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Sonho, memória e o reencontro de Freud com o cérebro

Dream, memory and Freud's reconciliation with the brain

Resumos

Para que serve sonhar? A vasta contribuição sobre a função dos sonhos dada por Freud e Jung foi em grande parte ignorada pela ciência, pela falta de um método quantitativo e de hipóteses testáveis. Não obstante, vários resultados experimentais corroboram dois importantes "insights" psicanalíticos: 1) que os sonhos freqüentemente contêm elementos da experiência do dia anterior, denominados de "restos do dia", e 2) que estes "restos" incluem atividades mnemônicas, levando portanto a uma facilitação do aprendizado. Em particular, dados recentes sugerem que os sonhos podem desempenhar um papel essencial na consolidação das memórias, levando aquelas recentemente adquiridas a migrar do hipocampo para o neocórtex. Tomados em conjunto, estes resultados indicam a necessidade de reavaliar cientificamente o legado psicanalítico.

Sonho; Memória; Aprendizado; Sono REM; Freud; Hipocampo; Neocórtex


What is the function of dreaming? The vast contribution on dreams made by Freud and Jung has been largely ignored by science, which harshly criticized their approach for the lack of a quantitative method and of testable hypotheses. Here I review a series of experimental results that corroborate two important psychoanalytical insights regarding dreams: 1) that dreams often contain a "day residue" of the preceding waking experience, and 2) that such "residue" includes cognitive and mnemonic activities, therefore leading to a facilitation of learning. In particular, recent data suggests that dreams may play an essential role in memory consolidation, allowing recently-acquired memories to exit the hippocampus and settle in the neocortex. Taken together, these results call for a comprehensive scientific reassessment of the psychoanalytical legacy.

Dream; Memory; Learning; REM sleep; Freud; Hippocampus; Neocortex


Sonho, memória e o reencontro de Freud com o cérebro

Dream, memory and Freud's reconciliation with the brain

Sidarta Ribeiro

Departamento de Neurobiologia, Duke University Medical Center. Durham, EUA

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Sidarta Ribeiro Departamento de Neurobiologia, Duke University Medical Center 101 Research Drive, Bryan Research Building, Box 3209 Durham, NC 27707 EUA E-mail: ribeiro@neuro.duke.edu

RESUMO

Para que serve sonhar? A vasta contribuição sobre a função dos sonhos dada por Freud e Jung foi em grande parte ignorada pela ciência, pela falta de um método quantitativo e de hipóteses testáveis. Não obstante, vários resultados experimentais corroboram dois importantes "insights" psicanalíticos: 1) que os sonhos freqüentemente contêm elementos da experiência do dia anterior, denominados de "restos do dia", e 2) que estes "restos" incluem atividades mnemônicas, levando portanto a uma facilitação do aprendizado. Em particular, dados recentes sugerem que os sonhos podem desempenhar um papel essencial na consolidação das memórias, levando aquelas recentemente adquiridas a migrar do hipocampo para o neocórtex. Tomados em conjunto, estes resultados indicam a necessidade de reavaliar cientificamente o legado psicanalítico.

Descritores: Sonho. Memória. Aprendizado. Sono REM. Freud. Hipocampo. Neocórtex.

ABSTRACT

What is the function of dreaming? The vast contribution on dreams made by Freud and Jung has been largely ignored by science, which harshly criticized their approach for the lack of a quantitative method and of testable hypotheses. Here I review a series of experimental results that corroborate two important psychoanalytical insights regarding dreams: 1) that dreams often contain a "day residue" of the preceding waking experience, and 2) that such "residue" includes cognitive and mnemonic activities, therefore leading to a facilitation of learning. In particular, recent data suggests that dreams may play an essential role in memory consolidation, allowing recently-acquired memories to exit the hippocampus and settle in the neocortex. Taken together, these results call for a comprehensive scientific reassessment of the psychoanalytical legacy.

Keywords: Dream. Memory. Learning. REM sleep. Freud. Hippocampus. Neocortex.

Introdução

[A] far more significant branch of psychological research that originated from medical psychiatry remains remarkably isolated and disconnected, although it deserves more than any other field of psychology to be labeled as scientific. (...) However much we may reject the theoretical edifice constructed by Sigmund Freud and Carl Jung (...) there can be no disagreement that both of these depth psychologists are observers, indeed gifted observers, who saw for the first time certain facts that are irrevocable, inalienable components of collective human behavior (Konrad Lorenz, 1948).

Para que serve sonhar? No início do século XX esta pergunta ancestral pareceu subitamente ao alcance da Razão, com a publicação de "A Interpretação dos sonhos".1 Neste livro Freud fundou uma nova e ambiciosa psicologia, repleta de novas idéias sobre a mente humana e seus sonhos. A despeito do impacto profundo destas idéias na sociedade ocidental, sua formulação1 e desenvolvimento2,3 não se deram sobre uma base empírica e quantitativa, marcando um divórcio progressivo de método e discurso entre a psicanálise e a biologia. Como resultado, pouca ou nenhuma influência é atualmente atribuída a Freud no que diz respeito à investigação científica do fenômeno onírico.

O fosso não poderia ser mais profundo. Predomina nas ciências exatas a noção de que a contribuição da psicanálise para o entendimento dos sonhos resume-se a um amontoado de observações isoladas, teorias não-testáveis, imperativos ideológicos e argumentos de autoridade. Por outro lado, as diferentes vertentes da psicanálise ocupam-se pouco ou nada do estudo experimental e quantitativo dos sonhos, voltando-se exclusivamente para os símbolos e jamais para seu substrato material, o sistema nervoso.

Na contramão deste divórcio, pretendo aqui demonstrar que os avanços da psicologia experimental e da neurociência convergiram nos últimos anos para dois importantes insights psicanalíticos. O primeiro consiste na observação concreta de que os sonhos, muito freqüentemente, contêm elementos da experiência do dia anterior, denominados de "restos do dia".1 O segundo é o reconhecimento de que estes "restos" incluem atividades mnemônicas e cognitivas da vigília, persistindo nos sonhos na medida de sua importância para o sonhador.1-3 Assim, ainda que de maneira difusa, a psicanálise prevê que a consolidação de memórias e o aprendizado sejam importantes funções oníricas.1-3 A seguir, descrevo a trajetória gradual da neurociência e da psicologia experimental rumo à corroboração destes insights.

Sono e memória

O marco de fundação da neurobiologia dos sonhos foi a descoberta, em humanos, de que longos episódios de sono sem sonhos, caracterizados por ondas eletroencefalográficas lentas ('slow-wave sleep', SWS), são sucedidos por episódios curtos de sono com sonhos, caracterizados por eletroencefalograma cortical rápido e movimentos oculares involuntários ('rapid-eye-movement sleep', REM).4,5 Este achado deflagrou um grande progresso no entendimento dos mecanismos cerebrais responsáveis pela geração dos sonhos, preenchendo capítulos inteiros de livros-texto de neurobiologia.6 No entanto, a elucidação das funções biológicas dos sonhos demorou bem mais a amadurecer. A despeito de estudos experimentais pioneiros,7 não foi se não depois de 1970 que a ciência começou a reconhecer o papel decisivo do sono na consolidação de memórias. Os principais achados a favor desta visão são: o efeito negativo da privação de sono sobre a aprendizagem,8-13 o aumento da quantidade de sono após a aquisição de memórias,14-16 e o fato de que ritmos hipocampais típicos do estado de alerta comportamental17 também caracterizam o sono REM.18 Dado o envolvimento do hipocampo na aquisição de memórias,19-21 estes resultados sugeriram que o sono facilita o processamento de novas de informações.22-24

A investigação dos mecanismos subjacentes ao papel mnemônico do sono levou a dois resultados importantes: 1) o bloqueio de síntese protéica durante o sono danifica a aquisição de memórias,25 e 2) padrões de atividade neuronal relacionados às experiências da vigília reaparecem no hipocampo durante o sono.26 Tendo em vista que o aprendizado duradouro requer modificações sinápticas dependentes de atividade neuronal e de síntese protéica de novo,27,28 sugere-se que o sono abriga ambos os mecanismos postulados por Hebb29 como necessários e suficientes para explicar a consolidação de memórias: reativação neuronal pós-estímulo ('reverberação') e plasticidade sináptica ('mudança estrutural').

A exploração do primeiro postulado produziu muitos resultados. A reverberação de atividade neural durante o sono foi detectada em roedores,30-33 humanos34 e mesmo pássaros canoros.35 Demonstrou-se que tal reverberação neural preserva relações temporais da atividade neuronal da vigília,35,36 correlaciona-se com o conteúdo aprendido em tarefas cognitivas,37 prediz quantitativamente as taxas de aprendizado antes do sono,12,38 chega a durar até 48 horas em várias estruturas telencefálicas,39 e é mais robusta durante o sono SWS que durante a vigília ou o sono REM,26,39 como se vê na Figura 1.


A ação no segundo front Hebbiano, i.e., a busca de um elo molecular entre a síntese protéica necessária à plasticidade sináptica e a atividade neural durante o sono, foi impulsionada pela descoberta de genes de expressão imediata capazes de acoplar a despolarização neuronal à regulação gênica de longo prazo.40 A hipótese era clara: ao menos alguns destes genes imediatos (GI) deveriam ser ativados durante o sono. O primeiro teste da hipótese coube a uma equipe italiana, que comparou a expressão neural de GI após várias horas de vigília ou sono (SWS e REM combinados). Surpreendentemente, verificou-se que vários dos principais GI eram fortemente inibidos durante o sono.41-43 Estes resultados foram confirmados e estendidos a outros genes,44-46 rompendo a seqüência lógica que conectava a reverberação neuronal12,26,30-39 aos efeitos mnemônicos do sono.8-12,14-16,47,48 Esta ausência de expressão gênica durante o sono provocou um inegável paradoxo mecanístico, promovendo a ressurreição tardia da noção de que o sono nada tem a ver com a consolidação de memórias.49,50 Tomando emprestado a terminologia de Thomas Kuhn,51 pode-se dizer que o paradigma nascente deparou-se com uma anomalia constrangedora.

Cristalizando memórias durante o sono REM

Uma estranha analogia, proposta por outro grupo italiano,52 foi necessária para desembaraçar este novelo. Segundo Giuditta e seus colaboradores, o sono está para as novas memórias como a digestão está para a comida. De acordo com esta visão, para entender como o sistema nervoso adormecido facilita o aprendizado, é preciso contrastar variáveis neurais obtidas na presença ou ausência de informação recém-adquirida. Seguindo este preceito, investigamos a expressão neural de GI em ratos expostos a um ambiente enriquecido não-familiar por algumas horas antes de dormir. Em lugar de estudar períodos contendo tanto o sono SWS como o sono REM, optamos por analisar separadamente episódios individuais de cada fase do sono, comparando os resultados com outros obtidos durante a vigília. Controles não-expostos ao ambiente enriquecido apresentaram baixa expressão neural de GI durante ambas as fases do sono, corroborando estudos anteriores.41-46 Entretanto, em animais expostos, a expressão do GI zif-268 encontrou-se aumentada no hipocampo e córtex cerebral durante o sono REM (Figura 2), alcançando níveis comparáveis ao da vigília.53


A proteína codificada pelo gene zif-268 tem a capacidade de regular centenas de genes diferentes,54 tendo sido demonstrado o seu papel ativador da expressão das sinapsinas,55 as proteínas constituintes mais abundantes nas sinapses.56 Além disso, demonstrou-se que o GI zif-268 é necessário para a formação de novas memórias e para a indução de potenciação de longo prazo (LTP),57,58 o principal modelo neurofisiológico de plasticidade sináptica.28,59 Portanto, a reativação cerebral de zif-268 durante o sono REM representa uma ligação consistente entre a reativação neuronal durante o sono REM e a plasticidade celular requerida para a consolidação de memórias.

Expressão gênica durante o sono REM e o êxodo hipocampal das memórias

Acredita-se atualmente que novas memórias inicialmente estocadas no hipocampo são transferidas com o passar do tempo para o córtex cerebral, através de mecanismos muito pesquisados, mas até hoje misteriosos.19-21 Por esta razão, consideramos de extremo interesse que a ativação de zif-268 durante o sono REM ocorra no circuito hipocampo-cortical. Com o objetivo de investigar em mais detalhe a relação entre atividade hipocampo-cortical e expressão gênica durante o sono REM, medimos a expressão de zif-268 em vários grupos de ratos selecionados para vigília, sono SWS ou sono REM, substituindo a exposição à ambiente enriquecido por indução de LTP hipocampal como estímulo pré-sono.60 Para nossa surpresa, verificamos que a ativação do gene zif-268 se propaga gradualmente do hipocampo para regiões neocorticais distais à medida em que episódios de sono REM se sucedem (Figura 3).


Propusemos recentemente61 que este padrão hipocampofugal de expressão gênica após a indução de LTP pode ser trivialmente explicado pela natureza pós-sináptica da resposta do gene zif-26854,55 e por seus papéis na gênese e fortalecimento das sinapses.57,58 Se isto for correto, a dinâmica espaço-temporal da regulação gênica durante o sono REM pode ser crucial para a transferência progressiva de memórias do hipocampo para o córtex cerebral.60,61 Para testar a possibilidade de que a ativação neocortical de zif-268 durante o sono REM esteja sob controle hipocampal, utilizamos microinjeções intracerebrais de um bloqueador de canais de sódio para inativar temporariamente o hipocampo durante o sono REM pós-LTP. Verificamos que a inativação hipocampal durante o sono REM aboliu por completo a ativação de zif-268 no neocórtex,60 indicando que o hipocampo é de fato capaz de instruir a expressão gênica cortical durante o sono REM.

Nossos resultados demonstram que os sonos SWS e REM satisfazem separadamente ambos os critérios propostos por Hebb para o aprendizado,29 desempenhando papéis distintos e complementares na consolidação de memórias: enquanto a reverberação neuronal inicial depende principalmente de episódios de sono SWS,26,39 a regulação gênica capaz de promover a plasticidade neuronal parece ocorrer exclusivamente durante o sono REM.53,60 Nossos estudos também fornecem a primeira evidência experimental sobre quando e como as memórias deixam o hipocampo para se instalar no córtex cerebral,60 revelando interações hipocampo-corticais postuladas há décadas.19-21

Conclusão

Conforme expus acima, a noção de que o sistema nervoso adormecido reativa-se de maneira a repetir padrões de atividade da vigília é um fato científico amplamente verificado para ambas as fases do sono. Existe ainda sólida evidência de que a reativação neural durante o sono provoca o processamento neurofisiológico e gênico das memórias recentes, explicando o papel central do sono e sobretudo dos sonhos no aprendizado. Estes resultados corroboram claramente a noção Freudiana de "restos do dia".1-3 Da mesma maneira, o papel mnemônico dos sonhos é uma observação presente na obra de Freud e Jung,1-3 ainda que não tenha sido seu foco principal. Portanto, passados pouco mais de cem anos desde "A Interpretação dos sonhos", é preciso reconhecer a clarividência de Konrad Lorenz quando afirmou que a ciência ainda redimiria a psicologia de profundidade de Freud e Jung.62

O reencontro da teoria psicanalítica com o cérebro não deveria ser motivo de surpresa, dada a importância central da neuroanatomia e da neurologia no período de formação de Freud, sob a influência de Ernst von Brucke, Theodor Meynert e Jean-Martin Charcot.63 Freud jamais abriu mão de considerar sua obra uma contribuição dentro dos marcos da ciência.1-3,63 Nesse sentido, é relevante notar que vários dos pioneiros da biologia dos sonhos – Nathaniel Kleitman, Eugen Aserinsky, William Dement, Michel Jouvet, Jonathan Winson, William Fishbein – foram direta ou indiretamente influenciados por Freud e seus discípulos.23,64-67 Curiosamente, os aspectos do legado psicanalítico corroborados até o momento pela biologia e pela psicologia experimental são observações marginais de Freud e Jung, discretas menções en passant às funções biológicas do teatro dos sonhos. O cerne das suas obras trata não do substrato material deste teatro, mas sim dos enredos subjetivos ali encenados. Neste sentido, apenas um entendimento mais profundo das bases neuronais da representação simbólica68,69 poderá dizer se Freud e Jung acertaram no detalhe e erraram no principal, ou se, ao contrário, anteviram a estrutura mesma da mente e de suas funções primordiais.

Agradecimentos

Este trabalho foi financiado por um Pew Latin-American Fellowship. Agradeço a Janaina Pantoja e José Luiz Balestrini Junior por comentários úteis ao texto, e a Miguel Nicolelis pelo apoio constante.

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  • Endereço para correspondência
    Sidarta Ribeiro
    Departamento de Neurobiologia, Duke University Medical Center
    101 Research Drive, Bryan Research Building, Box 3209
    Durham, NC 27707 EUA
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      16 Fev 2004
    • Data do Fascículo
      Dez 2003
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