Quando o sujeito se torna pessoa: uma articulação possível entre Poesia e ensino de Física

Lima, Maria Conceição Barbosa; Barros, Henrique Lins de; Terrazan, Eduardo Adolfo

doi:10.1590/S1516-73132004000200010

Resumos

Neste artigo apresentamos uma leitura do texto "Mensagem", de Fernando Pessoa, cuja interpretação usamos como apoio para discutir alguns tópicos que ocupam largamente a lista de preocupações e de estudos dos pesquisadores da área de Ensino de Física. Em nossa leitura, cada condição apresentada pelo poeta - a simpatia, a intuição, a inteligência, a compreensão, a graça - para que o intérprete seja capaz de entender os símbolos e seus rituais de forma viva, foi relacionada com um tema específico vinculado às nossas preocupações com o que ocorre em uma aula de Física.

ensino de Física; símbolos; ritual simbólico; quase-sinônimo; Poesia e Física

In this paper we use one text from the Portuguese poet Fernando Pessoa, Mensagem, as the basis for discussion of subjects from the area of teaching Physics. Each human condition used by the author for interpreting symbols and rituals - sympathy, intuition, intelligence, understanding and grace - was related to a specific theme linked with events that occur in a Physics class.

Physics teaching; symbols; symbolic ritual; quasi-synonymous; Poetry and Physics

ARTIGOS

Quando o sujeito se torna pessoa: uma articulação possível entre Poesia e ensino de Física¹ 1 Artigo revisado e complementado a partir do apresentado no XV SNEF - Simpósio Nacional de Ensino de Física, realizado em Curitiba/PR, de 21 a 26 de Março de 2003, sob o título "Quando o sujeito se torna Pessoa".

When the individual becomes person: an articulation between Poetry and Physics

Maria Conceição Barbosa Lima^I; Henrique Lins de Barros^II; Eduardo Adolfo Terrazan^III

^IDoutora em Educação, Instituto de Física-UERJ Universidade Estadual do Rio de Janeiro, RJ (e-mail: barbosa@uerj.br)

^IIPesquisador do CBPF Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. R. Xavier Sigaud, 150, Botafogo - Rio de Janeiro, RJ (e-mail: hlins@openlink.com.br)

^IIIDoutor em Educação, Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria, RS (e-mail: eduterra@ce.ufsm.br)

RESUMO

Neste artigo apresentamos uma leitura do texto "Mensagem", de Fernando Pessoa, cuja interpretação usamos como apoio para discutir alguns tópicos que ocupam largamente a lista de preocupações e de estudos dos pesquisadores da área de Ensino de Física. Em nossa leitura, cada condição apresentada pelo poeta a simpatia, a intuição, a inteligência, a compreensão, a graça para que o intérprete seja capaz de entender os símbolos e seus rituais de forma viva, foi relacionada com um tema específico vinculado às nossas preocupações com o que ocorre em uma aula de Física.

Unitermos: ensino de Física, símbolos, ritual simbólico, quase-sinônimo, Poesia e Física.

ABSTRACT

In this paper we use one text from the Portuguese poet Fernando Pessoa, Mensagem, as the basis for discussion of subjects from the area of teaching Physics. Each human condition used by the author for interpreting symbols and rituals sympathy, intuition, intelligence, understanding and grace - was related to a specific theme linked with events that occur in a Physics class.

Keywords: Physics teaching, symbols, symbolic ritual, quasi-synonymous, Poetry and Physics.

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Agradecimento

Os autores gostariam de agradecer a todos aqueles que contribuíram com esse trabalho, em especial ao Prof. Dr. Roberto Moreira Xavier de Araújo pela leitura atenta, pelas sugestões e encorajamento para sua publicação.

Artigo recebido em julho de 2003 e selecionado para publicação em junho de 2004.

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1

Artigo revisado e complementado a partir do apresentado no XV SNEF - Simpósio Nacional de Ensino de Física, realizado em Curitiba/PR, de

21 a 26 de Março de 2003, sob o título "Quando o sujeito se torna Pessoa".

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
31 Ago 2009
Data do Fascículo
2004

Histórico

Recebido
Jul 2003
Aceito
Jun 2004

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

[1] BACHELARD, G. A formação do espírito científico Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

[2] BAKHTIN, M. Estética da criação verbal 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

[3] BERNIS, J. L' imagination Paris: PUF, 1958.

[4] EINSTEIN, A. Como vejo o mundo Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. Erickson, F. Qualitative research methods for science education. In: FRASER, B. J.; TOBIN, K. G. International handbook of science education Boston: Kluwer Academic, 1998.

[5] FEYNMAN, R. O significado de tudo: reflexões de um cidadão-cientista. Lisboa: Gradiva, 2001.

[6] GIL PERÉZ, D.; VALDÉS, C.P. La resolución de problemas de física: de los ejercicios de aplicación al tratamiento de situaciones problemáticas. Revista Enseñanza de la Física, Córdoba, v. 10 n. 2, p 5-20, 1997.

[7] HEISENBERG, W. A parte e o todo Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

[8] ______. Physique et philosophie Paris: Albin Michel, 1971.

[9] HESSEN, J. Teoria do conhecimento, 8. ed. Coimbra: Arménio Amado, 1987.

[10] HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

[11] JOHSUA, S.; DUPIN, J. J. Introduction a la didactique des science et des mathématiques Paris: Presses Universitaire de France, 1993.

[12] KOZINER, M. Intuição: contribuição ao estudo. Disponível em: <http://www.castroalves.br>. Acesso em: 01 abr. 2003.

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[16] ______. A influência da relação professor/aluno no aprendizado de conceitos físicos 1993. Dissertação (Mestrado)- Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 1993.

[17] MORTIMER, E. F. Construtivismo, mudança conceitual e ensino de ciências: para onde vamos? Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 1, n.1, 1996.

[18] PESSOA, F. Obra poética Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.

[19] PIAGET, J. Psicologia da inteligência Rio de Janeiro: Zahar, 1977.

[20] POINCARÉ, H. O valor da ciência Rio de Janeiro: Contraponto, 1995.

[21] SCHRÖDINGER, E. Mi concepcion del mundo Barcelona: Tusquets, 1988.

[22] VIERNE, S. Ligações tempestuosas: a ciência e a literatura. In: CORBOZ, A. et al. A ciência e o imaginário Brasília: UNB, 1994.

[23] VYGOTSKY, L. S. La imaginación y el arte em la infância 2. ed. México: Fontamara, 1997.

[24] ZANETIC, J. Ensino de física através de sua história e filosofia para quem gosta de literatura. In: VI ENCONTRO DE PESQUISADORES EM ENSINO DE FÍSICA, 6, 1998, Florianópolis. Anais.. Florianópolis: Sociedade Brasileira de Física, 1998.