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Editorial

Em sua quadragésima quinta edição, Sociologias apresenta o dossiê “Trabalhadores, Sindicatos e a Transnacionalização da Militância”, organizado por Maurício Rombaldi, Kimi Tomizaki e Antônio Cattani. No atual contexto mundial, o dossiê é não só oportuno como necessário e sua abordagem visa, segundo os organizadores, contribuir para o aprofundamento do debate em torno de uma suposta “nova fase do internacionalismo operário”.

Os artigos que compõem este dossiê, originados de múltiplos enfoques teóricos e empíricos, buscam refletir sobre a articulação de perspectivas voltadas à análise das condições sociais de circulação política de sindicalistas; das conexões e dos desencontros entre agendas sindicais locais e internacionais; assim como das possibilidades e dos limites da ação transnacional conduzida por organizações sindicais e das formas como se desenvolvem as alianças estabelecidas pelos atores diretamente relacionados ao “chão de fábrica” para a mediação de disputas e conflitos no ambiente global. Este dossiê traz, também, uma entrevista com Chris Tilly realizada por Roberto de Oliveira.

Na seção Artigos, Anne Salmon propõe analisar a empresa neoliberal e a coerência ideológica dessa doutrina. Carlos A. Gadea, José Silon, Fátima Sabrina da Rosa, Marcia da Silva Cezar e Hilário Dick investigam a realidade juvenil, a violência intersubjetiva e as políticas para jovens em Porto Alegre, no RS, introduzindo algumas reflexões sobre o significado contemporâneo do termo juventude e sobre o binômio juventude-violência. Eugenia Roberti, da Universidad Nacional de La Plata, reflete sobre as contribuições do método das trajetórias de vida para a compreensão da estrutura social. Gabriel Peters investiga a resposta de Bourdieu a um problema clássico na epistemologia das ciências sociais: como é possível um conhecimento objetivo do mundo societário se os pontos de vista dos cientistas sociais são condicionados por seu pertencimento a esse mundo?

Na seção Interfaces, Gustavo Braga, Ana Louise Fiúza e Paula Cristina Remoaldo, da Universidade do Minho, analisam o conceito “modo de vida”, que assume uma pluralidade de significados, dificultando, segundo os autores, a compreensão das nuances interpretativas que o perpassam.

Na resenha deste número, Marta Mendes Rocha apresenta o livro de Susan Stokes, Thad Dunnig, Marcelo Nazareno e Valeria Brusco, “Brokers, Voters and Clientelism: the puzzle of distributive politics”, New York: Cambridge University Press, 2013.

Mais uma vez, convidamos nossos leitores para um mergulho em questões atuais estratégicas e em reflexões que ajudam a entender um mundo cada vez mais complexo. Um mundo em que vigoram interesses distintos e antagônicos entre grupos sociais e uma crescente desigualdade que coloca em questão a própria possibilidade de permanência do atual modo de produção da vida.

Maíra BaumgartenJalcione AlmeidaCinara Rosenfield

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Aug 2017
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