Métodos alternativos de restrição alimentar na muda forçada de poedeiras comerciais

Alternative methods of feed restriction in the forced molt of laying hens

MONOGÁSTRICOS

Métodos alternativos de restrição alimentar na muda forçada de poedeiras comerciais

Alternative methods of feed restriction in the forced molt of laying hens

Karina Márcia Ribeiro de Souza; Alfredo Sampaio Carrijo; Ivan Bezerra Allaman; Vitor Barbosa Fascina; Juliana Rosa Carrijo Mauad; Francisco Manabu Suzuki

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Zootecnia, Caixa Postal 549, CEP 79070-900 Campo Grande, MS

RESUMO

Foram avaliados métodos alternativos de restrição alimentar qualitativa em comparação à técnica convencional de muda forçada. Utilizaram-se 480 galinhas Babcock de 78 semanas distribuídas em três níveis de restrição alimentar (100, 75 e 50%) e três percentuais de redução de peso corporal (15, 20 e 25%), cada um com cinco repetições de 32 aves. Quando as aves atingiram o percentual de redução de peso corporal, determinaram-se o volume globular, os percentuais de ovário, oviduto, moela, intestino e gordura abdominal e o comprimento de oviduto. A partir do 28º dia e durante cinco períodos de 28 dias, observaram-se as características quantitativas e qualitativas de produção pós-muda. O maior período de restrição foi observado no nível de 50% e proporcionou menores percentuais de gordura abdominal (0,66%), ovário (0,60%), oviduto (0,77%) e comprimento de oviduto (32 cm). O percentual de produção de ovos foi maior no primeiro período para as aves submetidas aos métodos de 75 e 100% de restrição com 15 e 20% de redução de peso, respectivamente. Entretanto, para as aves com 50% de restrição e 25% de redução de peso, as maiores produções (86,80 e 83,20%) ocorreram no quarto e quinto períodos. A restrição alimentar qualitativa, em 50% da dieta com ração e casca de arroz, por ser menos agressiva, proporciona melhores condições de bem-estar e facilita o manejo da granja.

Palavras-chave: bem-estar animal, galinha de postura, jejum alimentar, ovário, percentual de restrição qualitativa

ABSTRACT

Alternative methods were assessed of qualitative feed restriction compared to the conventional forced molt technique. Four hundred and eighty Babcock hens were used distributed in three levels of feed restriction (100, 75 and 50%) and three body weight reduction percentages (15, 20 and 25%), with five replications of 32 hens. When the birds reached the body weight reduction percentage the packed cell volume, percentages of ovary, oviduct, gizzard, intestine, abdominal fat and oviduct length were determined. Starting on day 28 and during five 28-day periods the quantitative and qualitative characteristics of production after forced molt were measured. The largest restriction period occurred at 50% of restriction that resulted in the smallest percentages of abdominal fat (0.66%), ovary (0.60%), oviduct (0.77%) and oviduct length (32 cm). The egg production percentage was higher in the first period, for the 75 and 100% restriction methods with up to 15 and 20% body weight reduction, respectively. However, for the birds with 50% restriction and 25% body weight reduction, the highest productions (86.80 and 83.20%) occurred in the 4^th and 5^th periods. Qualitative feed restriction at 50% of the diet with feed and rice hulls, because it was less aggressive, resulted in better welfare conditions and facilitated farm management.

Key Words: animal welfare, feed fasting, laying hens, ovary, qualitative restriction percentage

Introdução

A técnica da muda forçada tem por finalidade melhorar as condições físicas da galinha poedeira, pelo rejuvenescimento de seu sistema reprodutivo, que, depois de um período de repouso, regenera a capacidade reprodutiva e a qualidade dos ovos (Keshavarz, 1985). Essa recuperação possibilita novo ciclo de postura, proporcionando um período adicional de produção de ovos de seis meses ou mais (Bell & Adams, 1992), adiando assim a reposição do lote de poedeiras e as despesas decorrentes da criação de novo lote de frangas até o início da produção.

Pouco se sabe sobre as alterações no período de muda. Durante o processo, podem ocorrer elevada mortalidade e distúrbios fisiológicos como redução do peso corporal e do peso dos órgãos digestórios e reprodutivos e da gordura abdominal, podendo comprometer todo o funcionamento normal do organismo desses animais, o que pode estar relacionado ao desempenho produtivo no período pós-muda.

A restrição total de alimentos, com ou sem restrição de água, para redução de aproximadamente 30% do peso corporal tem sido a técnica mais utilizada, principalmente por ser de fácil aplicação, ser menos onerosa e por originar resultados de desempenho mais satisfatórios após o processo de muda. Entretanto, os métodos tradicionais de muda forçada não têm sido considerados adequados em diversos países, por serem muito severos e promoverem redução significativa do peso corporal em curto período.

A avaliação de métodos alternativos, sem restrição total de alimento, tem se destacado no atual contexto de produção de ovos, uma vez que esses métodos proporcionam melhores condições de bem-estar às aves e são menos agressivos. Alguns métodos foram estudados e proporcionam diferentes resultados no desempenho pós-muda, como o uso de drogas anovulatórias (Wilson et al., 1969), diferentes níveis de cálcio (Gilbert & Blair, 1975), adição de sódio (Whitehead & Shannon,1974; Harms, 1991), suplementação de zinco (Stevenson et al, 1984; Berry & Brake, 1985) e utilização de resíduo de uva (Mckeen, 1984; Keshavarz & Quimby, 2002).

Objetivou-se avaliar métodos alternativos de restrição alimentar qualitativa em comparação à técnica convencional de muda forçada em galinhas de postura para o segundo ciclo de produção.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido em granja comercial, no município de Terenos, Mato Grosso do Sul, no período de 31 de julho de 2004 a 15 de janeiro de 2005. Foram utilizadas 480 galinhas poedeiras da linhagem comercial Babcock, com 78 semanas de idade e peso médio de 1.604 ± 115 g. As aves foram alojadas em galpão convencional com pé-direito de 2,3 m, medindo 64 m de comprimento e 2,8 m de largura, coberto com telha de barro e distribuídas em gaiolas de arame galvanizado medindo 1 m de comprimento, 0,45 m de profundidade e 0,40 m de altura, com quatro compartimentos internos de 0,25 m para abrigar duas aves/compartimento, totalizando oito aves por gaiolas.

Utilizou-se um delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 × 3, com três níveis de restrição alimentar (100, 75 e 50%) e três percentuais de redução de peso corporal (15, 20 e 25%), com cinco repetições de 32 aves, totalizando 160 aves por tratamento.

Os tratamentos foram 100% de restrição alimentar (sem ração) e 50% e 75% de restrição qualitativa da dieta, aplicada até as aves atingirem 15, 20 e 25% de redução de peso corporal. As dietas das aves sob restrição qualitativa foram obtidas com a diluição da ração de postura (Tabela 1) com 50 ou 75% de casca de arroz finamente moída.

Durante o período de indução de muda, as aves foram mantidas com iluminação natural e pesadas em intervalos de dois dias. Anotou-se a produção de ovos para determinação da parada total e do retorno à postura, assim como o consumo de ração. Ao atingirem a redução de peso predeterminada, foram retiradas aleatoriamente 32 aves por tratamento, que foram redistribuídas em outras gaiolas com quatro repetições, cada uma de oito aves. Do momento da transferência até o 28º dia do início da muda forçada, uma ração para aves em postura foi fornecida na quantidade de 50 g/ave/dia (Tabela 1).

Quando as aves atingiram o percentual de redução de peso corporal predeterminado, foi colhido sangue de uma ave por repetição, por punção da veia braquial, para determinação do volume globular. O sangue foi acondicionado em tubos de micro-hematócrito previamente preparados com anticoagulante e centrifugado durante 5 minutos em centrífuga própria. A leitura do volume globular foi feita em cartão de leitura de hematócrito.

No mesmo dia, uma ave por repetição foi abatida para determinação dos percentuais de ovário, oviduto, moela, intestino, gordura abdominal e comprimento de oviduto. Os percentuais dos órgãos foram obtidos pela relação do peso dos respectivos órgãos com o peso vivo da ave amostrada. A gordura retirada foi a existente na cavidade abdominal e na superfície dos órgãos digestórios (moela e intestino).

A partir do 28º dia do início do processo de muda, foram fornecidas 16 horas de luz por dia e ração à vontade. As características quantitativas e qualitativas de produção foram medidas durante cinco períodos de 28 dias e o número de ovos produzidos foi anotado diariamente. No início e término de cada período, as rações foram pesadas para obtenção do consumo/ave/dia e da conversão alimentar. A porcentagem de produção foi obtida a partir da relação entre o número de ovos produzidos e o número de galinhas em cada repetição.

Os ovos colhidos de cada repetição nos dois últimos dias de cada período foram pesados com o objetivo de determinar o peso dos ovos, pela divisão do peso total pelo número de ovos. A massa dos ovos foi obtida pela multiplicação do peso dos ovos pelo número de ovos do período e o resultado obtido foi dividido multiplicando-se o número de aves da repetição e o número de dias do período. Quatro ovos por repetição foram pesados e quebrados; as cascas foram lavadas e colocadas para secar em ambiente natural por no mínimo 48 horas. Depois de secas, as cascas foram pesadas, para determinação dos percentuais de casca, pela divisão do peso das cascas e do peso do ovo inteiro. As medidas de espessura foram feitas utilizando-se um micrômetro.

Os resultados obtidos foram submetidos a análise variância utilizando-se o programa ESTAT e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

As aves iniciaram o processo de muda com peso médio de 1.606,85 ± 21,46 g; 1.528,95 ± 19,30 g e 1.606,61 ± 21,44 g, respectivamente, às restrições alimentares de 100; 75 e 50% (Figura 1). Durante o processo de muda, o consumo médio diário de ração para a restrição de 50% foi de 34,11; 43,03 e 47,83 g/dia de ração até as aves atingirem redução de 15, 20 e 25% do peso corporal, enquanto, para a redução dos mesmos percentuais de peso corporal, as aves submetidas à restrição de 75% consumiram 9,93; 9,27; 10,71 g/dia.

As galinhas submetidas à restrição total de alimentos atingiram os percentuais de redução de peso corporal (15,63; 21,43 e 24,85%) aos 4, 6 e 8 dias do início da indução da muda. As aves submetidas à restrição de 75% alcançaram as reduções de peso corporal (16,34; 20,74 e 25,41%) em 4, 6 e 10 dias, respectivamente, enquanto as poedeiras com restrição qualitativa de 50% alcançaram redução de peso (15,66; 20,54 e 25,02%) aos 6, 14 e 20 dias.

Ao término do período para 25% de redução, as galinhas apresentaram peso próximo ao de uma franga em início de produção e, embora tenham tido tempos de recuperação diferentes, os pesos das aves aos 28 dias foram próximos aos do princípio do processo (Figura 1). Segundo North & Bell (1993), durante o período de recuperação, deve-se fornecer ração em quantidade suficiente para que as aves reconquistem a plumagem e aumentem lentamente o peso, recuperando depois de 25 dias quase a metade da massa perdida, sendo desejável que, ao término do processo, o peso corporal das galinhas seja próximo ao do princípio da indução.

Buhr & Cunningham (1994), utilizando restrição total de alimentos, fornecimento de ração diário de 22,8 g/ave e 45,5 g/ave em dias alternados, relataram que as galinhas submetidas ao jejum total reduziram seu peso corporal em 15, 20 e 25% aos 5, 7 e 11 dias, respectivamente. As aves que receberam ração diariamente ou em dias alternados alcançaram as mesmas reduções de peso corporal em 7, 14 e 21 dias.

As aves submetidas à restrição total de alimentos e à restrição qualitativa em 75% dos nutrientes suspenderam a postura em seis dias, enquanto aquelas submetidas à restrição de 50% interromperam a postura em oito dias. Keshavarz & Quimby (2002) verificaram que galinhas submetidas à restrição total de alimentos e à dieta de resíduo de uva com a adição de 10 ppm de tiroxina cessaram a postura em três e quatro dias respectivamente. Aves que receberam apenas milho, com ou sem adição de tiroxina, apresentaram redução significativa apenas na produção de ovos.

O maior percentual de moela (3,07%) ocorreu nas aves submetidas a 50% de restrição (P<0,05), assim como pelas aves que atingiram 25% de redução de peso corporal (2,52%). Portanto, não houve alteração severa do órgão com o nível de 50% de restrição, ao contrário do jejum alimentar, que ocasionou o menor percentual de moela (1,77%), calculado em relação ao peso vivo, caracterizando maior regressão desse órgão. O percentual de intestino foi influenciado (P<0,05) pela redução de peso corporal; o menor valor foi encontrado quando as aves apresentaram 25% de redução no peso (3,10%), portanto, a diminuição do intestino provavelmente foi ocasionada pela sua menor atividade.

O percentual de ovário foi influenciado pela redução de peso corporal e pela restrição alimentar; os menores resultados (P<0,05) foram encontrados quando as galinhas foram submetidas à restrição alimentar de 50% ou quando alcançaram as reduções de peso corporal de 20 e 25%. Houve interação significativa entre os fatores para o percentual e comprimento de oviduto; os menores valores foram obtidos nas aves submetidas à restrição alimentar de 50% até que atingissem os percentuais de redução de peso corporal de 20% ou 25% (Tabela 2).

Os órgãos reprodutivos são orientados pelo eixo hipotalâmico-hipófisário-gonadal (Macari & Furlan, 1993). Diminuição no substrato circulante decorrente das restrições alimentares, principalmente de aminoácidos, proporciona redução na secreção dos hormônios gonadotróficos, levando à atrofia do ovário e do oviduto, como é requerido no processo de muda forçada. Garcia et al. (1996) avaliaram diferentes períodos de jejum e não observaram redução significativa dos percentuais de ovário e oviduto mesmo aos 12 dias. Afirmaram, portanto, que o período de jejum deveria ser aumentado para obtenção de maior taxa de regressão dos órgãos reprodutivos, o que provavelmente está associado a desempenho pós-muda satisfatório.

Keshavarz & Quimby (2002), utilizando restrição total de alimentos, jejum por um ou dois dias seguido do fornecimento de resíduo de uva com 10 ppm de tiroxina e ainda, milho com ou sem adição de tiroxina, obtiveram maiores pesos de ovário e oviduto. Entretanto, as aves submetidas à restrição total de alimentos recebendo resíduo de uva com tiroxina na dieta por 14 e 16 dias apresentaram os menores percentuais de ovário e oviduto e comprimento de oviduto, reduzindo 30,8 e 30,3% do peso corporal, respectivamente.

A restrição de 50% acarretou período mais longo de restrição alimentar (14 e 20 dias). No entanto, os menores percentuais de oviduto (P<0,05) e comprimento de oviduto (P<0,05) foram obtidos de forma menos severa por não haver privação de alimento durante o processo, proporcionando melhores condições de bem-estar para as aves (Tabela 2).

A restrição de 50% permitiu a mobilização dos depósitos de gordura abdominal pelas aves (Tabela 2). Garcia et al. (1996) não observaram efeito significativo sobre o percentual de gordura animal ao trabalharem com diferentes períodos de jejum. Esses autores constataram apenas tendência na redução do percentual de gordura animal do 1º para o 12º dia do período de jejum, indicando que os períodos estudados não foram suficientes para reduzir a quantidade de gordura abdominal.

Provavelmente uma parte da energia necessária para a manutenção durante o período de jejum provém de outros depósitos mais facilmente mobilizáveis, como da cobertura de tecido adiposo subcutâneo e principalmente do fígado. No entanto, em função dos resultados observados neste trabalho, pode-se dizer que, para ocorrer mobilização dos depósitos de gordura abdominal, deve-se utilizar métodos de muda forçada capazes de manter as aves em restrição alimentar por período superior a 12 dias.

O volume globular foi influenciado (P<0,05) apenas pelos percentuais de redução de peso corporal e apresentou o maior valor quando houve redução de 25% do peso corporal (Tabela 3). Esses resultados estão de acordo com aqueles encontrados por Buhr & Cunningham (1994), que, ao submeterem galinhas poedeiras a jejum total, com fornecimento diário de ração de baixa energia limitada em 22,8 g/ave e fornecimento de ração de baixa energia limitada em 45,5 g/ave em dias alternados até atingirem as reduções de peso corporal de 15, 20 e 25%, também encontraram os maiores valores de volume globular quando se alcançou a redução de 25%.

Dessa forma, a afirmação de que o processo de muda forçada leva as galinhas à anemia pode ser repensada, já que os valores de volume globular aumentam no decorrer do processo. Talvez o principal fator para a elevação dos valores de volume globular com o andamento da muda forçada seja o aumento da concentração plasmática de tiroxina devido ao estresse provocado às aves para a realização do processo de muda, o que, segundo Gilbert (1963), eleva a produção de células vermelhas e o volume globular.

As aves submetidas a 50% de restrição alimentar e que apresentaram 20% e 25% de redução de peso corporal retornaram à postura em mais de 30 dias após o início do processo de muda (Tabela 4). Entretanto, apesar de as aves submetidas a 50% de restrição e que atingiram 25% de redução de peso corporal demorarem 36 dias para retornar à postura, foi observado período de recuperação de 16 dias, com resultados satisfatórios no período pós-muda.

Não houve diferenças significativas no consumo de ração nos cincos períodos pós-muda avaliados (Tabela 5). Os resultados diferiram dos relatados por Buhr & Cunningham (1994), que observaram efeito significativo sobre o consumo de alimento quando compararam o método de jejum alimentar com dieta de baixa energia oferecida em quantidade limitada diariamente (22,8 g/ave) ou dieta de baixa energia oferecida em dias alternados (45,5 g/ave).

Houve efeito (P<0,05) de tratamento para conversão alimentar no 1º e 5º períodos. As aves submetidas a 50 e 75% de restrição com 15% de redução de peso e as submetidas a 100 e 75% de restrição até a redução de 20% apresentaram a melhor conversão alimentar no 1º período, enquanto no 5º período a melhor conversão alimentar foi obtida pelas poedeiras que tiveram 100% de restrição e 25% de redução de peso corporal (Tabela 5). Resultados semelhantes foram encontrados por Keshavarz & Quimby (2002), que obtiveram a melhor conversão alimentar pós-muda quando as aves foram submetidas a 100% de restrição até 30% de redução do peso corporal.

A diferença dos valores para conversão alimentar no primeiro período está relacionada ao fato de as galinhas adultas estarem se recuperando, retornando ao consumo normal de ração, apresentando ao mesmo tempo baixa produção de ovos.

Para o percentual de produção, houve diferença (P<0,05) entre os métodos nos períodos 1, 4 e 5 (Tabela 6). Os maiores valores foram obtidos no primeiro período, quando a indução de muda foi feita pelos métodos de 75% de restrição alimentar até 15% de redução no peso corporal e com 100% de restrição até 20% de redução de peso corporal, pois as aves que foram submetidas aos respectivos métodos tiveram maior período de recuperação por serem as primeiras a alcançarem os percentuais de redução de peso predeterminados e a retornarem à postura.

No entanto, no quarto e quinto períodos, as galinhas submetidas a 50% de restrição até a redução de 25% do peso corporal apresentaram os maiores valores para percentual de produção, e os valores não diferiram estatisticamente dos obtidos nas poedeiras com 100% de restrição e mesmo percentual de redução de peso, no quinto período (Tabela 6).

Ramos et al. (1999) encontraram os maiores percentuais de postura quando aplicaram jejum com dieta com alto teor de zinco em comparação ao fornecimento de dietas com baixa energia em quantidade limitada ou à vontade. Keshavarz & Quimby (2002) obtiveram o maior percentual de produção em galinhas submetidas a jejum as quais atingiram 30,8% de redução do peso corporal em 14 dias.

Apesar do maior percentual de produção observado com 75% de restrição alimentar e 15% de redução do peso corporal, no primeiro período, não houve persistência de produção de ovos adequada para esse tratamento. Não houve influência significativa dos métodos de muda forçada sobre o peso do ovo nos períodos avaliados (Tabela 6). Os valores obtidos foram semelhantes aos encontrados por Buhr & Cunningham (1994) ao compararem o método convencional àqueles com fornecimento de dietas com baixa energia em quantidade limitada, diariamente ou em dias alternados.

Para massa do ovo, observou-se diferença (P<0,05) entre os métodos nos períodos 1, 4 e 5; no primeiro período, o maior valor encontrado foi referente ao método de 75% de restrição com 15% de redução do peso corporal, no entanto, esses valores não persistiram nos períodos seguintes. O método de 50% de restrição e 25% de redução de peso, apesar do menor valor no primeiro período, manteve os valores para massa do ovo nos demais períodos.

Os valores encontrados para os respectivos métodos de muda em percentual e espessura da casca foram diferentes (P<0,05) apenas no segundo período de avaliação (Tabela 7). Os maiores percentuais de casca foram obtidos nas galinhas submetidas a 75% de restrição alimentar até reduzirem 15% do peso corporal, e a 100% de restrição até a redução de 25%. Entretanto, o maior valor de espessura da casca foi encontrado com o método de 75% de restrição alimentar com 15% de redução de peso corporal.

Os resultados obtidos comprovam que não houve grandes interferências do tipo de restrição alimentar sobre o percentual e a espessura de casca durante o segundo período de muda. Giampaulli et al. (2005) verificaram valores de 8,96% e 0,0404 cm para percentual e espessura de casca de galinhas submetidas a jejum por 10 dias.

Conclusões

As restrições alimentares em 75 e 50% promovem perda de peso gradativa, mantendo os níveis de produção próximos ao método de jejum convencional. A restrição alimentar qualitativa, em 50% da dieta com ração e casca de arroz, por ser menos agressiva, proporciona melhores condições de bem-estar e facilita o manejo da granja.

Recebido em 8/11/2007 e aprovado em 12/3/2009.

Correspondências devem ser enviadas para: [e-mail]

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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  17 Mar 2010
• Data do Fascículo
  Fev 2010

Histórico

• Recebido
  08 Nov 2007
• Aceito
  12 Mar 2009