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Trastornos relacionados ao uso/abuso de substâncias

TRASTORNOS RELACIONADOS AO USO/ABUSO DE SUBSTÂNCIAS

Incidência de infecção por HIV entre abusadores de cocaína em Porto Alegre

Pechansky, F.I; von Diemen, L.I; Kessler, F.I; Hirakata, V.I; Metzger, D.II; Woody, GII

IDepartamento de Psiquiatria, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rua Ramiro Barcelos, 2350 – quarto andar. Porto Alegre, RS. Fone: 33168294.

IIDepartamento de Psiquiatria, Universidade de Pensilvania.

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Pechansky, F. fpechans@uol.com.br

OBJETIVOS: Uma amostra de 138 abusadores de cocaína de Porto Alegre foi seguida por 18 meses para determinar a incidência de infecção por HIV e obter dados sociodemográficos.

MÉTODO: Foram coletados na entrado do estudo sangue para testagem anti-HIV, dados sobre uso de drogas, comportamentos de risco para infecção por HIV, presença e gravidade de sintomas médicos e psiquiátricos. Foram utilizados os instrumentos ASI, SCl-90, BDI e CRA, repetidos a cada 6 meses.

RESULTADOS: Apesar das dificuldades encontradas para realizar as entrevistas de seguimento, 82% da amostra realizou ao menos uma entrevista de seguimento e 57% completaram todas as entrevistas previstas. Ocorreram 8 soroconversões no período de 18 meses, gerando uma incidência de infecção de 5,03/100 pessoas-ano em risco. A maioria dos indivíduos que soroconverteram tinham escores altos no BDI e no SCL-90, mas os escores também eram altos no restante da amostra. Somente 14,5% eram usuários de cocaína injetável (nenhum dos que soroconverteram).

CONCLUSÕES: Considerando que a proporção de usuários de cocaína injetável na amostra era baixa, a taxa de soroconversão encontrada é muito alta, sugerindo que o modo primário de transmissão entre estes abusadores de cocaína é via sexual, o que tem implicações importantes para o desenvolvimento futuro de estratégias preventivas nessa população. O papel da sintomatologia psiquiátrica na soroconversão não pode ser determinada devido à similaridade dos achados entre os dois grupos.

Estudo da reprodutibilidade de escalas para avaliação de qualidade de ensaios clínicos aleatorizados (ECAs) em intervenções psicossociais no tratamento do alcoolismo

Hoexter, MQ; Soares BGO; Lima MS; Mari JJ

Depto de Psiquiatria, Escola Paulista de Medicina, UNIFESP

Rua Botucatu, 740, terceiro andar. São Paulo, SP. Fax: 38735417

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Hoexter, MQ E-mail: mqh@zipmail.com.br

OBJETIVO: Apresentar os resultados preliminares de um projeto de avaliação da qualidade de ECAs incluídos numa revisão sistemática e metanálise de intervenções psicossociais no tratamento do alcoolismo

MÉTODO: Os ECAs são avaliados com a aplicação de 2 instrumentos validados para ECA: Escala de Jadad 1996 (3 itens, 0 a 5 pontos) e Moncrieff 1998 (30 itens, 0 a 60 pontos), onde a maior pontuação significa melhor qualidade. Ao final do processo, a confiabilidade entre dois avaliadores independentes é calculada (Cálculo do Kappa) e o resultado das escalas relacionado.

RESULTADOS: A estratégia de busca da Revisão Sistemática resultou em 2300 referências que foram avaliadas quanto a critérios de inclusão pré determinados, sendo 300 artigos selecionados e 80 ECAs incluídos na revisão. Os presentes dados referem-se a uma amostra aleatória de 10 estudos. A média de pontuação na escala de Jadad foi de 2,6 (variando de 1 a 3) e na de Moncrieff 39,9 (33 a 45). Não houve relação entre a pontuação entre as escalas. Os pontos positivos dos estudos foram: adequada descrição das intervenções e das populações; e as principais falhas: descrição incompleta da forma de randomização, das perdas e exclusões e dos resultados.

CONCLUSÕES: Resultados parciais mostram que deficiências metodológicas são comuns em estudos de psicoterapias no tratamento do alcoolismo, o que pode comprometer os resultados destes. Escalas de qualidade são bastante úteis tanto na avaliação de estudos já existentes quanto no planejamento de estudos futuros.

Experimentação de drogas entre estudantes de diferentes classes sociais: estudo exploratório

Rodrigues, VS; Simon, LB; Passos, PS; Carniel, LB; Alchiona, MA.

Curso de Psicologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo/RS, telefone 33384287

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Rodrigues, VS E-mail: vivirodrigues44@ig.com.br

OBJETIVO: Investigar experimentação de drogas entre estudantes de ensino médio de diferentes classes sociais.

MÉTODO: A amostra foi composta por estudantes de escolas públicas e privadas de Porto Alegre; utilizou-se questionário de autopreenchimento, após consentimento informado verbal, em turmas entre a 8º série do primeiro grau e o 3º ano do segundo grau. A definição de classe social usou instrumento da ABIPM.

RESULTADOS: Os dados foram colhidos em 6 escolas (3 públicas e 3 privadas) de Porto Alegre. A amostra foi composta por 257 alunos, cerca de metade destes do sexo masculino (50,2%), com idades entre 12 e 20 anos; desses, 77 (29,9%) pertenciam à classe A, 99 (38,5%) à classe B, 75 (29,2%) à classe C e 6 (2,3%) à classe D. A droga mais experimentada é o álcool, seguido do tabaco e da maconha. Na experimentação, a classe A usou mais tabaco (x=7,24; p<0,01) e solventes (x=5,48; p <0,05) e menos maconha (x=7,89; p<0,01) que as outras.

CONCLUSÃO: Na amostra, vimos que a classe A experimentou mais drogas lícitas que as demais, exceto o álcool. Estudos adicionais, com uma amostra maior, poderiam esclarecer se há associação entre a experimentação de substâncias psicoativas e classes sociais.

Comportamento sexual de mulheres dependentes químicas

Brasiliano, S.; Hochgraf, P. B.; Torres, R. S.

Programa de Atenção à Mulher Dependente Química (PROMUD), Instituto de Psiquiatria, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Rua Ovídio Pires de Campos, s/n, 05403-010, São Paulo, SP, Tel/ fax: (11) 3064.4973

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Brasiliano, S. E-mail: brasili@aclnet.com.br

OBJETIVO: traçar o perfil do comportamento sexual de mulheres dependentes químicas, que buscam tratamento em um programa especializado para elas.

MÉTODO: o estudo foi realizado no PROMUD com 58 mulheres dependentes, com idade de 18 a 70 anos. O comportamento sexual foi investigado através do Questionário Comportamento Sexual (Protocolo Comum – SIDET).

RESULTADOS: 61.4% iniciariam vida sexual entre 15 e 19 anos. A maioria era heterossexual; 13.8% eram homo ou bissexuais. 27.6% sofreram abuso sexual na infância ou adolescência. 20.7% mantiveram relações por dinheiro e 12.1% em troca de drogas. 38 tinham vida sexual ativa: 65.8% com um e 34.2% com dois ou mais parceiros (destas 46.2% com três ou mais). 71.1% mantiveram relações sexuais sob o efeito de substâncias psicoativas. Quanto ao uso de preservativos, das 25 pacientes com um parceiro, 64% não usaram em nenhuma relação sexual. Das 60% destas que tiveram relações sob o efeito de substâncias psicoativas, 26.7% sempre usaram preservativos. Já para as 13 pacientes com dois ou mais parceiros, 30.8% não usaram preservativos em nenhuma relação sexual. Das 92.3% destas que mantiveram relações sob o efeito de substâncias psicoativas, um terço usou em todas as relações sexuais. Quanto ao grau de exposição para o HIV, 72.9% estavam expostas: 48.6 com baixo, 5.4% com médio e 18.9% com alto grau.

CONCLUSÕES: os resultados confirmam dados anteriores, indicando maior risco de contaminação por HIV em mulheres dependentes químicas, sendo o comércio sexual e a atividade sexual desprotegida os principais fatores de risco.

Interações Medicamentosas das Drogas Utilizadas na Terapêutica das Dependências Químicas

Cantarelli, MGI; Garcia Jr., MII; Marcolin, MAIII.

IPsiquiatra, do Ambulatório de Depressão da PUC-RS;

IIPsiquiatra, do Ambulatório de Dependência Química da PUC-RS;

IIIPsiquiatra, Departamento de Psiquiatria HC-FMUSP.

Av. Carlos Gomes 281/503, Porto Alegre, RS, CEP 90480.003, fone 51 3328.1274

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Cantarelli, MG E–mail: mariacantarelli@terra.com.br

A questão do uso indevido de álcool e outras substâncias é cada vez mais presente na clínica do dia a dia, assim como a tendência a utilizar medicações nas tentativas de abordagens terapêuticas destas situações. Como também se faz mais clara a existência de comorbidades físicas e mentais, torna-se necessária atualização constante quanto às interações possíveis e de relevância na prática médica.

OBJETIVO: Levantar os relatos de interações medicamentosas, assim como de seus mecanismos, envolvendo as substâncias mais comumente utilizadas em dependentes químicos.

MÉTODO: Pesquisado Medline dez anos, Lilacs e sites específicos. Foram listados: naltrexone, bupropion, dissulfiram, acamprosato, metadona, LAAM, reposição de nicotina, ondansetrom, etc.

RESULTADOS: São encontrados relatos de ausência de interação da bupriona e da nortriptilina com o tabaco, fundamental para suas aplicações na abstinência deste. As interações da metadona com inibidores da protease e rifampicina. Assim como, várias outras interações comuns.

CONCLUSÕES: Os relatos de interações, apesar de não abundantes, são de grande importância para a prática clínica e devem estar presentes na agenda do psiquiatra que maneja com dependências.

Influência da sensibilização prévia ao etanol sobre o seu consumo num modelo de dependência em camundongos

Pigatto, G; Lopes, JF; Boerngen-Lacerda R,

Depto. de Farmacologia, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, PR.

Tel: (41)3611720, fax: (41) 2662042

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Boerngen-Lacerda R E-mail: boerngen@bio.ufpr.br

OBJETIVO: A administração repetida de etanol leva a um aumento do efeito estimulante que é conhecido como sensibilização comportamental. A teoria da sensibilização propõe que o aumento do efeito estimulante está associado à recompensa das drogas. Este trabalho avaliou se a sensibilização prévia ao etanol influenciou o padrão do seu consumo num modelo de dependência.

MÉTODOS E RESULTADOS: O desenho experimental utilizou camundongos Swiss machos e consistiu em 5 fases. Nos primeiros 15 dias, receberam injeções diárias de etanol (2 g/kg) ou salina, sendo 15 minutos após a última injeção avaliados na caixa de movimentação espontânea. De acordo com sua resposta locomotora, os animais foram classificados como sensibilizados (SS) ou não sensibilizados (NS). Dez camundongos SS, 10 NS e 10 do grupo salina (S) foram isolados em gaiolas com livre escolha entre 3 garrafas: água e soluções de etanol 5% e 10% (v/v) durante 70 dias. Após este período as soluções de etanol foram retiradas durante 15 dias. Em seguida, foram expostos novamente à livre escolha durante 15 dias. Na última fase, os animais tiveram livre escolha entre água e etanol adulterado com sabor amargo. Diariamente, o consumo de água e etanol era avaliado. Apesar de alguns animais apresentaram um padrão de dependência, não foi observada diferença significativa entre os três grupos (SS, NS e S) quanto ao padrão de consumo.

CONCLUSÃO: Os resultados indicam que a sensibilização comportamental induzida pelo etanol não influenciou a preferência, a quantidade consumida ou o comportamento de procura pelo etanol, sendo uma evidência contrária à teoria da sensibilização.

Modelo de dependência ao etanol em camundongos: avalição da teoria da sensibilização

Frozino, A R; Vohringer, C ; Shmidlin, BC; Boerngen-Lacerda R

Depto. de Farmacologia, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, PR

Tel: (41)3611720, fax: (41) 2662042

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Boerngen-Lacerda R E-mail: boerngen@bio.ufpr.br

OBJETIVO: A teoria da sensibilização propõe que o aumento do efeito estimulante está associado à recompensa das drogas. Um modelo de dependência foi adaptado para camundongos para avaliar se animais "dependentes" eram mais sensibilizados ao efeito estimulante do etanol.

MÉTODOS E RESULTADOS: Trinta camundongos machos foram submetidos a 4 fases: isolamento em gaiolas com livre escolha entre 3 garrafas: água e soluções de etanol 5% e 10% (v/v) durante 70 dias ;Retirada do etanol durante 15 dias; Reapresentação da livre escolha durante 15 dias.; livre escolha entre água e etanol adulterado com sabor amargo. Diariamente, o consumo de água e etanol era avaliado. Doze camundongos apresentaram um padrão de dependência (D), 12 de consumidores pesados (P) e 6 de consumidores leves (L). Em seguida, os animais receberam injeções i.p. de álcool na dose de 2 g/Kg por 15 dias. A avaliação da atividade locomotora na caixa de movimentação espontânea mostrou correlação negativa entre as médias da ambulação de todos os animais e a do consumo de etanol na 1ª semana de reapresentação (r= -0,38, p<0,05). As demais medidas de consumo das outras fases não apresentaram correlações significativas com a resposta locomotora ao etanol, tanto quando se considerou todos os animais como quando se analisou separadamente os grupos D, P e L.

CONCLUSÕES: Os dados sugerem que os animais mais sensibilizados foram os que consumiram menos etanol na fase de reapresentação, sugerida como uma manifestação da procura pela droga (craving), contradizendo a teoria da sensibilização.

I- Efeito do consumo de etanol na massa corporal de ratas eutróficas

Aguiar, A; Silva, V; Boaventura, G

UFF- Instituto Biomédico, Departamento de Fisiologia e Farmacologia

Rua Hernani Pires de Melo 101, São Domingos, Niterói, RJ Tel(fax) 26205620

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Aguiar, A E-mail: alinesaguiar@yahoo.com.br

Este trabalho avaliou a repercussão sobre a massa corporal do consumo de etanol em ratas consumindo ração ad libitum. Ratas Wistar adultas, (175 g) foram divididas em 2 grupos: o grupo controle (A n=11) com água ad libitum e grupo experimental (E n=11) recebendo, como única fonte líquida, etanol diluído em água nas seguintes concentrações: 5%, 10%, 20% e 40% v/v aumentadas gradativamente durante 5 semanas. No último dia do experimento as ratas E receberam água como fonte líquida e ração por 24h a fim de avaliar grau de abstinência (Penland et al, 2001), desidratação através da variação de peso nestas 24 h e realizar o teste do campo aberto. O grupo E teve ganho de peso igual ao A quando recebeu etanol a 5% v/v perdendo peso nas concentrações de 10%, 20% e 40% v/v, terminando o experimento com peso semelhante ao seu peso inicial (170 g) enquanto GC atingiu peso médio de 206 gramas (p<0,05), apesar do consumo calórico total (só ração para o GC e ração + etanol para o GE) ser igual entre os grupos por todo o experimento. O E ganhou cerca de 20 gramas nas 24h que consumiu apenas água. Não detectou-se sinais de abstinência nem diferença nos parâmetros avaliados no teste do campo aberto. A densidade calórica do etanol diminuiu o consumo de ração e de líquido com conseqüente desidratação, podendo ser este o fator responsável pela perda de peso observada. O estudo prossegue para avaliação dos parâmetros bioquímicos.

Estudantes universitários e álcool: dados preliminares de um estudo de prevenção com redução de danos

Kerr-Corrêa F; Simão MO; Dalben I; Trinca LA; Penteado MAC; Sanches, AF; Martins RA; BEIG M; Ortigosa S; Poiate S

Depto Neurologia e Psiquiatra; Unesp Botucatu; CP 540, 18618-970

Botucatu, SP. Fone: 14-68026260; Fax: 14-682215965.

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Kerr-Corrêa F E–mail: fcorrea@fmb.unesp.br

OBJETIVO: apresentar dados de 485 universitários selecionados para uso de bebidas alcoólicas nos quais foi aplicada a intervenção breve Basics (IB) (DIMEFF et al, 2002). A IB visa reduzir freqüência e quantidade de uso de álcool e problemas associados.

MÉTODOS: screening de 3648 estudantes através do AUDIT 8 e/ou RAPI 7 identificou 923 fazendo uso excessivo de álcool; 485 foram convidados à IB. Instrumentos: RAPI (WHITE & LAHOUVIE, 1989), AUDIT (BARBOR et al, 1992), quantidade/freqüência e atitude dos alunos, familiares e amigos em relação ao uso de álcool e avaliação de dependência/abuso (EDA, SKINNER & HORN, 1984).

RESULTADOS: estudantes com EDA 10 (90, 18,6%) tiveram risco aumentado (5,074; 2,4-10,6) para beber três, quatro ou mais vezes por semana, para ingerir mais de 2,4 CPE ou cada vez que bebiam (1,930; 1,03-3,6) e de relatar pensamentos suicidas (2,242). Não houve risco maior para rapazes, ou aqueles com história anterior de ansiedade ou depressão. O método tem sido bem avaliado e aceito pelos estudantes por não enfatizar abstinência.

FAPESP (00/03583-7; 00/03581-4; 00/03580-8; 00/03582-0)

Uso do Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI) em População do Ambulatório de Auxílio ao Abandono do Tabagismo do Hospital São Lucas da PUC-RS

Sandri, AI; Garcia Jr., MII; Chatkin, JMIII

IPsiquiatra, do Ambulatório de Dependência Química da PUC-RS;

IIPsiquiatra, do ADEQUI e do AAAT da PUC-RS; IIIPneumologista, Coordenador do AAAT

Av. Carlos Gomes, 281/503, Porto Alegre, RS, CEP 90480.003, fone: 51 3328.1274

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Garcia Jr., M E–mail: manoelgj@terra.com.br

A literatura nos diz que 30-50% daqueles que começam a fumar evoluem para um uso problemático do fumo, com uma expectativa de diminuição de vida em 25%. Muitos são os estudos que apontam a ocorrência de comorbidades físicas e mentais dos indivíduos tabagistas, como alcoolismo, esquizofrenia e depressão. Muitas destas patologias são incluídas entre os fatores de dificuldade de abandono do tabagismo. O M.I.N.I. é "uma entrevista diagnóstica padronizada de aplicação rápida (em torno de 15 minutos) que explora os principais Transtornos Psiquiátricos do Eixo I do DSM-IV". Foi utilizado na sua versão brasileira 5.0.0.

OBJETIVO: Mapear a ocorrência de desordem mental em população que procurou espontaneamente o AAAT, ligado ao Serviço de Pneumologia do Hospital São Lucas da PUC-RS.

MÉTODO: Aplicação do M.I.N.I. por psiquiatra, em pacientes na segunda visita ao AAAT, atendidos por médicos residentes de pneumologia ou medicina interna. Todos com Escala de Fageström de moderada a severa.

RESULTADOS: Foi estudada uma amostra de onze pessoas, seis homens e cinco mulheres, entre 39 e 79 anos. A maioria casada (8) e moradora da região metropolitana de Porto Alegre (7). Os resultados predominantes foram de transtornos depressivos e ansiosos, em acordo com a literatura.

CONCLUSÕES: O reconhecimento e a abordagem das comorbidades mentais permite um sucesso aumentado no abandono do tabagismo e o M.I.N.I. mostrou-se prático, rápido e de fácil aplicação em ambulatório, facilitando tal identificação.

Modos de funcionamento psicológico de tabagistas em programa de controle do tabagismo na UNISINOS

Dias, KCC; Schneider, FM; Ferreira, ER; Bagatini, G

Núcleo de Adições da UNISINOS. São Leopoldo/RS, telefone 590.3333 ramal 1288

OBJETIVO: Analisar e compreender o modo de funcionamento psicológico de tabagistas, usuários do Programa de controle do tabagismo da UNISINOS

MÉTODO: Dependentes de nicotina foram submetidos à Técnica de Rorschach e à entrevista semi-estruturada na triagem para tratamento grupal. Segunda entrevista foi realizada após um mês de tratamento. Os dados obtidos nas entrevistas foram submetidos à análise de conteúdo, segundo Bardin (1988). Os dados provenientes da técnica projetiva foram analisados segundo Vaz (1990).

RESULTADOS: Dos 10 sujeitos avaliados, 9 iniciaram o tratamento, e 3 o abandonaram. Os 6 restantes pararam de fumar. Dos 10 sujeitos que se submeteram à primeira entrevista e ao teste projetivo antes do grupo iniciar, 5 responderam à segunda entrevista. Os dados apontam que estes 5 sujeitos apresentam ansiedade e temor nos relacionamentos sociais e afetivos, pois revelam dificuldades de lidar com a agressividade. O teste projetivo sugere que estes sujeitos revelam um modo de relacionamento marcado pela busca de um objeto de apoio pautado, predominantemente, por ansiedade de separação, existindo diferenças nas estratégias defensivas. Três sujeitos usam defesas de cunho histriônico e dois sujeitos usam defesas de cunho obsessivo. Os três sujeitos, que abandonaram o programa antes do término, funcionam de maneira depressiva.

CONCLUSÃO: Os dados reforçam a idéia de que não existe um modo único de funcionamento psicológico de tabagista. Chama atenção o fato dos sujeitos ansiosos aderirem ao tratamento ao passo que os sujeitos depressivos abandonaram-no. Mais pesquisas qualitativas são necessárias para elucidar os aspectos ligados ao modo de interação dos profissionais com os pacientes.

Estudo evolutivo não controlado sobre características de pacientes alcoolistas antes e depois da adesão ao programa de tratamento no NAPS em Barbacena, MG

Pereira, A; Menezes, C; Fagundes, E; Duarte, M; Vidal,C; Costa, J; Rezende, D

Faculdade de Medicina de Barbacena. Departamento de Psiquiatria

Praça Pres. Antônio Carlos s/n. Barbacena, MG

Telefax: 03233322966

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Email : funjob@barbacena.com.br

OBJETIVO: Avaliar a eficiência de um modelo alternativo de atendimento ( NAPS ) no tratamento do paciente alcoolista, em Barbacena, MG.

MÉTODO: Estudo evolutivo não-controlado de uma amostra aleatória de 144 pacientes inscritos no programa de tratamento do NAPS, avaliando-os antes e depois de sua adesão. Foram analisados os dados de prontuários, com base em questionário elaborado a partir de adaptação do "Addiction Severity Index (ASI)", abrangendo 6 diferentes áreas (física, profissional/sustento, consumo de álcool/drogas, estado legal, familiar e psiquiátrico). Os dados foram analisados através de software EPIINFO 6.4.

RESULTADOS: As áreas de estudo "Alcoolismo" e "Legal" obtiveram resultados positivos para os pacientes da amostra. A análise da aderência, feita com base na comparação de algumas variáveis nos "períodos de tratamento" (regularidade, tipo, duração, terapeuta de referência, abstinência, internações, melhora dos problemas) x "períodos de ausência" (duração, abstinência, internações, volta dos problemas) demonstrou uma alta freqüência de períodos de ausência e de tratamentos irregulares. Na análise de Eficiência, demonstrou-se diferenças significativas ( p< 0,01 ) em relação a melhora de sintomas e internações nos períodos de tratamento x períodos de ausência.

CONCLUSÃO: O estudo das freqüências isoladas e comparadas das variáveis não-numéricas e das médias das diferenças das variáveis numéricas demonstrou que o NAPS tem pouco impacto na evolução do alcoolismo, quando da análise isolada dessas mesmas variáveis, nas 6 áreas estudadas.

O Consumo de Drogas entre Universitários da UFRPE

Cavalcanti, R.; Lima, M.; Ferreira, L.

UFRPE/ DAMO,

Rua Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, Pe. CEP: 52.171-900, fone/fax: 81 3302-1155.

OBJETIVO: O presente estudo tem por objetivo descrever o consumo de drogas entre os universitários da Universidade Federal Rural de Pernambuco no ano 2000.

MÉTODO: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo de delineamento transversal. Elaborou-se um questionário composto de 30 questões, auto-aplicável, anônimo, confeccionado a partir do modelo proposto pela Organização Mundial de Saúde. Participaram 596 estudantes, escolhidos aleatoriamente, sendo 57% do sexo masculino. O cálculo foi efetuado no ambiente " statcalc " do pacote estatístico epidemiológico EPI INFO versão 6.04

RESULTADOS: A droga lícita mais consumida foi o álcool, (84,4%) e a droga ilícita, a maconha (17,8%). Os principais motivos para a iniciação e manutenção do uso de drogas foram a curiosidade e o prazer respectivamente. O maior percentual de estudantes usou drogas pela primeira vez dos 16 aos 20 anos de idade. O sexo masculino faz mais uso de drogas ilícitas. A religiosidade e o desenvolvimento de alguma atividade remunerada tendem a atenuar o uso de drogas. Por outro lado, a desestruturação familiar e o fato dos estudantes residirem sozinhos apresentaram-se como aspectos que podem predispor o universitário para o uso de drogas.

CONCLUSÃO: Os resultados desta pesquisa sugerem a necessidade de se estabelecer uma política de prevenção para o uso e abuso de drogas entre esses estudantes da UFRPE.

Prevenção Ao Uso Indevido De Drogas: Avaliação De Situações E Atitudes Dos Coordenadores Pedagógicos Nas Escolas Públicas De Ensino Fundamental Na Cidade De São Paulo

Moreira, F; Darré, DR; Andreoli, SB; Silveira, DX

Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo, EPM/UNIFESP

Rua dos Ottonis, 887 Fone/Fax: 55791543

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Moreira, F E-mail: femoreira@bol.com.br

O presente trabalho analisa o discurso de coordenadores pedagógicos da rede municipal de ensino de São Paulo, objetivando situações e atitudes relacionadas ao uso indevido de drogas nas escolas.

MÉTODO: Entrevistas semi-estruturadas, buscando situações e atitudes relacionadas ao uso indevido de drogas. A população é composta por coordenadores pedagógicos da Secretaria de Educação e Núcleos Administrativos de Educação. A seleção dos entrevistados foi realizada com a técnica de snow-ball. As entrevistas sofreram análise qualitativa por técnica de análise de conteúdo.

RESULTADOS: Há uma tendência à priorização da informação como ação preventiva. Prevalecem atitudes de negação do problema ou ações repressivas, por vezes com auxílio da Guarda Municipal. A realização de eventos como a Marcha da Paz, Escola de Pais e a formação de Grêmios Estudantis parecem ser iniciativas isoladas. O Projeto Vida, da Secretaria Municipal, desenvolve ações de "Mediação de Conflitos" que refere à intervenção nas escolas por profissionais da Secretaria em questões envolvendo consumo de drogas. É citado por 37,5% dos profissionais, reforçando noção da necessidade de intervenção do elemento externo ao ambiente escolar.

CONCLUSÃO: Não existe projeto longitudinal de prevenção ao uso indevido de drogas na Secretaria em questão. Conseqüentemente não há processo continuado de formação de profissionais, não havendo balização de conceitos e atitudes, havendo predominância de enfoque repressivo nas noções e atitudes.

Darré, DR

E-mail: drdarre@hotmail.com

Andreoli, SB

E-mail: andreoli@psiquiatria.epm.br

Silveira, DX

dartiu@psiquiatria.epm.br

Redução espontânea de danos por dependentes de substâncias psicoativas: barreiras para procura precoce de tratamento?

Fontanella, BJB & Turato, ER

Laboratório de Pesquisa Clínico, Qualitativa da UNICAMP

Departamento de Psiquiatria/Unicamp, Cidade Universitária, C. Postal 6111, 13083970

Campinas SP, Tel: (19)32894819.

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Fontanella, BJB E-mail: bruno.fontanella@uol.com.br

OBJETIVO: A lógica da redução de danos permeia há décadas a prática da prevenção secundária e terciária do abuso de substâncias. Discute-se uma hipótese surgida em pesquisa qualitativa que objetivou levantar as barreiras para procura precoce de tratamento em amostra de dependentes: a de que tal lógica está presente, de maneira espontânea, no comportamento cotidiano dos dependentes, constituindo-se como barreira para procura precoce de tratamento.

MÉTODO: Pesquisa qualitativa exploratória sobre amostra intencional (fechada por saturação e variedade de tipos) de 13 dependentes de substâncias psicoativas que procuraram tratamento; entrevistas semidirigidas com questões abertas foram realizadas e o material transcrito foi submetido à análise qualitativa de conteúdo.

RESULTADOS: cinco categorias sustentam hipótese levantada: 1) "descanso" do uso (períodos para recuperação de efeitos indesejáveis); 2) "cuidados" de pessoas próximas (que permitem sentirem-se alvos de medidas protetoras, contribuindo para a continuidade do padrão de consumo); 3) satisfação com a sobrevivência a atividades perigosas; 4) eleição de substâncias, padrões de uso e vias de administração "bons"; 5) estabelecimento de cotas de uso, antes de "fazer mal".

CONCLUSÕES: os clínicos devem considerar a ocorrência destas barreiras para procura precoce de tratamento, abordando-as nos atendimentos clínicos; tópicos representativos das categorias formuladas devem constar nos questionários estruturados dos estudos quantitativos que investiguem a freqüência das diferentes barreiras ao tratamento nesta população.

Perfil Epidemiológico sobre drogas lícitas e ilícitas dos estudantes universitários do Campus Unidade Pedra Branca - UNISUL

Albino, M; Borges, V; Büchele, F

O estudo trata-se de uma pesquisa quantitativa, realizada, entre estudantes universitários, do Campus Unidade Pedra Branca - (UNISUL) - Palhoça - SC. O principal objetivo foi levantar o perfil epidemiológico do uso de drogas lícitas ou ilícitas, através da aplicação de um questionário composto com 44 questões, em 1604 alunos, de um total de 4505 existentes no referido Campus Os dados foram analisados com o auxílio do programa estatístico Epi-info, criado pelo CDC (Center for Disease Control and Prevention). A partir desse estudo, iniciamos um processo educativo, na nossa universidade que acreditamos contribuir com a prevenção do consumo de drogas, lícitas ou não, no meio estudantil. Ele indica também a necessidade urgente de medidas urgentes de caráter preventivo e terapêutico, com o intuito de orientar e salvaguardar a juventude brasileira deste problema tão difundido em nosso meio. Nossos resultados mostram que o álcool é a droga de maior prevalência com 48% de consumo, seguida pelo tabaco 14%, maconha 10%, inalantes 3%, cocaína 1%, tranqüilizantes 1%, extasy 1%, anabolizantes 1% e crack 0, 02%.

II- Etanol contribui no ganho de peso de ratas com desnutrição protéico-calórica

Aguiar, A; Silva, V; Boaventura, G

UFF- Instituto Biomédico, Departamento de Fisiologia e Farmacologia.

Rua Hernani Pires de Melo 101, São Domingos, Niterói, RJ Tel(fax) 26205620

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Aguiar, A E-mail: alinesaguiar@yahoo.com.br

Este trabalho avaliou a repercussão sobre a massa corporal do consumo de etanol em ratos com desnutrição protéico-calórica, consumindo 8 gramas de ração. Ratas Wistar adultas (173 gramas), previamente avaliadas em condições eutróficas, foram divididas em 2 grupos: grupo controle (AD n=11) com água ad libitum e grupo experimental (ED n=11) recebendo, como única fonte líquida, etanol diluído em água nas seguintes concentrações: 5%, 10%, 20% e 40%v/v aumentadas gradativamente durante 5 semanas. No último dia do experimento, as ratas ED receberam ração e água como fonte líquida por 24h a fim de avaliar grau de abstinência, desidratação através da variação de peso nestas 24 h e realizar o teste do campo aberto. As ratas do ED ganharam peso gradativamente com etanol até 20% v/v (máximo de 185 g; p< 0,05) retornando ao peso inicial com etanol a 40% v/v (175 g). Já o AD perdeu peso até atingir 148 gramas ao final do experimento (p<0,05). O consumo calórico total foi maior no ED (37 x 23 Kcal; p< 0,05). Este grupo também consumiu mais líquido (17 ml – etanol: 7,1 Kcal/g) do que as AD (14 ml). ED ganhou cerca de 8 gramas nas 24 h que consumiu apenas água, com presença de abstinência. No teste do campo-aberto, AD apresentou maior deambulação e rearing do que ED (p< 0,05). Os dados sugerem que apesar da desidratação, as calorias do etanol foram aproveitadas para o ganho (até 20% v/v) e manutenção do peso das ratas desnutridas; além de atenuar o estresse provocado pela fome. O estudo prossegue para avaliação de parâmetros bioquímicos.

Perfil de Pacientes Internados Cumprindo um Programa Institucional para Dependentes Químicos Unidade Terapêutica de Adictos (UTAD- Instituto Dr. Francisco Spínola)

SAIDE, Osvaldo LuizI; Pinto,Érica A.II; Oliveira,Dasha Carvalho deIII

Estr. do Engenho Velho, 1075,Taquara, Rio de Janeiro. CEP 22723-391. Fone (21)3477-0848

ISupervisor Técnico.Livre Docente e Prof.Adjunto de Psiquiatria da UERJ;

IIAcadêmica de Psicologia PUC, RJ;

IIIAcadêmica de Psicologia da UGF.

OBJETIVOS: estudar características de uma população de pacientes do SUS atendidos por uma instituição conveniada, o IDFS, e convidados a realizar um Programa específico para DQs tipo "Minnesota".

MÉTODOS: estudados 217 pacientes que passaram pelo Programa, do sexo masculino, de setembro de 2000 a setembro de 2001. Variáveis analisadas: naturalidade, estado civil, idade, moradia, religião, escolaridade, situação atual, drogas que utiliza, droga de escolha, tempo de uso e tratamentos anteriores.

RESULTADOS:TM de permanência foi de 48 dias. 78% nascida no RJ, idade: 35-50 anos (45%), metade solteiros, morando só (16%), na casa dos pais (30%) ou familiares (24%), 1º grau incompleto (46%), desempregados (59%). Álcool é a droga mais utilizada por 88% deste grupo, seguida da cocaína (42%) e maconha (24%). O álcool é a droga de escolha, depois o uso concomitante de álcool + cocaína. 81% usam drogas há + de 10 anos: a internação em Hosp. Psiquiátrico o único tratamento anterior em 40% dos casos.

CONCLUSÕES: Suspeitamos que o álcool continua a ser o principal problema de tóxico no país. A quantidade de solteiros, vivendo as expensas de familiares, com uso de álcool há mais de 10 anos chama a atenção sobre possibilidade de existência do alcoolismo como entidade independente. Trata-se de uma população pobre, desempregada, muitos vivendo em abrigos e em alta percentagem (35%) após mais de 10 anos de abuso de álcool/drogas nunca haviam recebido qualquer. tratamento para o seu problema. Isso pode indicar a pouca oferta de serviços do SUS para tratamento dessa questão.

Funcionamento Familiar e Cocainodependência: Estudo de Caso Controle

Pinheiro, RT; Amaral, KC; Sousa, PL; Horta, BL; Silva, RA; Fleming, M

UCPel - Mestrado Saúde e Comportamento

O funcionamento mental de cocainodependentes e sua associação com grupo familiar é um campo de investigação que requer estudos mais aprofundados dos aspectos interrelacionais desta problemática. O objetivo deste estudo é a verificar da existência de um modelo de funcionamento nos processos mentais familiares da cocainodependência. Foram estudados 402 sujeitos, num total de 134 tríades (Pai, Mãe, Filho) divididas em dois grupos: 67 tríades com o filho do sexo masculino dependente de cocaína, que havia procurado atendimento em serviço médico-psicológico especializado e 67 tríades, com filho da mesma idade sexo e classe social formando o grupo de controle extraído da comunidade, assim, devidamente emparelhado. Utilizamos o Personal Authority in the Family System (PAFS) e o Self Report Measure of Family Functioning (SMFF). Os dois instrumentos sistémicos evidenciaram a presença de fusão, triangulação e emaranhamento, indicando a tendência de um relacionamento interpessoal de tipo primitivo com inversão de papéis, ruptura de limites com a tendência à formação do triângulo perverso de Haley, encontrados naquelas tríades com o filho dependente. Por exemplo, nos cruzamentos entre os pais o OR para Emaranhamento foi de 7,25 (IC95% 2,54-20,62). Conclui-se que o funcionamento familiar e suas disfunções, constatado nos dois instrumentos de investigação, são mecanismos preponderantes na organização mental da cocainodependência.

Uso pesado de álcool por estudantes de primeiro e segundo graus em Campinas-SP: prevalência e fatores associados

Soldera, M; Dalgalarrondo, P; Corrêa Filho; HR

Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria/Faculdade de Ciências Médicas/Unicamp

Caixa postal 6111, Cep 13081-970, Tel. (11) 3788-7206, Fax (19) 3289-4819

Endereço para correspondência Endereço para correspondência E-mail: psi@head.fcm.unicamp.br

OBJETIVOS: determinar a prevalência do uso pesado de álcool e se variáveis sociodemográficos, culturais e psicopatológicas podem estar influenciando este uso por estudantes de 1o e 2o graus em escolas públicas e particulares da cidade de Campinas-SP.

MÉTODO: trata-se de um estudo transversal com uma técnica de amostragem do tipo intencional. Foi utilizado um questionário anônimo de autopreenchimento baseado no questionário do CEBRID. A amostra foi constituída por 2287 estudantes de 1o e 2o graus de escolas públicas e particulares da cidade de Campinas, SP no ano de 1998. Considerou-se uso pesado de acordo com a OMS (1981), o uso de álcool em 20 dias ou mais nos 30 dias que antecederam a pesquisa. Para identificar os fatores que influenciam o uso de drogas utilizou-se a "Análise de regressão Logística politômica – Modelo de Logitos Generalizados".

RESULTADOS: o uso pesado de álcool foi de 11,9%, tendo sido maior nos estudantes da escola pública central, que trabalhavam, do período vespertino, do nível socioeconômico A e B, que sentiam-se pouco apoiados e compreendidos pela família e que apresentavam maior defasagem escolar.

CONCLUSÕES: os dados deste estudo indicam que fatores como disponibilidade de dinheiro, padrões de socialização favoráveis ao uso de álcool e situações pessoais e familiares desfavoráveis, estão associadas ao uso pesado de álcool em adolescentes.

Qualidade de vida em pacientes do sexo masculino dependentes de álcool

Lima AFBS; Fleck MPA; Pechansky F ; De Boni R; Sukop P

Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Serviço de Psiquiatria

R. Ramiro Barcelos, 2350, 4 andar, Porto Alegre, RS. Fone 33168294

OBJETIVO : Avaliar a associação entre gravidade de dependência do álcool e qualidade de vida através do instrumento WHOQOL-BREF em pacientes dependentes de álcool do sexo masculino que procuram tratamento em dois centros de referência de Porto Alegre.

MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal em que os casos foram divididos em dois grupos de acordo com a gravidade da dependência de álcool mensurada pela escala Short Form Alcohool Dependence Data (SADD). Os sujeitos tanto com dependência leve/moderada ou grave foram submetidos à avaliação de qualidade de vida pelos instrumentos WHOQOL-BREF e SF-36.

RESULTADOS: A amostra foi composta por 36 casos do sexo masculino, em que 63.9% apresentou dependência grave. Na avaliação de qualidade de vida pelo instrumento WHOQOL, as análises para cada domínio evidenciaram que em todas as dimensões, os pacientes com dependência leve ou moderada apresentaram melhores escores, sendo estatisticamente diferente entre os grupos. No instrumento SF-36, a aferição de qualidade de vida foi semelhante para os domínios referentes à limitação física e à capacidade funcional. Para os demais domínios, os pacientes com dependência leve ou moderada apresentaram melhores escores, apresentando significância estatística entre os grupos.

CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que tanto o instrumento WHOQOL-BREF, como SF-36 parecem úteis para avaliação de Qualidade de Vida nesta população, uma vez que o tamanho da diferença na percepção de qualidade de vida, entre os grupos, foi para a maioria dos domínios, grande ou moderada, mostrando a capacidade discriminatória destes instrumentos.

Prevenção secundária de uso abusivo de drogas associada à intervenção breve

Lacerda, LAP; Porfirio D; Carneiro, D; Miguel, VLN; Yabiku STI; Oliva, VH S; Braga, MC; Marchi, LD; Boerngen, Lacerda R.

Depto. de Farmacologia, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, PR

Tel: (41)3611720, fax: (41) 2662042

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Boerngen-Lacerda R e-mail: boerngen@bio.ufpr.br

OBJETIVO: A prevalência de uso abusivo de drogas em pacientes que procuram a atenção primária à saúde é maior do que a encontrada na população em geral. Assim, os clínicos tem a oportunidade de desempenhar um papel fundamental na detecção e prevenção secundária aos problemas relacionados ao uso abusivo de drogas.

MÉTODOS E RESULTADOS: Dentro de um projeto multicêntrico coordenado pela Organização Mundial da Saúde , foram entrevistados 50 pacientes que procuraram atendimento médico geral em Curitiba (Departamento de Farmacologia – UFPR) através de um novo instrumento, em estudo, denominado ASSIST. Os pacientes que atingiram uma pontuação de risco receberam a intervenção breve (IB). A IB consistiu de uma sessão de aproximadamente 20 minutos, durante a qual recebiam informações sobre as drogas que usavam relacionando seu uso com seus problemas. Em seguida os pacientes eram motivados a diminuir ou parar o uso das drogas citadas. Setenta por cento dos pacientes receberam a IB. No seguimento, 3 meses após a primeira avaliação, a grande maioria dos pacientes (85%) relataram ter aproveitado as orientações recebidas diminuindo e até parando o consumo das drogas.

CONCLUSÕES: Os dados sugerem que detectar precocemente o uso de drogas e intervir com uma sessão curta de aconselhamento diminuem o uso abusivo de drogas melhorando a saúde do paciente.

Eficácia do Acamprosato no Tratamento de Dependentes de Álcool

Baltieri, D; Andrade, A

Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

OBJETIVO: Avaliar a eficácia e segurança terapêutica do Acamprosato no tratamento de pacientes dependentes de álcool.

MÉTODO: Foram avaliados 75 pacientes do sexo masculino, com idade entre 18 e 59 anos, com diagnóstico de dependência de álcool pelo CID-10. O estudo foi controlado duplo-cego, com duração de 24 semanas. Após um curto período de desintoxicação, os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: o primeiro grupo recebeu acamprosato (6 comprimidos de 333 mg por dia durante 12 semanas), e o segundo recebeu placebo (6 comprimidos por dia durante 12 semanas). Após as primeiras 12 semanas, os pacientes continuaram o tratamento por mais 12 semanas sem uso de medicação. Os grupos foram comparados quanto a sintomas depressivos, uso de álcool, efeitos colaterais das medicações, exames laboratoriais e tempo de abstinência contínuo.

RESULTADOS: 25% dos pacientes que estavam recebendo acamprosato e 20% dos pacientes que estavam recebendo placebo foram excluídos do seguimento. Os pacientes que receberam acamprosato mostraram maior taxa de abstinência contínua no final das 24 semanas de tratamento quando comparados aos que receberam placebo (57% versus 25%, p=0,018), e tiveram uma duração média de abstinência contínua de 18,8 semanas enquanto o grupo placebo teve uma duração média de abstinência contínua de 12 semanas (p=0,003). Efeitos colaterais foram registrados.

CONCLUSÃO: O acamprosato mostrou-se ser seguro e eficaz no tratamento de pacientes dependentes de álcool e na manutenção da abstinência durante 24 semanas.

O comportamento de jovens fumantes após propaganda aversiva nos maços de cigarro

Rossetto, MAC; Rossetto Jr., JA; Rossetto, AC

UniFMU Departamento de Psicologia Clínica

Av. Santo Amaro, 1239 CEP 04504-002. Fone 011 xx 38425377.

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Rossetto, MAC E-mail prof_rossetto@hotmail.com

Pesquisas indicam que 90% dos fumantes iniciaram o consumo antes dos 19 anos, influenciados principalmente pelas publicidades de cigarro nos meios de comunicação de massa. No entanto, atualmente muitas publicidades alertam sobre os malefícios do fumo exibindo fotos aversivas sobre as conseqüências do cigarro. Neste sentido, o presente estudo teve por objetivo analisar o comportamento dos jovens fumantes diante da propaganda aversivas nos maços de cigarro em que fotos ilustram os malefícios provocados pelo hábito. A amostra foi composta por 100 fumantes sendo 50 do sexo feminino e 50 masculino com idades variando entre 18 a 25 anos, solteiros e universitários Para tal utilizou-se questionário semi-estruturado e auto aplicável. Pela análise dos resultados levantados observou-se que 75% diminuíram a quantidade de cigarro que fumavam por dia após a veiculação das imagens nos maços. Entre as imagens impressas 89% das mulheres pesquisadas e 75% dos homens, relataram que ficam impressionados com a imagem do recém nascido prematuro com peso abaixo do normal. Sendo que todos solicitam a troca do maço no ato da compra quando a imagem impressa aborda tal problemática. Em 68% dos sujeitos do sexo masculino à ilustração sobre a impotência foi apontada como a segunda mais aversiva. Observou-se que 95% enfatizou que atualmente não olham a imagem as cobrem com outros cartões ou dinheiro. No entanto 85% consideram importante esse tipo de campanha nos maços de cigarro, pois impressionam e assustam. Conclui-se que campanhas contra o tabagismo entre a população jovem é mais efetiva quando aborda o processo reprodutivo nas diferentes fases: fertilidade, gestação, lactação.

Prevalência de

alcoolismo oculto em enfermarias de traumato-ortopedia do HUCFFº/UFRJ

Caldas, N; Toste, E e Pessoa da Silva, M

Serviço de Psicologia Médica e Saúde Mental do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janerio

Av. Brigadeiro Trompovsky s/nº tel/fax 25622601

No HUCFFº observamos a presença de pacientes com fraturas ósseas por causas diversas e uso imoderado de bebidas alcoólicas sem maiores repercussões clínicas ou psicossociais.

OBJETIVOS: avaliar a prevalência de alcoolismo oculto e explorar variáveis sociodemográficas e comorbidades relacionadas. Testar a adaptabilidade e confiabilidade de instrumentos de rastreamento de alcoolismo.

MÉTODO: 30 pacientes masculinos (amostra de conveniência) responderam entrevista semi-estruturada para obtenção de dados sociodemográficos e breve estruturada (dsm iv); questionário AUDIT, além de avaliação clínica (AUDIT clínico) para elaboração de banco de dados e analise estatística.

RESULTADOS: idade 50 (dp17,8); 24 (80) casados; 14 (46%) trabalhadores ativos e 9(30%) aposentados por invalidez; 23 (76%) Internados por fraturas ósseas e 4 (13%) para implantação de próteses. Diagnóstico de abuso dsm iv 3 (10%); dependência dsm iv 5 (10%). Uso nocivo pelo Audit 11(36%).

CONCLUSÃO: o audit demonstrou maior sensibilidade que a própria entrevista psiquiátrica na detecção de casos suspeitos, ao contrário do audit clínio e dos marcadores biológicos (vcm e ggt). Apesar das limitações de nosso estudo, nossos resultados sugerem a presença de alcoolismo oculto, entidade clínica de menor gravidade e menos exuberância sintomatológica. Sua relevância em termos de saúde pública situa-se na possibilidade de prevenção e aponta para a necessidade de mais estudos na área da detecção precoce do alcoolismo.

O perfil de consumo de cocaína em pacientes internados

Magrinelli, M; Araújo, RB; Oliveira, MS; Souza, ACF

PUCRS–Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Av. Ipiranga, 6681 Prédio 11 - 9º andar CEP 90619900 POA, RS Fone/FAX: 33203633 (R:217)

Endereço para correspondência Endereço para correspondência E-mail: mypsi2002@yahoo.com

OBJETIVO: Verificar as características do consumo de cocaína em pacientes internados por dependência ou abuso de cocaína.

MÉTODO: Amostra: 40 sujeitos, sendo 80% do sexo masculino e 20% do sexo feminino, com idades entre 16 e 44 anos (média 30 anos). Instrumentos: Entrevista Inicial, Questionário Sobre o Perfil de Consumo de Cocaína (Washton, 1989). Procedimentos: foram administrados os instrumentos aleatoriamente, de forma individual, ao maior número de pacientes possível, internados em duas unidades especializadas em DQ de POA, no período de 12/2001 a 04/2002.

RESULTADOS: a idade do primeiro consumo de cocaína ficou entre 10 e 34 anos (média de 20 anos); a forma deste primeiro consumo foi em 92,5% dos casos inalada, 5,0% injetada e 2,5% fumada; 55% dos pacientes já experimentaram ou fazem uso de "crack" e 35% de cocaína injetável; a forma ultimamente utilizada é inalada em 75% dos casos, fumada 25% e injetada 7,5%; semanalmente a média dos dias de consumo foi de 4,43; a média de quantidade de cocaína consumida 25,5 g e o gasto em reais de 166,67.

CONCLUSÕES: a cocaína injetável ainda aparece como uma opção de uso apesar da divulgação dos riscos inerentes a este consumo. A idade de primeiro uso apesar de variar bastante, pode chegar aos 10 anos o que demonstra a importância dos programas de prevenção em escolas. O "crack" é a segunda forma mais experimentada de cocaína, o que salienta a entrada desta forma de consumo no RS. O consumo em termos de quantidade da droga, dinheiro gasto e dias de uso por semana, ressalta o intenso envolvimento dos usuários com a droga e a relevância que a cocaína tem em suas vidas.

Tabagismo e alcoolismo entre idosos brasileiros e suas relações com o nível de renda e local de moradia

OBJETIVOS: Estudar e prevalência de tabagismo e alcoolismo em idosos brasileiros, reconhecidos fatores de risco de morbidade e mortalidade, e sua relação com renda e local de moradia urbana ou rural.

MATERIAL E MÉTODO: Estudo transversal cujos dados foram obtidos de uma pesquisa nacional – PNSN – que através inquérito domiciliar, entrevistou 4650 idosos de todas as regiões do Brasil. Em relação ao tabagismo foram levantadas informações sobre o hábito de fumar e o número de cigarros consumidos por dia. Para coleta da informação sobre o alcoolismo, foi aplicado um questionário validado internacionalmente (CAGE). A renda foi estimada a partir da renda domiciliar per capita, em salários mínimos. A análise foi feita com os dados estratificados por sexo, faixa etária e local de moradia urbana ou rural.

RESULTADOS: A prevalência do tabagismo foi elevada entre os homens idosos: ? 55% na zona rural e ? 25% na zona urbana. As idosas das regiões rurais fumavam quase 2 vezes mais do que aquelas da zona urbana e praticamente tanto quanto os homens urbanos. Constatou-se prevalências mais elevadas de tabagismo entre os idosos de baixa renda, para ambos os sexos e em todas as faixas etárias: 45% até ½ salários mínimos (SM) e 20,5% para renda >2 SM. Entre os idosos da zona urbana 40% consumiam 20 ou mais cigarros por dia. A maioria das idosas consumia até 9 cigarros por dia. A prevalência de alcoolismo entre os homens de 60 a 69 anos foi de 11% na região rural e 7 na região urbana. Constatou-se uma relação inversa entre a prevalência de alcoolismo e os níveis de renda: 8,8% para renda de até 1 SM e 2,0% para renda de 2 SM ou mais.

CONCLUSÃO: O tabagismo e o alcoolismo devem ser considerados importantes problemas de saúde pública entre os idosos brasileiros, em especial na população de baixa renda.

Nefazodone no tratamento ambulatorial da dependência de cocaína inalada: um ensaio clínico duplo cego controlado com placebo

Passos, SRL; Camacho, LAB & Lopes, CS

UERJ/Nepad Rua Fonseca Teles 121 4o. andar, RJ, tel : 2589.3269

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Passos, SRL soniapassos@uol.com.br

OBJETIVO: Avaliar a eficácia do uso oral de um antidepressivo antagonista de receptor 5HT2 no tratamento da dependência de cocaína, comparado ao tratamento com placebo

MÉTODOS: Ensaio clínico duplo cego, aleatorizado, controlado com placebo (P) de nefazodone (N) oral (300 mg/dia) em 210 dependentes de cocaína inalada (DSM III-R), com duração de 10 semanas. O consumo de drogas foi aferido por auto-relatos, os sintomas depressivos pela escala de Hamilton (HAMD-17), e a avidez por escala analógica de 10 cm. Os procedimentos foram sancionados por Comitê de Ética em Pesquisa.

RESULTADOS: Os dois grupos não diferiram nas características de base da amostra: homens (92,4%), brancos (54,8%), solteiros ou separados (52,5%), com 30,7 anos de idade, renda média 3,3 SM, média de avidez 5,6; HAMD-17 = 11,9. Não houve diferenças quanto à aderência: tempo médio de tratamento: 43,4 (N) e 40,9 (P) dias; número de consultas 5,3 (N) e 5,1 (P); conclusão do tratamento, 22,9% (N) e 19,0% (P), adesão à psicoterapia, 15,2% (N) e 23,8% (P) e ao esquema terapêutico 74,3 (N) e 63,8% (P). Não houve diferenças na manutenção da abstinência por > ou = 3 semanas, 49,5% (N) e 45,7% (P); na utilização de outra droga durante abstinência de cocaína, 16,2% (N) e 22,9% (P); ou no tempo médio decorrido até desaparecerem as recaídas: 33,9 (N) e 36,1 (P) dias. Queixaram-se de eventos adversos 79 (37,6%) pacientes, com diferença entre os grupos: 45,8% (N) e 29,5% (P) (p = 0,01). Foi diferente, também, a necessidade de conduta diante dos eventos 52,0% (N) e 32,3% (P) (p< 0,002)

CONCLUSÃO: Este estudo não corrobora a indicação de nefazodone para o tratamento ambulatorial de dependentes de cocaína inalada com ou sem outros diagnósticos de dependência.

Levantamento sobre diagnósticos relacionados ao álcool em pacientes psiquiátricos ambulatoriais

Macedo, LRH; Corradi, CM; Furtado, EF

FMRP-USP - Dpto. de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica

Av. dos Bandeirantes 3900

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Corradi, CM E-mail: clacorradi@hotmail.com

OBJETIVO: Um alto índice de casos de abuso e dependência ao álcool não chega a ser diagnosticado. Um estudo do Hospital John Hopkins mostrou que entre psiquiatras esta taxa foi pouco maior que 50%. Tivemos como objetivo no presente estudo proceder a um levantamento sobre diagnósticos relacionados ao uso nocivo ou dependência ao álcool em pacientes de um serviço ambulatorial psiquiátrico universitário.

MÉTODO: Em uma amostra de 78 pacientes foram obtidos registros de prontuário relacionados à história clínica psiquiátrica, antecedentes e sobre o uso de álcool e drogas. Foi aplicada uma entrevista estruturada para dados sociodemográficos, antecedentes, consumo de álcool e drogas, seguida do CAGE e dos critérios diagnósticos da CID-10.

RESULTADOS: A amostra foi composta por 30,8 % de pacientes masculinos e 69,2 % femininos. A idade média foi de 42 anos, variando entre 14 e 75 anos. 38,5% dos pacientes encontrava-se no grupo de Transtornos do Humor (F30-38), seguidos do grupo de Transtornos de Ansiedade e Somatoformes (F40-48), com 24,4%, e 12,9% no grupo de Esquizofrenia e Transtornos Delirantes (F20-29). 19 pacientes (24,7%) preencheram os critérios para uso nocivo ou dependência ao álcool. Destes, 52,3% não haviam sido reconhecidos na avaliação de rotina.

CONCLUSÕES: Muitos pacientes não são identificados a despeito de apresentarem problemas relacionados com o uso de álcool. A comorbidade com outros diagnósticos psiquiátricos é elevada e influi de maneira significativa na evolução clínica e contribui para dificultar o manejo terapêutico. É necessário o desenvolvimento de protocolos de triagem que permitam uma maior sensibilidade diagnóstica pelo psiquiatra.

A Fissura em Alcoolistas nos Primeiros Dias de Abstinência

Araujo, RB; Magrinelli, M; Oliveira, MS; Bittencourt, AS; Souza, ACF

PUCRS. Pós-Graduação em Psicologia

Av. Ipiranga,6681Prédio 11, CEP 90619-900 Fone 33203500

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Araujo, RB E-mail: renataudbrasil@aol.com

OBJETIVOS: Verificar características da fissura em alcoolistas internados para desintoxicação, nos primeiros três dias de abstinência.

MÉTODO: A amostra consta de 55 alcoolistas do sexo masculino, internados que utilizaram bebida alcoólica nas últimas 24 horas antes da internação. A média de idade foi de 41,56 anos. O instrumento foi uma Escala de Fissura (Araujo, 2001), aplicado individualmente no quarto dia de internação, referindo-se aos três dias anteriores. Foi realizada uma análise descritiva dos dados.

RESULTADOS: 58,2? da amostra referiu nunca ter sentido vontade de utilizar bebidas alcoólicas nos três primeiros dias de abstinência, 21,8? relatou que a fissura mais intensa ocorreu no primeiro dia. A nota média mais freqüente atribuída à fissura durante a internação foi de 1 a 2 (fraca) –23,6? da amostra. Os gatilhos disparadores de fissura que mais foram citados (16,4?) estavam associados a lembranças quanto ao consumo de álcool e ansiedade. Com relação ao período antes da internação, durante a fase de utilização do álcool a grande maioria (90,9?) relataram sentir fissura, sendo que 34,3? classificaram a sua intensidade como "muito forte" (nota de 9 a 10).

DISCUSSÃO: A fissura foi mais freqüente durante a fase de consumo do álcool em comparação com os primeiros dias de desintoxicação, sendo esta vontade de beber durante a internação considerada pouco intensa e de curta duração. Conhecendo as características da fissura de pacientes na fase de desintoxicação é possível ampliar as técnicas de prevenção de recaída, bem como promover um acompanhamento adequado às necessidades típicas desta fase.

Avaliação da gravidade do uso de drogas por adolescentes em conflito com a lei internados no centro de tratamento para dependentes químicos " Recuperando Vidas" pelo instrumento DUSI

Caldas, N; Gentil, L; Mattos, HE, Da Conceição, S

A complexidade da problemática das drogas em nosso meio, entre adolescentes, torna prioritária a avaliação não somente da utilização da droga em si, mas da magnitude dos problemas relacionados ao uso de drogas. Tarter (1990) propôs a utilização do drug use screening test (DUSI), estruturado em 149 questões em 10 diferentes áreas. Foi validado pelo autor (tarter et al., 1994), em outros contextos (moss et al, 1998) e em nosso meio por de Micheli e Formigoni (2000). O objetivo deste estudo é testar a utilização do DUSI em amostra de adolescentes usuários de drogas e em conflito com a lei.

MÉTODO: após treinamento da equipe, os adolescentes responderam ao DUSI (modo entrevista).

RESULTADOS: amostra constituída de 32 adolescentes, idade média de 15 anos, escolaridade média de 3,5 anos de estudo. Droga principal: cannabis 15 (48%); uso combinado 8 (28%); cocaína 5 (16%) e, solventes 2 (7%). Densidade absoluta nas de áreas: uso de substâncias 49; padrão de comportamento 46, estado de saúde 38; transtorno psiquiátrico 45; adaptação social 33; sistema familiar 48; escolaridade 46, adaptação ao trabalho 36; relacionamento interpessoal 62, e lazer gi.

CONCLUSÕES: as áreas mais afetas foram o comportamento de uso da droga, o sistema familiar relação interpessoal e lazer, resultados similares aos encontrados por de Michelci e Formigoni (ibdem). As análises estatísticas e estruturas psicométricas da amostra serão apresentadas no poster. O instrumento mostrou-se útil, como recurso auxiliar para avaliação clínica e planejamento terapêutico. Os autores sugerem adaptação lingüística tendo em vista a peculiaridade sócio-cultural dos adolescentes avaliados.

Naltrexona na dependência de álcool: ensaio clínico aberto

Loper, A; Banzato, C; Azevedo, R

Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria

FCM, Unicamp, Caixa Postal 6111 Campinas, SP, CEP 13081-970

Fone/Fax: 55 19 3289-4819

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Banzato, C E-mail: cbanzato@fcm.unicamp.br

O profundo impacto da dependência de álcool na saúde pública, dada sua alta prevalência e enorme potencial de dano, associado às limitações do tratamento, faz com que novas opções terapêuticas despertem grande expectativa. Nesse sentido, a aprovação da naltrexona pelo FDA, em 1994, representa um marco no tratamento dessa complexa condição. O presente estudo teve como propósito investigar o comportamento e a resposta de um grupo de pacientes brasileiros em face dessa nova opção terapêutica. Procuramos nesse ensaio clínico aberto verificar a eficácia da naltrexona em dependentes graves de álcool, considerando tanto o elevado padrão de ingesta como os parâmetros clínicos e laboratoriais Vinte e sete pacientes masculinos, com elevado padrão de ingesta alcoólica, participaram de ensaio clínico aberto com cloridrato de naltrexona (50 mg/dia) por 6 meses, no Ambulatório de Substâncias Psicoativas do HC–Unicamp. Foi facultada a participação dos mesmos em grupos informativos e de prevenção da recaída. Os pacientes foram avaliados 8 vezes durante o estudo.

RESULTADO: abstinentes (ou com lapso, sem recaída) = 7 (25,9%); <3 recaídas = 4 (14,8%); > 4 recaídas, porém com redução de consumo >50% = 7 (25,9%); manutenção/aumento do consumo etílico = 3 (11,1%); abandonaram o estudo = 6 (22,2%). Tempo médio para primeira recaída = 60 dias (mediana = 90 dias). A análise estatística (método das Equações de Estimativa Generalizada), encontrou associação significativa do resultado "abstinência" com: uso regular da naltrexona, diminuição do escore do craving, menor idade dos pacientes, tratamento médico prévio para dependência e redução da g-GT.

Freqüência de transtornos de ansiedade em pacientes alcoolistas internados

Terra MB; Barros HMT; Stein A; Figueira ILV; Athayde LD; Fontes Neto PTL; Scola RA; Palermo LH; Spanemberg L; Possa MA; Daruy Filho L

Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre

Centro de Estudos José de Barros Falcão/ Centro de Estudos de Psiquiatria Compreensiva

R. Sarmento Leite, 245 fone: 51-32285365

Endereço para correspondência Endereço para correspondência E-mail: cejbf@fffcmpa.tche.br

OBJETIVOS: Vários estudos têm demonstrado que pacientes dependentes de álcool apresentam a prevalência de transtornos de ansiedade mais elevada do que o previsto. No entanto, estes diagnósticos, muitas vezes, não são feitos, uma vez que o foco da atenção acaba recaindo na dependência do álcool. O estudo tem por objetivo verificar a freqüência destes transtornos em uma amostra de alcoolistas internados.

MÉTODO: Além de uma revisão bibliográfica sistemática, foi feita uma pesquisa de campo com alcoolistas internados em três clínicas psiquiátricas em Porto Alegre. Os diagnósticos foram determinados através do SCID-I, entrevista clínica semi-estruturada, baseado no DSM-IV.

RESULTADOS: A amostra era composta por 64 pacientes. Foi encontrada uma freqüência de 31.2% para fobia social, de 21.9% para ataques de pânico induzidos pelo uso de álcool, de 20.3% para fobia específica, de 15.6% para transtorno de ansiedade generalizada, de 7.8% para transtorno obsessivo- compulsivo, de 6.2% para transtorno de estresse pós-traumático, de 1.6% para agorafobia e de 0% para transtorno de pânico.

CONCLUSÕES: Os transtornos de ansiedade são freqüentes em alcoolistas internados. Sua presença e não-identificação pode dificultar, ainda mais, a recuperação destes indivíduos, prejudicando o curso e o prognóstico. Os pacientes somente serão melhor atendidos se as duas condições, alcoolismo e transtorno de ansiedade, forem identificadas e tratadas.

Screaning toxicológico no trauma

Laranjeira, RR; Figlie, NB.; Reis, AEDB; Surjan, JC

UNIAD/ OMS

OBJETIVOS: Estimar a prevalência do envolvimento de drogas em situações de trauma em sala de emergência.

MÉTODOS: Onze pesquisadores constituídos por enfermeiros, psicólogas e médicos avaliaram pacientes que deram entrada no pronto socorro do Hospital São Paulo devido a trauma não fatal, em 6 semanas de coleta compreendidas nos meses do ano de 2001. Os pacientes alocados responderam o questionário original do protocolo sugerido pela Organização Mundial da Saúde e neste site foram acrescentados dois questionários estruturados sobre o consumo de drogas: uma versão adaptada do AUDIT (Alcohol Use Disorder Identification Test) e o questionário DAST (Drug Use Questionaire). Além do questionário, os pacientes forneciam amostra de urina para fins de realização de screening de THC, cocaína e benzodiazepínicos. Os dados foram analisados utilizando o programa estatístico SPSS-10.

RESULTADOS: O teste de urina para avaliação do uso de THC e cocaína foi possível de ser realizado em 253 pacientes, sendo que se revelou positivo para 13,4% (N= 34) e 3,2% (N= 8) respectivamente. Para os benzodiazepínicos o teste foi realizado em 173 pacientes com positividade para 4,6% (N= 8). O DUDIT foi aplicado a 370 pacientes com média de 4,4 (dp= 1,2), sendo positivo para 36,3% (N= 40). O DAST foi aplicado a 370 pacientes e identificou 15% destes com algum tipo de problema com drogas.

CONCLUSÃO: Os achados contribuem para tentar desmistificar a maconha como uma substância inofensiva e sem riscos como tão proclamado em nosso país e defendido por alguns adeptos que almejam a sua legalização, até então proibida por lei. Faz-se necessário à sugestão de protocolos de intervenções breves adequados a nossa realidade para serem aplicados em salas de emergência e assim tentar melhorar desfechos de usuários de drogas em risco.

Relação entre o consumo de álcool e a ocorrência de violência conjugal

Jacobucci, P; Cabral, M

Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas

Universidade Estadual de Campinas, Estado de São Paulo, Brasil

Caixa Postal 6111; CEP: 13081-970. Fone: 3788-8206 e Fax: 3289-4819

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Jacobucci, P E-MAIL psi@head.fcm.unicamp.br

OBJETIVO: Verificar se casos de violência conjugal estão diretamente ligados ao consumo de álcool e drogas.

MÉTODO: É um estudo quali-quantitativo constando de dois grupos: estudo e comparativo. O grupo de estudo é formado por mulheres que mesmo tendo sofrido violência conjugal, permanecem na relação conjugal enquanto que o grupo comparativo é formado por mulheres que após sofrerem violência conjugal, romperam a relação com o agressor.

RESULTADO: Em 30% dos casos, o agressor estava alcoolizado no momento da violência conjugal , 13,33% o álcool estava presente ocasionalmente e 56,67% o agressor não estava alcoolizado. A ocorrência do uso de drogas, foi muito menor do que a do álcool.

CONCLUSÃO : Acredita-se que o álcool não seja causa principal para a ocorrência de violência conjugal. O ato de beber, muitas vezes, é usado como justificativa ou explicação para o ato de violência conjugal

REFERÊNCIA:

CINDY L. PERIN & ROSIN D. PERIN. Family violence across the lifespan. Ed Sage Publication International Educacional

CASCARDI, M. And DINA, V . Context for specific episodes of marital violence: gender and severity of violence differences. Journal of Family Violence, vol. 10 n3,1995.

Prevalência de pacientes usuários de álcool em um Hospital Universitário

Tonhom, A; Andrade, M; Kiy, A; Padilha, V

Faculdade de Medicina de Marília, Av. Monte Carmelo, nº 800, Fragata Marília, São Paulo

(14) 4211835 e fax (14) 4331366

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Tonhom, A E-mail: tonhom@terra.com.br

OBJETIVO: Estudar a prevalência do alcoolismo em um hospital universitário.

MÉTODO: Aplicação de um questionário semi-estruturado para identificação de pacientes usuários e dependentes de álcool, utilizando-se o CAGE e o QSDA.

RESULTADOS: Foram entrevistados 224 pacientes no período de janeiro a dezembro de 2001, sendo 61% residentes em Marília, 41% estavam internados na clínica cirúrgica, 25% na clínica médica, 14% na ginecologia e obstetrícia , 20% na Ortopedia. A maioria era homem (59%), casado (50%), solteiro (29%), na faixa etária de 14 a 40 anos (48%), sem o primeiro grau completo (64%). Dos entrevistados, 85,7% já haviam feito uso de álcool, preferencialmente cerveja (60 %) e aguardente (31%), a maioria antes dos 18 anos (66%) e concomitantemente 9% eram usuários de drogas ilícitas. O CAGE foi positivo em 43,8% dos pacientes. Neste grupo, a maioria era do sexo masculino (95%), casado (57%), primeiro grau incompleto (66%), católico (76%), trabalhador braçal (66%), ativo (52%), fumante (57%), iniciou uso de bebida alcoólica antes dos 18 anos (71%) e se encontrava hospitalizado na clínica cirúrgica (47%) e clínica médica (38%). Em relação à dependência (QSDA), 50% era leve; 36,5% moderada ; 4 ,5% grave e 9% severa.

CONCLUSÃO: O estudo revelou que dos pacientes internados no Hospital de Clínicas da FAMEMA 85,7% já haviam feito uso de álcool, sendo destes 43,8% CAGE-positivo. Tais dependentes eram em sua maioria do sexo masculino, casados, trabalhadores braçais e com 1º grau incompleto. Quanto ao nível de dependência, a maioria era dependente leve.

Prevalência do tabagismo em pacientes hospitalizados nas enfermarias de clínica médica do HU-UFSC

Petry D; Silva, J; Paupitz J; Furlanetto, L

Departamento de Clínica Médica, Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU, UFSC)

Florianópolis, Santa Catarina

Tel: (48) 3319149, Fax: (48) 3319014

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Petry D E-mail: danigpbr@yahoo.com.br

OBJETIVO: Descrever a freqüência e o padrão de uso de fumo em pacientes internados no HU-UFSC.

MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo observacional transversal no qual foram randomizados 1101 pacientes na primeira semana de internação nas enfermarias da Clínica Médica do HU-UFSC. Foram avaliados 702 pacientes e excluídos os pacientes com idade menor de 18, com mais de uma semana de internação, com prejuízo cognitivo, com incapacidade física ou que se recusaram. Dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos através de entrevista e prontuário. Informações quanto ao hábito tabágico foram coletados através de entrevista com os pacientes.

RESULTADOS: A amostra (N = 702) foi composta predominantemente por homens (67%) com média de idade ± Desvio Padrão (DP) de 50 ± 17 anos, internados principalmente por problemas circulatórios (17,5%). Dos entrevistados, 26,1% eram fumantes; 33,6% eram ex-fumantes; e 36,2% eram não fumantes. No grupo dos fumantes, a média de consumo de fumo foi de 28,6 maço-anos (pack/years). Os ex-fumantes fumaram em média 30 maço-anos e abandonaram o hábito em média há 9 anos.

CONCLUSÕES: Cerca de ¼ dos pacientes internados nas enfermarias de clínica médica do HU-UFSC relataram hábito tabágico atual e fumavam em média 28 maço-anos (pack/years). Estes dados mostram a alta prevalência do fumo em pacientes internados com doenças físicas, evidenciando a necessidade de programas de prevenção nesta população.

Risco familiar e a vulnerabilidade ao alcoolismo

Oliveira, Margareth; Jaeger, Antônio; Piccoloto, Luciane; Melo, Wilson; Camilo, Rafael

Identificação: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Grupo de Pesquisa em Intervenções Cognitivas e Comportamentos Dependentes

Fone: 51 3320 3500 / Fax: 51 3339 1564

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Oliveira, Margareth E-mail: marga@pucrs.br

OBJETIVO: O risco familiar é considerado um critério de vulnerabilidade ao alcoolismo, uma vez que a presença de pais alcoolistas aumenta, enormemente, o risco de dependência ao álcool em seus filhos (Vaillant, 1999). Com base nessa constatação, fizemos o presente trabalho, a fim de constatar o quanto o fato de se ter algum familiar com problemas com o álcool interfere na dependência atual dos pacientes em estudo.

MÉTODO: É um estudo transversal e quantitativo. A amostra, aleatória simples, é constituída de 152 sujeitos do sexo masculino que encontravam-se em tratamento para a dependência do álcool. Os instrumentos aplicados foram entrevista semi-estruturada, com o objetivo de coletar os dados sociodemográficos e história familiar, e o SADD para avaliar a gravidade da dependência.

RESULTADO: Os resultados demonstraram que 72% (109) são dependentes graves e 28% (43) obtiveram grau de dependência média. Ademais, 19,74% (30) da amostra apresentou risco familiar baixo, 36,84% (56) indicou ter risco médio, 32,23% (49) denotou risco alto, enquanto que 11% (17) apresentou risco muito alto.

CONCLUSÃO: Esse estudo vem corroborar com as explicações de como o desenvolvimento do alcoolismo está relacionado com os aspectos familiares. Visto que 80% da amostra total apresentou risco familiar médio, alto e muito alto para dependência alcoólica, conclui-se que o fato de se ter algum familiar com problemas com o álcool é um fator de vulnerabilidade para a dependência.

Validade do CAGE para rastrear pacientes com dependência ao álcool internados em hospital geral

Castells, M; Cordini, K; Furlanetto, L

Departamento de Clínica Médica, Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU, UFSC)

Florianópolis, SC

Tel:(48)3319149, Fax:(48)3319014

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Castells, M E-mail: ali_castells@yahoo.com.br

OBJETIVO: Verificar a validade do CAGE para rastrear pacientes com dependência ao álcool internados nas enfermarias de clínica médica do HU-UFSC.

MÉTODO: Trata-se de um estudo de validação, no qual foram selecionados 747 pacientes internados na clínica médica do HU-UFSC, após serem excluídos os pacientes com mais de uma semana de internação, com prejuízo cognitivo, que tinham incapacidade física ou se recusaram. Foram colhidos dados sociodemográficos e aplicados os instrumentos CAGE e a uma entrevista semi-estruturada – Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI), utilizada como padrão-ouro para diagnóstico de dependência ao álcool (de acordo com os critérios do DSM-IV). Foram obtidas medidas de validade (sensibilidade e especificidade) do CAGE para os diferentes pontos de corte possíveis.

RESULTADOS: A amostra foi composta de 747 pacientes, sendo 66% homens, brancos (85%), com média de idade ± Desvio Padrão (DP)= 50±17 anos, estado civil casado/amasiado (61%), com escolaridade média ± DP= 6±4 anos. Através do MINI, foram diagnosticados 48 pacientes (6,6%) com dependência ao álcool. O CAGE apresentou a melhor sensibilidade com ponto de corte igual a um (CAGE positivo para uma ou mais respostas afirmativas), no qual a sensibilidade foi de 93,8%. Com este ponto de corte a especificidade foi de 85,5%.

CONCLUSÕES: Aplicado em hospital geral, o questionário CAGE mostrou boa sensibilidade (93,8%) e especificidade (85,5%), utilizando como ponto de corte 0/1. Por ser de fácil e rápida aplicação e ter baixos custos, poderia ser utilizado para rastreamento de casos de dependência ao álcool neste contexto.

Freqüência do consumo de álcool em pacientes internados nas enfermarias de clínica médica do hospital universitário

Castells, M.; Cordini, K.; Westphal, M.; Furlanetto, L

Depto de Clínica Médica, Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina

(HU, UFSC), Florianópolis, SC. Tel: (48) 3319149, Fax: (48) 3319014

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Castells, M. E-mail: ali_castells@yahoo.com.br

OBJETIVO: Descrever a freqüência e o padrão do uso de álcool em pacientes internados nas enfermarias de clínica médica do HU-UFSC.

MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo observacional transversal, no qual foram randomizados 1101 pacientes internados nas enfermarias de clínica médica do HU-UFSC, sendo excluídos os pacientes com prejuízo cognitivo, com incapacidade física ou que se recusaram. Na primeira semana de internação, foram colhidos dados sociodemográficos e foi aplicado um questionário sobre a freqüência semanal do uso de álcool, a quantidade em gramas ingerida por semana e o tipo de bebida alcoólica.

RESULTADOS: A amostra foi composta de 702 pacientes, sendo 67% (n=472) homens, com média de idade ± Desvio Padrão (DP)= 50 ± 17 anos. Destes, 23,8% (n=167) disseram fazer uso de bebida alcoólica. Neste grupo, a ingestão semanal de álcool relatada foi de 4 dias em média e de 258 gramas (mediana). O tipo de bebida mais consumida foi a cerveja (65%), seguida pelas bebidas destiladas (44%) e pelo vinho (19%).

CONCLUSÕES: Cerca de 24% dos pacientes internados nas enfermarias de clínica médica do HU-UFSC relataram fazer uso, pelo menos esporádico, de bebida alcoólica. A maior parte disse ingerir mais de 250 gramas de álcool por semana, com uma freqüência média de 4 dias, sendo a cerveja e os destilados as bebidas preferidas. Estes dados não permitem conclusões sobre o alcoolismo. Contudo, são importantes para ações neste contexto, uma vez que durante a internação devido a doenças físicas pode ser um momento privilegiado para a detecção e o início de tratamento desta patologia.

Comparação entre a efetividade de placebo e nortriptilina na cessação do fumo

Costa, C; Lourenço, M; Younes, R

São Paulo; 2001, Centro de Tratamento e Pesquisa, Hospital do Câncer, AC Camargo

R. Prof. Antonio Prudente 211, CEP:01509-900,TEL:32725121

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Costa, C E-mail: celialcosta@ig.com.br

OBJETIVO: A maioria dos fumantes, que tentam parar de fumar, não são bem sucedidos em sua tentativa. Várias abordagens têm sido efetuadas para aumentar a taxa de sucesso dos programas anti-fumo. A administração de antidepressivos tem mostrado efeitos positivos nas taxas de cessação. O presente estudo avalia a efetividade da nortriptilina em programa anti-fumo.

MÉTODO: Estudo prospectivo, randomizado e duplo cego que incluiu 144 pacientes, randomizados para receberem nortriptilina (NOR, n = 68, 75 mg/dia) ou placebo (CTL, n = 76), durante seis semanas consecutivas. Todos os pacientes receberam orientação comportamental em grupo por cinco semanas.

RESULTADOS: Os que receberam NOR tiveram taxa de cessação significativamente mais alta (55,9%), comparado com o CTL (23,3%), p < 0,001. Na análise univariada de fatores prognósticos para influenciar a taxa de cessação em nosso estudo, o teste de Fagerström (p = 0,005) e a nortriptilina (p < 0,001) foram identificados. A regressão logística mostrou que o Teste de Fagerström < 7 (OR = 3); CI = 1.47 - 6.7; p = 0,003) e nortriptilina (OR = 4,1; CI = 2 - 8.3; p < 0,001) foram fatores independentes para impacto n = taxa de sucesso.

CONCLUSÃO: Este estudo mostra que a nortriptilina aumenta significativamente a taxa de cessação de fumantes crônicos. Pacientes com pontuação mais alta no teste de Fagerström tiveram menor chance de parar de fumar em nosso estudo.

Quantidade do consumo de álcool em pacientes alcoolistas

Oliveira, M; Jaeger, A; Piccoloto, L; Melo, W; Camilo, R

Identificação: PUCRS, Faculdade de Psicologia

Grupo de Pesquisa: Intervenções cognitivas e comportamentos dependentes

Av. Ipiranga, 6681 / prédio 11, 9 andar

Fone/fax: 51 3320 3633

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Oliveira, M E-mail: marga@pucrs.br

OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi estabelecer a relação da gravidade da dependência com a quantidade da ingestão de álcool em alcoolistas.

MÉTODO: Foi realizado em unidades de internação para tratamento especializado em dependência química de Porto Alegre. A amostra foi, constituída por 151 sujeitos do sexo masculino com escolaridade mínima de 5a série, e idade média de 40,6 anos. Os instrumentos utilizados foram o SADD para identificar a gravidade da dependência ao álcool e a entrevista estruturada FORM-90, empregada para avaliar a quantidade de álcool.

RESULTADOS: Os resultados obtidos no SADD mostraram que 71,5% (N=108) apresentaram escores acima de 20 pontos (Grave) e 28,5% (N=43) escores entre 10 e 19 pontos (moderado). Em relação a quantidade semanal média, os sujeitos ingeriram 208 unidades de álcool, o equivalente a ingestão de 900 ml de cachaça por dia. A relação da severidade com a quantidade de álcool demonstrou que os sujeitos com severidade grave (N=108) consumiram em média 239,27 unidades, e os sujeitos com severidade moderada (N=43) consumiram em média 130,16 unidades.

CONCLUSÃO: Estes resultados demonstram que a quantidade de álcool consumida por estes indivíduos é muito superior a quantidade considerada de risco (51 unidades semanais). Demonstram também a existência de uma associação significativa entre a gravidade da dependência e a quantidade de álcool consumida.

  • Endereço para correspondência Garcia Jr., M E–mail: manoelgj@terra.com.br Endereço para correspondência
    Pechansky, F.
  • Endereço para correspondência Garcia Jr., M E–mail: manoelgj@terra.com.br Endereço para correspondência
    Hoexter, MQ
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  • Endereço para correspondência Garcia Jr., M E–mail: manoelgj@terra.com.br Endereço para correspondência
    Rodrigues, VS
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  • Endereço para correspondência Garcia Jr., M E–mail: manoelgj@terra.com.br Endereço para correspondência
    Brasiliano, S.
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  • Endereço para correspondência Garcia Jr., M E–mail: manoelgj@terra.com.br Endereço para correspondência
    Cantarelli, MG
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  • Endereço para correspondência Garcia Jr., M E–mail: manoelgj@terra.com.br Endereço para correspondência
    Boerngen-Lacerda R
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  • Endereço para correspondência Garcia Jr., M E–mail: manoelgj@terra.com.br Endereço para correspondência
    Boerngen-Lacerda R
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  • Endereço para correspondência Garcia Jr., M E–mail: manoelgj@terra.com.br Endereço para correspondência
    Aguiar, A
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  • Endereço para correspondência Garcia Jr., M E–mail: manoelgj@terra.com.br Endereço para correspondência
    Kerr-Corrêa F
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    Garcia Jr., M
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    Fontanella, BJB
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    Aguiar, A
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    Boerngen-Lacerda R
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    Araujo, RB
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    Banzato, C
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    Tonhom, A
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    Oliveira, Margareth
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    Castells, M
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    Castells, M.
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    Costa, C
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    Oliveira, M
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Mar 2003
    • Data do Fascículo
      Out 2002
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