Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo
Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Claudia Marquez Simões Pça Antonio Manoel do Espírito Santo, 63 Jd. Bonfiglioli São Paulo (SP) CEP 05592-050 Tel. (+55 11) 9172-1271 E-mail: claucms@terra.com.br
INTRODUÇÃO
Feocromocitomas são tumores de células cromafins que captam, produzem, armazenam, metabolizam e liberam catecolaminas. A faixa etária de maior incidência é entre a terceira e quarta década de vida, no entanto, o tumor pode se desenvolver ainda na infância. A maioria dos feocromocitomas são tumores benignos tratados com remoção cirúrgica. Neste caso apresentamos a técnica anestésica empregada em um paciente submetido à ressecção de recidiva bilateral de feocromocitoma adrenal com a utilização da dexmedetomidina como medicação pré-anestésica e adjuvante anestésico endovenoso, buscando controle pressórico e estabilidade cardiovascular durante o procedimento.
RELATO DO CASO
Paciente de 8 anos, do sexo masculino, apresenta recidiva bilateral de feocromocitoma adrenal após ressecção do tumor em adrenal direita há 3 anos. O paciente foi readmitido no hospital com história de dor abdominal acompanhada de vômitos e crise hipertensiva. Depois de avaliação laboratorial e radiológica, que confirmaram a recidiva tumoral, o paciente foi submetido à ressecção do tumor sob anestesia geral associada à peridural contínua. Visando menor liberação de catecolaminas, associada a menor consumo de anestésicos e estabilidade cardiovascular, utilizamos a dexmedetomidina, agonista alfa-2 adrenérgico, como medicação pré-anestésica e adjuvante endovenoso durante a cirurgia. Durante a manipulação do tumor, foi necessário o uso de nitroprussiato de sódio para controle pressórico. O paciente foi extubado na sala cirúrgica, sem necessitar de drogas vasoativas, e foi encaminhado para a unidade de terapia intensiva com nebulização de oxigênio e saturação periférica de O2 de 99%. Estava calmo e sem dor.
DISCUSSÃO
O manejo do paciente portador de feocromocitoma deve visar adequada manutenção da volemia e controle pressórico, se necessário, com drogas vasoativas, como alfa e betabloqueadores, e nitroprussiato de sódio. Neste caso apresentamos o emprego da dexmedetomidina, que pode ser utilizada como medicação pré-anestésica e na manutenção da anestesia, em infusão contínua para maior estabilidade cardiovascular durante a manipulação cirúrgica do tumor.
REFERÊNCIAS
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Manejo anestésico da ressecção de feocromocitoma adrenal bilateral na infância
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
14 Set 2005 -
Data do Fascículo
2005