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Editorial

EDITORIAL

Os artigos que compõem este segundo número de 2006 de Ciência E Educação iniciam-se com uma temática tradicional no ensino das ciências: o laboratório didático. Em artigo intitulado El trabajo de laboratorio en cursos de Física desde la Teoria de Campos Conceptuales, os autores discutem uma ferramenta específica para a utilização do laboratório, que procura identificar as demandas conceituais a partir dos conteúdos que caracterizam as tarefas e as complexidades conceituais exigidas dos estudantes. Essa discussão é embasada na Teoria de Campos Conceituais proposta por Gérard Vergnaud.

Coincidentemente, os dois próximos artigos tratam de temáticas ainda pouco exploradas na pesquisa em Educação em Ciências: a questão do ensino de Física para portadores de necessidades especiais - neste caso, a deficiência visual. Em O ensino de Física para deficientes visuais a partir de uma perspectiva fenomenológica, os autores analisam entrevistas com professores de deficientes visuais e estudantes que apresentam esta necessidade especial sobre questões de ensino e aprendizagem de ciências, com o objetivo de aperfeiçoar o ensino de Física para esta demanda. Por sua vez, os autores de O ensino de Física no contexto da deficiência visual: análise de uma atividade estruturada sobre um envento sonoro analisam os resultados de uma investigação na qual elaboraram e aplicaram a alunos com deficiência visual uma atividade simulando, por meio de gravação, a possível colisão entre um carro e um trem. As reflexões oriundas do debate realizado após a atividade mostram interpretações e soluções para a questão.

No artigo seguinte, O estudo do tratamento da informação nos livros didáticos das séries iniciais do Ensino Fundamental, a autora analisa o tratamento da informação expresso em três coleções recentemente recomendadas com distinção em análise de livros didáticos realizada pelo Ministério da Educação, dentro do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), concluindo que este tratamento encontra-se distante de possibilitar aos alunos a construção de procedimentos para coletar, organizar, comunicar e interpretar dados.

A questão da Educação Sexual, tema transversal do ensino, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, é tema do artigo Formação de professores e educadores para abordagem da Educação Sexual na escola: o que mostram as pesquisas. Conforme o título anuncia, o estudo sobre o estado da arte de dissertações e teses realizadas em universidades brasileiras nos últimos aponta, segundo os autores, profissionais despreparados, tanto em nível de formação inicial, quanto continuada, para tratarem da temática em sala de aula.

No texto A visão dos pesquisadores-orientadores de um programa de vocação científica sobre a iniciação científica de estudantes de Ensino Médio os autores apresentam opiniões de pesquisadores que experimentaram orientar iniciação científica a estudantes de nível médio.

Sugerindo Cautela ao usar imagens em aulas de Ciências, os autores afirmam que a leitura de imagens precisa ser ensinada, pois elas não são transparentes. O estudo mostra, ainda, o papel do professor nessa mediação, em um curso de formação continuada ministrado, que demonstrou deslocamentos nos modos como os professores se relacionam com as imagens e como significam sua relação com o ensino.

No último artigo, Ensinar, formar, educar e instruir: a linguagem da crise escolar, os autores mostram que os sentidos desses quatro vocábulos básicos mudaram ao longo dos tempos em função da filosofia escolar presente nas diferentes épocas e do estágio de desenvolvimento da sociedade. Os autores apontam, ainda, para a existência de uma possível relação entre o uso dessas palavras e as concepções filosóficas implícitas na didática das Ciências Físicas, seus impasses, suas crises, sua evolução histórica, com ênfase no caminho que vai do instruir ao educar.

Bauru, São Paulo, agosto de 2006.

O Editor

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Maio 2009
  • Data do Fascículo
    Ago 2006
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