RESUMO
Efeitos da privação aguda de sono sobre o processamento auditivo central em adultos saudáveis
Paulo Breno Noronha Liberalesso
Departamento de Neurologia Pediátrica e do Serviço de Neurofisiologia/Eletrencefalografia/Vídeo-EEG, Hospital Pequeno Príncipe, Curitiba (PR), Brasil
Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Paulo Breno Noronha Liberalesso R. Benjamin Constant, 90, Centro Curitiba (PR), Brasil, CEP: 80060-020. E-mail: paulo.neuroped@gmail.com
Liberalesso PB. Efeitos da privação aguda de sono sobre o processamento auditivo central em adultos saudáveis [tese]. Curitiba: Universidade Tuiuti do Paraná; 2011.
OBJETIVO: Avaliar o impacto da privação de sono por um período de 24 horas sobre o processamento auditivo central em adultos saudáveis.
MÉTODOS: Foram selecionados 30 adultos saudáveis, sendo 17 (56,7%) do gênero feminino e 13 (43,3%) do gênero masculino, com idades entre 19,2 e 38,5 anos, média de idade 30,75±7,14 anos. Os voluntários foram submetidos à avaliação audiológica pela audiometria tonal limiar, teste de limiar de reconhecimento da fala, índice percentual de reconhecimento da fala, medidas de imitância acústica, teste de escuta dicótica de dissílabos alternados (staggered spondaic words - SSW) e teste de detecção de intervalos aleatórios de silêncio (randon gap detection test - RGDT). A avaliação do processamento auditivo central foi realizada em duas situações: sem privação de sono e após 24 horas de privação de sono com intervalo de dois a três meses entre as etapas. As médias dos resultados nas etapas sem privação de sono e após privação de sono foram comparadas através do teste t de Student.
RESULTADOS: O valor médio dos resultados do RGDT antes da privação de sono foi de 6,4±2,8 ms e pós-privação de sono foi de 8,0±2,9 ms (p=0,0005) em ambos os gêneros. O valor médio dos resultados do RGDT no gênero masculino, sem privação de sono, foi de 4,7±2,7 ms e após privação de sono de 6,6±2,9 ms (p=0,0066). O valor médio dos resultados do RGDT no gênero feminino, sem privação de sono, foi de 7,7±2,4 ms e após a privação de sono foi de 9,0±2,5 ms (p=0,0208). A média dos resultados do teste SSW para a orelha direita antes da privação de sono foi de 98,4±1,8% e pós-privação foi de 94,2±6,3% (p=0,0005) em ambos os gêneros. A média dos resultados do teste SSW para a orelha esquerda antes da privação de sono foi de 96,7±3,1% e pós-privação foi de 92,1±6,1% (p=0,0000) em ambos os gêneros. O valor médio dos resultados do SSW no gênero masculino, pré-privação de sono, para orelha direita, foi de 98,5±1,3% e após a privação de sono foi de 93,9±5,2% (p=0,0080). O valor médio dos resultados do SSW no gênero masculino, pré-privação de sono, para orelha esquerda, foi de 96,5±2,9% e após a privação de sono foi de 93,9±5,2% (p=0,0076). O valor médio dos resultados do SSW no gênero feminino, pré-privação de sono, para orelha direita, foi de 98,4±2,2% e após a privação de sono foi de 94,4±7,3% (p=0,0143). O valor médio dos resultados do SSW no gênero feminino, pré-privação de sono, para orelha esquerda, foi de 96,9±3,4% e após a privação de sono foi de 93,9±5,2% (p=0,0010).
CONCLUSÃO: Os resultados demonstram piora significativa nos resultados do teste RGDT e do teste SSW quando voluntários adultos saudáveis são privados de sono por um período de 24 horas.
Conflito de interesses: Não
Trabalho realizado no Programa de Pós Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana Otoneurologia, Universidade Tuitui do Paraná UTP Curitiba (PR), Brasil, para obtenção do título de Doutor em Distúrbios da Comunicação Humana Otoneurologia, sob orientação do Prof. Dr. Ari Leon Jurkiewicz.
Endereço para correspondência:
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
26 Jun 2012 -
Data do Fascículo
Jun 2012