiu interesse em saber mais sobre o tema, mostrando a importância da implementação de estratégias de promoção e prevenção de saúde em âmbito escolar.

Conclusão

Diante do apresentado, observa-se que é comum a ocorrência de hábitos orais deletérios em pré-escolares. No grupo estudado os pais referiram, em maior número, a presença de tais hábitos do que os professores. Os hábitos orais deletérios podem acarretar diversos problemas, sendo necessário que pais e professores sejam conscientizados a fim de que diferentes estratégias de retirada possam ser realizadas, principalmente em ambiente escolar, evitando os prejuízos decorrentes do seu uso exacerbado.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Abr 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    28 Set 2018
  • Aceito
    07 Fev 2019
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