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Variação da fluência da fala em falantes do Português Brasileiro: quatro estudos

RESUMO

Variação da fluência da fala em falantes do Português Brasileiro: quatro estudos

Vanessa Oliveira Martins

Doutora em Semiótica e Lingüística Geral pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – USP – São Paulo (SP), Brasil; Fonoaudióloga do Centro de Saúde Escola Samuel B. Pessoa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP – São Paulo (SP), Brasil

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Vanessa de Oliveira Martins Av. Vital Brasil, 1490 - Butantã São Paulo - SP - CEP 05503-000 E-mail: vomartins@usp.br

A fluência de fala varia de indivíduo para indivíduo, fluente ou gago, dependendo de diversos fatores. O objetivo desta Tese foi verificar a variação da fluência da fala em falantes do Português Brasileiro. Participaram deste estudo 594 indivíduos fluentes, 336 do gênero feminino e 258 do gênero masculino com idades entre 2:0 e 99:11 anos, residentes na cidade de São Paulo. As variáveis da fluência analisadas foram: tipologia das rupturas, velocidade de fala e porcentagem de descontinuidade de fala. Esta Tese foi dividida em quatro estudos. O primeiro estudo teve como objetivo verificar o perfil evolutivo da fluência da fala. De acordo com os resultados o padrão de rupturas de fala não sofre grande variabilidade entre os grupos etários, enquanto que a velocidade de fala varia ao longo das fases da vida, podendo indicar aquisição, desenvolvimento, estabilização e degeneração. O segundo estudo teve como objetivo conhecer a variação da fluência segundo o gênero e as fases da adolescência (adolescência inicial – 12 a 14 anos; e adolescência final – 15 a 17 anos). Os gêneros não se diferenciam para nenhuma das variáveis analisadas, enquanto que as fases da adolescência se diferenciam quanto a todas as variáveis. Ocorre uma diminuição nas rupturas de fala e um aumento na velocidade de fala com o aumento da idade. O terceiro estudo teve como objetivo verificar a influência do gênero e do nível de escolaridade (fundamental, médio e superior) na fluência da fala de adultos. De acordo com os resultados o gênero e o nível de escolaridade não são fatores determinantes para a fluência da fala em adultos fluentes. Observa-se variação isolada para interjeição, revisão e prolongamento. Os indivíduos de Nível Superior apresentam menos interjeições e revisões e mais prolongamentos. O quarto estudo teve como objetivo conhecer as especificidades do Perfil da Fluência dos idosos em relação a todos os parâmetros avaliados. Os idosos foram comparados quanto às décadas de vida e pelo agrupamento em idosos e idosos com mais de 80 anos. De acordo com os resultados, observa-se um aumento estatisticamente significativo nas taxas de ruptura e uma diminuição na velocidade de fala para os idosos com mais de 80 anos. De maneira geral, percebe-se que o fator determinante na fluência da fala é a idade, principalmente quanto à velocidade de fala. O gênero e o nível de escolaridade parecem irrelevantes.

Trabalho realizado no Curso de Fonoaudiologia do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP, sob orientação da Profa. Dra. Claudia Regina Furquim de Andrade.

  • Endereço para correspondência:

    Vanessa de Oliveira Martins
    Av. Vital Brasil, 1490 - Butantã
    São Paulo - SP - CEP 05503-000
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      24 Out 2007
    • Data do Fascículo
      Set 2007
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