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Características de carcaça, componentes corporais e rendimento de cortes de cordeiros confinados recebendo dieta com própolis ou monensina sódica

Carcass characteristics, non-components and yield of retail products from lambs in feedlot system receiving diets with propolis or sodic monensin as adittive

Resumos

Objetivou-se avaliar os efeitos dos aditivos própolis verde, própolis marrom e monensina sódica sobre as características de carcaça, avaliadas por ultra-som e pós-abate, os componentes corporais e o rendimento de cortes de cordeiros terminados em confinamento. Foram utilizados 32 cordeiros machos, com oito animais por tratamento, mantidos em confinamento por 64 dias. Os animais receberam dieta com relação volumoso:concentrado de 50:50, à base de feno de capim-tifton 85 (Cynodon spp.) e concentrado comercial. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com oito animais por dieta, distribuídos aleatoriamente de acordo com o peso: controle, dieta sem aditivo, própolis verde, própolis marrom e monensina sódica. Os rendimentos de carcaça (verdadeiro, quente e comercial) não diferiram entre os aditivos, com médias de 54,97; 44,89 e 41,81%, respectivamente. Os componentes corporais e rendimento de cortes comerciais não foram influenciados pelos aditivos utilizados nas dietas. A metodologia utilizada na determinação teve efeito nas medidas de área de olho-de-lombo (AOL) e espessura de gordura subcutânea (EGS), de modo que, pelo método tradicional, com medidas na carcaça, foram obtidas as maiores médias para AOL (12,14 vs. 9,08 cm²) e as menores para EGS (2,42 vs. 2,69 mm). A correlação entre as medidas de área de olho-de-lombo (AOL) da carcaça e aquelas obtidas por ultra-sonografia foi de 0,8597. Os aditivos não influenciaram as características de carcaça, os componentes corporais e o rendimento de cortes de ovinos terminados em confinamento. A realização de medidas ultra-sonográficas de AOL e marmoreio pode ser utilizada na avaliação de carcaça in vivo em ovinos.

aditivos; área de olho-de-lombo; espessura de gordura subcutânea; marmoreio; ovinos; rendimento de carcaça


This work was aimed at evaluating the effects of green propolis, brown propolis and sodic monensin aditives on the carcass characteristics by means of ultrasound and after-slaughter measures such as carcass non-components and yield of retail products from lambs finished in feedlot system. Thirty-two male lambs, with eight animal per treatment, were feedlot during 64 days. The animals were fed a diet with roughage:concentrate ratio of 50:50, composed of Tifton 85 hay grass (Cynodon spp.) and commercial concentrate. The experimental design was a randomized block design, with eight animals randomly assigned according to weight and the following treatments: control, diet without additive, green propolis, brown propolis and sodic monensin. The true, hot and commercial carcass percentage did not differ between treatments, with means of 54.97; 44.89 and 41.81%, respectively. Carcass non-components and yield of retail products were not influenced by treatments. The methodology used in the determinations affected the LEA and FT measures, so that the traditional method, obtained through measures in the carcass presented the highest averages for LEA (12.14 vs. 9.08 cm²) and lowest for FT (2.42 vs. 2.69 mm). The correlation between the of loin eye area (LEA) measures of the carcass with those obtained by ultrasound scan was 0.8597. The additives did not influence the carcass characteristics, non- components and yield of retail products from lambs finished in feedlot system. The performance of LEA and marbling ultrasound measures can be used in the in vivo carcass evaluation in sheep.

additives; carcass dressing; fat thickness; loin eye area; marbling; sheep


PRODUÇÃO ANIMAL

Características de carcaça, componentes corporais e rendimento de cortes de cordeiros confinados recebendo dieta com própolis ou monensina sódica

Carcass characteristics, non-components and yield of retail products from lambs in feedlot system receiving diets with propolis or sodic monensin as adittive

Camila Celeste Brandão Ferreira ÍtavoI; Maria da Graça MoraisI; Ciniro CostaII; Luís Carlos Vinhas ÍtavoIII; Francisco de Assis Fonseca de MacedoIV; Thierry Ribeiro TomichV

IFaculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS

IIPós-Graduação em Zootecnia da UNESP Botucatu, Botucatu, SP

IIIUniversidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, MS

IVUniversidade Estadual de Maringá, Maringá, PR

VEmbrapa Pantanal, Corumbá, MS

RESUMO

Objetivou-se avaliar os efeitos dos aditivos própolis verde, própolis marrom e monensina sódica sobre as características de carcaça, avaliadas por ultra-som e pós-abate, os componentes corporais e o rendimento de cortes de cordeiros terminados em confinamento. Foram utilizados 32 cordeiros machos, com oito animais por tratamento, mantidos em confinamento por 64 dias. Os animais receberam dieta com relação volumoso:concentrado de 50:50, à base de feno de capim-tifton 85 (Cynodon spp.) e concentrado comercial. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com oito animais por dieta, distribuídos aleatoriamente de acordo com o peso: controle, dieta sem aditivo, própolis verde, própolis marrom e monensina sódica. Os rendimentos de carcaça (verdadeiro, quente e comercial) não diferiram entre os aditivos, com médias de 54,97; 44,89 e 41,81%, respectivamente. Os componentes corporais e rendimento de cortes comerciais não foram influenciados pelos aditivos utilizados nas dietas. A metodologia utilizada na determinação teve efeito nas medidas de área de olho-de-lombo (AOL) e espessura de gordura subcutânea (EGS), de modo que, pelo método tradicional, com medidas na carcaça, foram obtidas as maiores médias para AOL (12,14 vs. 9,08 cm2) e as menores para EGS (2,42 vs. 2,69 mm). A correlação entre as medidas de área de olho-de-lombo (AOL) da carcaça e aquelas obtidas por ultra-sonografia foi de 0,8597. Os aditivos não influenciaram as características de carcaça, os componentes corporais e o rendimento de cortes de ovinos terminados em confinamento. A realização de medidas ultra-sonográficas de AOL e marmoreio pode ser utilizada na avaliação de carcaça in vivo em ovinos.

Palavras-chave: aditivos, área de olho-de-lombo, espessura de gordura subcutânea, marmoreio, ovinos, rendimento de carcaça

ABSTRACT

This work was aimed at evaluating the effects of green propolis, brown propolis and sodic monensin aditives on the carcass characteristics by means of ultrasound and after-slaughter measures such as carcass non-components and yield of retail products from lambs finished in feedlot system. Thirty-two male lambs, with eight animal per treatment, were feedlot during 64 days. The animals were fed a diet with roughage:concentrate ratio of 50:50, composed of Tifton 85 hay grass (Cynodon spp.) and commercial concentrate. The experimental design was a randomized block design, with eight animals randomly assigned according to weight and the following treatments: control, diet without additive, green propolis, brown propolis and sodic monensin. The true, hot and commercial carcass percentage did not differ between treatments, with means of 54.97; 44.89 and 41.81%, respectively. Carcass non-components and yield of retail products were not influenced by treatments. The methodology used in the determinations affected the LEA and FT measures, so that the traditional method, obtained through measures in the carcass presented the highest averages for LEA (12.14 vs. 9.08 cm2) and lowest for FT (2.42 vs. 2.69 mm). The correlation between the of loin eye area (LEA) measures of the carcass with those obtained by ultrasound scan was 0.8597. The additives did not influence the carcass characteristics, non- components and yield of retail products from lambs finished in feedlot system. The performance of LEA and marbling ultrasound measures can be used in the in vivo carcass evaluation in sheep.

Key Words:additives, carcass dressing, fat thickness, loin eye area, marbling, sheep

Introdução

Os ionóforos elevam a participação de bactérias gram-negativas no rúmen, com aumento da proporção de propionato e redução das proporções de acetato e butirato e da produção de metano em até 30% (Salles & Lucci, 2000; Vargas et al., 2001; Eifert et al., 2005a,b; Rodrigues et al., 2007), o que pode aumentar a energia líquida (McGuffey et al., 2001).

Entretanto, a resistência antimicrobiana em humanos tem sido relacionada aos antibióticos presentes na alimentação animal (Mathew et al., 2001), o que tem sido motivo de restrições por países importadores de produtos de origem animal.

Segundo Mirzoeva et al. (1997), a própolis tem ação bacteriostática sobre bactérias gram-positivas e algumas gram-negativas, aparentemente pela modificação do status bioenergético da membrana bacteriana e pela inibição de sua motilidade, o que remete à atividade dos ionóforos. A composição química da própolis é bastante complexa e variada e está intimamente relacionada à ecologia da flora visitada pelas abelhas (Ghisalberti, 1979), a qual influencia a atividade farmacológica (Andréa et al., 2005).

O mercado consumidor atual é extremamente exigente quanto à qualidade e conservação dos produtos de origem animal. Segundo Colomer-Rocher (1988), o valor de rendimento de carcaça é determinado por vários componentes corporais e depende, entre outros fatores, dos pesos relativos de cortes, por isso, torna-se necessário o conhecimento dos aspectos relativos a nutrição, sanidade, manejo, raças e cruzamentos, em relação aos efeitos sobre a composição da carcaça.

A utilização da ultra-sonografia para estimativa da proporção de músculo e gordura possibilita a descrição dos níveis de musculosidade e acabamento de carcaças, por meio da medição da área de olho-de-lombo e espessura de gordura subcutânea, assim como da gordura intramuscular, com a mensuração da marmorização da carne (Suguisawa et al., 2006b), e pode ser utilizada em programas de seleção, formação de lotes para alcance de acabamento homogêneo e avaliações de diferentes regimes alimentares (Silva, 2003).

Neste contexto, objetivou-se avaliar os efeitos dos aditivos própolis verde, própolis marrom e monensina sódica na dieta total sobre as características de carcaça, avaliadas por ultra-sonografia e pós-abate, os componentes corporais e o rendimento de cortes de cordeiros em confinamento.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, entre os meses de fevereiro e abril de 2007. Foram utilizados 32 cordeiros, machos castrados, desmamados, sem raça definida, nascidos entre outubro e dezembro de 2006, com peso médio de 20,45 kg ao início do experimento.

Os animais foram adquiridos de uma propriedade comercial, no município de Terenos, Mato Grosso do Sul, e vacinados contra clostridiose. Na chegada, e durante a permanência dos animais, foram realizadas administrações de anti-helmíntico, com base em análises de OPG (contagem de ovos por grama de fezes). Também foi realizado tratamento contra coccidiose, com sulfaquinoxalina sódica.

No confinamento, os animais foram alojados em baias individuais de 3 m2, com piso ripado, providas de comedouros e bebedouros. Os animais receberam água e sal mineral à vontade. Foi usado como volumoso o feno moído de capim-tifton 85 (Cynodon spp.), na relação volumoso:concentrado de 50:50, com base na matéria seca. O concentrado comercial, à base de farelo de soja e milho moído, foi formulado para atender às exigências nutricionais dos cordeiros (NRC, 1985), com estimativa de ganho de peso de 250 g/dia. As dietas foram isoprotéicas e isoenergéticas (Tabela 1). O período total de confinamento foi de 64 dias. Houve um período de adaptação de 7 dias até o alcance da relação volumoso:concentrado desejada.

O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, pelo critério de peso, e os animais distribuídos aleatoriamente entre as dietas: controle, dieta sem aditivo; com própolis verde; com própolis marrom; ou com monensina sódica.

A monensina foi adicionada em quantidade suficiente para garantir ingestão diária de 30 ppm por animal. As própolis brutas foram adquiridas da apicultura Companhia da Abelha, instalada em Contagem, Minas Gerais, com as seguintes especificações: própolis verde - elaborada por abelhas com acesso a áreas formadas por Baccharis dracunculifolia (alecrim-do-campo), exclusivamente, em tiras de coletor inteligente de própolis, colhidas a cada 7 dias, em áreas sombreadas, com grau de oxidação igual ou inferior a 1%; e própolis marrom - elaborada por abelhas com acesso a áreas formadas por Baccharis dracunculifolia (alecrim-do-campo) e Vernonia polyanthes (assa-peixe), em conjunto, em tiras de coletor inteligente de própolis colhidas a cada 30 dias, em áreas sombreadas, com grau de oxidação igual ou inferior a 15%.

Para obtenção do extrato de própolis, foram utilizados 30 g de própolis bruta triturada para cada 100 mL de solução hidro-alcoólica (70%), por um período de 10 dias, com posterior filtragem em papel-filtro, obtendo-se a solução-estoque. Efetuou-se diluição em 50% de água deionizada da solução-estoque, de acordo com metodologia de Stradiotti Jr. et al. (2004), antes da adição diária, por aspersão, nas dietas na quantidade de 30 mL por animal, perfazendo administração efetiva de 15 mL de extrato de própolis por animal.

A alimentação foi fornecida diariamente às 8 e 16 h, à vontade, para permitir aproximadamente 10% do fornecido em sobras. As análises químicas dos alimentos foram realizadas no Laboratório de Nutrição Animal da UFMS. As amostras foram pré-secas em estufa de ventilação forçada, a 55°C por 96 horas, e trituradas em moinhos com peneira de 1 mm. Os alimentos foram analisados quanto aos teores de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e extrato etéreo (EE) segundo metodologias descritas por Silva & Queiroz (2002). Os carboidratos totais (CT) foram obtidos pela equação: 100 - (%PB + %EE + %Cinzas), enquanto os carboidratos não-estruturais (CNE) foram obtidos pela diferença entre CT e FDN (Sniffen et al., 1992). Os teores de nutrientes digestíveis totais (NDT) foram estimados conforme recomendações de Sniffen et al. (1992).

Os animais foram pesados inicialmente e a cada 14 dias durante o período em que permaneceram confinados, até atingirem o peso de abate, de modo que o último período consistiu de 8 dias. A pesagem era realizada após jejum de sólidos por 18 horas.

Foram obtidas medidas de espessura de gordura subcutânea, área de olho-de-lombo e marmoreio por meio de ultra-sonografia, 30 dias após o início do período de confinamento e no dia anterior ao abate, compreendendo um período de 34 dias, por meio de equipamento de ultra-sonografia Aloka 500V, com transdutor de 12 cm e frequência de 3,5 MHz, e guia acústica para acoplamento.

Foram realizadas tricotomia, limpeza e aplicação de óleo vegetal para perfeito acoplamento do transdutor. As avaliações foram realizadas no lado esquerdo do animal. Para mensuração de AOL e EGS, o transdutor foi disposto de maneira perpendicular ao comprimento do músculo Longissimus dorsi, entre a 12a e a 13a costela, ao passo que, para mensuração do marmoreio (gordura intramuscular), o transdutor foi disposto de maneira longitudinal, entre a 11a e a 13a costela. O grau de marmorização, de 0 a 10, foi obtido por meio do software Bia Pro Plus, da Empresa Designer Genes Tecnologies, Inc., USA.

O abate foi realizado após jejum de sólidos de 18 horas. Após o abate, o peso da carcaça quente foi registrado logo após a evisceração, retirada e pesagem das partes não-integrantes da carcaça (sangue, cauda, testículos, pele, cabeça, patas, coração, pulmão, traquéia, aparelho gastrintestinal vazio, estômago, intestino, aparelho urinário, pênis, fígado, rins e baço).

O esôfago e reto foram amarrados para pesagem das vísceras cheias. O conjunto pulmão-traquéia-coração, o sistema digestório (SD) cheio e o fígado foram separados e pesados. A gordura circundante do sistema digestório foi separada e pesada e denominada gordura mesentérica e omental. Os rins foram retirados das carcaças quentes juntamente com a gordura circundante (denominada perirenal), separados e pesados.

Terminada a evisceração, pesaram-se as carcaças (peso da carcaça quente) para obtenção do rendimento de carcaça quente (peso da carcaça quente/peso ao abate*100). O aparelho gastrintestinal foi esvaziado para obtenção do peso de corpo vazio (peso ao abate-peso do conteúdo gastrintestinal) e determinação do rendimento verdadeiro (peso da carcaça quente/peso de corpo vazio*100), de acordo com Sañudo & Sierra (1986).

Após a pesagem, as carcaças foram transferidas para câmara frigorífica a 4°C, onde permaneceram por 48 horas, penduradas pelos tendões em ganchos apropriados para manutenção das articulações tarsometatarsianas, distanciadas 17 cm. Ao final desse período, pesou-se a carcaça fria, para cálculo da porcentagem de perda ao resfriamento (peso de carcaça fria - peso da carcaça quente/peso da carcaça quente*100) e rendimento comercial (peso da carcaça fria/peso ao abate*100).

Nas carcaças foram realizadas medições, segundo Sañudo & Sierra (1986) e Macedo (1998), de comprimento da perna (distância entre períneo e bordo anterior da superfície articular tarso metatarsiana), largura da garupa (largura máxima entre trocânteres de ambos os fêmures, com compasso), comprimento interno da carcaça (distância máxima entre bordo anterior da sínfese ísquio-pubiana e bordo anterior da primeira costela em seu ponto médio), além das medidas de comprimento maior e menor de lombo.

Foram calculados os índices de compacidade da carcaça (peso da carcaça fria/comprimento interno da carcaça) e compacidade da perna (largura da garupa/comprimento da perna).

A carcaça foi dividida ao meio e a metade esquerda subdividida em sete regiões anatômicas (Colomer-Rocher & Espejo, 1972), determinando-se posteriormente as porcentagens em relação ao todo: pescoço (base anatômica nas sete vértebras cervicais, obtido em corte oblíquo entre sétima vértebra cervical e primeira torácica); paleta (base anatômica na escápula, úmero, ulna, rádio e carpo); costelas descobertas (base anatômica nas cinco primeiras vértebras torácicas, junto com metade superior do corpo das costelas correspondentes); costelas (base anatômica nas oito últimas vértebras torácicas, juntamente com metade superior das costelas correspondentes); baixos (linha reta da borda dorsal do abdômen à ponta do esterno); lombo (base anatômica nas seis vértebras lombares, zona que incide perpendicularmente com a coluna, entre a 13a vértebra torácica e a última lombar); perna (regiões glútea, femural e da perna, tendo como base óssea tarso, tíbia, fêmur, ísquio, púbis e íleo, separado por corte perpendicular à coluna, entre duas últimas vértebras lombares).

As avaliações pós-abate de área de olho-de-lombo e espessura de gordura subcutânea foram realizadas no músculo Longissimus dorsi. A área de olho-de-lombo foi obtida transversalmente em transparência e, posteriormente, determinada no programa computacional AUTOCAD. A espessura de gordura subcutânea foi obtida com auxílio de paquímetro, sobre a secção do L. dorsi, entre a última vértebra dorsal e primeira lombar, de acordo com Osório & Osório (2005).

Os efeitos dos aditivos foram analisados segundo o modelo estatístico: Yijk = Σ + Ai + Bj+ eijk, em que: Yijk = observação j, referente ao aditivo i; Σ = constante geral; Ai = efeito do aditivo na dieta i, i = 1, 2, 3 e 4; Bj = efeito de bloco por peso j, j = 1, 2, 3 e 4; eijk = erro aleatório associado a cada observação Yijk.

Os dados de características de carcaça, componentes corporais e rendimento de cortes dos cordeiros foram avaliados por meio de análises de variância, utilizando-se o peso de abate como co-variável, e as médias foram comparadas pelo teste Tukey, a 5% de significância. Para comparação de metodologia de avaliação de características de carcaça, utilizou-se a Correlação de Spearman, no nível de 5% de significância.

Resultados e Discussão

Não houve feito de blocos nas variáveis peso ao abate, peso corporal vazio, peso de carcaça quente e fria, perdas ao resfriamento e rendimento de carcaça de ovinos terminados em confinamento (Tabela 2).

As médias de peso de abate diferiram entre os aditivos, o que tornou necessária a transformação em co-variável para adequada avaliação das características de carcaça. A média de peso de abate (34,91 kg) foi similar aos 33,88 kg apresentados por Ítavo et al. (2006), que estudaram o efeito de silagens de grãos úmidos de milho e de sorgo na terminação de ovinos e observaram peso ao abate acima dos 31 kg recomendados por Silva Sobrinho (2001).

As médias de peso de carcaça quente (15,71 kg) e fria (14,67 kg) atendem aos valores mínimos preconizados por Silva Sobrinho (2001) para caracterização de carcaças de boa qualidade, com peso de carcaça quente igual ou maior que 14,3 kg e peso de carcaça fria igual ou maior que 13,8 kg.

Os rendimentos de carcaça verdadeiro, quente e comercial não diferiram entre aditivos e foram superiores aos preconizados por Silva Sobrinho (2001), que descreveu como parâmetros de rendimento de carcaça quente, 46%, comercial, 44,5% e verdadeiro, 53%.

Macedo et al. (2000) também avaliaram o rendimento comercial de carcaças de cordeiros Corriedale, Bergamácia × Corriedale e Hampshire Down × Corriedale em confinamento e obtiveram rendimento comercial de 42,59%, próximos à média de 41,90%. Carvalho et al. (2005), no entanto, encontraram rendimento de carcaça quente de 49,00% em cordeiros Texel, Suffolk e cruzamentos confinados com dieta com relação volumoso:concentrado de 40:60, possivelmente em virtude da diferença entre os genótipos utilizados.

O rendimento comercial de carcaça, de 41,90%, obtido neste estudo foi inferior ao encontrado por Sá et al. (2005), de 43,91%, em cordeiros Hampshire Down e Santa Inês.

Ressalta-se que as carcaças, para todos aditivos, apresentaram valores de perdas ao resfriamento superiores aos 4%, preconizados por Silva Sobrinho (2001). A avaliação das perdas ao resfriamento fornece um indicativo do grau de proteção da carcaça. Mendonça et al. (2003) também observaram grandes perdas ao resfriamento, 5,94%, em ovinos Corriedale confinados, o que pode estar relacionado à cobertura de gordura na carcaça.

A utilização dos aditivos na dieta não teve efeito sobre sangue, pele, aparelho reprodutor e bexiga, rins e gordura perirrenal, baço, fígado, coração, aparelho respiratório, trato gastrintestinal, cabeça, patas, rabo e gordura mesentéria e omental (Tabela 3).

Carvalho et al. (2007) avaliaram componentes não-carcaça de cordeiros Texel em confinamento e encontraram valores de pele, baço, fígado e coração, com médias, em porcentagem do peso ao abate, de 10,10; 0,13; 1,75 e 0,10; respectivamente. O trato gastrintestinal vazio obtido por Carvalho et al. (2007) foi superior, 8,04% do peso ao abate, o que não influenciou o rendimento de carcaça quente, 44,27%.

Não houve efeito dos aditivos sobre o rendimento de cortes comerciais (Tabela 4). Reis et al. (2001) também avaliaram diferentes formas de conservação de grãos de milho em dietas de cordeiros em confinamento e não encontraram diferenças no rendimento de cortes comerciais, com médias para rendimento de pescoço, paleta, baixos, costelas descobertas, costelas, lombo e perna de 6,16; 19,46;10,64; 12,13; 8,67; 9,30 e 33,75% do peso de carcaça fria, respectivamente.

Os aditivos utilizados na dieta não influenciaram o comprimento de perna, o comprimento interno de carcaça, a largura de garupa, os diâmetros maior e menor de lombo, a AOL e a EGS pós-abate, a compacidade de carcaça e a compacidade de perna (Tabela 5).

Índices de compacidade indicam a quantidade e/ou capacidade de armazenamento de carne na carcaça e perna, os quais não foram influenciados pelos aditivos, o que indica que todas as carcaças apresentaram a mesma capacidade de armazenamento de tecidos, o que corrobora a semelhança entre rendimento de cortes comerciais (Tabela 4). Índice médio de compacidade de carcaça semelhante ao obtido neste trabalho foi encontrado por Reis et al. (2001), de 0,209.

Não foi detectada influência dos aditivos sobre AOL e EGS pós-abate (Tabela 5), o que indica que o período de confinamento foi suficiente para produção de carcaças bem acabadas e padronizadas.

Os aditivos não tiveram efeito sobre a AOL inicial e final, EGS inicial e final e marmoreio inicial e final, obtidas por meio de ultra-sonografia. As médias de AOL, EGS e marmoreio final foram de 9,08 cm2; 2,69 mm e 6,61 pontos, respectivamente (Tabela 6).

A similaridade entre AOL e EGS entre os aditivos utilizados, avaliadas por meio de avaliações ultra-sonográficas, corroboram a semelhança entre essas variáveis obtidas na avaliação na carcaça, após abate (Tabela 5).

Os resultados de EGS foram superiores a 2,5 mm, o que indica bom acabamento dos animais ao abate, valores acima dos 1,1 mm obtidos por Cunha et al. (2008) em ovinos Santa Inês em confinamento.

Não houve influência dos aditivos sobre o marmoreio. Assim como neste ensaio, também Menezes et al. (2006) avaliaram as características de carcaça de novilhos Charolês, Nelore e cruzamentos terminados em confinamento com dietas contendo ou não monensina sódica e não encontraram influência no marmoreio.

Não houve interação significativa de aditivos e metodologia de avaliação de carcaças (Tabela 7). As medidas de AOL realizadas após o abate foram superiores àquelas obtidas com ultra-sonografia, com subestimação dos valores, assim como as obtidas por Suguisawa et al. (2006a) em estudo de correlações simples entre medidas de ultra-som e composição da carcaça de bovinos jovens.

Suguisawa et al. (2006b) citaram alguns fatores responsáveis por diferenças nas estimativas, como a remoção da pele, que retira quantidades variáveis da camada de gordura da carcaça, método de suspensão da carcaça, que pode provocar mudanças na sua conformação, corte inadequado na seção de costelas e diferença no posicionamento.

A correlação obtida para variável EGS entre os métodos de avaliação de carcaça (ultra-sonografia e pós-abate) foi de 0,3926 (Tabela 8). Observa-se elevada correlação entre as medidas de AOL da carcaça com aquelas obtidas por ultra-sonografia, com valor igual a 0,8597.

A correlação encontrada por Prado et al. (2004) entre as medidas de AOL de bovinos por ultra-sonografia (AOLU) e na carcaça (AOLC) foi de 0,80, assim, a ultra-sonografia pode ser um bom método empregado para estimar as características de AOL in vivo em ovinos. Valores inferiores foram obtidos por Silva et al. (2003), que estudaram correlações de Pearson entre medidas in vivo obtidas por ultra-som e pós-abate de bovinos e obtiveram correlação de 0,74 para área de olho-de-lombo.

Apesar dos resultados significativamente distintos (Tabela 7), destacam-se as vantagens de avaliações ultra-sonográficas para AOL de ovinos (Tabela 8), uma vez que dispensa abate dos animais e consiste em indicador importante do rendimento de cortes de elevado valor comercial (Silva et al., 2003) e do acabamento dos animais.

Conclusões

Os aditivos própolis verde, própolis marrom e monensina sódica não influenciam as características de carcaça, os componentes corporais e o rendimento de cortes de ovinos terminados em confinamento. As medidas ultra-sonográficas de área de olho-de-lombo e marmoreio podem ser utilizadas na avaliação in vivo de carcaça em ovinos.

Literatura Citada

Este artigo foi recebido em 8/7/2008 e aprovado em 1/9/2008.

Correspondências devem ser enviadas para: camilaitavo@nin.ufms.br

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jun 2009
  • Data do Fascículo
    Maio 2009

Histórico

  • Aceito
    01 Set 2008
  • Recebido
    08 Jul 2008
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